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MORADA NOVA
2022
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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1.1 Identificação
Edificação: Museu do vaqueiro
Localização: Rua Luís Saturnino Matos, 41, Morada Nova/CE
Latitude: -5.1073846299358 – Longitude: -38.371840956678405
Foto 01: Vista de Satélite do Museu do Vaqueiro.
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Lagoa do Salina fica localizada a aproximadamente 242,30 metros, tomando como
referência a distância medida pelo google maps.
A vistoria foi realizada na edificação que abriga o museu no dia 26 de janeiro de 2022,
no período da manhã.
Criado no ano de 1985, registra-se como o primeiro museu existente com a temática
vaqueira no Brasil, reconhecendo e valorizando a identidade cultural do município de Morada
Nova, que tem como base da sua construção histórica, social e antropológica o homem do
campo que lida com o gado para sua sobrevivência.
O Museu do Vaqueiro é um equipamento público gerenciado pela Secretaria de
Cultura e Turismo (SECULT) de Morada Nova.
Trata-se de um imóvel de cunho histórico para a cidade de Morada Nova/CE, com
idade aproximada de 37 anos, composto por dois pavimentos, com quatro salões, um depósito,
uma despensa, dois banheiros, uma secretaria, edificada em terreno próprio com as dimensões
de 17,45 m (dezessete metros e quarenta e cinco centímetros) de frente e fundo e por 16,85 m
(dezesseis metros e oitenta e cinco centímetros) de comprimento de ambos os lados, que
totalizam uma área de 294,03 m² (duzentos e noventa e quatro metros quadrados e 3 centímetros
quadrados).
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Tabela 01: Área construída do museu segundo o levantamento arquitetônico fornecido pela Secretaria
de Cultura e Turismo de Morada Nova.
AMBIENTE ÁREA CONSTRUÍDA
Área construída pavimento térreo 194,57m²
Área construída pavimento superior 194,57m²
Área construída total 389,14m²
Fonte: O Autor
2. OBJETIVO
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3. INTRODUÇÃO
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O que é mais comum infelizmente são as manutenções corretivas que além do maior
custo também acarreta em uma perda do desempenho total da estrutura e uma consequente
diminuição da vida útil de serviço levando a estrutura a ter que ser demolida.
Imagem 1: Desempenho da Estrutura x Tempo
O conhecimento dos diversos tipos de patologias bem como suas origens e correções é de
grande importância para a realização adequada do laudo corretivo, impactando na efetividade
das correções.
4. METODOLOGIA
4.1 Visão geral
Em acordo com o conteúdo ministrado em sala de aula pelo professor Esequiel
Mesquita, elaborou-se um fluxograma mostrando a representação esquemática das etapas do
processo do trabalho de Patologia da Construção Civil, de modo a organizar a apresentação do
trabalho e simplificar o entendimento do mesmo.
Inicialmente, foi realizada uma pesquisa com o intuito de buscar embasamento para
aplicação do método GUT. Posteriormente, foi realizada uma inspeção in loco, na qual o
pavimento superior estaria interditado por questões de segurança, diante disso foi realizado o
mapeamento de danos do pavimento térreo da edificação, no qual os danos foram evidenciados
por fotos e indicados na planta baixa da edificação.
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Fonte: Autor.
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De acordo com Martins et al. (2017) no método GUT, a Gravidade (G) representa a
importância do problema a ser examinado e seu potencial de dano. Geralmente seu estudo é
realizado visando efeitos a médio e longo prazos. A Urgência (U) exige a análise de quão
significativo é o problema, ou seja, o prazo para a realização do feito. Já a Tendência (T)
consiste na evolução do problema em função do tempo, isto é, a probabilidade do problema
evoluir negativamente com o passar do tempo.
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Tabela 4 - Classificação GUT sobre a Tendência
Grau Definição do grau Nota
TOTAL Progressão imediata. Vai piorar rapidamente, pode piorar 10
inesperadamente.
ALTA Progressão em curto prazo. Vai piorar em pouco tempo. 8
5. RELATÓRIO
5.1 Análise do Material
As construções históricas na região do Ceará têm como característica a utilização de tijolos
maciços como um dos elementos construtivos predominantes. No Museu do Vaqueiro, vimos
nitidamente foi seguido o padrão construtivo da época, no qual foi adotada a utilização de tijolos
maciços como alvenaria autoportante, ou seja, substituindo a utilização do pilar em sua
estrutura.
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que o descrito na literatura, isso se dá justamente pelas diversas ações endógenas e exógenas
que acontecem ao longo dos anos com essas estruturas, logo podemos estimar que os tijolos
utilizados na construção do museu também seguiram tal performance, indicando que a essa
massa específica menor que do que o apresentado
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Com o gráfico podemos notar claramente como a presença de sal no tijolo pode
influenciar o surgimento precoce de eflorescências na edificação, justamente por esse material
ter característica porosa e permitir que a água reaja com o sal presente em sua composição,
servindo de catalisador para essa manifestação patológica.
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Figura 3: Planta Baixa do pavimento superior do museu do vaqueiro
Fonte: O autor
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5.4 Fachada Externa Frontal
Fonte: O Autor
PT1 Armadura Sob Efeito de Corrosão Salão 01, Salão 02, Salão 04
PT3 Descolamento por umidade Salão 02, Salão 03, Salão 04,
(formação de ondas ou Perímetro externo.
pulverulência)
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Salão 01
MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA 01 - Armadura exposta sob efeito de corrosão.
Foto 4: Armadura exposta sob efeito de corrosão no salão 01
Fonte: O autor
Corrosão Armadura
6 3 6
108
RISCO Médio
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MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA 05 - Presença de fissuras
Foto 5: Fissuras aparentes causando desprendimento do reboco.
Fonte: O autor.
6 3 3
54
RISCO Baixo
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Salão 02
Fonte: O autor
6 6 6
216
RISCO Médio
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MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA 02 - Surgimento de mofo
Foto 8: Presença de carbonatação
Fonte: O autor
3 1 3
9
RISCO Baixo
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MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA 03 - Deterioração da pintura
Foto 9: Pintura deteriorada com enfoque na parte inferior.
Fonte: O autor
3 1 3
9
RISCO Baixo
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Salão 03
MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA 03 - Descolamento por pulverulência.
Foto 10 e 11: Pulverulência
Fonte: O autor
3 1 3
9
RISCO Baixo
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Salão 04
Fonte: O autor
8 6 8
384
RISCO Alto
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MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA 03 - Destacamento de pintura
Foto 15: Pulverulência
Fonte: O autor
3 1 3
9
RISCO Baixo
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MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA 03 - Destacamento de pintura
Foto 16, 17, 18, 19: Alteração de coloração
Fonte: O autor
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Infiltração com alterações de cor
3 1 3
9
RISCO Baixo
Fonte: O autor
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Fonte: O autor
Fonte: O autor
Segue abaixo a avaliação a partir da Matriz GUT:
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Alteração da microestrutura com o aparecimento de fissuras
8 3 3
72
RISCO Médio
Fonte: O autor
3 1 3
9
RISCO Baixo
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Nível de prioridade Matriz GUT
Dessa forma, a partir do grau de prioridade e dos pontos mais críticos, as manifestações críticas
estão indicadas na tabela a fim da realização de prioridades de acordo com a Matriz GUT. Com
isso, foi indicado o grau de prioridade de 1 a 3, sendo o nível mais alto de prioridade e o nível
mais baixo de prioridade, respectivamente.
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O surgimento de fissuras e o posterior desprendimento do cobrimento da laje
evidenciam estado de corrosão de sua armadura. Quando em estado de corrosão a armadura
aumenta de volume e expulsa o cobrimento, causando também as fissuras e deslocamento.
Sugestão de correção:
Fazer a delimitação da área afetada através de serra mármore tendo bastante cuidado
para não atingir a armadura, que nesse caso encontra-se rente ao cobrimento.
Imagem 2: Delimitação dos limites onde a armadura foi afetada.
Autor desconhecido
Após isso deve-se fazer um jateamento com areia, no qual esse processo é abrasivo e
com isso, ajuda a limpar a armadura, retirando as camadas que foram oxidadas.
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Imagem 4: Limpeza de armadura com escova de aço
Outro ponto que pode ser mais viável economicamente seria a limpeza dessa armadura
por escovas de aço ou lixamento manual, tendo bastante cuidado para que a seção transversal
do aço não supere 10%. Caso não seja possível, o ideal é colocar uma nova barra de aço que
atenda o mesmo diâmetro das armaduras já em atuação, obedecendo o transpasse de 50
diâmetros do diâmetro dessa barra.
Após isso deverá ser feita a aplicação de pintura polimérica inibidora de corrosão,
tixotrópica (Sikatop 122 PLUS ou similar). Com isso, poderá ser feita a reconstituição da seção
original utilizando uma argamassa cimentícia tixotrópica de alta resistência (sikatop 122 plus
ou similar). O local de aplicação deverá ser limpo, isento de poeira ou partículas soltas e deve
ser bem lavado antes da aplicação, ficando úmido, mas não saturado.
BARREIRA QUÍMICA
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Figura 7: Furos em somente um lado da parede
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Figura 9: Introdução do Produto por Difusão
Obs.: para o caso de se perfurar apenas um lado da parede, a profundidade do furo deve ser de
2/3 da espessura da parede.
Após a perfuração da parede, o produto pode ser introduzido seguindo uma das técnicas,
seja por difusão ou injeção, a fim de que haja o melhor recobrimento de toda a área afetada.
Para que a barreira química seja eficiente, é preciso assegurar que ocorreu uma boa penetração
dos produtos além da existência de continuidade do mesmo.
REBOCO DE RECUPERAÇÃO:
Após a aplicação da barreira química deverá ser aguardado alguns dias para que o
produto faça efeito. Após isso, para proporcionar uma melhoria na estética da parede deve ser
aplicado um reboco de recuperação. Os rebocos de recuperação são aqueles que têm
propriedades específicas para alterarem o teor de umidade dos substratos onde sejam aplicados,
ou seja, aumentar a evaporação de umidade e restringir a absorção de água.
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Como medida preventiva é indicado que se aplique a argamassa de recuperação até no mínimo
50 cm e melhor ainda, até 100 cm acima do horizonte dos danos visíveis. Esta recomendação
deve ser atendida até porque acima do horizonte de umidade, devem se concentrar sais ainda
imperceptíveis.
EXECUÇÃO:
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Chapisco e salpique: deve promover uma boa aderência ao reboco. Precisa ser
suficientemente resistente aos sais. Sua aplicação não deve cobrir integralmente a parede e no
máximo cobrir 50 % da área;
Emboço de regularização: serve para regularizar as alterações superficiais da parede e
atuar como camada armazenadora de sais, especialmente em áreas adjacentes a subsolos com
elevado grau de salinização;
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Pinturas ou revestimentos finais não devem afetar a permeabilidade ao vapor de água. Dê
preferência, utilizar tintas a base de silicone ou tintas a base de cal, se for aplicada uma pintura
final.
REFERÊNCIA: