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HAMILTON SUSS JUNIOR Engenheiro Civil,

devidamente registrado no Conselho Regional de


Engenharia e Agronomia sob o Nº PR-100.115/D,
vem, por meio do presente Laudo Técnico de
Engenharia, apresentar a análise pertinente à
presença de manifestações patológicas em
estruturas de concreto armado, em específico no
subsolo garagem do Edifício Magnólia, localizado
à rua São Pedro, N.27, bairro Cabral, no
município de Curitiba no estado do Paraná.

LAUDO TÉCNICO ESTRUTURAL


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1. INFORMAÇÕES GERAIS

Interessado: Condomínio Edifício Magnólia.

CNPJ/MF: 81.711.731/0001-47.

Tipo de Edificação: condomínio residencial.

Local rua São Pedro N.27, bairro Cabral, Curitiba/PR.

Data da Vistoria: 9 de abril de 2019.

2. OBJETIVO E FINALIDADE DO LAUDO

Visa o interessado, através do presente laudo técnico, informar ao interessado a


situação das estruturas de concreto armado, pilares , vigas e lajes, referentes aos
pavimentos subsolo garagem e térreo. Este laudo poderá ser utilizado somente pelo
interessado tanto para fins extrajudiciais como judicias se necessário.

3. CARACTERIZAÇÃO DO IMÓVEL

3.1. Informações e Características das Edificações Presentes no Terreno

Tipo: residencial com 15 pavimentos.

N. de unidades autônomas: 45 unidades.

Uso: residencial.

Sistema de combate a incêndio: hidrantes e medidas complementares.

Área aproximada da edificação aproximadamente acima de 7.500m2.

Idade aparente: 30 anos.

Padrão de acabamento: médio superior.

Estado de Conservação: regular, reparos simples e importantes.

Vedações verticais: alvenarias revestidas e janelas de alumínio


anodizado com vidro comum.

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Fotografia N.01 – Fachada frontal do imóvel objeto deste laudo.

4. LIMITAÇÕES DESTE LAUDO PERICIAL

Foi realizada inspeção visual durante vistoria realizada no dia 9 de abril de 2019. Os
resultados e procedimentos referentes as medidas físicas e condições encontradas
nos sistemas estruturais que compõe a edificação, objeto deste laudo, estarão
fundamentados na condição visual.

5. DESCRIÇÃO DO IMÓVEL

Trata-se de edifício condominial de uso exclusivo residencial com 1 subsolo garagem,


1 pavimentos térreo amplo com canteiros e lajes impermeabilizadas e 15 lajes com 3
apartamentos residenciais cada, totalizando 45 unidades autônomas e uma laje de
cobertura contendo residência do zelador e sala de máquinas. Conforme vistoria no
local, o imóvel é utilizado pelo interessado estritamente para o uso residencial. A
edificação é construída no sistema de alvenaria convencional onde sua estrutura
possui pilares, vigas e lajes em concreto armado, suas paredes de vedação internas e
externas são edificadas em alvenaria de tijolos, sendo todos os elementos de vedação

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vertical (paredes) revestidos em argamassa de cal, cimento e areia, emassados e


pintados. O revestimento externo é do tipo pintura acrílica texturizada nas laterais
edifício e na fachada em elementos cerâmicos tipo pastilha assentados sobre
argamassa colante e rejuntados. Foram observadas duas antenas de grande porte,
instaladas acima da caixa d’água da edificação foco deste laudo, para fins de suporte
ao funcionamento de sistemas celulares de propriedade de concessionária de
telecomunicações. Devido a grande área térrea externa (pátio externo), ao redor do
corpo da edificação, as lajes de teto do subsolo garagem são todas impermeabilizadas
em sua superfície superior.

6. DEFINIÇÕES PRELIMINARES

6.1. Introdução Geral

Segundo pregou o Professor Doutor Paulo R. L. Helene, em Manual Prático para


Reparo e Reforço de Estruturas de Concreto, PINI, 1ª ed. 1988, pág. 15 - 18, conforme
abaixo:

“Patologia das Construções:

Patologia pode ser entendida como a parte da Engenharia que estuda os


sintomas, o mecanismo, as causas e as origens dos defeitos das construções
civis, ou seja, é o estudo das partes que compõem o diagnóstico do problema.

(...)

Os problemas patológicos, salvo raras exceções, apresentam


manifestação externa característica, a partir da qual se pode deduzir qual a
natureza, a origem e os mecanismos dos fenômenos envolvidos, assim como se
pode estimar suas prováveis consequências. Esses sintomas, também
denominados de lesões, defeitos ou manifestações patológicas, podem ser
descritos e classificados, orientando um primeiro diagnóstico, a partir de
observações visuais. Os sintomas mais comuns, de maior incidência nas
estruturas de concreto, podem ser as fissuras, as eflorescências, as flechas
excessivas, as manchas no concreto aparente, a corrosão de armaduras e os
ninhos de concretagem. Como se nota na figura abaixo, certas manifestações

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têm elevada incidência, como as manchas superficiais, apesar de que, do ponto


de vista das consequências, quanto ao comprometimento estrutural e quanto ao
custo da correção do problema, uma fissura de flexão ou a corrosão das
armaduras são mais significativas.

Distribuição relativa da incidência de


manifestações patológicas

Manchas superficiais

20% Corrosão de armaduras

Flechas excessivas
22%
Degradação química

21% 20% Fissuras aitvas e passivas

Ninhos
7% 10%

Todo problema patológico, chamado, em linguagem jurídica, de vício oculto


ou vício de construção, ocorre a partir de um processo, de um mecanismo. Por
exemplo: a corrosão de armaduras no concreto armado é um fenômeno de
natureza eletroquímica, que pode ser acelerado pela presença de agentes
agressivos externos (do ambiente) ou internos (incorporados ao concreto). Para
que a corrosão se manifeste é necessário que haja oxigênio (ar), umidade (água)
e o estabelecimento de uma célula de corrosão eletroquímica (heterogeneidade
da estrutura), que só ocorre após a despassivação da armadura, como na figura
abaixo.

Conhecer o mecanismo do problema é fundamental, para uma ter

O processo de construção e uso pode ser dividido em cinco grandes


etapas: planejamento, projeto, fabricação de materiais e componentes fora do
canteiro, execução propriamente dita e uso, a etapa mais longa, que envolve a
operação e manutenção das obras civis (vide figura abaixo).

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Etapas da produção e uso das obras civis

Se, por um lado, as quatro primeiras etapas envolvem um período


relativamente curto (em geral menos de 2 anos), por outro lado, as construções
devem ser utilizadas durante períodos longos (em geral mais de 50 anos para
edificações) (...)

Os problemas patológicos só se manifestam após o início da execução


propriamente dita, a última etapa da fase de produção; normalmente ocorrem
com maior incidência na etapa de uso. Certos problemas, como por exemplo, os
resultantes de reações álcali-agregados, só aparecem com intensidade após
seis a doze anos. Há casos de corrosão de armadura em lajes de forro/piso de
apartamentos que se manifestaram intensamente, inclusive com colapso parcial,
depois de treze anos do "Habite-se".

Um diagnóstico adequado do problema deve indicar em que etapa do


processo construtivo teve origem o fenômeno (...)

Cabe ressaltar que a identificação da origem do problema permite


também identificar, para fins judiciais, quem cometeu a falha. Assim, se o
problema teve origem na fase de projeto, o projetista falhou; quando a origem
está na qualidade do material, o fabricante errou; se na etapa de execução, trata-
se de falha de mão-de-obra e a fiscalização ou a construtora foram omissos; se
na etapa de uso, a falha é da operação e manutenção.

Uma elevada percentagem das manifestações patológicas têm origem


nas etapas de planejamento e projeto, conforme mostra a figura abaixo. As

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falhas de planejamento ou de projeto são, em geral, mais graves que as falhas


de qualidade dos materiais ou de má execução. É sempre preferível investir mais
tempo no detalhamento e estudo da estrutura que, por falta de previsão, tomar
decisões apressadas ou adaptadas durante a execução.

Origem dos problemas patológicos com relação às etapas de produção


e uso das obras civis:

Os agentes causadores dos problemas patológicos podem ser vários:


cargas, variação da umidade, variações térmicas intrínsecas e extrínsecas ao
concreto, agentes biológicos, incompatibilidade de materiais, agentes
atmosféricos e outros.

(...)

Em geral, os problemas patológicos são evolutivos e tendem a se agravar


com o passar do tempo, além de acarretarem outros problemas associados ao
inicial Por exemplo: uma fissura de momento fletor pode dar origem à corrosão
de armadura; flecha excessivas em vigas e lajes podem acarretar fissuras em
paredes e deslocamentos em pisos rígidos apoiados sobre os elementos fletidos.
Pode-se afirmar que as correções serão mais duráveis, mais fáceis e muito mais
baratas quanto mais cedo forem executadas.

(...)”. Sic

Em suas palestras, o advogado Carlos Pinto Del Mar, cita, resumidamente, uma
planilha elaborada a partir do contido na ABNT/CB-02 - PROJETO 02:136.01-001/1 -
Tabela D.1 – Prazos de garantia.

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- Que, parafraseando o Professor Doutor Paulo R. L. Helene, os problemas


patológicos podem ser detectados a partir de observações visuais, onde estes
Peritos detectaram a existência em determinados pontos de fissuras nas
alvenarias, flechas nas lajes (principalmente do último pavimento), bem como
infiltrações de águas das chuvas, também no último pavimento, considerando a
falta de cobertura e a impermeabilização deficiente.

- Há de se esclarecer que em determinados pontos (vigar, pilares e lajes),


não foi possível a observação direta devido à existência de forro pacote
rebaixado, mesmo assim, pelas características destes pontos de infiltração, onde
não se observou a presença da coloração característica de ferrugem na água,
leva-nos a entender que ainda não desencadeou o processo de corrosão das
armaduras.

- Embora seja importante salientar que os reparos devam ser executados


imediatamente e por empresa e profissional responsável com experiência nestes
tipos de serviços.

- Deve-se imediatamente evitar o início dos problemas da corrosão, pois


após inicialmente instalada tende a se agravar rapidamente, tendo em vista a
exposição da ferragem.

- Que, o fenômeno de dilatação e retração dos corpos devido as mudanças


de temperaturas, somados a presença de umidade, ocasionam fissuras na área
de recobrimento das ferragens, principalmente nas lajes e vigas quando não
devidamente impermeabilizadas.

- Em geral, os problemas patológicos são evolutivos e tendem a se agravar


com o passar do tempo, além de acarretarem outros problemas associados ao
inicial, por exemplo: uma fissura de momento fletor pode dar origem à corrosão
de armadura; flechas excessivas em vigas e lajes podem acarretar fissuras em
paredes e deslocamentos em pisos rígidos apoiados sobre os elementos fletidos.
Pode-se afirmar que as correções serão mais duráveis, mais fáceis e muito mais
baratas quanto mais cedo forem executadas. (Vide figura abaixo):

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6.2. Definição de Vícios e Defeitos

Do Conceito de Vício e Defeito:

A título de informação, cabe ressaltar que o Código de Defesa do Consumidor,


em seu capitulo IV, divide a questão da responsabilidade em duas seções, sendo a
primeira, dos artigos 12 ao 17, designadas Seção II, e que trata "da responsabilidade
pelo fato do produto e do serviço" enquanto a segunda, dos artigos 18 a 25, intitulada
Seção III, referem-se a fatos "da responsabilidade por vício do produto e do serviço".

Esta divisão está calcada na distinção entre defeitos (Seção II) e vícios (Seção
III) motivo pelo qual se faz necessário a distinção quanto ao significado de cada um
destes termos.

"São consideradas vícios as características de qualidade ou quantidade


que tomem os produtos ou serviços impróprios ou inadequados ao consumo a
que se destinam e também que lhes diminuam o valor. Da mesma forma são
considerados vícios os decorrentes de disparidade havida em relação às
indicações constantes do recipiente, embalagem, rotulagem, oferta ou
mensagem publicitária".

“O defeito, por sua vez, pressupõe o vício. Há vício sem defeito, mas
não há defeito sem vício. O vício é uma característica inerente, intrínseca do
produto ou serviço em si. O defeito é o vício acrescido de um problema extra,
alguma coisa extrínseca ao produto ou serviço, que causa um dano maior que
simplesmente o mau funcionamento, o não funcionamento, a quantidade errada,
a perca do valor pago - já que o produto ou serviço não cumpram o fim ao qual
se destinavam. O defeito causa, além desse dano do vício, outro ou outros danos
ao patrimônio jurídico material e ou moral do consumidor”, (segundo NUNES,
LUIZ ANTÔNIO RIZZATO, Comentários ao Código de Defesa do Consumidor:
Direito Material. 1ª ed., São Paulo: Saraiva, 2000.)

O art. 26 do Código de Defesa do Consumidor, em seu caput, e no § 3°, utiliza


as expressões vícios aparentes ou de fácil constatação e vícios ocultos,
respectivamente. Neste sentido, louvável é o esclarecimento de LUIZ ANTÔNIO
RIZZATTO NUNES:

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"(...) quanto ao uso do termo “aparente”. Ele não é bom semanticamente


falando É que a palavra “aparente” tem o sentido de “aparência” (daquilo que
não é real. E o vício, ao contrário é bem mal. O legislador quis aproveitar do
vocábulo o sentido de aparecimento, do que aparece, mas ela não se presta a
isso. Por isso, preferimos abandonar seu uso e ficar apenas com outra expressão
– “de fácil constatação”. Essa sim diz respeito ao sentido desejado pela norma"
(2000:325).

"Os vícios ocultos são aqueles que só aparecem algum ou muito tempo
após o uso e/ou que, por estarem inacessíveis ao consumidor, não podem ser
detectados na utilização ordinária" (2000:214).

Segundo NUNES, LUIZ ANTÔNIO RIZZATO, Comentários ao Código de Defesa


do Consumidor: Direito Material. 1ª ed., São Paulo, Saraiva, 2000:

"São consideradas vícios as características de qualidade ou quantidade


que tornem os produtos ou serviços impróprios ou inadequados ao consumo a
que se destinam e também que lhes diminuam o valor. Da mesma forma são
considerados vícios os decorrentes de disparidade havida em relação às
indicações constantes do recipiente, embalagem, rotulagem, oferta ou
mensagem publicitária".

“O defeito, por sua vez, pressupõe o vício. Há vício sem defeito, mas não
há defeito sem vício. O vício é uma característica inerente, intrínseca do produto
ou serviço em si. O defeito é o vício acrescido de um problema extra, alguma
coisa extrínseca ao produto ou serviço, que causa um dano maior que
simplesmente o mau funcionamento, o não funcionamento, a quantidade errada,
a perda do valor pago - já que o produto ou serviço não cumprem o fim ao qual
se destinavam. O defeito causa, além desse dano do vício, outro ou outros danos
ao patrimônio jurídico material e ou moral do consumidor”.

A NBR 13.752/96 (Norma Brasileira para Perícias de Engenharia da Construção


Civil) assim conceitua:

Defeito: são anomalias que podem causar danos efetivos ou representar

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ameaça potencial de afetar a saúde ou segurança do dono ou consumidor,


decorrentes de falhas do projeto ou execução de um produto ou serviço, ou,
ainda, de informação incorreta ou inadequada de sua utilização ou manutenção.

Vícios: anomalias que afetam o desempenho de produtos ou serviços, ou os


tornam inadequados aos fins a que se destinam, causando transtornos ou
prejuízos materiais ao consumidor. Podem decorrer de falha de projeto ou de
execução, ou ainda da informação defeituosa sobre sua utilização ou
manutenção.

Vícios redibitórios: Anomalias que afetam o desempenho de produtos ou


serviços, ou os tornam inadequados aos fins a que se destinam, causando
transtornos ou prejuízos materiais ao consumidor. Podem decorrer da falha de
projeto ou de execução, ou ainda da informação defeituosa sobre sua utilização
ou manutenção.

6.3. Responsabilidades dos Intervenientes

Conforme preconizado na NBR 5671/1990- Participação dos Intervenientes em


Serviços e Obras de Engenharia e Arquitetura tem-se, conforme abaixo.

É de responsabilidade do executante:

a) examinar previamente os projetos e executar o empreendimento, aplicando


processos, materiais, componentes, subcomponentes, equipamentos e
ferramentas, respeitando os mesmos projetos e as determinações técnicas;

b) contratar os subempreiteiros e os empreiteiros técnicos, dirigindo os seus


trabalhos, sem prejuízo da autonomia e da responsabilidade técnica destes;

c) prover e administrar a mão-de-obra, de acordo com a legislação trabalhista


e previdenciária em vigor;

d) manter no empreendimento:

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o prepostos com poderes definidos;


o o projeto executivo completo atualizado;
o os contratos e demais documentos nos seus aspectos técnicos;
o o livro de registro de ocorrências;

e) em conformidade com a legislação vigente, assumir a responsabilidade


técnica pela execução do empreendimento, salvo a dos empreiteiros técnicos
contratados;

f) refazer os serviços executados em desacordo com o projeto contratual, sem


ônus para o contratante;

g) registrar, com clareza, o que for relevante no livro de ocorrência e permitir


os registros dos demais intervenientes, no horário de trabalho;

h) tomar as providências pela guarda e segurança do empreendimento;

i) fornecer ao proprietário o “Manual de Uso e Manutenção” do empreendimento


e prestar as informações necessárias nos casos omissos ou duvidosos;

j) corrigir os defeitos visíveis verificados pelo proprietário, na vistoria do


empreendimento;

l) responder até seis meses, a contar do recebimento do empreendimento pelo


proprietário, através de documento que comprove a efetiva entrega do
empreendimento, por todos os demais defeitos de construção encontrados,
salvo os visíveis, que deverão ser objeto de identificação no ato do recebimento
do empreendimento. Os defeitos deverão ser acusados de maneira formal e
por escrito;

m) responder durante cinco anos, a contar do recebimento do empreendimento


pelo proprietário, pelos defeitos estruturais que ameacem ou provoquem a sua
ruína;

n) ser responsável pelo arquivamento do livro Registro de Ocorrências pelo


prazo de cinco anos após a data da entrega do empreendimento.

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Nota: Os prazos referidos nesta cláusula são de decadência e não de


prescrição.

(...)

É de responsabilidade do usuário;

a) usar adequadamente o bem, especialmente quanto ao que prescreve o


“Manual de Uso e Manutenção” do empreendimento, respondendo pelos ônus
decorrentes da desobediência a este item;

b) comunicar imediatamente ao adquirente os defeitos verificados durante o


uso;

c) consultar o executante no caso de modificações ou reformas.

É prerrogativa do usuário receber do adquirente o “Manual de Uso e


Manutenção” do empreendimento.

(...)

6.4. Definições Constantes em normas ABNT- NBR 5674 Manutenção de


Edificações, NBR - 13752 Perícias de Engenharia na Construção Civil, ABNT-
NBR - 6118 Projeto de Estruturas de Concreto, ABNT-NBR 9062 Projeto e
Execução de Estruturas de Concreto Pré-Moldado

Para melhor entendimento deste laudo de inspeção predial, o qual discorrerá


sobre algumas normas pertinentes, se faz necessário trazer a luz algumas definições
técnicas constantes de normas, como segue abaixo.

Durabilidade: capacidade do edifício e de seus sistemas de desempenhar suas


funções ao longo do tempo, sob condições de uso e manutenções especificadas,
até um estado limite de utilização.

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Manutenção: conjunto de atividades a serem realizadas para conservar ou


recuperar a capacidade funcional da edificação e de seus sistemas constituintes
para fins de atender à necessidade e segurança de seus usuários.

Manutenibilidade: grau de facilidade de um sistema, elemento ou componente de


ser mantido ou recolocado no estado no qual possa executar suas funções
requeridas, sob condições de uso especificadas, quando a manutenção é
executada sob condições determinadas, procedimentos e meios prescritos.

Sistema: a maior parte funcional do edifício. Conjunto de elementos e


componentes destinados a cumprir com uma macro função, que a define. (ex.:
fundação, estrutura, vedações verticais, instalações hidrossanitária, cobertura).

Vida útil: período de tempo durante o qual o edifício (ou seus sistemas), mantém
o desempenho esperado, quando submetido às atividades de manutenção
predefinidas em projeto.

Vida útil de projeto: período estimado de tempo em que um sistema é projetado


para atender aos requisitos de desempenho estabelecidos em projeto, desde que
cumprido o programa de manutenção previsto no manual de operação, uso e
manutenção.

Durabilidade segundo a ASTM E 632: Capacidade de manter em serviço um


produto, componente ou construção durante um tempo específico, mantendo o
atendimento das funções para as quais foi projetado.

Perícia: atividade que envolve apuração das causas que motivaram determinado
evento ou da asserção de direitos (NBR 13752).

Vistoria: é a constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e descrição


minuciosa dos elementos que o constituem, Resolução 345 do CONFEA.

Anomalia: comprometimento do desempenho previsto em projeto.

Manifestações patológicas: são vícios construtivos que se instalam nas


construções e que a tornam doentia. Na sua evolução pode ocorrer a deterioração
das partes afetadas e até mesmo a ruptura, comprometendo sua estabilidade.

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Degradação: alteração progressiva do estado das construções que pode conduzir


a ocorrência de anomalias.
Desempenho insatisfatório: não atendimento aos requisitos para os quais foi
concebido.

Vícios aparentes: vícios de fácil contratação, perceptíveis até mesmo por leigos.
Vícios ocultos: vícios imperceptíveis ou só perceptíveis por técnicos
especializados, e que se apresentam ou só são detectadas com o passar do
tempo.

Falha: falha é um descuido ou um erro, um procedimento ou uma ação imprevista


ou acidental que acarreta em uma anomalia ou dano.

Dano: ofensa ou diminuição do patrimônio moral ou material de alguém,


resultante de delito extracontratual ou decorrente de instituição de servidão.

Envelhecimento: redução do desempenho, que ocorre gradualmente no tempo,


em condições normais de utilização.

Sintoma: forma de manifestação de degradação ou anomalias.

Reparação: intervenção destinada a corrigir anomalias.

Projeto: conjunto de informações necessárias e suficientes para perfeita


execução do empreendimento.

Fissura de componente estrutural: seccionamento na superfície ou em toda seção


transversal de um componente, com abertura capilar, provocado por tensões
normais ou tangenciais. As fissuras podem ser classificadas como ativas
(variação da abertura em função de movimentações higrotérmicas ou outras) ou
passivas (abertura constante).

Estanqueidade: pode ser definida como propriedade hermética de um elemento


construtivo, sistema sem influxos ou efluxos de fluídos, o mesmo que
estanqueidade ou estanquicidade.

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elementos de concreto armado: aqueles cujo comportamento estrutural depende


da aderência entre concreto e armadura, e nos quais não se aplicam
alongamentos iniciais das armaduras antes da materialização dessa aderência.

concreto estrutural: termo que se refere ao espectro completo das aplicações do


concreto como material estrutural.

Estado Limite Ultimo (ELU): estado limite relacionado ao colapso, ou a qualquer


outra forma de ruina estrutural, que determine a paralisação do uso da estrutura.

Estado Limite de Deformações excessivas (ELS-DEF): estado em que as


deformações atingem os limites estabelecidos para a utilização normal.

Elemento pré-moldado: elemento que é executado fora do local de utilização de-


finitiva na estrutura, com controle de qualidade.

6.5. Definições Constantes na norma ABNT NBR 6118/2014, Projetos de


Estrutura de Concreto - Procedimentos

Esta Norma fixa os requisitos básicos exigíveis para projeto de estruturas de concreto
simples, armado e protendido. Segue algumas definições cruciais para o entendimento
e que dizem respeito a manutenção e conservação de estruturas em concreto armado:

concreto estrutural: termo que se refere ao espectro completo das aplicações do


concreto como material estrutural.

elementos de concreto armado: aqueles cujo comportamento estrutural depende


da aderência entre concreto e armadura, e nos quais não se aplicam
alongamentos iniciais das armaduras antes da materialização dessa aderência.

armadura passiva: Qualquer armadura que não seja usada para produzir forças
de protensão, isto é, que não seja previamente alongada.

Capacidade resistente: consiste basicamente na segurança à ruptura.

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Desempenho em serviço: consiste na capacidade de a estrutura manter-se em


condições plenas de utilização, não devendo apresentar danos que
comprometam em parte ou totalmente o uso para o qual foi projetada.

Durabilidade: consiste na capacidade de a estrutura resistir às influências


ambientais previstas e definidas em conjunto pelo autor do projeto estrutural e o
contratante, no início dos trabalhos de elaboração do projeto.

(...) A durabilidade das estruturas de concreto requer cooperação e esforços


coordenados de todos os envolvidos nos processos de projeto, construção e
utilização, devendo, como mínimo, ser seguido o que estabelece a ABNT NBR
12655, sendo também obedecidas as disposições de 25.4 com relação às
condições de uso, inspeção e manutenção (....)

vida útil de projeto: entende-se como o período de tempo durante o qual se


mantêm as características das estruturas de concreto, desde que atendidos os
requisitos de uso e manutenção prescritos pelo projetista e pelo construtor,
conforme, bem como de execução dos reparos necessários decorrentes de
danos acidentais.

Mecanismos preponderantes de deterioração relativos ao concreto:

lixiviação: por ação de águas puras, carbônicas agressivas ou ácidas que


dissolvem e carreiam os compostos hidratados da pasta de cimento;

expansão por ação de águas e solos: águas contenham ou estejam contaminados


com sulfatos, dando origem a reações expansivas e deletérias com a pasta de
cimento hidratado;

expansão por ação das reações: reações entre os álcalis do cimento e certos
agregados reativos;

reações deletérias: reações superficiais de certos agregados decorrentes de


transformações de produtos ferruginosos presentes na sua constituição
mineralógica;

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Mecanismos de deterioração da estrutura propriamente dita: são todos aqueles


relacionados às ações mecânicas, movimentações de origem térmica, impactos,
ações cíclicas, retração, fluência e relaxação.

Recomendações por Drenagens:

Deve ser evitada a presença ou acumulação de água proveniente de chuva ou


decorrente de água de limpeza e lavagem, sobre as superfícies das estruturas de
concreto.

As superfícies expostas que necessitem ser horizontais, tais como coberturas,


pátios, garagens, estacionamentos e outras, devem ser convenientemente
drenadas, com disposição de ralos e condutores.

Todas as juntas de movimento ou de dilatação, em superfícies sujeitas à ação de


água, devem ser convenientemente seladas, de forma a torná-las estanques à
passagem (percolação) de água.

6.6. Outras Definições Relevantes - Dicionário da Engenharia Civil

Anomalia: comprometimento do desempenho previsto em projeto.

Degradação: alteração progressiva do estado das construções que pode conduzir


a ocorrência de anomalias.

Envelhecimento: redução do desempenho, que ocorre gradualmente no tempo,


em condições normais de utilização.

Sintoma: forma de manifestação de degradação ou anomalias.

Reparação: intervenção destinada a corrigir anomalias.

Manutenção (conservação): intervenção periódica destinada à prevenção ou à


correção de pequenas degradações das construções para que estas atinjam o
seu tempo de vida útil, sem perda de desempenho.

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Manutenção corretiva: consiste em reparar ou corrigir falhas ocorridas no objeto,


de modo a recoloca-lo nas condições originais, para que volte a atender os
requisitos de desempenho.

Manutenção preventiva: consiste em substituir ou recuperar elementos cuja vida


útil, pré-conhecida com base em dados estatísticos, esteja próxima do final.

Manutenção preditiva: consiste em monitorar constantemente o objeto, de modo


a detectar, antecipadamente, falhas inesperadas e intervir antes do prejuízo de
desempenho.

Manutenção detectiva: consiste em apurar as causas das falhas ocorridas e


intervir (no agente causador) para que não reincidam.

Patogenia: pesquisa realizada para encontrar quais seriam os agentes capazes


de provocar doenças. Especialidade da patologia que analisa a causa e o
desenvolvimento através dos quais uma doença evoluí.

Manifestação patológica congênita: anomalia que é oriunda da própria geração,


da própria gênese.

Manifestação patológica adquirida: anomalia que foi imposta posteriormente a


gênese.

Manifestação patológica endógena: manifestação que se desenvolve ou reproduz


a partir do interior.

Manifestação patológica exógena: manifestação que se desenvolve ou se


reproduz a partir do exterior.

Manifestação patológica física: manifestação relacionada `a física dos materiais.


Manifestação patológica química: manifestação relacionada a fenômenos
químicos.

Laje: elemento estrutural tipo placa contínua ou isolada apoiada em vigas,


responsável pela resistência dos pisos elevados das edificações.

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Viga: é um elemento estrutural das edificações podendo ser de madeira, ferro ou


concreto armado. É responsável pela sustentação das lajes. A viga transfere o
peso das lajes e dos demais elementos (paredes, portas, etc.) para as colunas.

Pilar: Elemento estrutural vertical de concreto, madeira, pedra ou alvenaria.


quando é circular, recebe o nome de coluna.

Vigota Pré-moldada: elemento em concreto armado contendo armaduras de aço


componente resistente principal das lajes pré-moldadas comuns e treliçadas.

6.7. Breve História do Concreto e Descrição de Alguns Processos Relacionados


à Deterioração das Estruturas de Concreto Armado

O concreto como um material estrutural é milenar. Há registros de sua utilização cerca


de 3000 a 4000 A.C., por exemplo, na execução de pisos na cidade de Jericó no
sudeste da Galiléia. Contudo, no século XIX, dois franceses, Lambot e Monier,
trabalhando independentemente, conceberam e implementaram a ideia do concreto
armado. Este material revolucionou a tecnologia moderna de construção. Por exemplo:
todo o acervo dos projetos ousados de Oscar Niemeyer em concreto aparente, como
as obras de Brasília, entre outras, somente foi viável com o concreto da era moderna.
A possibilidade de ajustar características e propriedades, além de produzir formas e
geometrias estruturais diversas, permite a concepção de concretos com formulações
especiais de alto desempenho e estruturas conforme as necessidades dos mais
diversos projetos sofisticados e arrojados. É possível adicionalmente, a formulação de
concretos tão simples como aqueles voltados às estruturas de habitações de interesse
social.

Apesar de revolucionário no desenvolvimento da indústria da construção civil o


concreto armado, especificamente o concreto convencional (sem especificações
especiais), está sujeito a deterioração por vários fatores, sejam endógenos ou
exógenos. A deterioração mais comum detectada em concreto armado é a corrosão
em suas armaduras.

O dióxido de carbono é essencial à vida no planeta pois é um dos compostos


essenciais para a realização da fotossíntese. A concentração de CO2 na atmosfera
começou a aumentar no final do século XVIII, quando ocorreu a revolução industrial e
grandes quantidades de carvão mineral e petróleo passaram a ser usados como fontes
de energia. A alta concentração atual de CO2 na atmosfera é o fator preponderante

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para a deterioração do concreto armado. O CO2 penetra os poros do concreto e,


quando encontra moléculas de água na estrutura, forma o ácido carbônico (H2CO3)
que por sua vez reage com o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2), gerando o carbonato de
cálcio (CaCO3) e água. O carbonato de cálcio não deteriora o concreto, porém durante
a sua formação consome os componentes alcalinos do cimento e reduz o pH. O pH
muito alcalino do concreto (superiores a 12) cai para níveis inferiores a 9. Esse
fenômeno é conhecido como carbonatação. A carbonatação inicia-se na superfície da
estrutura e avança em direção ao interior do concreto e quando alcança a armadura
ocorre a chamada despassivação do aço, isto é, torna-o vulnerável à corrosão.

Como causas físicas, como agentes de deterioração das estruturas, tem-se a variação
da temperatura, insolação, vento e água e tem atuação principalmente durante o
período da cura (no endurecimento do concreto), exposição prolongada a estes
agentes sem a devida manutenção, variando seus efeitos conforme a composição
interna da estrutura de concreto armado.

De maneira geral, as alternativas de proteção de estrutura de concreto estão


associadas a quatro formas clássicas de controle: substituição do material por outro
mais resistente, modificação do meio de exposição, interposição de barreiras entre o
meio e o metal e fornecimento de energia ao sistema.

6.8. Corrosão de Armaduras

A corrosão do aço, componente de estruturas de concreto armado, tem sido uma das
principais manifestações patológicas nestas estruturas, provocando grandes danos e
prejuízos. Para combatê-la assim como mitigá-la deve-se buscar entender este
processo por completo.

Souza e Ripper (1998) caracterizam a corrosão das armaduras como sendo a


deterioração da camada passivante localizada ao redor da superfície das barras.
Sendo esta película formada pelo impedimento da dissolução do ferro, devido à alta
alcalinidade da solução aquosa existente no concreto.

Basicamente a corrosão da armadura consiste em um processo eletroquímico que


pode ter sua eficiência aumentada por alguns fatores como: agentes agressivos
externos e internos, que foram adicionados ao concreto, ou ainda que foram gerados
pelo ambiente. Para a corrosão ocorrer de fato, é preciso da presença dos seguintes

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elementos e processo: presença de oxigênio e umidade assim como o


estabelecimento de uma célula eletroquímica.

Ocorrem duas reações, uma anódica e outra catódica. Na reação anódica, o ferro fica
carregado positivamente de modo que ocorre a dissolução dos íons Fe++ , que
passam para a solução. Na solução anódica, o Ferro irá atuar como eletrodo, junto do
qual os elétrons liberados pelo anodo passam à solução, formando-se desta maneira
o circuito elétrico, não havendo consumo do ferro no cátodo.

Formado o efeito pilha, a corrosão terá inicio pela corrente elétrica que se dirige do
ânodo para o cátodo, através da solução aquosa e do cátodo para o ânodo por meio
da diferença de potencial.

Com o processo em andamento, é notável que o mesmo evolui da periferia para o


centro, de maneira que a ferrugem vai substituindo o aço. Como consequência disto,
a resistência mecânica do aço é reduzida. Marcelli (2007) afirma que:

“Nos elementos estruturais em que o aço já foi vítima do processo de corrosão,


ocorre um aumento de volume em até oito vezes na parte afetada da armadura,
produzindo tensões de tração que o concreto não resiste, surgindo então
pequenas fissuras ao longo das armaduras situadas mais próximas da
superfície do elemento” (MARCELLI 2007, p.113).

Com o surgimento da ferrugem, haverá uma expansão da armadura, de modo que o


concreto sofrerá fissuração e terá sua aderência reduzida com o aço. A Figura 27
ilustra as partes do processo: primeiramente o agente agressivo penetrando o
concreto, após isso as fissuras ocasionadas já devido à criação da expansão pela
ferrugem, posteriormente o lascamento e desplacamento do cobrimento do concreto,
e por fim uma redução da seção da armadura, com esta já totalmente exposta ao
ambiente.

Além do dano causado pela patologia no que diz respeito à resistência mecânica da
estrutura, ainda há o agravante de facilitar a penetração de outros agentes nocivos,
que podem prejudicar ainda mais as armaduras e o concreto.

São vários os motivos possíveis de corrosão de armaduras no concreto armado, desde


o ataque por águas sulfatadas, a reação álcali-agregado, a retração por secagem, a
penetração de cloretos, a carbonatação, entre outras. Um dos principais fatores é a

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penetração de cloretos, proveniente de maresia ou contato direto com águas salobras


e contaminadas. Os íons cloretos no estado sólido depositam-se progressivamente na
superfície do concreto. Estes são transportados para o interior da estrutura por meio
de mecanismos como absorção capilar ou difusão alcançando as armaduras de aço e
provocando a corrosão das mesmas ao longo dos anos. A carbonatação é mais
frequente em ambientes com alto nível de poluição, como grandes metrópoles com
muitos carros, cercanias de complexos industriais, áreas de garagem, ambientes não
sujeitos a manutenção predial planejada, prédios abandonados e sem revestimentos
em suas estruturas de concreto armado, ver figura N. 01 com ilustração do processo
de ataque a armaduras de aço e imagem N.01 com corrosão elevada em base de pilar
em concreto armado.

Figura N.01 - processo de corrosão, fissuração e desplacamento (lascamento) de


material (concreto), fonte MARCELLI (2007).

Imagem N.01 - armadura de pilar oxidada e corroída.

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6.8. Desagregação e Desgaste do Concreto

Consiste na desintegração do concreto, com este perdendo suas propriedade de


coesão por ineficiência de seu aglomerante o cimento. A desagregação do concreto
pode ser ilustrada como a separação física do mesmo em lascas, de modo que a
estrutura acaba por perder a capacidade resistente a esforços na região desagregada.
Os componentes do concreto perdem sua coesão, reduzindo significantemente a
resistência mecânica.

Vários são os fatores que podem ser causadores da desagregação: fissuração,


movimentação das formas, corrosão de armaduras de aço, ataques químicos
(exposição a águas contaminadas) ataques biológicos e o fenômeno da calcinação
que consiste na perda de resistência e mudança de cor do concreto, que ocorre
quando o mesmo se encontra na presença de fogo e começa a se desintegrar em uma
temperatura próxima à 600º C, ver imagem N.02.

Imagem N.02 - desagregação do concreto de uma viga, fonte ARALDI (2013)

O desgaste da superfície do concreto ocorre geralmente por abrasão, erosão, e


cavitação. A abrasão consiste no desprendimento do material superficial devido ao
arraste, fricção ou atrito causado pela passagem de pessoas, veículos, ou até mesmo

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por partículas carregadas pelo vento. Tendo ocorrência com maior frequência em
lugares de intensa circulação de pessoas e grande tráfego. A magnitude da perda das
partículas depende de vários fatores tais como: baixa resistência do concreto,
exsudação excessiva, cura inadequada e até mesmo ao ataque químico de agentes
agressores como águas contaminadas por agentes químicos ou biológicos, ver
imagem N.03 mostrando desgaste em laje de concreto armado.

Imagem N.03 - desgaste superficial em laje de concreto armado, fonte LATORRE


(2002).

7. VISTORIA TÉCNICA

As estruturas de concreto armado dos pavimentos térreo e subsolo, foco deste laudo,
foram vistoriadas e suas condições estarão relatadas através registros técnicos
fotográficos, como segue abaixo.

7.1. Vistoria do Pavimento Subsolo Garagem

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Fotografia N.01 – vista geral vaga de garagem no pavimento subsolo.

Fotografia N.02 – manchas de infiltração de umidade em laje rebaixada e


presença de corrosão de armaduras de laje.

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Fotografia N.03 – manchas de infiltração de umidade em laje rebaixada e


presença de corrosão de armaduras de laje.

Fotografia N.04 – vista geral vaga de garagem no pavimento subsolo.

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Fotografia N.05 – manchas de infiltração de umidade em laje rebaixada.

Fotografia N.06 – degradação de concreto por infiltração de umidade em laje


rebaixada na região do armário.

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Fotografia N.07 – vista geral vaga de garagem no pavimento subsolo.

Fotografia N.08 – manchas de infiltração de umidade em laje rebaixada.

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Fotografia N.09 – manchas de infiltração de umidade em laje com mapeamento


das nervuras da laje, provavelmente tipo mista moldada no local.

Fotografia N.10 – vista geral de região de vaga de garagem no pavimento subsolo.

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Fotografia N.11 – a seta amarela mostra calha improvisada (gambiarra) para coleta
de água de infiltração na laje.

Fotografia N.12 – a seta amarela mostra infiltração de umidade na laje, degradação


da fase revestimento; a seta vermelha mostra fissuras no corpo da laje.

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Fotografia N.13 – a seta amarela mostra infiltração de umidade na laje, degradação


da fase revestimento; a seta vermelha mostra fissuras no corpo da laje; a seta azul
corrosão de armaduras da laje.

Fotografia N.14 –– a seta amarela mostra infiltração de umidade na laje, degradação


da fase revestimento; a seta azul corrosão de armaduras da laje.

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Fotografia N.15 –– a seta amarela mostra fissura em laje de teto do subsolo


garagem com infiltração de água a seta azul sinais de lixiviação do concreto.

Fotografia N.16 – a seta amarela mostra calha improvisada (gambiarra) para coleta
de água de infiltração na laje.

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Fotografia N.17 – manchas de infiltração de umidade em laje de teto do subsolo


garagem em concreto armado.

Fotografia N.18 – a seta amarela mostra calha improvisada (gambiarra) para coleta
de água de infiltração na laje e manchas de infiltrações ao redor.

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Fotografia N.19 – a seta amarela mostra início de desplacamento de concreto


armado da laje em consequência de processos de corrosão de armaduras da laje.

Fotografia N.20 – vista geral de região de vaga de garagem no pavimento subsolo.

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Fotografia N.21 – as setas vermelhas mostram início de desplacamento de concreto


armado de laje e viga em consequência de processos de corrosão de armaduras .

Fotografia N.22 – a setas vermelha mostra início de desplacamento de concreto


armado de laje em consequência de processos de corrosão de armaduras .

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Fotografia N.23 – a setas vermelha mostra início de desplacamento de concreto


armado de viga em consequência de processos de corrosão de armaduras.

Fotografia N.24 – vista geral de região de vaga de garagem no pavimento subsolo.

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Fotografia N.25 – a setas vermelha mostra início de desplacamento de concreto


armado em viga em consequência de processos de corrosão de armaduras.

Fotografia N.26 – a seta amarela mostra calha improvisada (gambiarra) para coleta
de água de infiltração na laje a seta vermelha desplacamento de concreto da laje.

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Fotografia N.27 – vista geral de região de vaga de garagem no pavimento subsolo.

Fotografia N.28 – a seta amarela mostra infiltração de umidade severa ao redor de


tubulação hidrossanitária passante na laje ao lado de pilar.

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Fotografia N.29 – a seta amarela mostra infiltração de umidade severa ao redor de


tubulação hidrossanitária passante na laje ao lado de pilar.

Fotografia N.30 – a seta amarela mostra infiltração de umidade severa ao redor de


tubulação hidrossanitária passante na laje ao lado de pilar.

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Fotografia N.31 – a seta amarela mostra infiltração de umidade severa ao redor de


tubulação hidrossanitária passante na laje ao lado de pilar.

Fotografia N.32 – vista geral de região de vaga de garagem no pavimento subsolo.

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Fotografia N.33 – a seta amarela mostra infiltração severa em laje do subsolo.

Fotografia N.34 – a seta amarela mostra infiltração severa em laje do subsolo; a seta
vermelha desplacamento do concreto;.

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Fotografia N.35 – vista geral da garagem subsolo; a seta amarela mostra grande
ponto de infiltração em laje;

Fotografia N.36 – a seta amarela mostra infiltração de umidade severa ao redor de


tubulação hidrossanitária passante na laje ao lado de pilar.

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Fotografia N.37 – a seta amarela mostra infiltração de umidade e pontos de corrosão


aflorando na superfície inferior de laje associados a presença de fissura.

7.2. Pavimento Térreo – Área Externa

Fotografia N.38 – vista geral do pavimento térreo – área externa (piso


impermeabilizado acima do subsolo garagem.

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Fotografia N.39 – a seta vermelha mostra o desplacamento de revestimento pétreo


expondo a proteção mecânica da camada impermeabilizante do piso.

Fotografia N.40 – a seta vermelha mostra fissuras em revestimento de pilar em


concreto armado e sinais de infiltração ascendente de umidade.

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Fotografia N.41 – a seta vermelha mostra fissuras e degradação do revestimento de


pilar em concreto armado e sinais de infiltração ascendente de umidade.

Fotografia N.42 – a seta vermelha mostra o desplacamento de revestimento pétreo


expondo a proteção mecânica da camada impermeabilizante do piso ao lado de dreno.

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Fotografia N.43 – a seta vermelha mostra fissura de grande dimensão em laje de


concreto do pavimento térreo.

Fotografia N.44 – a seta vermelha mostra degradação de revestimento de pilar e


alvenaria de vedação por provável infiltração umidade ascendente e localizada.

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Fotografia N.45 – a seta vermelha mostra o desplacamento de revestimento pétreo


expondo a proteção mecânica da camada impermeabilizante com fissuras associadas.

Fotografia N.46 – a seta vermelha mostra degradação de revestimento pétreo expondo a


proteção mecânica da camada impermeabilizante com diversas fissuras associadas.

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Fotografia N.47 – a seta vermelha mostra início de infiltração de umidade ascendente e


em pilar do pavimento térreo

Fotografia N.48 – a seta vermelha mostra degradação de revestimento pétreo de


pilar expondo a junta de movimentação.

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Fotografia N.49 – a seta vermelha mostra degradação de revestimento pétreo e


fissuras em revestimento externo de alvenaria de vedação.

Fotografia N.50 – a seta vermelha mostra degradação de revestimento externo de


alvenaria de vedação e fissuras associadas.

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Fotografia N.51 – a seta vermelha mostra degradação de revestimento externo de


alvenaria de vedação e fissuras associadas.

Fotografia N.52 – a seta vermelha mostra degradação de revestimento externo de


alvenaria de vedação e exposição da camada impermeabilizante vertical.

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Fotografia N.53 – a seta vermelha mostra degradação de revestimento externo de


alvenaria de vedação na altura da camada impermeabilizante e fissuras associadas.

Fotografia N.54 – a seta vermelha mostra degradação de revestimento externo de


alvenaria de vedação na altura da camada impermeabilizante e fissuras associadas.

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Fotografia N.55 – a seta vermelha mostra degradação severa de revestimento pétreo e


externo de alvenaria de vedação e exposição da camada impermeabilizante vertical.

Fotografia N.56 – a seta vermelha mostra degradação severa de revestimento pétreo e


diversas fissuras de alvenaria de vedação.

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8. ANÁLISES, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

8.1. Presença de Calhas Improvisadas para Coleta de Água de Infiltração

A presença de calhas improvisadas adaptadas a diversos panos de lajes do pavimento


subsolo garagem, mostra que as infiltrações na laje estão acontecendo a um longo
período de tempo, ver registros técnicos fotográficos N.11, N.16, N.18 e N.26. Este
tipo de improvisação resolve as consequências oriundas das infiltrações de água e
umidade não eliminando suas causas raízes e seus respectivos mecanismos de
atuação. A infiltração de água e/ou umidade através de estruturas de concreto armado
pré-dispõe e facilita a instalação e produção de processos de corrosão de armaduras
de aço estruturais e lixiviação do concreto e a consequente degradação do sistema ou
elemento construtivo específico reduzindo ao longo do tempo sua capacidade
resistente e desempenho.

Classificação: Vício Adquirido Endógeno.

8.2. Marcas de Umidade e Infiltrações de Água

Observou-se a presença de inúmeros pontos com manchas de umidade sobre a laje


do pavimento subsolo garagem, demonstrando um severo comprometimento da
camada impermeabilizante localizada sobre a superfície superior da referida laje (piso
da área externa do pavimento térreo), ver registros técnicos fotográficos N.02, N.03,
N.04, N.05, N.07, N.08, N.09, N.10, N.12, N.13, N.14, N.17, N.20, N.27, N.28, N.29,
N.31, N.32, N.33, N.23, N.35,N.36 e N.37. Tal magnitude, em termos do número de
pontos de infiltração e extensão, espalhados por praticamente toda a superfície inferior
da laje do pavimento subsolo garagem, mostram perda severa de desempenho da
camada impermeabilizante localizada sobre a superfície superior da referida laje. A
infiltração de água e/ou umidade através de estruturas de concreto armado pré-dispõe
e facilita a instalação e produção de processos de corrosão de armaduras de aço
estruturais e lixiviação do concreto, e a consequente degradação do sistema ou
elemento construtivo específico.

Classificação: Vício Adquirido Exógena.

8.3. Corrosão de Armaduras de Aço e Desplacamentos de Concreto

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Observados diversos pontos de corrosão já instalados, e início de desplacamentos de


concreto em elementos estruturais como lajes e vigas do pavimento subsolo garagem.
O desplacamento de concreto denota que o processo de corrosão já está instalado por
longa data, ver registros técnicos fotográficos N.02, N.12, N.13, N.14, N.19, N.21, N.22,
N.23, N.24, N.25, N.29, N.31, N.34, N.36, N37. O desplacamento do concreto
superficial de elementos estruturais produzidos em concreto armado (recobrimento) é
consequência da expansão das armaduras de aço através dos processo de corrosão,
o que gera tensões internas no elemento estrutural fissurando e lascando partes
superficiais do corpo do elemento estrutural. O processo de corrosão se não for
interrompido pode levar ao total comprometimento do elemento estrutural levando a
ruina e colapso de estruturas.

Classificação: Defeito Adquirido Exógeno.

8.4. Degradação de Revestimentos de Alvenarias de Vedação e Pisos Pétreos

Observados diversos pontos de desplacamentos de revestimentos de alvenarias de


vedação e pilares, assim como de revestimento de piso tipo pétreo (regiões de rodapés
e piso). As fissuras e desplacamentos nas regiões de rodapés de alvenarias de
vedação externas estão provavelmente associados à degradação e ressecamento da
manta impermeabilizante vertical (faixa de 20cm vertical aderido ao rodapé das
alvenarias), ver registros técnicos fotográficos N.40, N.41, N.44, N.49, N.50, N.51,
N.52, N.53, N.54, N.55 e N.56 assim como pela falta de aderência das argamassas de
revestimento executadas nestes pontos (ponte de aderência entre o manta
impermeabilizante e a argamassa de revestimento). O comprometimento dos
revestimentos externos próximos a intersecção do piso externo com as alvenarias de
vedação permite a infiltração de água em direção a manta impermeabilizante, a qual
se degradada possibilita a a infiltração de umidade para a laje.

Classificação: Vício Adquirido Endógeno.

8.5. Fissuras na Laje do Pavimento Térreo

Observados diversas fissuras no revestimento superficial da laje do pavimento térreo


(piso), ver registros técnicos fotográficos N.43, N.45 e N.46. As fissuras observadas
provavelmente atravessam a camada de proteção mecânica da impermeabilização da
referida laje e possivelmente o próprio corpo de diversos panos lajes, visto que se
notaram inúmeras fissuras na superfície inferior das lajes no pavimento subsolo (teto

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do subsolo garagem), ver registros técnicos fotográficos N.12, N.13, N.15, N18 e N.37.
A infiltração de água e umidade por meio destas fissuras e a chegada desta umidade
ao teto do subsolo garagem, passando pelo interior das lajes em concreto armado,
denota um grande comprometimento da camada impermeabilizante sobre o piso do
pavimento térreo aumentando a possibilidade da instalação de processos de corrosão
de armaduras e degradação do concreto deste elementos estruturais.

Classificação: Vício Congênito Endógeno.

8.6. Degradação da Camada Impermeabilizante Vertical do Pavimento Térreo

Observou-se a exposição e ressecamento da camada impermeabilizante vertical junto


as alvenarias de vedação externas (rodapés), ver registros técnicos fotográficos N.51,
N.52, N.54 e N.55, assim como a consequente fissuração, lascamento e
destacamento dos revestimentos da referida região (ver item 8.4). O ressecamento e
consequente degradação do material impermeabilizante na região denominada virola
da manta impermeável e degradação do revestimento desta região (ao redor da virola)
permite a infiltração de água de chuva por detrás da referida camada impermeável
atingindo a superfície do concreto armado das lajes com migração desta umidade para
o pavimento subsolo garagem através de fissuras existentes no concreto.

Classificação: Vício Adquirido Exógeno.

Conclusão final:

Após vistoria realizada no local e análise das informações coletadas, observou-se que
diversos elementos estruturais que compõe a estrutura do pavimento subsolo garagem
do Edifício Magnólia, em específico lajes e vigas com maior intensidade, estão
severamente afetados pela infiltração de água e umidade oriundas do pavimento
térreo, assim como processos de corrosão e degradação do concreto de cobrimento
das referidas estruturas (lascamentos e desplacamentos). Não se observou, no
momento da vistoria, comprometimento aparente do desempenho estrutural dos
referidos elementos estruturais. Ressalta-se que se não forem tomadas medidas para
fins de manutenção corretiva das referidas estruturas, haverá comprometimento do
desempenho e capacidade resistente dos elementos estruturais afetados em algum
momento no futuro. Abaixo seguem recomendações técnicas para o caso, objeto deste
laudo estrutural:

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a) Recomenda-se o tratamento, reparação e/ou reforço em elementos estruturais em


concreto armado das lajes e vigas do pavimento subsolo garagem do Edifício Magnólia
afetados por processos de infiltração com corrosão e desplacamentos associados,
com a produção de projeto de restauração especializado, produzido por empresa
especializada. O referido projeto tem a finalidade de especificar procedimentos passo
a passo, produtos técnicos a serem aplicados, assim como ferramentais necessários
para recompor a capacidade original e desempenho dos elementos estruturais )
pilares, vigas e lajes) afetados pelas manifestações patológicas descritas neste laudo.

b) Recomenda-se a contratação de empresa especializada para a execução das obras


necessárias, e especificadas em projeto, por fases (conforme item “a”); a empresa a
ser contratada deve ter experiência no tipo de serviço de restauro, recuperação e/ou
reforço estrutural.

c) Recomenda-se a substituição da manta impermeabilizante de todo o pavimento


térreo do Edifício Magnólia, visto a provável degradação, por envelhecimento, do
sistema impermeabilizante e suas fases. A substituição do referido sistema de
impermeabilização deve ser realizado através da produção de projeto específico, por
empresa especializada, assim como sua execução. O restauro estrutural necessário
para os elementos estruturais do pavimento subsolo garagem deve ocorrer
concomitantemente com a substituição da manta impermeabilizante do pavimento
térreo, podendo os referidos serviços serem executados por fases (setores).

9. ENCERRAMENTO

Encerrados os trabalhos, foi redigido e impresso o presente Laudo de Avaliação, que


se compõe de 60 (sessenta) folhas escritas de um só lado, incluídos anexos, tendo
sido então todas rubricadas, com exceção da folha N.57, que vai datada e assinada.

Curitiba, 11 de abril, de 2019.

_________________________________

Eng. Hamilton Suss Junior

CREA - PR - 100.115/D

Obs.: este laudo não possui 1 (um) anexo.

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Anexo Único – Bibliografia

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ARALDI, E. Reforço de pilares por encamisamento de concreto armado: Eficiência de


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ARQUEZ, A. N. Aplicação de laminado de polímero reforçado com fibras de Carbono


(PRFC) inserido em substrato de microconcreto com fibras de aço para reforço à flexão
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Estruturas) – Universidade de São Paulo. São Carlos, 2010.

BARIN, D. Carbonatação e absorção capilar em concretos de cimento Portland branco


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