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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS - IFG

CAMPUS APARECIDA DE GOIÂNIA


DEPARTAMENTO DE ÁREAS ACADÊMICAS
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

FACHADA STICK: INFILTRAÇÕES DE ÁGUA EM UM EDIFÍCIO


MULTIPAVIMENTOS DE GOIÂNIA - GO

IGOR MOREIRA CARDOSO

APARECIDA DE GOIÂNIA
2017
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS - IFG
CAMPUS APARECIDA DE GOIÂNIA
DEPARTAMENTO DE ÁREAS ACADÊMICAS
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

IGOR MOREIRA CARDOSO

FACHADA STICK: INFILTRAÇÕES DE ÁGUA EM UM EDIFÍCIO


MULTIPAVIMENTOS DE GOIÂNIA - GO

Trabalho de Conclusão de Curso de


Graduação apresentado ao Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás -
Campus Aparecida de Goiânia como requisito
parcial para a obtenção do título de Bacharel
em Engenharia Civil e desenvolvido na linha de
pesquisa: Construção Civil - Materiais e
Tecnologias, sob orientação da Prof. Esp.
Lorrayne Correia Sousa.

APARECIDA DE GOIÂNIA
2017
RESUMO

As peles de vidro do modelo de fachada stick, estão sendo utilizadas em várias construções na
região metropolitana da cidade de Goiânia. Por se tratar de um modelo novo de fachada no
Brasil e ainda não ter uma norma regulamentadora específica para elas no país, são recorrentes
as patologias nesse tipo de sistema, principalmente quando se trata de infiltrações de água. Por
meio de experiências próprias em obra, este trabalho tem o objetivo de minimizar as falhas em
relação ao processo construtivo deste tipo de fachada, analisando uma obra entregue a 2 anos
para os moradores, que já apresenta patologias relacionadas ao sistema desde o começo do uso
pelos moradores. Neste trabalho serão apresentados todos os componentes da fachada, seu
método construtivo, possíveis patologias e método de armazenamento. Na análise do
empreendimento do estudo, será apresentado as patologias que ocorreram e o que foi feito para
solucioná-las. Espera-se com esse trabalho contribuir para que metodologias e técnicas sejam
aprimoradas e possa-se obter um sistema produtivo mais moderno e eficiente.

Palavras-chave: fachada, stick, pele de vidro, patologias.


ABSTRACT

The curtain wall "Stick" model are being used in several buildings in the metropolitan region
of the city of Goiânia. Because it is a new type of model in Brazil, and still does not have a
specific regulatory standard for them in the country, there are recurrent pathologies in this type
of system, especially when it comes to water infiltrations. By means of own experiments, this
work has the objective of minimizing faults in relation to the constructive process of this type
of curtain wall, analyzing a build delivered to residents 2 years ago, which already presents
pathologies related to the system from the beginning of the use by the residents. In this work
will be presented all the components of the curtain wall, its constructive method, possible
pathologies and storage method. In the analysis of the enterprise of the study, will be presented
the pathologies that occurred, and what was done to solve them. This work is expected to
contribute to improved methodologies and techniques and to a more modern and efficient
production system.

Keywords: curtain wall, stick, wall of glass, pathologies.


Lista de figuras

Figura 1 – Regiões Eólicas (Mapa de Isopletas) ......................................................................20

Figura 2 – Quadros de fachada armazenados na obra ..............................................................21


Figura 3 – Colunas e travessas montadas, recebendo quadro ..................................................23

Figura 4 – Aplicação de fita dupla face o vidro .......................................................................23


Figura 5 – Ventosas sendo presas no vidro ..............................................................................24

Figura 6 – Montagem de quadro na fachada ............................................................................24


Figura 7 – Quadro instalado na fachada ...................................................................................25

Figura 8 –Itens verificados nas visitas in loco..........................................................................27


Figura 9 – Vista interna da esquadria .......................................................................................29

Figura 10 – Vista externa da esquadria ....................................................................................30


Figura 11 – Borracha com defeito ............................................................................................32

Figura 12 – Borracha com defeito ............................................................................................33


Figura 13 – Quadro basculante não encontra o perfil fixo da fachada .....................................34

Figura 14 – Água no perfil da janela, devido ao quadro basculante não encontra o perfil fixo
da fachada ................................................................................................................................34

Figura 15 – Brechas entre perfil lateral e alvenaria .................................................................35


Figura 16 – Serralheiro em cadeirinha suspensa ......................................................................36

Figura 17 – Silicone estrutural na extensão lateral da fachada ................................................36


Figura 18 – Silicone estrutural na extensão lateral da fachada ................................................37

Figura 19 – Borrachas novas nos quadros basculantes ............................................................38


Figura 20 – Quadro basculante fechado perfeitamente ............................................................38
Lista de quadros

Quadro 1 – Etapas da pintura eletrostática ...............................................................................17

Quadro 2 – Tipos de vidro .......................................................................................................18


Quadro 3 – Formulário de verificação......................................................................................28

Quadro 4 – Formulário de verificação respondido...................................................................31


Quadro 5 – Dados do formulário .............................................................................................31
Lista de gráficos

Gráfico 1 – Patologias ..............................................................................................................39


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 13

1.1 Problemática .................................................................................................................... 13

1.2 Hipótese ............................................................................................................................ 13

1.3 Justificativa ...................................................................................................................... 13

2. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 15

2.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 15

2.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 15

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 16

3.1 Materiais componentes da fachada stick ....................................................................... 16

3.1.1 Alumínio .................................................................................................................... 16

3.1.2 Pintura eletrostática ................................................................................................. 16

3.1.3 Vidros ........................................................................................................................ 17

3.2 Armazenamento dos componentes da fachada ............................................................. 21

3.3 Processo construtivo da fachada stick ........................................................................... 21

3.4 Patologias em esquadrias de alumínio ........................................................................... 25

4 METODOLOGIA ............................................................................................................. 26

5 ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......................................................... 29

5.1 Solução ............................................................................................................................. 35

5.1.1 Reparos externos ...................................................................................................... 35

5.2.2 Reparos internos....................................................................................................... 37

6 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................. 40

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 41


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1. INTRODUÇÃO

Em edifícios multipavimentos, a infiltração de água é o maior problema em relação a sua


deterioração, danificando diretamente materiais, reduzindo a eficiência de isolamentos,
causando a corrosão de metais e influenciando manifestações patológicas, que geram um mal
desempenho das vedações verticais. Por fatores, tais como: falhas de projetos, indevidamente
calculados para enfrentar chuvas, ventos e outras forças da natureza, erros durante a fabricação
e instalação da fachada, ou juntas, geralmente são os pontos por onde ocorrem as infiltrações.

Esta pesquisa tem como base de estudo a estanqueidade a água em fachadas do tipo stick, será
um estudo de caso, para identificar se a má instalação das esquadrias é a principal causa de
vazamentos de água em uma fachada de um prédio de múltiplos pavimentos no município de
Goiânia. Com as reclamações dos moradores feitas para a construtora, reuniremos os dados de
onde está acontecendo esse problema e os analisaremos, identificando as possíveis causas e as
possíveis soluções.

1.1 Problemática

Infiltrações de água na fachada stick do edifíco do estudo de caso.

1.2 Hipótese

A hipótese considerada é de que tenha ocorrido falha na instalação da fachada, e/ou não se
seguiu corretamente os procedimentos das normas vigentes e as recomendações da empresa
fabricante da esquadria.

1.3 Justificativa

De acordo com Tosin (2011), com o crescimento da construção civil, a demanda de serviços
aumentou significativamente, e com os prazos sempre mais curtos, a execução das obras
começou a ter uma queda na qualidade do processo construtivo. Com isso, as infiltrações em
janelas também começaram a acontecer devido a sua instalação não ser realizada de maneira
correta. O que remete às falhas de fabricação das esquadrias, na medida que fabricantes,
pressionados pela alta demanda de seus produtos, aceleram seu processo de fabricação, podendo
resultar em produtos de menor qualidade.

A preocupação com a qualidade das esquadrias se intensificou com o Programa Brasileiro de


Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), com o objetivo de conscientizar os usuários
e fabricantes da importância da conformidade com as normas técnicas. O grande problema dos
14

fabricantes é atender os quesitos quanto à estanqueidade, já que cada edificação necessita que
o calculista faça um cálculo diferente para saber como teria que ser a janela, para atender
edifícios de múltiplos pavimentos em diferentes regiões.

No canteiro de obras, o grande problema na instalação de esquadrias é a falta de treinamento


que resulta em mão de obra desqualificada. A pressa para entregar uma obra, e a busca pela
economia são os grandes problemas, quando se trata de qualidade. A mão de obra barata e não
qualificada pode levar a problemas como a penetração de água para o interior do ambiente,
através de juntas mal vedadas, ou frestas. Quando não há controle do material utilizado para a
calafetação entre a parede e o marco, por exemplo, podem ocorrer deformações no perfil do
marco. Desvios de esquadros, nível ou prumo, que podem acontecer, tanto no assentamento das
esquadrias, como no requadramento do vão, ou no assentamento do contramarco, e com isso,
fica prejudicado o funcionamento das janelas (operações de manuseio) e a estanqueidade da
água. As patologias resultantes desse problema são variadas: podem aparecer fissuras nas
paredes, eflorescências, bolhas na pintura, manchas na parede, esboroamento da pintura,
diminuição do conforto acústico e térmico, além disso quando mal instaladas, as esquadrias
deixam passar ar por suas frestas, o que pode ocasionar em um constante barulho de vento
“assobio”.

Se a esquadria não for bem calculada com detalhamento correto, podem ocorrer problemas que,
dependendo da região podem variar, pelas situações a que a esquadria está submetida.
15

2. OBJETIVOS

Esta pesquisa tem os seguintes objetivos:

2.1 Objetivo geral

Verificar as possíveis causas das infiltrações de água encontradas na pele de vidro das fachadas
stick dos apartamentos simplex, instaladas em um edifício multipavimentos.

2.2 Objetivos específicos

 Caracterizar uma obra de uma empresa escolhida e classificar a localização da obra


conforme NBR 6123 “ABNT (1998)”;
 Analisar as ordens de serviço (OS`s) do estudo de caso;
 Visitar in loco para verificação e pesquisar a quantidade de janelas com infiltrações de
água pluvial;
 Propor ações corretivas e/ou melhorias para que não ocorram infiltrações de água nas
fachadas stick da obra em estudo e das obras posteriores da construtora.
16

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A tecnologia de fachada tipo stick, que pressupõe a colagem de vidros com fita dupla face,
requer cuidados na colagem dos vidros nos perfis de alumínio. Esse cuidado se deve a
importância da adesão e compatibilidade de substratos, para evitar infiltrações, ou até o
descolamento de painéis. O sistema stick é feito por meio de colunas verticais, cuja função é
suportar a pressão do vento e receber vedações, que são instaladas em frente à laje das
edificações, com ancoragens próprias. As peças da fachada (colunas, travessas, painéis, e folhas
de vidro) geralmente são instaladas com auxílio de andaimes e/ou balancins (ARRUDA, 2010).

Segundo o engenheiro Pedro Terzi (2005 apud FIGUEROLA, 2005), no sistema stick, a
colagem dos vidros nos quadros da fachada é feita por meio de fitas dupla-face de espuma
acrílica e não precisam de cura. Por isso, a fixação nas esquadrias pode ser feita imediatamente
depois que a fita foi aplicada ao vidro, eliminando a necessidade de estocagem, e acelerando o
cronograma.

Para garantir níveis de adesão satisfatórios entre o produto e o substrato, é necessária a aplicação
de primer de silano (é especifico para uso em vidros, azulejos, e outros materiais
hidrofílicos, em ambientes úmidos. Ele remove a umidade existente para que não prejudique a
adesão da fita. A não aplicação do primer de silano implica na migração da umidade para a fita
enfraquecendo sua adesão) em perfis de alumínio, com pintura eletrostática (DISLON, 2017).

3.1 Materiais componentes da fachada stick

Os materiais que compõem uma fachada stick, são o alumínio, pintura eletrostática e o vidro.

3.1.1 Alumínio
O alumínio serve de estrutura e acabamento para a fachada (ARRUDA, 2010). Por se tratar de
um material leve, é utilizado para fazer as fachadas do estudo. Uma vantagem de se utilizar o
alumínio em fachadas cortina é a possibilidade de escolher o tratamento que este irá receber.
As opções de tratamento do alumínio são em pintura eletrostática, ou anodizada. Essa
especificação cabe ao projeto arquitetônico e suas aplicações devem seguir as normas da
ABNT.

3.1.2 Pintura eletrostática


A pintura eletrostática é o processo mais conhecido, e utilizado para proteção do alumínio, além
de ter um acabamento melhor que a anodização,. Ela é a deposição de tinta sobre a superfície
17

do alumínio, sem alterações químicas do metal, atua como elemento de proteção do alumínio.
Além de se apresentar como solução estética para fachadas, é recomendada para zonas de alta
agressividade, como a marítima e a industrial. A qualidade da pintura é determinada pela fase
de pré-tratamento do alumínio, que inclui o desengraxamento, a neutralização da solução
alcalina do desengraxante e a cromatização, responsável pela aderência da tinta no alumínio. A
tinta em pó funde-se sobre o metal e se polimeriza, formando uma película média em torno de
60 micra a 70 micra, com excelente aderência sobre o alumínio cromatizado (PINI, 1998) . O
processo de pintura eletrostática é dividido em 3 etapas, conforme apresentado no Quadro 1:

ETAPAS DESCRIÇÃO

O metal passa por processos de desengraxe (remoção de óleos e


gorduras), neutralização (da solução alcalina presente durante o
1a Etapa
processo anterior) e a cromatização, responsável pela aderência da
Pré-Tratamento tinta no alumínio. Esse conjunto de etapas dará ao material as
propriedades físico-químicas necessárias e fundamentais para
resistir à corrosão e ao intemperismo. Essa etapa é determinante
para a qualidade da pintura, ressaltando que testes de intemperismo
(com a utilização de raios ultravioletas) deverão ser realizados pelo
fabricante da tinta em pó.

Aplicação de tinta eletrostática a pó sendo feita automaticamente


através de pistolas especiais que carregam a tinta com carga elétrica
oposta à peça em cabines especialmente projetadas para esse fim,
com os devidos cuidados sendo tomados para garantir-se a
2a Etapa homogeneidade da pintura. Esta requer tipos de tinta com
características específicas para cada finalidade de utilização, com
Pintura uma gama variada de cores, sendo as bases mais comuns no
processo de fabricação o epóxi (ambientes internos altamente
agressivos), o poliéster (de uso exterior apresenta grande resistência
a calcinação e ao intemperismo e maresia) e a híbrida (fabricada a
partir de uma composição de epóxi-poliéster).

O alumínio é inserido numa estufa durante ciclo aproximado de 20


minutos, com temperatura efetiva da superfície metálica entre 120º
3a Etapa
C e 200º C, que fará com que a tinta em pó se polimerize formando
Polimerização uma camada de aproximadamente 60 a 70 micra de espessura, com
excelente aderência sobre o alumínio.

Quadro 1 – Etapas da Pintura Eletrostática. (Fonte: Arruda, 2010)

3.1.3 Vidros
A referência para a aplicação de vidros na construção civil é de acordo com a NBR 7199
(ABNT, 2016). A utilização de vidros de segurança é obrigatória em fachadas de qualquer tipo,
18

visando a integridade física dos usuários dos edifícios e dos transeuntes externos. De acordo
com Souza, (2007 apud ROSSO, 2007): "A escolha do vidro se dá em função das necessidades
específicas de cada projeto tais como isolamento termoacústico requerido, segurança,
luminosidade, estética, design etc.". Para as fachadas cortina, temos janelas projetantes
(caixilhos móveis que se projetam para o exterior, nos edifícios de mais de dois pavimentos,
com projeção superior a 0,25 m) e fachadas (vidros verticais) que permitem 4 tipos de vidros,
conforme apresentado no Quadro 2 (ABRAVIDRO, 2016):

TIPO DE DESCRIÇÃO REPRESENTAÇÃO GRÁFICA


VIDRO

No caso de quebra, o vidro não se


desprende do material, não
projeta cacos e mantém o vão
fechado graças a uma película em
Laminado seu interior

A têmpera aumenta em até cinco


vezes a resistência original do
vidro e no caso de quebra, se
estilhaça em centenas de pedaços
Temperado sem lascas cortantes, em pedaços
não pontiagudos e não afiados.
19

No caso de quebra, a rede


metálica presente na sua
composição “segura” os
Aramado estilhaços do vidro, mantendo o
vão fechado.

Em sua composição, a peça


interior deve ser laminada ou
aramada.
Insulado ou
Duplo

Quadro 2 – Tipos de vidros . (Fonte: ABRAVIDRO, 2016)

Para especificar as dimensões e o detalhamento deve-se levar em conta o fator topográfico (se
a edificação na qual será instalada a janela está situada em terreno plano, taludes, morros, ou
vales), dimensão da edificação, altura sobre o terreno, fator estatístico: que considera o grau de
segurança requerido e a vida útil da edificação, mudança de rugosidade do terreno, geometria
da edificação, localização do edifício (litoral, rural, urbana, industrial), rugosidade do terreno.
Conforme a NBR 6123 (ABNT, 1998), a rugosidade do terreno é dividida em cinco categorias:

 Categoria 1: superfícies lisas de grandes dimensões, com mais de 5 km de extensão,


medida na direção e sentido do vento incidente, como mar calmo, lagos e rios, pântanos
sem vegetação;
 Categoria 2: terrenos abertos em nível ou aproximadamente em nível, com poucos
obstáculos isolados, tais como árvores e edificações baixas, como zonas costeiras
planas, pântanos com vegetação rala, campos de aviação, pradarias e charnecas,
fazendas sem sebes ou muros, a cota média do topo dos obstáculos é considerada
inferior ou igual a 1,0 m;
 Categoria 3: terrenos planos ou ondulados com obstáculos, tais como sebes e muros,
poucos quebra-ventos de árvores, edificações baixas e esparsas, como granjas e casas
20

de campo, com exceção das partes com matos, fazendas com sebes e/ou muros,
subúrbios a considerável distância do centro, com casas baixas e esparsas, a cota média
do topo dos obstáculos é considerada igual a 3,0 m;
 Categoria 4: terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco espaçados, em zona
florestal, industrial ou urbanizada, como zonas de parques e bosques com muitas
árvores, cidades pequenas e seus arredores, subúrbios densamente construídos de
grandes cidades, áreas industriais plena ou parcialmente desenvolvidas, a cota média do
topo dos obstáculos é considerada igual a 10 m, esta categoria também inclui zonas com
obstáculos maiores e que ainda não possam ser consideradas na categoria 5;
 Categoria 5: terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes, altos e pouco
espaçados, como florestas com árvores altas, de copas isoladas, centros de grandes
cidades, complexos industriais bem desenvolvidos, a cota média do topo dos obstáculos
é considerada igual ou superior a 25 m.

Para cálculo de velocidade do vento, se utiliza o Mapa de Isopletas, como se vê na Figura 1:

Figura 1 - Regiões Eólicas (Mapa de Isopletas). (Fonte: CEBRACE, 2017)


21

Assim, com esses dados, é possível dimensionar a espessura do vidro que será utilizado na
fachada.

3.2 Armazenamento dos componentes da fachada

De acordo com o manual do fabricante da 3M (2017), o armazenamento dos materiais que


compõem a fachada na obra na obra, para que o produto fique bem conservado, deve ser em
local isolado, para que não entre em contato com outros materiais. Os quadros da fachada
devem ser empilhados, um em cima do outro, separados por um espaçador, conforme se observa
na figura 2:

Figura 2 – Quadros de fachada armazenados na obra. (Fonte:3M, 2017)

O local precisa estar seco, pois a umidade pode danificá-los caso possuam vidro laminado.
Eventuais proteções, que vierem nas peças só devem ser retiradas após o término da obra.

3.3 Processo construtivo da fachada stick

De acordo com Potiguara (2017) o primeiro passo para iniciar uma fachada tipo stick, é tirar as
medidas prévias para determinar às aberturas dos vãos delimitados pela estrutura da edificação,
e com essas medidas as colunas e travessas serão especificadas, em seguida se determina os
locais de instalação dos perfis.

Um mapeamento da fachada, tem que ser realizado, para a conferência de nivelamento da


estrutura (cota das lajes e vigas nos pontos de fixação) antes da fixação das ancoragens e inserts,
de forma a garantir o prumo da estrutura, conforme tolerância do sistema de fachada adotado,
corrigindo defeitos com apicoamento do concreto (armadura não deve ficar exposta) ou
utilizando de grout e/ou calços.
22

Para se identificar os pontos a serem corrigidos para conseguir um alinhamento vertical, são
descidos arames fachadeiros, paralelos a vertical da fachada, deve-se atentar para as condições
climáticas do local, no momento que estiver sendo realizada a conferência, para que não haja
erros. Com a conferência de prumo feita, tem-se os dados para realizar o dimensionamento dos
perfis utilizados, a partir da modulação vertical e horizontal, do posicionamento e das
quantidades de ancoragens, levando-se também em consideração a altura e arquitetura do
prédio.

Após a conferência, são fixadas as ancoragens e inserts metálicos na estrutura, na face frontal
das vigas (ARRUDA, 2010), com a utilização de chumbadores químicos ou de expansão ou
mesmo através de soldagem, sempre conforme projeto. Na montagem da estrutura são
utilizados equipamentos específicos garantir o alinhamento e prumo, como níveis a laser, prumo
de centro, prumo de pedreiro, nível de bolha, o que se encaixar melhor na devida situação.
Assim como, na conferência de prumo da fachada, deve-se tomar cuidado com as intempéries,
para que não haja interferência nas marcações.

A fixação das ancoragens, geralmente é realizada quando a estrutura do prédio já está finalizada,
porém é possível se fazer um planejamento, onde, a cada pavimento que é feito, a fixação das
ancoragens também é feita. Após a fixação das ancoragens, são fixadas nelas, as colunas e
travessas, em um processo rápido e contínuo, uma vez que seus perfis já chegam usinados da
fábrica, sendo necessário apenas a sua fixação. Após o processo de fabricação, elas são enviadas
à obra para seu processo de instalação seja iniciado.

Primeiramente são fixadas nas ancoragens, as colunas (elementos verticais), após o término da
sua instalação, são fixadas as travessas (elementos horizontais) que se encaixam nas colunas,
como se observa na Figura 3:
23

Figura 3: Colunas e travessas montadas, recebendo quadro. (Fonte: Fachada Atlanta – Belmetal, 2017)

Problemas associadas ao prumo e nivelamento dessas fachadas podem surgir, e sua correção se
dá de forma rápida, uma vez que o realinhamento das colunas e travessas corrige o problema.
Entretanto, essa correção tem que se dar em etapa anterior à colagem dos vidros, uma vez que
os mesmos, após fixados, tornam o processo mais lento. Quando a estrutura está finalizada, ela
recebe os quadros de fachada, com os vidros já devidamente colados, conforme procedimentos
a seguir:

Passo 1: Fazer a limpeza do vidro a ser colado no quadro com silano. Depois é feita a colagem
da fita no vidro de maneira cautelosa, para que não fiquem bolhas de ar. Após a colagem da
fita, ela é pressionada contra o vidro, utilizando um rolete de borracha. A fita deve ser aplicada
no lado do vidro que ficará voltado para a face interna da obra, como pode ser observado na
figura 4:

Figura 4: Aplicação de fita dupla face no vidro. (Fonte: Autor, 2017)


24

Passo 2: Para a limpeza do quadro que irá receber o vidro se utiliza o primer. Após a colagem
do vidro no quadro, é passado um alicate com dois roletes nas pontas, para se garantir a adesão,
como se vê na figura 5:

Figura 5: Ventosas sendo presas ao vidro. (Fonte: Autor, 2017)

Passo 3: Após a colagem os quadros já podem ser instalados imediatamente. Se indica que os
quadros tenham abas, para uma maior segurança na hora da instalação, como pode ser
observado na figura 6:

Figura 6: Montagem de quadro na fachada. (Fonte: Autor, 2017)


25

Passo 4: Fixar o quadro com vidro colado, como pode ser observado na Figura 7, na estrutura
da fachada:

Figura 7: Quadro instalado na fachada. (Fonte: Autor, 2017)

Após a fixação dos quadros, é feita uma conferência, para se verificar (jogando água) se houve
alguma brecha nos perfis, para que seja tampada, com o objetivo de evitar a infiltração de água.

3.4 Patologias em esquadrias de alumínio


Segundo Bernardes (1998), os problemas em esquadrias de alumínio se apresentam
principalmente nas seguintes ocorrências: má vedação, dificuldade no deslizamento, vibração,
problemas nas trincas e fechaduras, fora de esquadro, e guarnições.
De acordo com Yazigi (2003), deve-se atentar para a escolha correta dos materiais na hora da
compra, deve ser solicitado ao fabricante certificados que comprovem que o produto está de
acordo as normas pertinentes. Devido ao fato de que um melhor critério na aquisição do produto
eliminaria 88% dos problemas citados, excetuando a falta de esquadro. Ainda segundo o
engenheiro, as esquadrias devem atender as seguintes condições: estanqueidade ao ar,
estanqueidade a água, resistência a cargas uniformemente distribuídas, resistência a operações
de manuseio, comportamento acústico.
26

4 METODOLOGIA

Na primeira etapa da pesquisa realizou-se a revisão bibliográfica, buscando conhecer as


pesquisas já realizadas com a referida temática e também o estudo do referencial teórico,
incluindo metodologias construtivas, materiais componentes, armazenamento e possíveis
patologias presentes em uma fachada stick.

Escolheu-se um estudo de caso, caracterizou-se a obra e a empresa escolhida. Além de obter a


classificação conforme NBR 6123 (ABNT, 1998) da localização da obra. Para preservar o
anonimato da construtora, na presente pesquisa o prédio receberá o nome fictício de
Condomínio Azul.

O estudo avaliou o serviço de instalação de fachada tipo stick no referido prédio, a partir da
observação e da análise de dois (2) instrumentos que serviram para levantamento dos dados:
ordens de serviço (OS´s) abertas pelos moradores via e-mail, sobre infiltrações e visita in loco
no condomínio para avaliação das condições das esquadrias com relato de infiltrações nas
janelas.

Foram estudadas as Ordens de Serviços (OS´s) abertas por moradores por e-mail após a entrega
da obra e identificou-se as patologias descritas nas OS´s. Entre as diversas patologias relatadas
pelos moradores nas OS, optou-se por avaliar somente as OS´s abertas pelos moradores do
condomínio e com registro de infiltração nas peles de vidro dos quartos, dos apartamentos tipo
simplex, por terem sido as únicas esquadrias que relataram esse problema. Como o prédio já
foi entregue pela construtora e já possui quase todas as unidades vendidas, foram analisadas as
OS’s já abertas pelos moradores, até maio de 2016. Com base nas normas técnicas de
construção das esquadrias NBR 10821 (ABNT, 2017); NBR 7199 (ABNT, 2016), na leitura
das OS´s e na observação in loco, os seguintes tópicos ou itens foram verificados, como se vê
na figura 8:
27

Qual problema ocasionou a infiltração?

Defeito de fabricação Mal-uso da esquadria


pelos moradores

Erro no transporte da peça Erro na instalação da


até o local onde foi peça
instalada

Erro no armazenamento da
esquadria na obra
Figura 8: Itens verificados nas visitas in loco. (Fonte: Autor, 2017)

Realizou-se visitas in loco com o objetivo de produzir um relatório, a partir da verificação dos
serviços realizados para resolução dos problemas de infiltração relatados pelos moradores. Essa
etapa de estudo in loco da situação das esquadrias nos apartamentos foi realizada mediante
autorização dos moradores. Nos apartamentos foram feitos registros fotográficos das
esquadrias. Por meio dos seguintes questionamentos, criou-se o formulário exposto no Quadro
03:

 Existe passagem de água pelas esquadrias em caso de chuva quando as mesmas estão
fechadas?
 Existe passagem de vento pelas esquadrias quando as mesmas estão fechadas?
 As esquadrias apresentam algum tipo de ruído em dias de ventos fortes quando as
mesmas estão fechadas?
 Existe mancha de bolor na parede próximo as esquadrias, propiciada pela água?
 Qual a intensidade das chuvas para que a infiltrações ocorram?
28

Quadro 03: Formulário de verificação. (Fonte: Autor, 2017)

Após a análise dos dados, o próximo passo foi a busca por uma possível solução para alguns
dos problemas identificados nas esquadrias, a partir do que é indicado nas normas para
esquadrias de alumínio: NBR 10821 (ABNT, 2017) e NBR 7199 (ABNT, 2016). Os problemas
que já foram solucionados também fazem parte do escopo desta pesquisa, de maneira que foram
descritos os problemas recorrentes, porque eles aconteceram, e quais as soluções encontradas.
Os problemas que ainda não foram solucionados, também estão catalogados. Tabulou-se os
resultados comparando os problemas, suas possíveis soluções e qual solução resolveu cada
problema e montou-se um gráfico, com a porcentagem dos problemas mais recorrentes. Foi
proposto ainda, soluções para que esses problemas não sejam recorrentes nas próximas obras
da construtora.
29

5 ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O condomínio Azul trata-se de um prédio alto padrão residencial com uma torre, contendo 37
(trinta e sete) pavimentos. Tal prédio foi construído no setor Marista, no Município de Goiânia
entre 2012 e 2014, e entregue para os moradores em agosto de 2014. A obra foi realizada por
uma parceria de duas grandes construtoras brasileiras, que juntas somam mais de 50 anos de
experiência, com obras em Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo. O
edifício possui 33 apartamentos simplex (139 m2), e 17 duplex (157 m2).

De acordo com a NBR 6123 (ABNT, 1998) a categoria que a edificação do estudo se enquadra
é a: 5 (terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes, altos e pouco espaçados, como
florestas com árvores altas, de copas isoladas, centros de grandes cidades, complexos industriais
bem desenvolvidos, a cota média do topo dos obstáculos é considerada igual ou superior a 25
m. O vidro é considerado para área externa, em um terreno plano, de uma região eólica
classificada como “Região 2”. O vidro escolhido para a obra em estudo foi o laminado de 8
milímetros, na cor verde refletivo.

As esquadrias do estudo são de alumínio do tipo stick, sendo do modelo basculante, sempre
duas, uma do lado da outra, como se observa nas figuras 9 e 10 de medidas totais 1680x1940
milímetros:

Figura 9: Vista interna da esquadria. (Fonte: Autor, 2017)


30

Figura 10: Vista externa da esquadria. (Fonte: Autor, 2017)

Foram realizadas visitas “in loco” nos apartamentos cujo os moradores abriram OS`s, com
relação ao problema de infiltrações de água nas respectivas peles de vidro dos quartos. No
período entre agosto de 2014 e maio de 2016, foram registradas 36 OS´s com descrição de
patologias em esquadrias de alumínio. Desse total foram registradas 20 OS´s de reclamações
relacionadas ao problema de infiltrações, todas elas na pele de vidro do quarto casal. Como
amostragem para a presente pesquisa, optou-se por estudar 10 casos, o que representa 50% do
universo da pesquisa.

Na análise da fachada stick, por meio do formulário de verificação respondido, como se vê no


Quadro 04:
31

Quadro 04: Formulário de verificação respondido. (Fonte: Autor,2017)

Em todos os apartamentos houveram infiltrações de água pelas esquadrias em caso de chuva,


também em todos os apartamentos ocorreram passagens de vento pelas esquadrias, em 8
aconteciam ruídos provenientes das peças, em 3 foram constatadas manchas ou bolores nas
paredes que se encontra a esquadria, e em 5 foram observados defeitos em algum acessório na
esquadria, como se observa no Quadro 05 a seguir:

Quadro 05: Dados do formulário. (Fonte: Autor, 2017)


32

Dentro dos apartamentos os moradores, ao serem questionados sobre qual a intensidade a chuva
tem que acontecer para que ocorra a infiltração, em todos os casos, a resposta foi que as
infiltrações só ocorrem em chuvas de grande intensidade, e com ventos direcionados para a
fachada. Mediante essas observações, foram analisados quais problemas possivelmente
ocorreram para que essas falhas tenham acontecido.

Observou-se as possíveis ocorrências de falhas durante o processo de fabricação das esquadrias,


como por exemplo, falta de alguns acessórios, ou componentes. Os defeitos de fabricação
constatados em alguns apartamentos foram as borrachas superiores dos quadros basculantes
que estavam soltas, e/ou cortadas, e/ou amassadas, como pode ser observado nas figuras 11 e
12:

Figura 11:Borracha com defeito. (Fonte: Autor, 2017)


33

Figura 12: Borracha com defeito. (Fonte: Autor, 2017)

Em seguida foi analisado se houve algum erro no transporte da peça até o local onde foi
instalada. A empreiteira contratada para a realização da pele de vidro no edifício relatou que o
transporte das peças até o local de instalação foi feito de maneira cautelosa, por meio de
caminhão tipo baú fechado, com as paredes protegidas por blocos de espuma, e deixados na
obra em local reservado para as peças.

Quanto ao armazenamento das peças na obra, segundo o relato do engenheiro responsável pela
obra, as peças eram armazenadas de acordo com o manual do fabricante da 3M (2017). As peças
eram armazenadas em local isolado e seco, pois a umidade pode danifica-los, por possuírem
vidro laminado. Para que não entrassem em contato com outros materiais, os quadros de fachada
ficavam empilhados, conforme figura 2, somente saiam deste local, para serem fixados na
estrutura da fachada.

Como as esquadrias começaram a apresentar problemas imediatamente após a entrega dos


apartamentos, descartou-se assim a possibilidade das infiltrações terem ocorrido devido a um
mal uso das esquadrias pelos moradores.
Ao ser analisado se havia algum erro na instalação das peças, foram observadas algumas
incoerências. Foi constatado que em algumas janelas o quadro basculante ao ser fechado, não
encostava perfeitamente com o perfil da fachada para dar a estanqueidade necessária, como se
observa nas figuras 13, 14:
34

Figura 13: Quadro basculante não encontra o perfil fixo da fachada. (Fonte: Autor, 2017)

Figura 14: Água no perfil inferior da janela, devido ao quadro basculante não encontrar o perfil fixo da fachada.
(Fonte: Autor,2017)

Também pode-se observar que na parte externa da fachada, a emenda de perfil não foi feita
utilizando uma luva, causando desnivelamento da fachada e a deixando fora de prumo, assim
gerando infiltração de água entre os perfis. A fachada tem que ser uma estrutura monolítica,
contínua, onde nas suas emendas deveriam existir luvas, para evitar a descontinuidade, porém
foram observados pontos onde a fachada é interrompida, e continua alguns centímetros acima.
No encontro entre o perfil lateral da fachada e a alvenaria também foram constatadas brechas,
que não deveriam existir, como se observa na figura 15:
35

Figura 15: Brechas entre perfil lateral e alvenaria. (Fonte: Autor, 2017)

5.1 Solução
Como o número de OS`s aumentou significativamente, a construtora juntamente com a
empreiteira responsável pela fachada “stick”, decidiu fazer uma intervenção em todos os
apartamentos tipo simplex do condomínio azul. Os procedimentos para correção foram
realizados pelas partes internas e externas da fachada. Foram contratadas duas equipes, para
fazer o tratamento da fachada, cada uma composta por um serralheiro e um ajudante. Cada uma
das equipes teve seu serralheiro para fazer os devidos reparos externos.

5.1.1 Reparos externos


Os reparos na parte externa da fachada foram realizados por um profissional utilizando
cadeirinha suspensa, presa por cabo de aço e linha de vida, como se vê na figura 16:
36

Figura 16: Serralheiro em cadeirinha suspensa. (Fonte: Autor, 2017)

Este profissional, passou silicone estrutural de cor preta em toda extensão lateral do encontro
da fachada com a alvenaria, tanto do lado esquerdo, quanto do direito, como se vê nas figuras
17 e 18:

Figura 17: Silicone estrutural na extensão lateral da fachada. (Fonte: Autor, 2017)
37

Figura 18: Silicone estrutural na extensão lateral da fachada. (Fonte: Autor,2017)

Onde a fachada era interrompida no meio do prédio e continuava alguns centímetros acima, foi
colocada uma borracha na parte superior do quadro basculante, que passou a vedar a entrada de
água, trabalhando como uma pingadeira.

5.2.2 Reparos internos


Nos pontos desnivelados da fachada, onde deveriam ter sido colocadas luvas, para se fazer
emendas, foi desmontado o acabamento superior da janela e foi passado silicone estrutural,
devido a inviabilidade de se desmontar a fachada, para que fossem colocadas luvas e emendas
nos perfis, o silicone foi passado em todo o contorno do perfil, e espalhado pelo perfil.

Nos apartamentos onde foram observadas borrachas superiores com defeito, todas foram
retiradas e substituídas por borrachas novas, como se vê na figura 19:
38

Figura 19: Borrachas novas nos quadros basculantes. (Fonte: Autor, 2017)

Nos quadros que ao serem fechados não se encontravam perfeitamente com o perfil da
fachada, a regulagem das janelas foi feita, e onde os braços de fachada estavam danificados,
todos foram substituídos por novos, como se vê na figura 20:

Figura 20: Quadro basculante fechado perfeitamente. (Fonte: Autor, 2017)

No gráfico 1, podemos observar quais são os problemas mais recorrentes no universo


pesquisado:
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Falta de silicone no encontro do


perfil lateral da fachada com a
17% alvenaria
Fachada descontínua
35%

Falta de luva para emenda de perfil

28% Borrachas de quadro basculante


com defeito

Bracinho de fachada com defeito


3%
17%

Gráfico 1: Patologias. (Fonte: Autor, 2017)

A falta de silicone no encontro do perfil lateral da fachada com a alvenaria é o problema mais
recorrente na fachada, seguido por borrachas de quadro basculante com defeito, falta de luva
para emenda de perfil, bracinhos com defeito, e por último a fachada descontínua.
40

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho foi possível perceber os tipos de patologias mais recorrentes em esquadrias de
alumínio, sendo analisado mais a fundo, as infiltrações de água. Por meio do estudo de caso,
foram analisados alguns itens para se verificar, por que as infiltrações estavam ocorrendo. Foi
analisado se ocorreu alguma falha na fabricação da peça, se faltava algum acessório, ou
componente; se houve erro no transporte da peça até o local; seu armazenamento na obra; mal-
uso pelos moradores; erro de instalação.
Para solucionar os problemas identificados, eles foram divididos em reparos que deveriam ser
feitos internamente (por dentro dos apartamentos), e externamente (pela fachada do prédio, com
profissional utilizando cadeirinha suspensa). Nos reparos internos, onde deveriam ter sido
colocadas luvas para emenda de perfil, foi passado silicone estrutural, as borrachas dos quadros
basculantes com defeito, foram substituídas por novas, e onde os braços de fachada estavam
com defeito, foram trocados por novos.
A partir das análises feitas neste estudo, foi possível perceber a importância de se seguir as
NBR`s, e na ausência dela, se seguir o manual do fabricante. As ações corretivas foram
eficientes, e até a data final desta pesquisa nenhum morador voltou a reclamar dos problemas
de infiltração de água em suas respectivas esquadrias.
Para obras futuras, a compra dos materiais deve ser realizada com cautela, para que não falte
nenhum componente da fachada, a empresa contratada para a montagem do sistema deve ser
especializada, e a conferência do serviço realizado deve ser feita por um profissional capacitado
por treinamento, que tenha conhecimento da fachada em questão, para que não deixe passar
nenhum quesito fundamental, para o bom funcionamento da fachada. Apesar de não termos
uma norma específica para esse tipo de sistema no país, é importante seguir as normas do
fabricante e o engenheiro ter cautela na falta de alguma informação, para que não ocorram
falhas.

O objeto deste trabalho foram as infiltrações de água na fachada tipo stick, porem existem outros
itens que poderiam ser abordados quanto a esse sistema, como sua viabilidade econômica,
velocidade de instalação, dentre outros. Todos esses assuntos podem ser objetivos de novos
projetos de pesquisa, que iriam contribuir para um melhor desenvolvimento na montagem deste
tipo de fachada. O sistema de fachadas tipo pele de vidro, ainda não possui uma norma
específica no Brasil. Sendo assim, espera-se que com esta pesquisa se tenha contribuído para
um melhor conhecimento sobre o assunto, e possíveis soluções para futuras obras de fachadas
de alumínio e vidro.
41

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT NBR6123 Forças devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro: 1998.

_______NBR 7199 – Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações. Rio de


Janeiro: 2016

_______NBR 10821 – Esquadrias para Edificações. Rio de Janeiro: 2017

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YAZIGI, W. A técnica de edificar. 5.ed. São Paulo:PINI, 2003. 669 p.


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