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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURICIO DE NASSAU

PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO

ALINE MARIA VILA NOVA


CAMILA CAROLLINE RODRIGUÊS DE MORAES
MARIA EDUARDA MARQUES

LAUDO TÉCNICO DO EDIFÍCIO LÓBRAS

Recife
2018
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1. LOCAL DA PERÍCIA

Condomínio Edifício Lobrás


Av. João de Barros, 1812 – Encruzilhada
Recife – PE
CEP – 52021-180

Figura 01 – Localização do edifício

2. SOLICITANTE DA CONTRATAÇÃO DOS SERVIÇOS

Universidade Maurício de Nassau


R. Guilherme Pinto, 114 - Graças
Recife – PE
CEP – 52011-210

# A/C Pryscilla de Barros Gonçalves (Professora)


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3. ENGENHEIRO CIVIL

Aline Maria Vila Nova (Engenharia Civil)


Camila Carolline Rodriguês de Moraes (Engenharia Civil)
Maria Eduarda Marques (Engenharia Civil)

R. Guilherme Pinto, 114 - Graças


Recife – PE
CEP – 52011-210

Foto 01 – Equipe

4. OBJETOS PERICIADOS

4.1. - Pintura e Desplacamento das Fachadas


4.2 – Desagregação do Concreto (Pavimento Térreo)
4.3 – Infiltrações
4.1.4 – Oxidação
4.1.5 – Fissuras e trincas
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Aline Maria Vila Nova, Camila Carolline Rodriguês de Moraes e Maria Eduarda
Marques – Estudantes de Engenharia Civil – 8º Período na Universidade Maurício
de Nassau, apresenta seu parecer técnico conforme segue:

Estamos encaminhando de forma documental, um LAUDO TÉCNICO DE


ENGENHARIA CIVIL, com emissão de PARECER TÉCNICO DE RESISTÊNCIA E
COMPATIBILIDADE DOS MATERIAIS de acabamento, revestimento e
impermeabilização das estruturas existentes neste condomínio.

O presente Laudo Técnico possui um total de 26 folhas (frente) de detalhamentos


técnicos, numeradas, do início ao fim, de forma sequencial e um total de 26 fotos
(datadas), também numeradas, dos setores vistoriados, com o objeto de fornecer
subsídios técnicos para futuras intervenções.

Considerações preliminares:

1 - Finalidade

O presente Laudo Técnico tem a finalidade de relatar as anomalias relacionadas à


resistência contra destacamentos e estabilidade dos revestimentos externos
(fachadas), impermeabilização de estruturas e outras análises referentes às áreas
internas do Edifício, após vistoria executada “in loco” no Condomínio Edifício Lobrás,
localizado na Av. João de Barros, 1812 – Recife – PE.

2 – Características do Edifício objeto do presente estudo

O Edifício periciado é comercial no primeiro andar e residencial nos demais, sendo


constituído por (01 pavimento térreo, + 1 pavimento de salas comerciais + 3
pavimentos tipo) = 4 pavimentos.

3 – Descritivo dos objetos periciados

Os objetos periciados, discriminados a seguir, foram vistoriados e fotografados em


(05/11 e 06/11) de 2018, de forma documental, conforme segue:
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DESCRITIVO DOS OBJETOS PERICIADOS

Item 4.1 - Pintura e Desplacamento das Fachadas:

As pinturas das fachadas estão abaixo do desempenho esperado, sendo


percebidos o destacamento das tintas evidenciando um estado de abandono do
prédio. Foi observado também a presença de mofo, ou seja, surgimento de
manchas escurecidas e que exalam fortes odores. Além disso o prédio apresenta
muitas pichações ao longo de suas fachadas.

Existe também a ocorrência de desplacamento do revestimento cerâmico


tanto na fachada frontal do prédio, como ao longo de todo o piso, isso pode
acontecer devido a deficiências de execução do assentamento das peças ou até
falta de rejuntamento (Foto 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11 e 12).

Por essas razões deverão ser feitos serviços de pintura ao longo de toda a
fachada, bem como a aplicação de revestimento cerâmico em complementação ao
que foi destacado. Além disso é necessário a reparação de infiltrações ou
vazamentos que possam existir, devido à presença do mofo, e após isso fazer a
devida limpeza, aplicação do selador e finalizar com a pintura.

Informo que não tivemos acesso a área onde está localizada a loja Ricardo
Eletro, devido ao fato da mesma estar fechada a bastante tempo.

Foto 02 – Visão Frontal do Edifício


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Foto 03 – Visão Lateral - Direita do Edifício

Foto 04 – Visão Lateral - Esquerda do Edifício

Foto 05 – Desplacamento na Fachada Frontal


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Foto 06 – Desplacamento na Fachada Frontal

Foto 07 – Desplacamento dos rodapés no pavimento térreo


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Foto 08 – Desplacamento nos pilares do pavimento térreo

Foto 09 – Desplacamento no pilar da fachada frontal


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Foto 10 – Destacamento da pintura no pavimento térreo

Foto 11 – Destacamento dos rodapés nos demais pavimentos


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Foto 12 – Desplacamento no pilar do pavimento térreo


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SUGESTÃO DE EXECUÇÃO DE SERVIÇOS

Item 4.1 - Pintura e desplacamento:

Sugere-se ao edifício uma nova aplicação da pintura em todas as fachadas e


reaplicação dos revestimentos cerâmicos nos locais onde foram destacados, a fim
de garantir a beleza visual do prédio e consequentemente valorização do mesmo.

Os itens de execução destes serviços, por nós sugeridos, serão destacados


abaixo e contam com um detalhamento e roteiro de execução para as diversas
etapas de trabalho a serem executadas.

SERVIÇOS E ETAPAS DE EXECUÇÃO

Item 4.1 - Pintura e desplacamento

1.0 DESPLACAMENTO:

1.1. – LIMPEZA:

Limpar bem a superfície, removendo-se sujeiras, pulverulências,


eflorescências, substâncias gordurosas, bolor, e demais resíduos que se possa
conter.

1.2. – EMBOÇO:

Verificar o estado do emboço onde será assentado o revestimento, caso não


estejam em bom estado remover o emboço nesses locais e reexecutar o emboço,
onde for necessário de forma a nivelar o local.

1.3. – APLICAÇÃO DO REVESTIMENTO:

Após a aplicar argamassa colante, devendo a mesma ter resistência


mecânica e posteriormente assentar o revestimento.

2.0 PINTURA:

2.1. DESTACAMENTO DO REVESTIMENTO

Deverão ser removidas as camadas de argamassa de revestimento que se


encontrarem destacadas e soltas da alvenaria de fechamento das fachadas.

2.2. ESTUCAMENTO DAS SUPERFÍCIES

Após o destacamento do revestimento, sobre as áreas de argamassa


removidas, deverá ser executado um estucamento desempenado em textura fina
com a utilização de argamassa industrializada pré-misturada de alta aderência.

2.3. LIXAMENTO

As superfícies deverão passar por um processo de lixamento leve com a


utilização de lixas de gramatura específica para esta etapa, fazendo com que sejam
removidas as películas de tinta destacadas das superfícies a serem tratadas.
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2.4. LIMPEZA E LAVAGEM

Após o lixamento, todas as fachadas externas deverão ser lavadas e jateadas


com água pura e equipamento de alta pressão (WAP), removendo-se o mofo,
poluição, tinta destacada ou calcinada e outras substâncias depositadas sobre as
superfícies.

2.5. FUNDO SELADOR

Após a lavagem completa, deverá ser aplicada sobre as fachadas, 01 (uma)


demão de fundo selador como base de pintura.

2.6. PINTURA

Deverão ser aplicadas 02 (duas) demãos de tinta látex PVA em cores


padronizadas conforme catálogo do fabricante, como pintura final de acabamento.
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Item 4.2 – DESAGREGAÇÃO DO CONCRETO (PAVIMENTO TÉRREO):

Desagregação é o termo usado para nomear a separação física do concreto,


que se desprende em pedaços ou placas. O problema ocorre com a perda da
função ligante do cimento, e suas causas são diversas, sendo possível destacar a
movimentação de fôrmas, corrosão ou calcinação do concreto, ataques biológicos,
carbonatação, perda de aderência e desgaste do concreto. Quando a desagregação
acontece, a estrutura perde a capacidade de resistir aos esforços solicitados.

Vários são os fatores que podem ser causadores da desagregação:


fissuração, movimentação das formas, corrosão do concreto, ataques biológicos e o
fenômeno da calcinação que consiste na perda de resistência e mudança de cor do
concreto, que ocorre quando o mesmo se encontra na presença de fogo e começa a
se desintegrar em uma temperatura próxima à 600º C.

Foi visto que em alguns pilares ocorria a desagregação do concreto fazendo


com que o ferro ficasse exposto, o que faz com que a peça perca parte de sua
função estrutural.

Uma coisa que chamou bastante atenção foi a espessura da camada do


cobrimento das armaduras que possui cerca de 45 mm, bem maior do que o
cobrimento mínimo, previsto na norma NBR 6118:2014, de 20 mm.

Foto 13 – Desagregação do pilar no pavimento térreo


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Foto 14 – Desagregação no teto no pavimento térreo

SUGESTÃO DE EXECUÇÃO DE SERVIÇOS

Item 4.1.2 – Desagregação do Concreto

A deterioração do concreto ocorre muitas vezes como resultado de uma


combinação de diferentes fatores externos e internos. São processos complexos,
determinados pelas propriedades físico- químicas do concreto e da forma como está
exposto. Os processos de degradação alteram a capacidade de o material
desempenhar as suas funções, e nem sempre se manifestam visualmente.

SERVIÇOS E ETAPAS DE EXECUÇÃO

Item 4.1.2 - Desagregação do Concreto

Deverão ser feitos reparos superficiais, devendo ser feitos a remoção de


todos os resíduos no local de aplicação e após isso deve ser aplicada argamassa
colante de modo a garantir o cobrimento da armadura e retardar sua corrosão.
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Item 4.1.3 – INFILTRAÇÕES

A infiltração é um problema bastante recorrente em construções civis. A


grande maioria dos materiais utilizados nas construções são porosos. Cada um em
determinado grau, mas ainda assim apresentam espaços por onde a água se infiltra.
O concreto por exemplo, que é largamente utilizado nas construções no Brasil,
apresenta um grau de porosidade relativamente alto, e se não houver uma boa
impermeabilização, certamente vai ter problemas com infiltrações.

Apesar de ser um problema bastante comum em edificações, é necessário se


atentar de que as mesmas podem trazer sérios danos para toda a edificação, como
a oxidação da armadura e assim sua corrosão, carbonatação do concreto e demais
problemas que possam comprometer a estrutura de um determinado edifício.

Foi identificado graves problemas de infiltração ao longo de todo o teto do


pavimento térreo causada devido a vazamentos vindos da tubulação de esgoto dos
demais andares (Foto 15 e 16).

A infiltração causou em alguns pontos a desagregação do concreto além de


danificar toda a pintura do teto, comprometendo todo o aspecto visual do
estacionamento do prédio.

Foi encontrado também pontos de infiltração em alguns dos apartamentos


visitados (Foto 17, 18 e 19).

Foto 15 – Infiltração no teto no pavimento térreo


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Foto 16 – Infiltração nos pilares no pavimento térreo

Foto 17 – Infiltração no teto da Sala 201


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Foto 18 – Infiltração no teto da Sala 203

Foto 19 – Infiltração no teto da Sala 207


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SUGESTÃO DE EXECUÇÃO DE SERVIÇOS

Item 4.1.3 – Infiltrações

Para tratamento de qualquer infiltração é imprescindível que seja conhecido a


sua causa antes da correção, pois de nada vai adiantar a reparação do reboco,
emboço, forro ou pintura se o problema não for resolvido, pois o mesmo com certeza
voltaria a acontecer.

Após correção da causa da infiltração fazer as devidas correções no reboco,


emboço e pintura, fazendo com que tenha um aspecto visual bem mais agradável e
evitando que o mesmo volte a acontecer.

SERVIÇOS E ETAPAS DE EXECUÇÃO

Item 4.1.3 - Infiltrações

1.0 – Correção do Problema

Primeira coisa a se fazer é a correção do vazamento na tubulação de esgoto


do 1º pavimento, com a troca de toda a tubulação, tendo em vista que a tubulação
antiga era toda em ferro fundido e a mesma está bastante comprometida.

2.0 – Remoção

Após a correção do problema deverão ser removidos todas as camadas que


se encontram afetadas com manchas, bolor, descascamento.

3.0 – Aplicação de Reboco, Emboço e Pintura:

Fazer a aplicação de aditivos impermeabilizantes e após executar a aplicação


de reboco no traço de 1:3 de cal e areia final, em seguida refazer todo o reboco
fazer o emboço, onde for necessário de forma a nivelar o local. Por fim fazer a
aplicação 01 (um) demão de selador e posteriormente aplicação de 02 (duas)
demãos de tinta acrílica fosca em cores padronizadas conforme catálogo do
fabricante, como pintura final de acabamento.
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Item 4.1.4 – OXIDAÇÃO

A corrosão é definida como a deterioração de um material, geralmente


metálico, em virtude da ação do meio ambiente que modifica o material por meio de
um processo espontâneo. Isso pode acarretar a inutilização de estruturas de uso
corrente no dia-a-dia. A oxidação ocorre quando o material fica exposto ao contato
com gases nocivos ou com a umidade, necessitando, por isso, de cuidados para
prolongar sua vida útil.

Foi visto no dia da visita que um dos pilares no pavimento térreo apresentava
a armadura corroída, devido a própria desagregação do concreto que fez com que o
mesmo ficasse exposto a agentes nocivos. Não se pode afirmar o estado das
demais armaduras, devido ao fato de que o cobrimento não permite a visualização,
mas nos pontos onde aparecem as armaduras foi demonstrado que estão oxidadas,
inclusive por causa de infiltrações que acontecem.

A corrosão pode ter como consequência a diminuição da seção da armadura


e fissuração do concreto em direção paralela a esta, consequentemente pode surgir
manchas avermelhadas, produzidas pelo óxido de ferro

Foto 21 – Oxidação do ferro no pilar


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Foto 22 – Oxidação no teto do pavimento térreo


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SUGESTÃO DE EXECUÇÃO DE SERVIÇOS

Item 4.1.4 – Oxidação

É imprescindível para combater a oxidação a correta proteção da armadura


segundo as normas da ABNT 6118:2014. A fim de que a peça estrutural não as
propriedades pela qual foram designadas.

SERVIÇOS E ETAPAS DE EXECUÇÃO

Item 4.1.4 - Oxidação

1.0 – Delimitação da Área

A primeira coisa que deve ser feita é a identificação de toda a área afetada,
devendo ser feita um corte com serra circular, deixando toda a área a mostra, após
deve ser feita a escarificação do concreto solto e deteriorado e após limpeza do
produto de corrosão formado, de forma manual, com jatos de areia.

2.0 – Pintura e Cobrimento

Em seguida deve –se fazer a pintura na superfície do metal para maior


proteção e aplicação de uma ponte de aderência, para facilitar na hora do
preenchimento. Posteriormente deve-se fazer o preenchimento com argamassa de
reparo e acabamento da superfície.

4.0 – Cura

Por último, deve ser feita a cura da argamassa de reparo, que deve ser feita
com água da rede de abastecimento de água potável.
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Item 4.1.5 – Fissuras e trincas

As fissuras são um tipo comum de patologia nas edificações e podem


interferir na estética, na durabilidade e nas características estruturais da obra. Tanto
em alvenarias quanto nas estruturas de concreto, a fissura é originada por conta da
atuação de tensões nos materiais.

As fissuras podem ser passivas, quando não apresentam variações sensíveis


ao longo do tempo e, por isso, podem ser consideradas estabilizadas. Ou podem ser
ativas são aquelas que têm variações sensíveis de abertura e fechamento.

Foi constatado a presença de diversas fissuras admissíveis ao longo de todo


o edifício, algumas delas devido a infiltrações, influência de épocas de verão muito
intenso e ventos e ausência de zonas de dilatação, apresentadas abaixo.

Foto 22 – Fissuras no pilar dá área do pavimento térreo


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Foto 22 – Fissuras no pilar dá área do pavimento térreo

Foto 23 – Fissuras nas paredes externas


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Foto 24 – Fissuras nas paredes externas


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Foto 25 – Fissuras no teto da sala 201

Foto 26 – Fissuras da parte externa


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SUGESTÃO DE EXECUÇÃO DE SERVIÇOS

Item 4.1.5 – Fissuras e Trincas

Apesar das fissuras e trincas serem um problema bastante frequente em


qualquer edificação e na maioria das vezes ser inofensivo, é necessário bastante
atenção as mesmas pois podem estar evidenciando problemas estruturais sérios na
edificação.

SERVIÇOS E ETAPAS DE EXECUÇÃO

Item 4.1.5 – Fissuras e Trincas

O primeiro passo é abrir o sulco sobre a fissura e remover todo o acabamento


da parede. Em seguida deve-se aplicar o selante acrílico e esperar sua secagem.
Após estiver totalmente seco preenche-se a fissura com duas demãos de selante
acrílico por meio de aplicador. Deve ser usada uma espátula nessa aplicação, para
que o material fosse bem compactado no interior da fissura.
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ORÇAMENTO

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