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LAUDO TÉCNICO

RESIDENCIAL
IMÓVEL JOANARA

DEZEMBRO/2023

Av. São Nicolau, 1499 – Santa Luzia


Campo Grande/MS.
LAUDO TÉCNICO RESIDENCIAL –– IMÓVEL JOANARA

O laudo foi elaborado de maneira compreensível ao leigo, evitando vocabulários


complexos e técnicos, a fim de tornar este documento esclarecedor para todos os
interessados. Além disso, o profissional que redigiu apresenta suas análises de forma
imparcial sem beneficiar os interesses de qualquer uma das partes evolvidas.

SOLICITANTE: Sra. Joanara Hanny Messias Gomes, CPF 927.381.411-53

OBJETO: Imóvel residencial unifamiliar em fase final de construção, conforme processo


de alvará de construção aprovado sob o n.° 804956/2022-71 expedido pela Prefeitura
Municipal de Campo Grande/MS, de propriedade do solicitante acima mencionado.

OBJETIVO: O presente laudo tem como objetivo registrar, diagnosticar e identificar


patologias de construção do imóvel, bem como avaliar o fiel cumprimento dos serviços
executados pela construtora, conforme os projetos complementares apresentados.

PRESSUPOSTOS, RESSALVAS E CONDIÇÕES LIMITANTES: Este Laudo fundamenta-se no


que estabelecem as normas técnicas da ABNT, Perícias de Engenharia na Construção
Civil, registradas como NBR 13752/1996, e baseia-se:

 Na documentação fornecida: Alvará de Construção; Contrato de Execução de


Obras; Projeto Arquitetônico; Projeto Luminotécnico; Projeto Hidrossanitário;
Projeto Estrutural; Projeto Elétrico;

 Em informações constatadas “in loco” quanto da vistoria do imóvel, realizada no


dia 25/11/2023.

ENDEREÇO: Rua Barão de Mauá, n. 330 (Lote n. 06 – Quadra n. 30), bairro Santo Antonio
em Campo Grande/MS.

DATA E HORA DA VISTORIA: 25/11/2023 às 10:20.

RESPONSÁVEL TÉCNICO PELA VISTORIA: Eng. Philippe Medeiros Santana, CREA 17.292-
D/MS
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1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
1.1 NORMAS E CONDUTA

Este trabalho foi realizado em consonância às recomendações presentes na ABNT NBR


13752/1996 – Perícias de Engenharia da Construção Civil e na Norma Básica para Perícias do
Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia - IBAPE/SP, obedecendo
totalmente o Código de Conduta Ética do IBAPE Nacional. O conteúdo deste documento foi
consolidado a partir da análise de informações preliminares fornecidas pelas partes
envolvidas, de documentos fornecidos pelo contratante e pelas constatações da vistoria in
loco. Neste trabalho, julgam-se como verdadeiras, confiáveis e com o resguardo de boa-fé
todas as informações apresentadas pelas partes envolvidas.

Seguindo o Código de Ética Profissional, o signatário declara-se livre para elaborar este
laudo técnico com total imparcialidade e impessoalidade, sem qualquer interesse no objeto
em discussão e fornecendo o embasamento necessário para a tomada de decisões entre as
partes.

A responsabilidade profissional é limitada ao nível de Inspeção Técnica especificado no


escopo contratual, eximindo-se os profissionais de análises de problemas ocultos ou de
projeto, construção, manutenção e outros de responsabilidade de terceiros, bem como pelo
eventual desatendimento das recomendações constantes do laudo.

1.2 PROCEDIMENTOS E LIMITAÇÕES

A Inspeção tem por objetivo constatar o estado de conservação e funcionamento da


edificação ou local vistoriado, seus sistemas e subsistemas, por meio de análise
fundamentalmente sensorial, de forma a permitir um acompanhamento sistêmico do
comportamento em uso ao longo da vida útil, para que sejam mantidas as condições mínimas
necessárias à segurança, habitabilidade e durabilidade da edificação ou local.

Considera-se, também, que a mesma tem caráter fundamentalmente sensorial,


destacando-se, assim, não ser parte do processo a identificação de problemas que não
tenham manifestado funcionamento inadequado, sintomas ou sinais aparentes, ou que
somente possam ser identificados por ensaios específicos.

A vistoria foi realizada mediante análise tátil-visual, com registros fotográficos dos locais
objeto, não sendo realizadas análises destrutivas para verificações estruturais e dos sistemas
complementares.
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Neste laudo não foram verificadas anomalias existentes em elementos construtivos não
relacionados ao objeto desta proposta. A ART é referente apenas ao conteúdo deste laudo
técnico, não podendo ser utilizado para outros fins.

Este trabalho não inclui:

i. A realização de ensaios tecnológicos específicos;


ii. Abertura de paredes para investigação de problemas não aparentes;
iii. Serviços de reparo de qualquer natureza;
iv. Levantamentos orçamentários de qualquer natureza;
v. Projetos de qualquer natureza;
vi. Acompanhamento e/ou fiscalização de obras de reforma e/ou de serviços de reparo
a serem realizados;
vii. Outros itens não descritos na proposta comercial.

2. METODOLOGIA

Consonante às normas técnicas e as recomendações pertinentes das bibliografias


especializadas, foi adotada a seguinte metodologia de trabalho.

2.1 ETAPAS DA METODOLOGIA

O processo para a elaboração do presente documento toma como base as etapas que se
seguem:

2.1.1 Levantamento de dados

Levantamento de dados e documentação referentes ao objeto da vistoria.

2.1.2 Análise inicial

Análise dos dados e documentação solicitados e disponibilizados;

2.1.3 Anamnese

Anamnese (entrevista conduzida pelo profissional) para identificação de características


construtivas da construção, como idade, histórico de execuções, intervenções, e alterações
de uso ocorridas;
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2.1.4 Vistoria

Vistoria do local ou edificação de forma sistêmica, considerando a complexidade das


instalações existentes;

2.1.5 Classificação

Classificação das irregularidades constatadas;

2.1.6 Avaliação do uso

Avaliação quanto ao uso da edificação;

2.1.7 Laudo

Redação e emissão do laudo técnico de inspeção.

2.2 DESCRIÇÃO DETALHADA DAS ATIVIDADES

2.2.1 Levantamento de dados e documentação

Foram solicitados os seguintes documentos para análise inicial

• Projetos executivos e dados executivos;

2.2.2 Análise inicial

Verificação dos documentos técnicos em geral, para mediante constatação de


conformidade ou não com as normas ABNT NBR 13752, ABNT NBR 13753, ABNT NBR
14037, ABNT NBR 15575, ABNT NBR 8160, ABNT NBR 5626, ABNT NBR 5410, ABNT NBR
15465 assim como materiais complementares.

2.2.3 Anamnese

Se baseia na obtenção de informações através de uma coleta de dados que se dá por


meio de entrevistas, a respeito da edificação e seu histórico, permitindo uma melhor
instrução do profissional responsável pelo laudo técnico de inspeção predial.
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2.2.4 Vistorias

Vistoria no local para avaliação e registro fotográfico das condições do imóvel


analisado. As vistorias levam em consideração 3 fatores principais que são segurança,
habitabilidade e sustentabilidade.

2.2.5 Classificação das irregularidades constatadas

As irregularidades podem ser classificadas em ANOMALIAS ou FALHAS, sendo que:

ANOMALIAS

Podem ser do tipo endógena (problema de construção e perda de desempenho


oriundas do projeto e/ou execução). Podem ser do tipo exógena (problemas provocados
por fatores externos ao edifício, como por exemplo, fissuras causadas pela construção
de um edifício vizinho);
Como também podem ser do tipo funcional (quando o sistema atinge a idade de vida
útil final e o envelhecimento natural);

FALHAS

Quando há perda de desempenho por conta do uso, operação e manutenção


(normalmente falta de manutenção). Obs.: há casos específicos que as irregularidades
não podem ser classificadas.

2.2.6 Classificação de Vícios

Segundo a NBR 13752:96 (Perícias de Engenharia na construção civil), Vício são


“anomalias que afetam o desempenho de produtos ou serviços, ou os tornam
inadequados aos fins que se destinam, causando transtornos ou prejuízos materiais ao
consumidor. Podem decorrer de falha de projeto ou de execução, ou ainda da
informação defeituosa sobre sua utilização ou manutenção”.
Defeitos são “anomalias que podem causar danos efetivos ou representar ameaça
potencial de afetar saúde ou segurança do dono ou consumidor, decorrentes de falhas
do projeto ou execução de um produto ou serviço, ou ainda de informação incorreta ou
inadequada de sua utilização ou manutenção”.

VÍCIOS CONSTRUTIVOS

São todas as falhas construtivas que causam prejuízo material ao consumidor, e que
implicam em gastos financeiros para repará-los. Podem ser divididos em dois grandes
grupos: os aparentes e os ocultos.
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VÍCIOS APARENTES:

São as falhas construtivas ostensivas, detectáveis facilmente mesmo por leigos em


construção.

VÍCIOS OCULTOS:

São as falhas construtivas inexistentes no ato da entrega (ou só detectáveis nessa


ocasião por técnicos especializados), e que surgem ou só são detectadas algum tempo
depois da entrega.

2.2.7 Laudo final

O laudo técnico é o documento completo resultante da inspeção realizada e deve ser


escrito e emitido em conformidade aos requisitos mínimos no que diz respeito a ABNT
NBR 13752 – Norma Brasileira para Perícias de Engenharia na Construção Civil.

3. ANÁLISE TÉCNICA

A vistoria técnica permitiu a constatação dos itens abaixo listados, seguidos de análise
técnica do fato, condição ou direito relativo à edificação ou seus componentes, como foco
na segurança e qualidade. As identificações das manifestações patológicas estão
acompanhadas de suas respectivas imagens assim como a classificação descrita na legenda.

3.1 CARACTERIZAÇÃO

Imóvel unirresidencial, sito no Lote 06 da Quadra 30 no bairro Santo Antônio em Campo


Grande/MS.
O imóvel possui construção existente de médio/alto padrão em fase final, sendo
constituído por corpo principal (garagem coberta, área gourmet, cozinha, sala de estar, sala
de TV, lavanderia, banheiro social, escritório, quarto, suíte master, closet e banheiro
privativo) e suas áreas externas (banheiro social, jardim de inverno, piscina, área de
pergolado e corredor lateral). Possui abastecimento de rede de água potável e de rede de
esgoto disponibilizados pela empresa Águas Guariroba.
O imóvel é classificado quanto ao uso e ocupação como Residência Unifamiliar. Possui
área de terreno de 426,00 m² e área construída de 203,54 m².
Possui estrutura convencional de concreto armado, vedação em alvenaria com blocos
cerâmicos, laje de concreto, forro de gesso acartonado presente na cozinha e sala de
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estar/TV, cobertura em estrutura de madeira e telhas trapezoidais térmicas em aço


galvalume e isopor (sanduiche). Piscina de fibra instalada juntamente com a casa de
máquinas.
A proprietária do imóvel, Sra. Joanara, autorizou a entrada no interior do imóvel para o
registro de fotos para o laudo, portanto, todas as imagens representam a situação externa e
interna da edificação. Os mesmos estão cientes do respaldo legal representado por este
laudo e assumem a responsabilidade perante a autorização do registro fotográfico.

4. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

4.1 LOCALIZAÇÃO DO IMÓVEL

Figura 1: Localização do imóvel. (Fonte: Google Earth 2023 – 20/04/2023)


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4.2 RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

Figura 2: Deformação das telhas sanduíches ao lado do corpo da caixa d’água.

Figura 3: Deformação das telhas sanduíches ao lado do corpo da caixa d’água.


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Figura 4: Aplicação de diferentes tipos de marcas de conexões de água fria no sistema


de alimentação e distribuição da caixa d’água.

Figura 5: Aplicação de diferentes tipos de marcas de conexões de água fria no sistema


de alimentação e distribuição da caixa d’água.
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Figura 6: Aplicação de diferentes tipos de marcas de conexões de água fria no sistema


de alimentação e distribuição da caixa d’água.

Figura 7: Fechamento do entorno da chaminé da churrasqueira com má vedação.


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Figura 8: Fechamento do entorno da chaminé da churrasqueira com má vedação.

Figura 9: Execução da caixa de gordura em desacordo com norma e projeto fornecido.


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Figura 10: Execução da caixa de gordura em desacordo com norma e projeto fornecido.

Figura 11: Execução da caixa de gordura em desacordo com norma e projeto fornecido.
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Figura 12: Execução da caixa de gordura em desacordo com norma e projeto fornecido.

Figura 13: Execução de ponto de elétrica em desacordo com norma e projeto fornecido.
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Figura 14: Execução de ponto de elétrica em desacordo com o projeto fornecido.

Figura 15: Execução de ponto de elétrica em desacordo norma e projeto fornecido.


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Figura 16: Execução de instalação de eletrodutos em desacordo com a norma.


Localização: Contrapiso ao lado da churrasqueira (Passagem para pontos elétricos de
tomada e interruptores)

Figura 17: Execução de instalação de eletrodutos em desacordo com a norma.


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Figura 18: Execução de instalação de eletrodutos em desacordo com a norma.


Localização: Entrada social do imóvel (Passagem do cabeamento do interfone)

Figura 19: Execução de descida d’água pluvial em desacordo com o projeto.


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Figura 20: Execução de descida d’água pluvial em desacordo com o projeto.

Figura 21: Execução de caixa de inspeção de esgoto em desacordo com o projeto.


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Figura 22: Execução de caixa de inspeção de esgoto em desacordo com o projeto.

Figura 23: Execução de caixa de inspeção de esgoto em desacordo com norma projeto.
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Figura 24: Execução de caixa de inspeção de esgoto em desacordo com o projeto.

Figura 25: Execução de caixa de águas pluviais em desacordo norma e projeto.


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Figura 26: Execução de caixa de captação de águas pluviais em desacordo com o


projeto.

Figura 27: Locação da viga baldrame fora do eixo do projeto estrutural.


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Figura 28: Locação da viga baldrame fora do eixo do projeto estrutural.


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5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Conforme vistoria in loco realizada no dia 25 do mês de novembro de 2023, com o


objetivo de vistoriar as patologias de construção e a execução dos serviços de engenharia do
sistema de instalações de elétrica e de esgoto/água fria/pluvial do imóvel com auxílio dos
projetos complementares disponibilizados pela solicitante, segue as análises:

5.1 DANOS EM MATERIAIS

Nota-se nas figuras 2 e 3 a falta de cuidado em transitar sob as telhas termoacústicas,


que ocasionou em vários pontos danificados, podendo causar futuras infiltrações para a laje
do imóvel. Provavelmente os danos podem ter ocorrido durante a instalação do sistema de
ar condicionado ou durante a execução de pintura no corpo da caixa d’água e platibandas.
Neste caso, com o intuito de evitar esses tipos de avarias recomenda-se utilizar tábuas de
madeiras sobre as telhas, pois proporciona maior dissipação de carga em toda a área das
tábuas, evitando assim de forma zelosa os danos nas telhas. Recomenda-se o reparo das
telhas danificas, caso não seja possível o reparo, recomenda-se a substituição delas.

5.2 INSTALAÇÃOES DE ESGOTO/ÁGUA FRIA/PLUVIAL

Se tratando das figuras 4, 5 e 6, referente as diferentes marcas de conexões aplicadas no


sistema do reservatório. Na instalação de água fria em um imóvel, é importante garantir que
todas as conexões e tubulações sejam compatíveis e seguras para evitar vazamentos e
problemas futuros. Idealmente, é recomendado que se use conexões e tubos da mesma
marca, tipo e material para garantir a melhor compatibilidade e eficiência. Misturar
diferentes marcas de conexões podem resultar em problemas de vazamento devido a
diferenças sutis nos tamanhos e formas dos componentes. Além disso, as diferentes marcas
podem ter níveis variados de qualidade, o que pode comprometer a durabilidade e a
confiabilidade do sistema de encanamento.

5.2.1 Caixa de Gordura

Se tratando das figuras 9, 10, 11 e 12 referente a execução da caixa de gordura do imóvel.


Nota-se que ela foi executada em desacordo com a norma e com o projeto de instalações de
esgoto. Primeiramente vale ressaltar que por solicitação da proprietária do imóvel, a
tubulação de saída da caixa de gordura foi alterada, modificando a passagem pelo piso da
sala de estar, sendo direcionada a saída passando pela cozinha, área gourmet e garagem até
a ligação final na caixa de inspeção de esgoto. Mas essa modificação não exime as disposições
das tubulações internas da caixa de gordura.
Analisando o projeto de instalações de esgoto é possível visualizar que a saída de esgoto
das pias da bancada da cozinha e da área gourmet se unem em uma tubulação central de
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esgoto de DN 75mm que se liga a caixa de gordura, juntamente com outra tubulação de
esgoto da pia da cozinha. Conforme as figuras mencionadas é possível visualizar 3 pontos de
DN 50mm no interior da caixa de gordura advindas das 3 pias citadas, compreendendo o
desacordo com o projeto, conforme pode-se visualizar na figura 29-E abaixo.

Figura 29-E: Recorte do Projeto de Esgoto, prancha 04/05 – Arquivo 04-05 HIDRAULICA
FINAL DETALHES ESGOTO _ JOANARA 21-02-23

Outro ponto que vale a pena destacar, é a ausência da caixa sifonada no interior do
jardim de inverno, que deveria receber os efluentes líquidos da área de serviço. Em projeto
é possível visualizar que as 3 saídas de esgoto (02 tanques e máquina de lavar roupas) se
juntam e se conectam a caixa sifonada CS-30, conforme a figura 30-E abaixo.
No local, durante a vistoria foi possível identificar que esses pontos foram estendidos até
a caixa de gordura, desta forma compreendendo também o desacordo com o projeto,
provocando o uso subdimensionado de tubulações e a sobrecarga da caixa de gordura que
atualmente recebe a contribuição de mais pontos que antes não foram dimensionados.

Figura 30-E: Recorte do Projeto de Esgoto, prancha 04/05 – Arquivo 04-05 HIDRAULICA
FINAL DETALHES ESGOTO _ JOANARA 21-02-23
Referente a execução da caixa de gordura, segundo a NBR 8160 que estabelece as
exigências e recomendações relativas ao projeto, execução, ensaio e manutenção dos
sistemas prediais de esgoto sanitário, para atenderem às exigências mínimas quanto à
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higiene, segurança e conforto dos usuários, tendo em vista a qualidade destes sistemas, em
seu item 5.1.5.1.3, a caixa de gordura pode ser do tipo pequena (CGP) ou simples (CGS)
quando para a coleta de até duas cozinhas.
A caixa de gordura executada, se encontra executada de forma prismática, com cantos
secos, situação que dificulta a limpeza e manutenção posterior, visto que os cantos secos
(90°), acumulam mais resíduos de gordura.
Recomenda-se a execução de caixa de gordura em forma cilíndrica, ou remoção dos
cantos secos da caixa existente.

5.2.2 Caixa de Inspeção de Esgoto

Se tratando das figuras 21, 22, 23 e 24, referente a execução das caixas de inspeção,
nota-se duas situações que são relevantes:
Analisando os projetos fornecidos e com base na NBR 8160 já citada, em seu item 3.7,
“Caixa de inspeção: Caixa destinada a permitir a inspeção, limpeza, desobstrução, junção,
mudanças de declividade e/ou direção das tubulações”. As caixas de inspeção não cumprem
em sua totalidade o que é definido por norma. Não foi possível ver continuidade das
tubulações conforme o que foi proposto em projeto (Figura 31-E). Em projeto no corredor
lateral existe apenas um caixa de inspeção, onde recebe os efluentes do banheiro social ao
lado escritório e do banheiro privativo da suíte master, indo em direção a outra caixa de
inspeção já na área do pergolado que recebe a contribuição do banheiro social da área
externa, deste segue para o esgoto da concessionária responsável.
No ato da vistoria, foi possível identificar a execução de uma caixa de inspeção para
receber a contribuição do banheiro social ao lado do escritório, mas ela não se interliga com
a caixa de inspeção do banheiro privativo da suíte master. O caminho dos efluentes de esgoto
finalizam em uma outra caixa de inspeção ao lado da piscina e segue para o esgoto da
concessionária responsável, mas a tubulação fica aparente no fundo de uma caixa de
inspeção pluvial, conforme a figura 25. Outra situação a ser constatada, é a confecção das
caixas de inspeção existente da Figura 23, onde o fundo da caixa se encontra distante das
tubulações de entrada e saída, provocando acúmulo desnecessário de efluentes de esgoto
no interior.

Figura 31-E: Recorte do Projeto de Hidrossanitário, prancha 01/05 – Arquivo 01-05


HIDRAULICA FINAL DETALHES ESGOTO _ JOANARA 21-02-23
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5.2.3 Descida D’água Pluvial

Se tratando das figuras 19 e 20, referente a execução de descidas d’água pluviais, nota-
se duas situações que são relevantes:
Analisando os projetos fornecidos, no corredor lateral foi projetado apenas uma descida
de água pluvial (AP-1), as outras descidas estão dispostas internamente no corpo da casa,
sendo elas: a primeira descida no interior da área de serviço (AP-4), a segunda no interior do
banheiro privativo da suíte master (AP-5), a terceira no exterior do banheiro social da área
externa (AP-3), conforme podemos evidenciar na Figura 32-P. Todas essas descidas citadas,
são interligadas em caixas de inspeção pluvial e direcionadas para a caixa de captação de
águas pluviais.

Figura 32-P: Recorte do Projeto de Hidrossanitário, prancha 01/05 – Arquivo 01-05


HIDRAULICA FINAL DETALHES ESGOTO _ JOANARA 21-02-23

In loco, durante a vistoria, foi possível constatar que as descidas AP-3, AP-4 e AP-5, foram
redirecionadas para o corredor lateral juntamente com o AP-1. Desta forma criando mais
duas novas caixas de inspeção de águas pluviais além dos que já constam em projeto.
A falta da descida AP-3 conforme o projeto (Figura 20), acabou acarretando em um
direcionamento bem rudimentar acima do beiral de concreto sem nenhuma ligação em caixa
de inspeção específica. Causando além do desconforto visual, o desague sem
direcionamento.
Já na última caixa de inspeção que recebe todas as contribuições de águas pluviais e
direciona para a caixa de captação de águas pluviais, vale a pena constatar novamente que
possui uma tubulação de esgoto passando aparente no fundo da caixa. (Figura 25).
Na figura 25 é possível perceber 4 tubulações de DN 100 ligadas a caixa de captação de
águas pluviais, sendo 2 delas ao fundo da caixa, e as outras 2 no topo da caixa. Situação
LAUDO TÉCNICO RESIDENCIAL –– IMÓVEL JOANARA

incompreensível, pois as 2 tubulações ao fundo da caixa pode provocar o afogamento da


tubulação caso o volume da caixa de captação de águas pluviais seja preenchido
rapidamente, visto que o extravasor da caixa de captação de águas pluviais está no topo,
muito distante do nível de entrada da caixa de inspeção, cabendo a conclusão que a posição
do extravasor não terá função em caso de volume alto de água, pois antes de completar todo
o volume da caixa de captação, o volume de água voltaria para a caixa de inspeção anterior,
causando transbordamento. (Figura 26).
Recomenda-se o isolamento das duas tubulações de fundo da caixa de inspeção em
ligação com a caixa de captação de águas pluviais, para evitar o retorno. Também
recomenda-se o rebaixamento do extravasor da caixa de captação de águas pluviais abaixo
do nível das duas tubulações advindas da caixa de inspeção de águas pluviais que estão
interligadas.

5.3 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

5.3.1 INSTALAÇÕES DE ELETRODUTOS

Este tópico se refere as figuras 16, 17 e 18, onde puderam ser constatadas a instalação
de eletrodutos de linha leve (amarela) embutidos em pisos e enterrados no solo. Conforme
a NBR 15465 “Sistema de eletrodutos plásticos para instalações de baixa tensão – Requisitos
e Desempenho”, os eletrodutos são identificados por cor quanto as suas características de
desempenho e aplicação. Os eletrodutos de cor amarela são de linha leve, indicados para
serem aplicados em alvenaria ou aparentes.

Figura 33-EL: Recorte de tabela 3. Página 03 da NBR 15465


LAUDO TÉCNICO RESIDENCIAL –– IMÓVEL JOANARA

Figura 34-EL: Recorte de tabela. Página 05 da NBR 15465


Quantos a estes esclarecimentos da NBR 15465, recomenda-se a substituição dos
eletrodutos aplicados de maneira incorreta quanto a sua destinação e uso. Sendo
substituídos por eletrodutos de cor preta, indicados para este tipo de aplicação, visto que
são mais resistentes.

5.3.2 PONTOS ELÉTRICOS

Referente as figuras 13, 14 e 15 juntamente com a análise do projeto de instalações


elétricas e o luminotécnico fornecidos pela solicitante, é possível evidenciar vários erros em
posições de pontos elétricos e até ausência deles em alguns cômodos, que serão tratados
abaixo:

Na figura 13, retrata um ponto de led que foi posicionado após a instalação do
revestimento de parede. Na passagem dos fios não há presença de eletroduto, deixando
assim em desacordo com a NBR 5410 “Instalações Elétrica de Baixa Tensão” e a NBR 15465
já citada anteriormente.
No ambiente do closet, não há a presença de ponto de led na parede lateral para
instalação futura de iluminação no guarda-roupas.

Figura 35-EL: Recorte de projeto. Prancha 05/07. Arquivo: PLANTA DE TOMADAS -


ARQUITETÔNICO APROVADO
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Na área de serviço/varanda, não há ponto elétrico de tomada externa faceada com a


parede do escritório, conforme projeto elétrico analisado.

Figura 36-EL: Recorte de projeto. Prancha UNICA. Arquivo: Joanara Hanny Messias
Gomes - Rua Barão de Mauá, 330, CG - Proj. elétrico-Model
LAUDO TÉCNICO RESIDENCIAL –– IMÓVEL JOANARA

Na figura 14, retrata a parede da suíte master, onde há dois pontos que foram
posicionados no mesmo nível padrão dos interruptores, sendo que em projeto há
especificação de serem instalados a uma altura de h=70cm. (Figura 37-EL)

Figura 37-EL: Recorte de projeto. Prancha UNICA. Arquivo: Joanara Hanny Messias
Gomes - Rua Barão de Mauá, 330, CG - Proj. elétrico-Model

Na figura 15, retrata a passagem de fios sem o uso de eletroduto sendo direcionados por
debaixo do rufo sobre o beiral de concreto, onde deveriam existir antes da concretagem do
beiral a instalação de dois pontos de iluminação. Indicação na figura 37-EL.
Os pontos acima descritos foram os que causaram maior falha de execução, de modo
que outros pontos não listados nesse laudo, que estavam ausentes ou em posição diferente
não foram mencionados por entender que o custo-benefício de alteração ou instalação não
convém.
Por fim, recomenda-se o reposicionamento dos pontos em desacordo com o projeto e
instalação dos pontos de forma correta, conforme a NBR 5410, bem como os pontos
ausentes relacionados neste tópico.
LAUDO TÉCNICO RESIDENCIAL –– IMÓVEL JOANARA

5.4 PROJETO ESTRUTURAL

Este tópico se refere as figuras 27 e 28, sobre a disposição inicial da locação de obra.
Conforme o projeto estrutural disponibilizado pela solicitante, a viga baldrame VB1 se
encontra locada juntamente ao muro de divisa do lote. É possível evidenciar que a VB1 foi
executada distante do muro de divisa e posteriormente corrigido a locação de maneira
rudimentar.
Por se tratar de blocos de fundação de divisa, os pilares não são alinhados com as estacas,
conforme exemplo dos pilares P1, P2 e P3 da garagem coberta do imóvel (Figura 38-EST).
Sendo que o eixo das estacas estão distantes da divisa em 21,5 cm (Cota 1182 – 1160,5 =
21,5 cm). O eixo correto da viga baldrame VB1 é de 10,00 cm + 1,5 cm do muro de divisa
conforme Figura 39-EST.
Provavelmente por falha na interpretação do projeto, a execução das vigas VB1 foram
locadas na Cota 1160,5, no eixo das estacas, e todos os pilares (P1, P2 e P3) também tiveram
seus arranques dispostos nesta cota. Sendo que os pilares deveriam estar locados rente à
linha de divisa do muro.
Após o relato dos eventos da solicitante, foi possível chegar a conclusão que após o
reconhecimento da locação incorreta de vigas e pilares, a solução tratada pela construtora
responsável pela obra, foi de manter os blocos existentes concretados com as esperas de
pilar desalinhados com o projeto, mas para manter o alinhamento correto, foi realinhado as
barras de aço (espera) dos pilares para o local correto de forma a entortar as barras até a
posição necessária. Aonde deveria passar o eixo da VB1 foi executado na vase tijolos de
alvenaria na posição “deitado”, para funcionar como viga baldrame.
Nesse caso, a solução adotada não é plausível, visto que a barras sendo entortadas para
a posição de correção perde totalmente sua função estrutural de arranque para os pilares.
A solução correta seria se desfazer apenas da concretagem dos blocos de fundação e viga
baldrame VB1, visto que as estacas estavam locadas corretamente, e posteriormente
executar novo bloco de fundação com as esperas dos pilares em posição correta, finalizando
com a correta locação da viga baldrame VB1.

Figura 38-EST: Recorte de projeto. Prancha 01. Arquivo: 01-


CF10_FundJoanaraMarcio2022-Model
LAUDO TÉCNICO RESIDENCIAL –– IMÓVEL JOANARA

Figura 39-EST: Recorte de projeto. Prancha 02. Arquivo: 02-


CF10_BaldJoanaraMárcio2022-Model

5.4 REPAROS GERAIS

Referente as figuras 7 e 8 do relatório fotográfico. Recomenda-se revisão da vedação dos


rufos de proteção no corpo da chaminé da churrasqueira, para que possa prevenir de futuras
infiltrações decorrentes na abertura registrada.
LAUDO TÉCNICO RESIDENCIAL –– IMÓVEL JOANARA

6. ENCERRAMENTO

Encerramos o trabalho, foi redigido e impresso este LAUDO, que se compõe de 33


(trinta e três) folhas escritas de um só lado, contendo rubricas impressas, menos data,
que vai datada e assinada.
ART emitida sob o n.° 1320230148473

Campo Grande – MS, 12/12/2023

_____________________________________
Eng. Philippe Medeiros Santana
CREA: 17.292-D

_____________________________________
Joanara Hanny Messias Gomes
CPF: 924.381.411-53

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