Edifício Gaudí Residence

LAUDO – PERÍCIA
HIDRÁULICA

SETEMBRO/2020
º 153/220

PH ENGENHARIA E CONSULTORIA
Rua Nioaque, 832
Santo Amaro, Campo Grande/MS.
 PERÍCIA HIDRÁULICA (Edifìcio Gaudí Residence)

LAUDO – PERÍCIA HIDRÁULICA

Philippe Medeiros Santana, engenheiro civil, registrado no CREA-MS sob nº 17.292-D,

e conforme solicitação efetuada pelo conselho da administração do Condomínio Edifício Gaudí
Residence, apresenta seu laudo conforme segue:

1 – Considerações preliminares

1.1 Finalidade

Tem o presente a finalidade de relatar o vazamento de água apresentado no 9° andar do

Edifício Gaudí Residence, localizado na Avenida Ricardo Brandão, 481 – Jardim dos Estados –
CEP 79.020-337 em Campo Grande, MS, conforme vistoria efetuadas in loco no dia 18 de janeiro
de 2023, visando analisar projetos, identificar as causas, recomendar os devidos reparos e
relacionar os danos causados.

2 – Características do Edifício objeto do presente estudo

Edifício de condomínio residencial constituído por 19 andares e pavimento térreo

composto de garagem, quadra poliesportiva, piscina adulto e infantil, salão gourmet, salão de
festas, academia, além de outras dependências administrativas (portaria, sala do zelador, etc.)
e técnicas (depósitos, sala do gerador, etc.), apresentando idade de 6 anos de construção.

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End. Nioaque, n.º 832 – Santo Amaro – Campo Grande/MS
Celular: (67) 9 9101-7163
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3 – Histórico apresentado

No dia 16 de janeiro de 2023 (quinta-feira), foi relatado pela síndica Paula Belchior o
seguinte evento:
No 9° andar no edifício, no hall do andar, ao lado do elevador, existe uma caixa de
inspeção das tubulações hidráulicas responsáveis pela alimentação das caixas d’água no último
andar e também pelo abastecimento dos hidrômetros de cada apartamento. Dentro dessa caixa
de inspeção, uma das tubulações se rompeu na emenda, provocando uma alta vazão de água
(por ser pressurizada por bombas de recalque advindas do subsolo do edifício), essa alta vazão
de água provocou alagamento no 9° andar por cerca de 20 minutos até que foi cessada com o
desligamento das bombas de recalque, nesse período, o volume de água foi capaz de inundar
os 4 apartamentos do 9° andar e os elevadores social e de serviço. No momento do evento,
apenas os moradores dos apartamentos 902 e 901 do 9° andar estavam presentes, e tentaram
minimizar o avanço das águas do vazamento utilizando rodos, evitando que água entrasse em
suas moradias. Eles abriram a porta de incêndio que dá acesso as escadarias, e tentaram
direcionar o curso d’água para as escadas, ao mesmo tempo conseguiram subir os elevadores
para os andares superiores com o intuito de evitar maiores danos por pane elétrica. Nos
apartamentos 903 e 904 tentaram impedir o avanço da água por debaixo da porta, mas não foi
muito eficiente na retenção.
Com o avanço das águas pelas escadarias, seguiu o curso até o térreo, inundando todo
o saguão do térreo até encontrar um ralo de águas pluviais no exterior da torre.

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4 – Interpretação do Projeto Hidráulico

Com o intuito de poder buscar maiores informações para diagnosticar os reais motivos do
vazamento, foram disponibilizados os projetos de instalações hidráulicas do edifício.

Figura 1 – Projeto de Instalações Hidráulicas – Prancha “H 003” – Esquema de água

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Na prancha “H 003” do projeto de instalações hidráulicas (Figura 1) é possível identificar

a caixa de inspeção no 9° andar, e os detalhamentos das tubulações e conexões conforme a
Figura 2 abaixo:

Figura 2 – Detalhamento da caixa de inspeção (conteúdo da prancha H003)

Conforme o esquema do projeto (Figura 2) é possível concluir que o sentido da água está
em direção as caixas d’água no último andar, identificada pela sigla “REC-1A", oriunda do
subsolo, bombeada pelas bombas de recalque. O tubo de PPR ø63 a 65cm do piso do 9° andar
sofre uma transição de material de PPR para PVC (Figura 4). Após a transição existe uma válvula
de retenção horizontal de 2”, identificada pela sigla VRH, e segue para os andares acima em
tubulação de PVC ø60 até chegar para abastecer as caixas d’água.

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Figura 3 - Projeto de Instalações Hidráulicas – Prancha “H 001” – Detalhes Gerais

Figura 4 – Detalhamento da Transição da tubulação de PPR para PVC

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4.1 – Conclusões do estudo de projeto

Após a interpretação dos projetos foi possível concluir que:

 A instalação do VRH (Válvula de Retenção

Horizontal) foi instalada corretamente, seguindo
o detalhamento do projeto (prancha H003).

 A transição do PPR para o PVC foi executada

corretamente, seguindo o detalhamento do
projeto (prancha H001).

Figura 5 – Foto atual das conexões de transição e válvula.

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5.0 – Estudo do Caso

Foi relato pelo zelador Valdomiro que no mês de Abril de 2022 a caixa de inspeção
estava com um pequeno vazamento na conexão da válvula de retenção. Uma equipe de
instalações hidráulicas da PLAENGE foi designada para fazer o devido reparo.
Após vistoria in loco, foi possível visualizar o reparo realizado. Foi adicionado uma
UNIÃO PVC (Figura 6), para finalização do reparo.

Figura 6 – União de PVC (imagem ilustrativa)

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Por se tratar de uma tubulação que possui constantes variações de alta pressão
devido ao acionamento das bombas de recalque, a conexão utilizada no reparo (Figura
6) não resistiu, provocando a ruptura da rosca de aperto e consequentemente a falha na
sua vedação (Figura 7), ocasionando todo o histórico de vazamento relatado, objeto deste
laudo.

Figura 7 – Ruptura da União de PVC – Conexão de Reparo

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Houve uma reparação emergencial após o evento do vazamento que será

necessário correção. O reparo de emergência utilizou a conexão “luva de correr” e
dilatação por aquecimento térmico da ponta da tubulação para acoplar na tubulação debaixo.

 Luva de Correr

 Dilatação térmica

Figura 8 – Reparo emergencial na tubulação.

A conexão “luva de correr” não é recomendada para esse tipo de aplicação, visto que como já
foi dito anteriormente, a tubulação sofre uma alta variação de pressão, e a tendencia dessa
conexão não suportar é evidente. Já a dilatação térmica da tubulação não é recomendada em
nenhum caso aparente, visto que o aquecimento do material de PVC acarreta na perda de
resistência do material, agravando um possível vazamento futuramente.

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Vale destacar outra situação analisada durante a visita técnica:

A tubulação responsável pelo abastecimento dos andares, que se situa à esquerda da
tubulação de alimentação das caixas d’água (Figura 9), foi possível visualizar um arame de ferro
amarrando a tubulação, situação conhecida como “aranha”, que geralmente é aplicado para
controlar o deslocamento da prumada durante a fase de instalação das tubulações. Esse tipo de
amarração é prejudicial a tubulação durante um longo período de tempo, pois o arame com o
tempo vai sofrendo oxidação (ferrugem) e com o corroendo a estrutura externa do PVC
(tubulação ou conexão), podendo causar futuros vazamentos.

 Tubulação com arame de aço. É possível

visualizar na foto que a base da conexão já
vem sofrendo um pequeno corte por conta do
arame de ferro aplicado.

Figura 9 – Tubulação responsável pelo abastecimento dos andares

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5.1 – Recomendações para Reparo

Para reparo definitivo da tubulação responsável pela alimentação das caixas d’água,
descarta-se o uso de nova conexão “união de PVC” (Figura 6), por não apresentar resistência
para esse tipo de aplicação, visto que esse tipo de conexão não é indicado para altas pressões
e constantes variações tanto de pressão como de deslocamento da tubulação. O mais indicado
são conexões de emenda mais resistentes a altas pressões de volume d’água, como por
exemplo, conexões do tipo PPR, aço galvanizado ou similar.
Na tubulação responsável pelo abastecimento dos andares, é recomendado a remoção dos
arames de ferro que estão segurando a tubulação, com o intuito de evitar futuras complicações
nesses pontos por conta da oxidação do arame e ruptura das conexões, evitando assim possíveis
vazamentos.

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6.0 – Danos Relatados

Esse tópico visa relatar os danos relatados para que seja tomado as devidas providencias.

 Reparo Emergencial: Reparo executado em caráter de urgência para conter o

vazamento. (Nota fiscal em anexo)

 Elevadores: Os elevadores, tanto o de serviço como o social, sofreram panes elétricas,

que devem ser reparadas.

 Apartamento 804 (8° andar): Infiltração no gesso do teto, ocasionada pelo vazamento
de água no 9° andar.

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 Apartamento 903: Vários móveis de MDF e rodapés foram danificados pela constante
presença de água. Necessário uma maior análise para avaliação dos danos.

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ANEXO

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7 – Encerramento

Este signatário apresenta o presente laudo concluído, constando de 15 (quinze) folhas digitadas
de um só lado, todas rubricadas, exceto a última, que segue devidamente datada e assinada,
colocando-se à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais que se fizerem
necessários.

Abaixo assinado, o Sindico e os membros do conselho da Administração do Condomínio

Ed. Gaudí Residence que tomam ciência do presente laudo.

Campo Grande, 03 de fevereiro de 2023.

__________________________________________________
Philippe Medeiros Santana
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