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Instalações hidrossanitárias

ESGOTO SANITÁRIO – Parte I Felipe Sombra dos Santos


Livro: Instalações Hidraúlicas e Sanitárias – Helio Creder
felipe.sombra@uva.br
Instalações hidrossanitárias

Peculiaridades
• O escoamento deve ser em conduto livre (P = Patm).

• Regime turbulento acidifica o esgoto, promovendo a


corrosão da tubulação, ao longo do tempo.

• Deve existir declividade ao longo do trecho para evitar


acúmulo e favorecer o escoamento.

• Evitar entrada de corpo estranho ao sistema.

• Evitar contaminação do esgoto por outro tipo de despejo


com características diferentes do esgoto, principalmente,
de origem industrial.

• Não permitir que o esgoto acesse o sistema de ventilação


e muito menos o de água potável

• Jamais misturar esgoto com água pluvial em trecho algum


do sistema.

• Devem apresentar declividades mínimas de 2% para


tubulações com diâmetro nominal igual ou inferior a 75 e
1% para tubulações com diâmetro nominal igual ou
superior a 100.

• Não permitir entrada de gases para dentro da edificação e


formar depósitos no interior da tubulação.
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Resoluções ABNT
• ABNT NBR 5688/10: Tubos e conexões de PVC-U para sistemas
prediais de água pluvial, esgoto sanitário e ventilação – Requisito
• ABNT NBR 9064/85: Anel de borracha do tipo toroidal para
tubulação de PVC rígido para esgoto predial e ventilação -
Dimensões e dureza – Padronização
• ABNT NBR 8160/99: Sistemas prediais de esgoto sanitário -
Projeto e execução
Instalações hidrossanitárias

Terminologia
Instalações hidrossanitárias

Terminologia
Esgoto primário: tem acesso aos
gases provenientes do coletor
público ou dos dispositivos de
tratamento.

Esgoto secundário: não tem


acesso aos gases provenientes
do coletor público ou dos
dispositivos de tratamento.

Desconector: dispositivo dotado


de fecho hídrico, destinado a
vedar a passagem de gases e
insetos e que permitem a
limpeza do sistema;
Exemplos de desconectores:
sifões, caixas sifonadas e bacias
sanitárias;
Deve possuir fecho hídrico com
no mínimo 50mm de lâmina
d’água.
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Tipos de ligações

Ligação direta (sifão individual) 

 Ligação com sifão geral

Ligações com ralo sifonado 



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Caixa sifonada x ralo sifonado


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Sifões e bacia sanitária


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Símbolos gráficos
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Ligações ao tubo de queda


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Partes da Instalação
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Caixa de gordura

Dispositivo destinado à separação e retenção de


materiais gordurosos provenientes da pia de
cozinha, antes que estes alcancem a tubulação.

Podem ser cilíndricas, de alvenaria, concreto ou


ferro fundido e hermeticamente fechada, de
acordo com as especificações:

Diâmetro Parte submersa Capacidade de Diâmetro nominal da


Caixa Utilização
interno (cm) do septo (cm) retenção (L) tubulação de saída (mm)
Pequena 30 20 18 75 1 pia residencial
1 ou 2 pias de
Simples 40 20 31 75
cozinha
2 a 12 pias de
Dupla 60 35 120 100
cozinha
Especial 60 V = 20 + N x 2 100

CGE: Distância mínima entre o septo e a saída: 20 cm; Altura molhada: 60 cm;
Parte submersa do septo: 40 cm
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Caixa sifonada
Apresentar orifício de saída com diâmetro igual ou superior ao do ramal de
descarga a ele conectado.

As caixas sifonadas devem ter as seguintes características mínimas:

a) ser de DN 100, quando receberem efluentes de aparelhos sanitários até o


limite de 6 UHC;
b) ser de DN 125, quando receberem efluentes de aparelhos sanitários até o
limite de 10 UHC;
c) ser de DN 150, quando receberem efluentes de aparelhos sanitários até o
limite de 15 UHC.
O ramal de esgoto da caixa sifonada deve ser dimensionado conforme indicado
na tabela apresentada

As caixas sifonadas especiais devem ter as seguintes características mínimas:


a) fecho hídrico com altura de 0,20 m; DN (mm) UHC
b) quando cilíndricas, devem ter o diâmetro interno de 0,30 m e, quando
prismáticas de base poligonal, devem permitir na base a inscrição de um círculo 40 2
de diâmetro de 0,30 m; 50 3
c) devem ser fechadas hermeticamente com tampa facilmente removível;
d) devem ter orifício de saída com o diâmetro nominal DN 75. 75 5
100 6
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Caixa de gordura
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Caixa de gordura
A separação ocorre de forma física, por diferença de densidade.

Podem ser empregadas em cozinhas residenciais, comerciais e industriais,


matadouros, laticínios, frigoríficos.

O tempo de retenção deve está situado entre 3 e 5 minutos.

A temperatura do líquido não deve ser menor que 25 °C, pois caso
contrário o tempo de detenção deve ser maior.

O formato deve ser retangular, apresentando


duas ou mais cortinas, uma próxima a entrada a
fim de evitar a turbulência e outra na saída.

A relação de L/B deve ser no mínimo de 2:1 e no


máximo 4:1

Deve ter uma calha para remoção de gordura,


podendo ser empregadas na fabricação de
sabões.

Exemplo: Dimensione uma caixa de gordura para um frigorífico que abate cerca de 200 cabeças por dia. Cada
cabeça de gado consome 1.500 L/d. O frigorífico funciona durante 8 horas ao dia. Somente 60% do que é gerado
passa pela caixa de gordura. A temperatura da água é de 30 °C, sendo necessário um tempo de detenção de 10
minutos. A relação de comprimento e largura é de 2:1 e a altura é igual a 1,0 m.
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Caixa de sabão (CS)

Caixa destinada a reter ou impedir a formação de


excesso de espuma de sabão proveniente de
tanques de lavar roupa, máquina de lavar roupa e
ralos de lavagem (de acordo com a NBR 8160/99,
somente para edifícios com dois ou mais
pavimentos).
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Caixas de Inspeção

Tampa facilmente removível e permitindo Diâmetro Nominal do Tubo N° Máximo de UHC


perfeita vedação. Recomenda-se tampa de de Saída (mm)
ferro fundido;
30 1
Fundo com declividade para evitar acúmulo e 40 3
assegurar rápido escoamento; 50 6
Prédios com mais de cinco pavimento, as 75 20
caixas não devem ser instaladas a menos de 100 160
2m de distância dos tubos de queda
150 620
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Tipos de materiais empregados

As instalações prediais de esgoto são


executadas utilizando o tubos e
conexões em PVC, de marca disponível
no mercado;

As juntas entre tubos ou entre tubos e


conexões podem ser rígidas ou
flexíveis;

Junta rígida – com solução adesiva


(como a linha soldável de AF);

Junta flexível – com anel de borracha e


produto lubrificante.

Em determinados pontos (desvios de


tubos de queda, por exemplo), utiliza-
se conexões reforçadas (Série R) para
suportar impacto provocado pela
queda de material sólido.
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Instalações hidrossanitárias

Dimensionamento da tubulação de esgoto

O dimensionamento dos tubos de queda,


coletores prediais, suboletores, ramais de
esgotos e ramais de descarga é feito em
função das UNIDADES DE HUNTER DE
CONTRIBUIÇÃO – UHC, atribuídos aos pesos
dos aparelhos sanitários contribuintes

1 UHC = descarga de um lavatório

1 lavatório = 28 L/min

1 UHC = 28 L/min

Tubo de PVC Dimensionamento de ramais de esgoto – NBR 8160


Diâmetro Nominal do Tubo N° Máximo de UHC
Diâmetro mínimo = 40 mm de Saída (mm)

Tubo de ferro 30 1
40 3
Diâmetro mínimo = 50 mm
50 6
O diâmetro nominal mínimo de ramal de 75 20
esgoto que receba efluentes de lavatórios,
banheiras, ralos, bidês e tanques deve ser de 100 160
DN 50 mm. 150 620
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Dimensionamento da tubulação de esgoto

Número de Unidades de Hunter de Contribuição dos aparelhos


sanitários e diâmetro nominal dos ramais de descarga Número de Unidades de Hunter de Contribuição dos aparelhos
Aparelho UHC DN (mm) sanitários e diâmetro nominal dos ramais de descarga

Banheira Aparelho UHC DN (mm)

Residencial 3 40 Mictório

Uso geral 4 40 Com válvula de descarga 6 75

Hidroterápica- fluxo contínuo 6 75 Com descarga automática 2 40

Bebedouro 0,5 30 De calha, por metro 2 50

Bidê 2 30 Com caixa de descarga 5 50

Chuveiro Pia

Residência 2 40 Residência 3 40

Uso geral 4 40 Grandes cozinhas (indústrias e hotéis) 4 50

Lavatório Despejos 5 75

Residência 1 30 Máquina de lavar roupa até 30 kg 10 75

Uso geral 2 40 Máquina de lavar roupa de 30 a 60 kg 12 100

Uso coletivo, por torneira 1 50 Tanque de lavar roupa grande 3 40

Ralo de piso 1 30 Vaso sanitário 6 100


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Dimensionamento da tubulação de esgoto


• O tubo de queda deverá ter diâmetro uniforme, sempre que possível, ser instalado em um único
alinhamento reto.

• Quando não for possível evitar mudanças de direção, principalmente com ângulo superior a 90°.

• Nenhum vaso sanitário pode descarregar em


DN < 100 mm.

• Nenhum tubo de queda pode ter diâmetro


menor ao da canalização a ele ligada.

• Nenhum tubo de queda de pias de cozinha e


copa, ou pias de despejo podem ter DN < 75
mm
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Dimensionamento da tubulação de esgoto

• Para determinar o diâmetro do tubo de queda,


devem ser somadas as unidades de descarga que
afluem ao mesmo, por pavimento ou em todo o tubo
de queda, conforme apresentado na tabela, para
curvas menores ou igual a 45°, abaixo.

UHC
DN Prédios com mais de 3 pavimentos
(mm) Prédio de até 3
pavimentos Em 1 pavimento Em todo prédio

30 2 1 2
40 4 2 8
50 10 6 24
75 30 16 70
100 240 90 500
150 960 350 1.900
200 2.200 600 3.600
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Dimensionamento da tubulação de esgoto


No dimensionamento dos coletores e subcoletores, deve ser considerado apenas o aparelho de maior
descarga de cada banheiro de prédio residencial, para considerar a UHC de contribuição.

Nos demais casos, devem ser considerados todos os aparelhos contribuintes para o cálculo da UHC

Quando as curvas forem maiores que 45°, devem ser consideradas a tabela abaixo.

UHC

DN (mm) Declividades mínimas (%)

0,5 1 2 4

100 180 216 250

150 700 840 1.000

200 1.400 1.600 1.920 2.300

250 2.500 2.900 3.500 4.200

300 3.900 4.600 5.600 6.700

400 7.000 8.300 10.000 12.000


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Diâmetro nominal de uma coluna e barrilete de ventilação


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Diâmetro dos ramais de ventilação

Grupos de aparelhos sem vasos Grupos de aparelhos com vasos


sanitários sanitários
UHC DN (mm) UHC DN (mm)

Até 2 30 Até 17 50

3 a 12 40 18 a 60 75

13 a 18 50

19 a 36 75

Distância máxima L de um desconector à ligação de tubo


ventilador do ramal de descarga, sendo o mínimo de 2*DN

DN (mm) Distância máxima (L), em metros


30 0,70
40 1,00
50 1,20
75 1,80
100 2,40
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Dimensionamento de um ramal de esgoto de banheiro


Instalações hidrossanitárias

Dimensionar o ramal de ventilação para o banheiro


Instalações hidrossanitárias

Dimensionar a coluna de ventilação para o caso, sabendo que o edifício possui 8


pavimentos e que seu pé direito mede 3m
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Exemplo:
Dimensionar os tubos de queda, os sub-coletores e o coletor para um prédio de
escritórios de 22 andares com quatro tubos de queda, atendendo as peças conforme
indicado para cada tubo de queda abaixo. O pé direito é de 3,10 m
Tubo de queda Material Vaso sanitário Lavatório Chuveiro
01 3 2
02 1 2
FF
03 3 4 2
04 4 3 3
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Exemplo:
Para o edifício a seguir, dimensionar os subcoletores e coletor predial, sabendo que
adotou-se a declividade da tubulação no trecho de 1%. As contribuições dos tubos de
queda são as seguintes

TQ UHC
01 144
02 80
03 220
04 70
05 144

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