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Projetos de Prefeitura de acordo com o COE/SP Decr. n. 57.

776/17

Projetos de Prefeitura
(Legislação base: Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo – DECRETO N.
57.776 DE 07 DE JULHO DE 2017, que regulamenta a Lei n. 16.642, de 9 de maio de 2017,
baseada na Lei n. 11.228/92.)
____________________________________________________________________________

Roberta Vendramini - Arquiteta


Sabrina Marano - Arquiteta
Valéria Miranda - Advogada

www.construir.arq.br
São Paulo, novembro de 2017
(2ª edição)
Projetos de Prefeitura de acordo com o COE/SP Decr. n. 57.776/17

Sumário

Agradecimentos............................................................................................................................................... 4

Sobre as autoras ............................................................................................................................................ 5

Introdução ........................................................................................................................................................... 6

1. Conceito: O que é um projeto de prefeitura ou projeto legal? ............................. 7


1.1 Atividades que exigem aprovação de projetos na prefeitura ........................................................9
1.2. Trâmites para se aprovar um projeto na prefeitura ....................................................................... 11
1.2.1 Alvará de Autorização ............................................................................................................... 13
1.2.2 Prazos para despacho de decisão ........................................................................................ 13
1.3 Alvará de Execução ................................................................................................................................ 15
1.4 Certificação de conclusão de obra (“Habite-se”)............................................................................ 15

2. Pré-requisitos e procedimentos anteriores à aprovação do projeto .............. 17


2.1 Documentação técnica – registro profissional ................................................................................ 17
2.2 Documentação do lote/imóvel – título de propriedade e situação fiscal................................. 18
2.3 Outras documentações exigidas ......................................................................................................... 24
2.4 Nota ao Capítulo: a polêmica entre o CAU e o CREA ................................................................. 25

3. Definições dos termos de um projeto legal ...................................................................... 27

4. Delimitação da responsabilidade legal técnica e do proprietário ..................... 32


4.1 Responsabilidades/obrigações do proprietário .............................................................................. 32
4.2 Responsabilidades/obrigações do profissional .............................................................................. 33
4.2.1 Alterações no projeto ................................................................................................................... 34
4.2.2 Identificação da responsabilidade na obra ........................................................................... 34
4.3 Responsabilidade civil - corresponsabilização ............................................................................... 34
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5. Iniciando o projeto de prefeitura.......................................................36

5.1. Elementos gráficos indispensáveis ................................................................................................... 43


5.1.1 Planta baixa ................................................................................................................................... 43
5.1.2 Cortes transversais e longitudinais ........................................................................................ 45
5.1.3 Fachadas ........................................................................................................................................ 48
5.1.4 Planta de cobertura ..................................................................................................................... 49
5.1.5 Detalhes .......................................................................................................................................... 52
5.1.6 Quadro de iluminação e ventilação ........................................................................................ 54

Considerações finais ................................................................................................................................. 56

Referências consultadas ........................................................................................................................ 57


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Agradecimentos

A Deus, por tudo que nos tem proporcionado!!


Aos nossos pais, pelo sacrifício que permitiu nossa formação profissional.
Aos nossos esposos e filhos, pelo amor e apoio incondicional.
À toda equipe Construir, funcionários, estagiários e parceiros.

Aos nossos queridos alunos, presenciais e virtuais!! Sem vocês, nosso


trabalho não teria sentido!! Obrigada, obrigada e obrigada!!

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Sobre as autoras

A professora e arquiteta Roberta Vendramini está hoje à frente da empresa


Cursos Construir. Com sólida experiência em coordenação e compatibilização
de projetos, trabalhou no renomado escritório de arquitetura Olegário de Sá,
em São Paulo. Durante anos, atuou também como docente de AutoCAD,
Desenho Arquitetônico, Legislação para Obras, Projeto, dentre outras
disciplinas, na Faculdade de Tecnologia em Construção de Edifícios IPEP e
na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Anhanguera. Atualmente, a
professora Roberta direciona todo seu tempo e know-how para treinamentos
em DVD, videoaulas gratuitas, blogs e páginas no Facebook para cadistas,
projetistas e alunos de arquitetura, engenharia e design. Seu primeiro blog, o
AutoCAD para Construção de Edifícios, já foi visualizado mais de 5 milhões
de vezes e seu canal no youtube é um dos maiores da área, com mais de 38
mil inscritos e 5 milhões de visualizações de vídeos.

A arquiteta Sabrina Marano nasceu em São Paulo-SP, formada em


Arquitetura e Urbanismo em 2001 pela Unib, trabalha na área desde 1999,
atuando como colaboradora em escritórios de arquitetura conceituados da
capital paulista. Em 2007, abriu seu escritório e continuou atuando em
parceria com grandes arquitetos e construtoras, desenvolvendo projetos nas
áreas residenciais e comerciais. Fez cursos livres nas áreas de
luminotécnica, visual merchandising, design de interiores, legislação
municipal para arquitetura e urbanismo e SOFTWARES voltados para a área de
arquitetura. Hoje, é também parceira dos Cursos Construir, atuando na área
educacional ao lado da professora Roberta Vendramini.

A advogada Valéria Miranda, irmã da professora Roberta Vendramini, desde


agosto/15 faz parte da equipe Cursos Construir. Com experiência de mais de
10 anos atuando como advogada, ela colaborou na interpretação de leis e
decretos municipais de modo a situar o assunto dentro do Código de Obras e
Edificações de São Paulo e legislações esparsas, esclarecendo acerca da
aplicabilidade das leis e normas aos projetos de prefeitura.

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Introdução
É comum as pessoas sentirem insegurança ao se depararem com a falta de conhecimento
básico quando precisam aprovar um projeto arquitetônico na prefeitura antes de iniciar uma
construção ou reforma.
Pensando no despreparo que muitos podem ter, foi que preparamos este e-book com o intuito
de simplificar a sistemática de elaboração de projetos de prefeitura, desmistificando a ideia de
que ele é complicado.
Este material é destinado principalmente aos profissionais da área, estudantes, e pessoas que
desejam conhecer mais sobre o assunto, como proprietários e construtores.
Será demonstrada, de uma maneira muito agradável, com linguagem simples, a elaboração do
projeto, os elementos essenciais e os trâmites comuns que envolvem o processo nas
prefeituras. O leitor será apresentado ao processo passo a passo, mediante estudos de caso,
com as variáveis envolvidas na elaboração do projeto e a maneira como se faz isso de acordo
com as normas do COE – Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo e normas
gerais básicas a todas as prefeituras.
O Capítulo 1 trata do conceito de projeto de prefeitura, ou projeto legal, como é tecnicamente
chamado, e demonstração, por meio de figuras, da interface da representação gráfica; uma
“prancha” de desenho, como se diz. Também discorremos brevemente sobre os requisitos para
a aprovação e alguns termos usuais que envolvem o projeto.
No Capítulo 2 tratamos pormenorizadamente da documentação necessária para instruir o
processo, com demonstração de modelos, bem como dos elementos essenciais que devem
constar no projeto.
O Capítulo 3 traz a conceituação dos termos recorrentes nos projetos e requerimentos das
Prefeituras.
No Capítulo 4 é feita uma breve delimitação das responsabilidades do proprietário do imóvel e
também do responsável técnico pela obra, situando cada caso no aspecto jurídico.
Por fim, o Capítulo 5 trata da parte física do processo, da folha de desenho, o que deve ser
demonstrado e como se faz para se montar um processo desde o início até a aprovação.
Em alguns capítulos apresentamos estudos de casos, tomando por base o que é exigido pela
prefeitura de São Paulo e que pode ser aplicado em qualquer prefeitura, uma vez que a
prefeitura paulistana é uma das mais exigentes no país em termos de aprovação de projetos.
Assim, o aluno estará apto a desenvolver um projeto legal e obter a aprovação em qualquer
município do país.

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1. Conceito – o que é um projeto de prefeitura


ou projeto legal?

É objetivo da Política Urbana ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais

Um projeto de prefeitura (ou legal) é um documento exigido pelos COE's – Códigos de Obras e
Edificações dos municípios no qual devem constar todos os parâmetros que serão utilizados
em uma construção ou reforma/alteração residencial, comercial, industrial ou galpão.

O projeto é uma exigência dos Poder Executivo Municipal, visando ter registrado tudo o que
ocorre nas cidades, como as obras se relacionam dentro do planejamento urbanístico e se elas
respeitam as normas legais vigentes.

A apresentação do projeto é padronizada (com gráficos e nomenclaturas específicos) e deve


ser elaborada por profissional de arquitetura ou engenharia, que seguirá as normas codificadas
pela prefeitura, sujeitando-se às sanções legais, uma vez que possuem valor jurídico, ou seja,
vinculam o profissional ao que ficou registrado no projeto.

O projeto possui a interface gráfica com a disposição dos desenhos arquitetônicos dos
pavimentos da edificação – a chamada planta baixa, que, basicamente, é um desenho da
planta da construção, vista de cima, como se cortada à altura de 1,5m do piso. Devem ser
apresentados, também, os cortes transversais e longitudinais, bem como fachadas (usualmente
a frontal ou principal e em alguns casos a lateral), quadros técnicos com indicativos de
iluminação, ventilação e outros índices.

É importante mencionar que o projeto de prefeitura é um projeto único, pois não se confunde
com o projeto técnico (aquele que vai todo detalhado para a obra), nem com o projeto para o
cliente (que tem ênfase nos detalhes estéticos).

Para a aprovação do projeto na prefeitura, o profissional deverá seguir todas as normas


técnicas do COE e do Plano Diretor1 do município onde será edificada a construção.

1 O Plano Diretor rege o desenvolvimento do município, envolve planos estratégicos de transportes, uso e ocupação do
solo, dentre outros.

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Cada COE determina seu regramento, com os cortes e parâmetros gráficos e legais diferentes
(selo, cotas e legenda, p.ex.), porém, na maioria das vezes os elementos gráficos e as
informações são comuns em todos os municípios, variando apenas em alguns poucos
detalhes.

Exemplo da representação gráfica de um projeto de prefeitura tradicional:

Figura 1: Exemplo de projeto completo de prefeitura


Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

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1.1 Atividades que exigem aprovação de projetos na prefeitura

O projeto principal de prefeitura, apresentado na figura do item anterior, não é exigido somente
para construções novas, é obrigatório também em caso de alteração de um projeto original
(reformas), mesmo que já efetivado, como um projeto de regularização de obra existente (no
qual se acrescente área à construção), projeto de anistia (que só são permitidas em períodos
específicos), e projeto de demolição, por exemplo. Todos esses são, igualmente, projetos de
prefeitura devem ser submetidos ao mesmo regimento normativo (item 3.3 do COE/SP).

3.3 - Em função da natureza do serviço ou obra a serem executados, ou ocorrência a ser


notificada dependerão, obrigatoriamente, de Comunicação prévia à PMSP:

a) execução de restauro em edificações tombadas ou preservadas, desde que obtida a


prévia aprovação dos órgãos competentes;
b) execução de reparos externos em fachadas situadas no alinhamento;
c) execução de muros e gradis nas divisas do lote;
d) início de serviços que objetivem a suspensão de embargo de obra licenciada;
e) início, paralisação e reinício de obras para efeito de comprovação da validade do Alvará
de Execução;
f) implantação de mobiliário;
g) transferência, substituição, baixa e assunção de responsabilidade profissional.

Obs* Pelo novo código de obras de São Paulo, reformas internas a edificação, e/ou que
não alterem a volumetria ou a área construída da mesma, não requerem mais autorização
da prefeitura, e podem ser executadas a qualquer tempo, desde que comandadas por
profissional técnico habilitado e com CAU/CREA registrados.

3.3.1-A comunicação será apresentada em requerimento padronizado, avalizada por


profissional habilitado quando a natureza do serviço ou obra assim o exigir, e instruída
com peças gráficas, descritivas ou outras julgadas necessárias para sua aceitação.

Um projeto atrelado a outro já existente terá sob-registro o mesmo número de protocolo do


processo original de entrada na prefeitura, de modo que formem um todo homogêneo e
interdependente.

Outros exemplos: quando se quer unir lotes ou separá-los, apresentam-se projetos de


unificação (ou fusão) de lotes ou desmembramento/desdobro. Tais projetos devem
representar graficamente as configurações das dimensões do lote, que constam oficialmente
na Matrícula do Registro de Imóveis do lote. Veja exemplo de um projeto de desmembramento
de lote na Figura 2.

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Figura 2: Exemplo de projeto de desmembramento de lote


Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

Há, também, projetos legais de condomínio, os quais requerem aprovação tanto na prefeitura,
como no condomínio, pois a construção/alteração deve seguir os parâmetros previstos nas
regras condominiais. Então serão dois projetos apartados.

Também seguem o mesmo entendimento os projetos em imóveis com tombamento histórico,


os quais requerem aprovação do CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do Patrimônio
Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico, por exemplo. Na capital de São Paulo, há locais
onde existem tombamentos de jardins, os quais requerem uma autorização específica para que
se possa remover vegetação de porte arbóreo para poder construir no local. Veja o projeto da
Figura 3.

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Figura 3: Exemplo de projeto com tombamento arbóreo para apresentação no CONDEPHAAT


Fonte: Projeto da autora (arq. Sabrina Marano)

1.2 Trâmites para se aprovar um projeto na prefeitura

Como se disse, um projeto de prefeitura existe para documentar e regulamentar o curso de


uma construção ou para regularizar uma edificação existente. Ele é necessário para que as
prefeituras mantenham todos os registros das modificações existentes nas cidades, porque
toda ação humana sobre o ambiente influencia de alguma maneira – positiva ou negativa –
sobre a cartografia da cidade.

Após a apresentação e aprovação do projeto, a prefeitura emite o Alvará de Aprovação do


projeto, que não é o documento final para a liberação da construção. Para a efetiva
construção deverá ser apresentado o Alvará de Aprovação e feito um requerimento de
Alvará de Execução (que recebe um número de registro) para que o proprietário possa
construir ou reformar seu imóvel.

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A prefeitura de São Paulo, atualmente, já aceita que, para residência unifamiliar pequena (lote
até 400 m² que não envolva outorga onerosa, área de operação urbana ou INCRA), seja feito
um único requerimento de alvará, que funcionará para aprovação e construção ao mesmo
tempo:

3.7.3 - O Alvará de Execução poderá ser requerido concomitantemente ao Alvará de


Aprovação e seus prazos correrão a partir da data de publicação do despacho de
deferimento do pedido.

3.10 - Por opção do proprietário, devidamente assistido por profissional habilitado, poderá
ser requerida a emissão de Alvará de Licença para Residências Unifamiliares, como
procedimento alternativo àqueles previstos nas seções 3.6 (Alvará de Aprovação), 3.7
(Alvará de Execução) e 3.9 (Certificado de Conclusão).

Os alvarás de aprovação são mais comumente requeridos por construtoras, que apresentam
vários projetos para aprovação para, depois de deferido o alvará, requerer o alvará de
execução. Isso é interessante para grandes empreendimentos, pois somente depois da
aprovação do projeto é que a empresa decidirá qual deles é economicamente mais viável de se
construir ou comercialmente mais vantajoso.

Para que um projeto obtenha aprovação, deverá observar estritamente as disposições do COE
do município onde está registrado o imóvel.

A prefeitura de São Paulo exige que para requerer o Alvará de Aprovação, o pedido seja
instruído com as seguintes peças:

3.6 - Mediante procedimento administrativo e a pedido do proprietário ou do possuidor do


imóvel, a PMSP emitirá Alvará de Aprovação para:
a) movimento de terra;
b) muro de arrimo;
c) edificação nova;
d) reforma que implique em alteração de área ou volumetria;
e) aprovação de equipamento;
f) sistema de segurança.

3.6.1-Um único Alvará de Aprovação poderá abranger a aprovação de mais de um dos


tipos de projetos elencados no "caput" desta Seção.

3.6.2-O pedido de Alvará de Aprovação será instruído com:

a) documentação referente ao imóvel, contendo dados que permitam sua caracterização e


a análise do projeto, inclusive nos aspectos relativos à LPUOS;
b) peças gráficas e descritivas que permitam a perfeita compreensão e análise do projeto,
em especial quanto ao atendimento das condições mínimas previstas na LOE e na LPUOS;
c) apresentação de levantamento topográfico para verificação das dimensões, área e
localização do imóvel, quando necessário.

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1.2.1 Alvará de Autorização

Para casos transitórios e urgentes, a Prefeitura emite autorização para implantação de


edificações temporárias, como STANDS de vendas de unidades autônomas em condomínio,
edificações de canteiros de obras, avanços de tapumes etc. O requerimento, conforme
determinado no item 3.5 do COE/SP poderá ser feito pelo proprietário, mas também deverá
estar acompanhado das peças gráficas e descritivas dos processos legais comuns:

3.5 - Mediante procedimento administrativo e a pedido do interessado, a PMSP concederá,


a título precário, Alvará de Autorização, o qual poderá ser cancelado a qualquer tempo
quando constatado desvirtuamento do seu objeto inicial, ou quando a PMSP não tiver
interesse na sua manutenção ou renovação.

Dependerão obrigatoriamente de Alvará de Autorização:

a) implantação e/ou utilização de edificação transitória ou equipamento transitório;


b) implantação e/ou utilização de canteiro de obras em imóvel distinto daquele onde se
desenvolve a obra;
c) implantação e/ou utilização de estande de vendas de unidades autônomas de
condomínio a ser erigido no próprio imóvel;
d) avanço de tapume sobre parte do passeio público;
e) utilização temporária de edificação, licenciada para uso diverso do pretendido;
f) transporte de terra ou entulho.

3.5.1-O pedido de Alvará de Autorização será instruído com peças descritivas e


gráficas, e será devidamente avalizado por profissional habilitado quando a natureza da
obra ou serviço assim o exigir, dependendo sua renovação de recolhimento semestral das
taxas devidas.

1.2.2 Prazos para despacho de decisão

Como cada município tem seu regramento próprio, o prazo para um parecer da prefeitura a
respeito de uma solicitação pode variar. Em São Paulo o COE determina 90 (noventa) dias
como prazo máximo para uma decisão da prefeitura sobre a aprovação (item 4.2 e seguintes
do COE). Caso não seja cumprido esse prazo, faculta-se ao proprietário o requerimento de
execução da obra, que poderá ser iniciada sob a responsabilidade do proprietário e do
responsável técnico acerca das observações das normas vigentes.
Caso seja constatada uma irregularidade no projeto submetido à análise para aprovação, será
emitido um documento, pelo setor de aprovação, denominado “Comunique-se”2 ao proprietário

2 “Comunique-se” é um comunicado da prefeitura apontando falhas no projeto ou documentação faltante


e que devem ser sanadas e atendidas no prazo estipulado. O processo fica paralisado durante esse
período, até que se cumpra as determinações. Em São Paulo o prazo do “Comunique-se” é de 30 dias,
podendo-se requerer prorrogação.

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para que seja adequado o projeto ao que determinar a prefeitura, entretanto, se não cumpridas
em 30 dias a partir da publicação do “Comunique-se”, o pedido será indeferido.

Pode ser que o despacho emitido pela Prefeitura não seja aquele que o proprietário espere. Nesse caso,
pode-se fazer o pedido de reconsideração desse despacho, mediante a correção dos problemas que
foram apontados como causadores do indeferimento da solicitação. Na Prefeitura de São Paulo o prazo
é de trinta dias, e para Certificado de Conclusão de obra (“habite-se”), 60 dias. Esses prazos são
improrrogáveis.

1.2.3 Licença para Residências Unifamiliares

No caso da prefeitura de São Paulo, quando se tratar de uma residência unifamiliar, é possível
solicitar junto a prefeitura um único documento, que seria a Licença para Residências
Unifamiliares, que aprova tanto o projeto quanto a execução da obra simultaneamente, através
do projeto simplificado.

1.3 Alvará de Execução

É o documento que vai autorizar o início efetivo da construção ou reforma. Com ele em mãos,
o arquiteto ou engenheiro pode autorizar que os trabalhos iniciem no imóvel do cliente, sendo
necessário também para os casos de: movimento de terra; construção de muro de arrimo;
demolição total; reforma; reconstrução; instalação de equipamentos e execução de sistema de
segurança.

Para ter certeza de que o pedido de execução será deferido, devem ser seguidas as regras do
COE:

3.7.2-Os pedidos de Alvará de Execução, excetuados aqueles para demolição total e


reconstrução, serão instruídos com:

a) título de propriedade;
b) projeto aprovado, devidamente avalizado pelo Dirigente Técnico da Obra;
c) Alvará de Aprovação;

3.7.2.1-Quando se tratar de demolição total serão instruídos com título de propriedade e,


ainda, em se tratando de prédio com mais de 2 (dois) andares, aval do Dirigente Técnico da
Obra.

3.7.2.2-Quando se tratar de reconstrução serão instruídos com:

a) título de propriedade;
b) laudo técnico de sinistros;
c) documentos comprovantes da regularidade da obra sinistrada;
d) peças descritivas, devidamente avalizadas pelo Dirigente Técnico da Obra.

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É preciso estar atento ao prazo de validade do Alvará de Execução no município em que


será executada a edificação, pois, uma vez vencido, não se poderá dar início às obras. Em São
Paulo o prazo varia, sendo de 1 (um) ano para movimentação de terra, e 2 (dois) anos para os
demais casos (itens 3.7.8 e 3.7.9 do COE/SP).

Durante a execução das obras, é obrigatório ao Dirigente Técnico da Obra (que poderá ser o
engenheiro ou o arquiteto que fez o projeto) comunicar periodicamente, no mesmo processo
que originou o Alvará de Execução, o andamento das obras ou serviços durante suas
etapas, até a total conclusão, quando será requerida a expedição do Certificado de
Conclusão (item 3.7.7).

1.4 Certificado de Conclusão de Obra (“Habite-se”)

Esse certificado é uma confirmação de que a obra foi concluída dentro do projeto aprovado que
originou o Alvará de Execução. Pode ser concedido, também, certificado parcial para o caso
de haver partes concluídas que estejam dentro das exigências mínimas.

Somente será emitido o certificado (total ou parcial) mediante vistoria prévia por meio de
fiscais da Prefeitura constatando a fidelidade ao projeto e, no caso de haver alguma
discrepância, essa não pode ser superior a 5% entre a obra e o projeto (itens 3.9.1 e 3.9.2 do
COE/SP).

3.9.1-Poderão ser concedidos Certificados de Conclusão de Edificação em caráter parcial,


se a parte concluída atender, para o uso a que se destina, as exigências mínimas previstas
na LOE e na LPUOS.

3.9.2-Poderão ser aceitas pequenas alterações que não descaracterizem o projeto


aprovado, nem impliquem em divergência superior a 5% (cinco por cento) entre as
metragens lineares e/ou quadradas da edificação, constantes do projeto aprovado e as
observadas na obra executada.

O certificado de conclusão não será expedido se houver multas pendentes sobre o imóvel,
sendo necessário saldá-las para se obter a liberação do documento (item 3.9.3).

Esse foi um breve relato acerca do trâmite do processo dentro da Prefeitura de São Paulo.
Possivelmente ele será o mesmo procedimento existente nas demais prefeituras do país. A
partir do próximo capítulo serão conhecidas as especificidades dos elementos do projeto, os
órgãos envolvidos nos diferentes tipos de edificações e como tudo isso se interliga para que um
projeto possa ser aprovado.

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2. Pré-requisitos e procedimentos anteriores à


aprovação do projeto

2.1 Documentação técnica – registro profissional

“ Será comunicado ao órgão federal fiscalizador do exercício profissional a atuação irregular do


profissional que incorra em comprovada imperícia, má-fé, ou direção de obra sem os documentos
exigidos pela PMSP.” COE/SP, item 2.4.3

Somente um profissional licenciado nos órgãos e conselhos profissionais competentes – como


os Conselhos de Engenharia e Arquitetura - pode elaborar e solicitar a aprovação de um
projeto na prefeitura. É necessário, ainda, que o profissional possua registro na prefeitura
municipal de localização do imóvel.

O engenheiro3 ou arquiteto deverá ser formado em curso superior reconhecido pelo MEC e
estar registrado no conselho profissional competente, bem como seguir as determinações que
seu órgão de classe prevê.

Outro requisito essencial, sem o qual não se consegue dar entrada no projeto na prefeitura
competente, é o cadastro do profissional na prefeitura municipal, sob pagamento de taxa
inscrição. Basta cumprir esse requisito e efetuar o registro em quantas prefeituras se tenha
interesse/necessidade.

No item 2.4 do COE/SP estão dispostas as exigências para que o profissional atue perante a
municipalidade.

A prefeitura de São Paulo disponibiliza um manual com interface simples e agradável para nortear o
pedido de aprovação eletrônica dos projetos no endereço http://www.prefeitura.sp.gov.br
/cidade/secretarias/upload/planejamento/arquivos/manual%20slc. pdf.

3 Desde agosto de 2013 tramita no Tribunal Regional Federal de Santa Catarina uma Ação Civil Pública intentada pelo
CREA/SC contra o CAU/SC a respeito da reserva de mercado deste último aos arquitetos em detrimento dos engenheiros
para os projetos arquitetônicos. Até a data de fechamento deste e-book ainda não há decisão definitiva, sendo que o CREA
venceu na primeira instância, mas perdeu na segunda. Ainda deve ser julgado o recurso de Apelação do CREA/SC. Para
maiores detalhes, veja nota ao final deste capítulo.

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