Você está na página 1de 97

TÉCNICAS

CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior


A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.

Missão da Faculdade Católica Paulista

Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
www.uca.edu.br

Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria,
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

SUMÁRIO
AULA 01 INTRODUÇÃO À INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO 05

AULA 02 CONTRATOS DE OBRAS PRIVADAS 10

AULA 03 CONTRATO DE OBRAS PÚBLICAS 13

AULA 04 ETAPAS DE OBRA 22

AULA 05 DEMOLIÇÃO, LIMPEZA DO TERRENO, LOCAÇÃO DA 26


OBRAS E INSTALAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRA

AULA 06 FUNDAÇÃO 32

AULA 07 ESTRUTURA - FORMAS E ARMADURAS 38

AULA 08 ESTRUTURA - CONCRETAGEM 42

AULA 09 ALVENARIA 49

AULA 10 COBERTURA 59

AULA 11 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS - ÁGUA E ESGOTO 65

AULA 12 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 68

AULA 13 MARCENARIA, SERRALHERIA E ESQUADRIAS 72

AULA 14 REVESTIMENTOS 77

AULA 15 PINTURA E IMPERMEABILIZAÇÃO 85

AULA 16 PATOLOGIAS EM EDIFICAÇÕES 90


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

INTRODUÇÃO

A construção civil está sempre se renovando. E são nas renovações que novas técnicas
construtivas são criadas ou aprimoradas.
Neste livro serão vistos conceitos fundamentais na execução de projetos na construção
civil.
Os capítulos 1, 2 e 3 tratam das necessidades antes da execução de obra, bem como dos
contratos existentes nesse meio.
A partir do capítulo 4 são descritas as etapas de obra, com destaque para: demolição, limpeza
de terreno, locação de obra, instalação de canteiro de obra, execução de fundação, estruturas
(formas, armaduras e concretagem), execução de alvenaria, cobertura, instalações hidráulicas
e elétricas, serviços de marcenaria e serralheria, revestimentos, pintura e impermeabilização.
No último capítulo são abordadas as patologias em edificações, demonstrando a forma
como podem ser evitadas durante a execução da obra.
De modo geral, esse livro lhe mostrará as boas práticas dentro da engenharia.
Desfrute a leitura!!

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

AULA 1
INTRODUÇÃO À INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO

A indústria da construção civil movimenta a economia do país e é constituída de atividades


que visam a realização de obras civis (as obras militares não são da alçada do engenheiro
civil), atendendo demandas de moradia, trabalho e desenvolvimento da região em que está
sendo executada, de modo a utilizar todos os recursos possíveis, humanos e tecnológicos.
As obras, portanto, podem ser: edificações, obras viárias, hidráulicas, industriais, de
urbanização, de minas, de contenção, contemplando as mais variadas possibilidades de
execução.

Tipos de Construções

Dentre os tipos existentes de construção quatro são os mais citadas.

Construção Artesanal: utiliza-se métodos empíricos (práticos, intuitivos, com base em


experiência). É comum em edificações rurais.
Construção Tradicional: utiliza-se métodos já normalizados. É comum em áreas urbanas.
Construção Tradicional Racionalizada: utiliza-se métodos normalizados com padronizações
e processos mais bem definidos.
Construção Industrializada: estágio mais avançado em que os processos são bem
definidos e muitos componentes são pré-fabricados.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 1 - Construção industrializada em SteelFrame

Fonte: https://www.aecweb.com.br/cont/a/construcao-industrializada-rapidez-para-eliminar-o-deficit-habitacional_3356

Sistema Construtivo

O sistema construtivo de um empreendimento constitui o processo de execução da obra, ou


seja, a forma como a obra será executada, mediante a definição dos materiais, equipamento
e modo de execução.
Atualmente diversos são os métodos construtivos empregados na construção civil:

• Estrutura de concreto armado convencional


• Estruturas metálicas: steelframe
• Alvenaria estrutural
• Drywall
• Placas de concreto

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 2 - Sistema construtivo em Drywall

Fonte: https://www.aecweb.com.br/revista/materias/projeto-com-drywall-pode-ter-diferentes-condicoes-de-resistencia-ao-fogo/18027

Processo Construtivo

O processo construtivo constitui os procedimentos que serão executados em um canteiro


de obras, ou seja, a forma como o sistema construtivo será executado.
Todo sistema construtivo possui uma normativa (NBR) que direciona o processo construtivo.

Técnica Construtiva

A técnica construtiva constitui as ações que possibilitarão o andamento dos processos


construtivos que deverão ser alinhados com as condições do canteiro de obra.

Fases de um Empreendimento

O empreendimento, independente de qual for, passa por diversas fases desde o projeto até
a entrega final. As principais fases constituintes são: planejamento, execução ou produção
e funcionamento (BASTOS, 2019).

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Planejamento

Nessa fase são determinados os objetivos da obra sua utilização futura, a viabilidade de
implantação de algumas técnicas construtivas e dos sistemas construtivos.
É nessa fase, ainda, que são elaborados os pré-projetos, o projeto básico e o projeto
definitivo. O Pré-projeto contempla todas as características que devem estar contidas na obra.
O Projeto Básico contempla as análises de alternativas para o projeto, os métodos construtivos
adotados e a estimativa de orçamento. O Projeto Definitivo contempla o detalhamento do
projeto básico, com a definição das plantas, corte, fachada, projeto estruturais, hidráulicos,
elétricos, de gás, dentre outros.

Execução ou Produção

Nessa fase são definidas as datas para início e conclusão de alguma ação é traçado o
plano financeiro, plano de compra, definido o cronograma físico-financeiro, definido o layout
do canteiro de obra, feito o detalhamento dos processos construtivos e ocorre a execução
da obra.

Funcionamento

Nessa etapa, a obra está em processo de finalização para obtenção do produto final pronto,
com liberação de manuais, obtenção de Habite-se e de toda a documentação necessária
para sua utilização.

Tipos de Obras

As obras, de modo geral, podem ser públicas ou privadas.

Obras Públicas

“É toda realização material da área de Engenharia e Arquitetura a cargo das administrações


municipal, estadual ou federal, executada diretamente por seus órgãos ou indiretamente por
seus contratados” (BASTOS, 2019, p. 19).
Edifícios públicos como sedes de governo, hospitais, ruas, redes de água e esgoto, ETAs,
ETEs, podem ser exemplificados.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Para a realização de obras públicas deve ocorrer um processo de licitação com base na
Lei das Licitações (Lei Federal nº 8666 de 1993).

Obras Privadas

Obras realizadas com capital próprio da pessoa ou da empresa, sem vínculo com o Poder
Público.
De modo geral, essas obras são acordadas por meio de contratos particulares fixando
valores, serviços, prazos e garantias. Esses contratos podem, ou não, tornarem-se públicos.

Isto está na rede

“O planejamento de obras deve seguir todas as etapas de um projeto, e a construção


industrializada é muito ligada a este quesito. Porque realiza uma série de processos
em um ambiente fabril para pós aplicação no canteiro.”
O artigo apresenta conceitos importantes voltados para a construção industrializada.
Desfrute a leitura!!
https://www.mobussconstrucao.com.br/blog/construcao-industrializada/

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

AULA 2
CONTRATOS DE OBRAS PRIVADAS

“Contrato de construção é todo ajuste para execução de obra certa e determinada, sob
direção e responsabilidade de um construtor, pessoa física ou jurídica legalmente habilitada
para construir, que se incumbe dos trabalhos especificados no projeto, mediante condições
combinadas com o proprietário” (BASTOS, 2019, p. 20).
No contrato deve conter informações como:

• Objeto (obra a ser executada).


• Executor (responsável pela obra, pessoa física ou jurídica).
• Responsável técnico pela obra (que deve estar vinculado a algum conselho de classe,
CREA ou CAU).
• Beneficiário (proprietário ou usuário).
• Projeto aprovado (com todas as plantas e especificações de execução).
• Condições particulares (prazos, cronogramas).
• Preço com formas de pagamento.

Dentro do contrato as especificações constituem um conjunto de informações de ordem


técnica que visam auxiliar a leitura de projeto e a execução.
As especificações devem ser formalizadas em documento escrito contendo todas as
informações pertinentes à obra.

Modalidades de Contrato

Os contratos privados, mesmo que de caráter público, podem ser divididos em dois tipos:
empreitada ou administração.

Contrato por Empreitada

O empreiteiro (CONSTRUTOR - pessoa física ou jurídica legalmente


habilitada), com autonomia na condução dos trabalhos, calcula e
assume todos os encargos econômicos do empreendimento, oferecendo

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

ao contratante um produto de preço fixo (reajustável, em regimes


inflacionários). Pode ser contratado somente pela mão-de-obra (BASTOS,
2019, p. 21).

O contratante paga um preço fixo unitário ou global, previamente combinado entre as


partes para receber a obra pronta de acordo com as condições do contrato.
Dentre as formas de pagamento existem algumas possibilidades como:

• Preço global.
• Preço unitário (pagamento de acordo com o que foi executado).
• Séries: preço por parte da obra (estrutura, hidráulico, elétrico).

Existe ainda, dentro da empreitada, a possibilidade do construtor subempreitar a obra ou


parte dela, contanto que essa possibilidade esteja acordada entre as partes.

Contrato por Administração

É aquele em que o construtor se encarrega da execução de um projeto


(obra) mediante remuneração fixa ou percentual sobre o custo da obra,
correndo por conta do proprietário todos os encargos financeiros do
empreendimento. O administrador (construtor) é um executor dependente
das deliberações do dono da obra no que se refere ao andamento da obra,
ressalvada a parte técnica, que é sempre de responsabilidade exclusiva
de profissionais habilitados (BASTOS, 2019, p. 22).

No contrato por administração não existe um preço fixo determinado, tendo em vista as
variações dos custos no mercado.

Quadro 1 - Características de contrato

Fonte: https://pallottamartins.com.br/2019/12/11/vai-construir-saiba-a-diferenca-entre-o-contrato-de-empreitada-e-o-contrato-de-prestacao-de-servicos/

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Quadro 2 - Tipos de contrato

Fonte: https://rexperts.com.br/tipos-de-contratos-de-construcao/

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

AULA 3
CONTRATO DE OBRAS PÚBLICAS

Segundo o TCU (2014), a obra pública é considerada toda construção, reforma, fabricação,
recuperação ou ampliação de bem público. Ela pode ser realizada de forma direta, quando
a obra é feita pelo próprio órgão ou entidade da Administração, por seus próprios meios ou
de forma indireta, quando a obra é contratada com terceiros por meio de licitação. Neste
caso são autorizados diversos regimes de contratação:

• Empreitada por preço global: quando se contrata a execução da obra ou do serviço


por preço certo e total.
• Empreitada por preço unitário: quando se contrata a execução da obra ou do serviço
por preço certo de unidades determinadas.
• Tarefa: quando se ajusta mão de obra para pequenos trabalhos por preço certo, com
ou sem fornecimento de materiais.
• Empreitada integral: quando se contrata um empreendimento em sua integralidade,
compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias.

A obra pública depende de diversas etapas que se iniciam muito antes da licitação.
O TCU apresenta as principais etapas constituintes, que serão apresentados no texto a
seguir. As etapas a seguir foram retiradas das recomendações apresentadas pelo TCU.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 3 - Fluxograma de procedimentos

Fonte: TCU, 2014

Fase Preliminar de Licitação

Elas têm o objetivo de identificar necessidades, estimar recursos e escolher a melhor


alternativa para o atendimento dos anseios da sociedade local. Passar para as demais
fases de uma licitação sem a sinalização positiva da viabilidade do empreendimento pode
resultar no desperdício de recursos públicos pela impossibilidade de execução da obra, por
sua conclusão ou efetiva utilização.

Programa de necessidades

Antes de iniciar o empreendimento, o órgão deve levantar suas principais necessidades,


definindo o universo de ações e empreendimentos que deverão ser relacionados para estudos
de viabilidade. Esse é o programa de necessidades.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Estudos de viabilidade

Os estudos de viabilidade objetivam eleger o empreendimento que melhor responda ao


programa de necessidades, sob os aspectos técnico, ambiental e socioeconômico.
No aspecto técnico devem ser avaliadas as alternativas para a implantação do projeto.
Durante esta etapa deve ser promovida a avaliação expedita do custo de cada possível
alternativa.

Anteprojeto

Após a escolha do empreendimento a ser realizado pode ser necessária a elaboração de


anteprojeto.
O anteprojeto deve ser elaborado no caso de obras de maior porte e consiste na representação
técnica da opção aprovada na etapa anterior. Deve apresentar os principais elementos de
arquitetura, da estrutura e das instalações em geral do empreendimento, além de determinar
o padrão de acabamento e o custo.

Fase Interna da Licitação

Definido o empreendimento é necessário iniciar os preparativos para a contratação que


deve ocorrer, usualmente, por meio de licitação.
As etapas preparatórias para a publicação do edital de licitação constituem a fase interna
do certame. É nesta fase que se especifica detalhadamente o objeto a ser contratado e se
definem os requisitos para o recebimento de propostas dos interessados em contratar com
a Administração, observadas regras que possibilitem a máxima competitividade entre os
participantes, com o fim de obter a proposta mais vantajosa para a Administração.

Projeto básico

O projeto básico deve ser elaborado anteriormente à licitação e receber a aprovação


formal da autoridade competente. Ele deve abranger toda a obra e possuir os requisitos
estabelecidos pela Lei das Licitações.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Projeto executivo

Após a elaboração do projeto básico a Administração deve providenciar o projeto executivo


que apresentará os elementos necessários à realização do empreendimento com nível máximo
de detalhamento de todas as suas etapas.
Para a execução desse projeto deve-se ter pleno conhecimento da área em que a obra
será executada e de todos os fatores específicos necessários à atividade de execução.

Recursos orçamentários

É fundamental que o órgão contratante preveja os recursos orçamentários específicos


que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem
executados no curso do exercício financeiro, de acordo com cronograma físico-financeiro
presente no projeto básico.

Edital de licitação

O edital de licitação é o documento que contém as determinações e posturas específicas


para determinado procedimento licitatório, obedecendo à legislação em vigor. O artigo 40
da Lei nº 8.666/1993 relaciona os elementos e as informações que devem constar deste
documento.
O edital deve ser elaborado de modo a afastar as empresas sem condições técnicas e
financeiras de executar a obra, mas evitar restringir o número de concorrentes.

Modalidades de licitação

O edital deve definir a modalidade de licitação em conformidade com o que estabelece o


artigo 22 da Lei nº 8.666/1993:

Concorrência: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase


inicial de habilitação preliminar comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação
exigidos no edital para execução de seu objeto.
Tomada de preços: é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados
ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia
anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Convite: é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto,


cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade
administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o
estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu
interesse com antecedência de até vinte e quatro horas da apresentação das propostas.
Concurso: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de
trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração
aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com
antecedência mínima de quarenta e cinco dias.
Leilão: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens
móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados
a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao da avaliação.

A escolha da modalidade de licitação para obras e serviços de engenharia deve ser feita
em razão do valor estimado para o empreendimento:

• convite: até R$ 150.000,00.


• tomada de preços: até R$ 1.500.000,00.
• concorrência: acima de R$ 1.500.000,00.

Fase Externa de Licitações

Esta fase começa com a publicação do edital de licitação e termina com a assinatura do
contrato para execução da obra.

Publicação do edital

Para atender ao princípio da publicidade e com o objetivo de alcançar o maior número de


licitantes a Lei das Licitações estabelece a necessidade de publicação de avisos com o resumo
dos editais das concorrências, tomadas de preços, concursos e leilões, com antecedência,
no local do órgão interessado e, pelo menos por uma vez:

• No Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade
da Administração Pública Federal.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

• No Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal, quando se tratar, respectivamente,


de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal,
ou do Distrito Federal.
• Em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de
circulação no Município ou na região onde será realizada a obra.

Comissão de licitação

A Comissão de Licitação tem como objetivo promover o processo licitatório em todas as suas
fases, elaborando, publicando e divulgando o edital de licitação, prestando esclarecimentos
aos licitantes, recebendo e analisando as propostas.

Recebimento das propostas

O inciso 2º do artigo 21 da Lei das Licitações estabelece os prazos mínimos para o


recebimento das propostas dos licitantes, os quais se encontram resumidos no quadro a
seguir:

Quadro 3 - Prazos para recebimentos das propostas

Modalidade Tipo ou Regime Prazo


Concorrência Quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de 45 dias
empreitada integral ou quando a licitação for do tipo melhor
técnica ou técnica e preço.
Nos demais casos. 30 dias
Tomada de Quando a licitação for do tipo melhor técnica ou técnica e 30 dias
preço preço.
Nos demais casos. 15 dias
Convite - 5 dias úteis
Concurso - 45 dias
Leilão - 15 dias
Fonte: TCU (2014)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Procedimentos da licitação

O artigo 43 da Lei nº 8.666/1993 define a sequência de procedimentos que ocorrem após


o recebimento das propostas.

Fase Contratual

Esta fase começa com a assinatura do contrato e a emissão da ordem de serviço e se


encerra com o recebimento da obra.

Definição de contrato administrativo

Considera-se contrato administrativo todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades


da Administração e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de
vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução,
expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes,
em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.

Fiscalização

Fiscalização é a atividade que deve ser realizada de modo sistemático pelo contratante
e seus prepostos, com a finalidade de verificar o cumprimento das disposições contratuais,
técnicas e administrativas em todos os seus aspectos.
Os fiscais poderão ser servidores do órgão da Administração ou pessoas contratadas
para esse fim.
A empresa contratada para execução da obra deve facilitar por todos os meios ao seu
alcance, a ação da fiscalização, permitir o amplo acesso aos serviços em execução e atender
prontamente às solicitações que lhe forem dirigidas.

Recebimento da obra

Após a execução do contrato a obra será recebida provisoriamente pelo responsável por
seu acompanhamento e fiscalização, no prazo de até quinze dias da comunicação escrita
do contratado de que a obra foi encerrada.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Após o recebimento provisório, o servidor ou comissão designada pela autoridade


competente, receberá definitivamente a obra, após o decurso de prazo de observação hábil,
ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, ficando o contratado
obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total
ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções
resultantes da execução ou de materiais empregados.

Fase Posterior à Contratação

Após o recebimento definitivo do empreendimento, inicia-se a fase relativa à sua utilização,


onde estão incluídas a sua operação e as intervenções necessárias à manutenção das
condições técnicas definidas em projeto, de modo que sua vida útil e, consequentemente,
seus benefícios, sejam prolongados o mais possível.

Garantia dos serviços

A Lei das Licitações estabelece que o recebimento provisório ou definitivo não exclui a
responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional
pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
Além disso, esse mesmo normativo legal prevê que o contratado é obrigado a reparar,
corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto
do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução
ou de materiais empregados.

Manutenção

Iniciada a utilização do empreendimento devem ser realizadas atividades técnicas e


administrativas destinadas a preservar as características de desempenho técnico dos seus
componentes e sistemas.
A manutenção preventiva consiste nas atividades executadas antes da ocorrência de
problema. A corretiva, por sua vez, somente é realizada após o aparecimento de alguma falha.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Isto está na rede

A Lei Nº 8.666, de 21 de junho de 1993 regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição
Federal, e institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá
outras providências.
O link para acesso desta Lei encontra-se abaixo.
Aumente seu conhecimento!!
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

AULA 4
ETAPAS DE OBRA

Diversos são os serviços que podem ser executados dentro de uma obra. Serão abordados
os principais ao longo da disciplina, como:

1. Serviços Técnicos e Administrativos Preliminares.


2. Demolição, Limpeza do Terreno, Locação de Obra e Instalação do Canteiro de Obra.
3. Fundação.
4. Estrutura: Formas, Armaduras, Concretagem.
5. Alvenaria.
6. Cobertura.
7. Instalações Hidráulicas: Água e Esgoto.
8. Instalações Elétricas.
9. Marcenaria, Serralheria e Esquadrias.
10. Revestimentos.
11. Pintura e Impermeabilização.
12. Patologias em Edificações.

Serviços Técnicos e Administrativos Preliminares

Constituem a escolha do local a ser implantada a obra, a análise do uso do solo de acordo
com o Código de Obras da Cidade e o Código de Postura.
Após a escolha é feita a aquisição do terreno, a regularização do imóvel, caso necessário,
e o registro no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca.
A fase inicial da obra se dá com a locação da área, com auxílio de serviço de topografia,
de modo a verificar a necessidade de movimentos de terra.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 4 - Desenho de perfis de terreno por meio de topografia

Fonte: Bastos (2019)

Para conhecimento preliminar do local, furos de sondagem são feitos para possibilitar a
execução do projeto de fundação da obra. Esses furos podem ser por meio de abertura de
vala, sondagem simples ou SPT.
Após o prévio conhecimento procede-se ao projeto (arquitetônico, estrutural, hidráulico,
elétrico, de iluminação…) e à legalização junto aos órgãos competentes para o início das obras.
A figura a seguir apresenta o passo a passo de um projeto.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 5 - Processo de execução de obra

Fonte: Bastos (2019)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 6 - Processo de execução de sondagem

Fonte: https://www.h3d.com.br/

Isto está na rede

A sondagem SPT é um dos principais ensaios para definição de características de


resistência de um solo.
O link abaixo apresenta a execução desse ensaio de forma detalhada.
https://www.youtube.com/watch?v=zU2soDkSk_k&ab_channel=EngPresleyAndrade

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

AULA 5
DEMOLIÇÃO, LIMPEZA DO
TERRENO, LOCAÇÃO DA OBRAS
E INSTALAÇÃO DO CANTEIRO DE
OBRA

Demolição

Em caso de construções antigas no terreno (fundações, muros divisórios, redes de


abastecimento de água e energia elétrica, redes de esgoto) existe a necessidade de demolição.
Algumas recomendações devem ser observadas:

• Regularização da demolição na prefeitura.


• Cuidados para evitar danos a terceiros: realização de vistorias nas edificações vizinhas
antes de iniciar a demolição.
• Verificação da possibilidade de reaproveitamento dos materiais que saírem da demolição.

Figura 7 - Demolição de imóvel antigo

Fonte: https://www.cronoshare.com.br/blog/quanto-custa-demolicao-imovel-residencial-precos/

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Limpeza do Terreno

A limpeza do terreno constitui as atividades de capinação, remoção de solo ruim ou rochas,


remoção de todo material que não seja de interesse da construção.
Ainda abrange cortes de árvores (necessitando para isso uma licença ambiental).

Locação da Obra

A locação da obra consiste em marcar no terreno a exata posição da edificação,


transportando as dimensões desenhadas no projeto arquitetônico em escala reduzida para
a escala natural.
São marcadas as paredes, fundações, pilares, a partir das plantas apresentadas no projeto.
O procedimento básico para locação de obra é, segundo (BASTOS, 2019):

• Construir uma “tabeira” (cerca de tábuas em torno da posição da obra no terreno) com
o auxílio de um carpinteiro.
• Ferramentas e equipamentos: nível de mangueira, nível de mão, teodolito, trena,
esquadro, metro, martelo.
• Usar pincel ou caneta para escrever informações na tabeira correspondentes à
identificação e posição dos pilares.

Figura 8 - Construção de tabeira para locação de obras

Fonte: Bastos (2019)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 9 - Construção de tabeira em terreno plano

Fonte: Bastos (2019)

Figura 10 - Localização do eixo do pilar no terreno com auxílio de


prumo de centro

Fonte: Bastos (2019)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 11 - Locação de obra com tabeira

Fonte: http://lccampostopografia.com.br/servicos-que-executamos/locacao-de-obras/

Instalação do Canteiro de Obra

A instalação do canteiro é precedida da definição do layout do canteiro, ou seja, arranjo


físico de homens, máquinas e equipamentos no espaço disponível do canteiro de obras.
A Norma Regulamentadora nº 18 do MTE (Ministério do Trabalho e do Emprego) define
algumas diretrizes para implantação do canteiro de obras.
As principais instalações no canteiro de obras constituem: tapumes, barracões (container),
equipamentos de transporte, oficinas de armação e formas, central de concreto, depósito
de agregados, ligações provisórias, refeitório e banheiros.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 12 - Layout de canteiro de obra

Fonte: Bastos (2019)

Quadro 4 - Máquinas, equipamentos e ferramentas para a


construção de edifícios

Fonte: Bastos (2019)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Isto está na rede

O processo de locação da obra é de fundamental importância para garantir a construção


civil. Os vídeos a seguir apresentam como essa locação é feita em campo.
Aproveitem!
https://www.youtube.com/watch?v=bSNGENyPiII&ab_
channel=JRConstru%C3%A7%C3%B5es
https://www.youtube.com/watch?v=Jva-rXxUeT4&ab_
channel=JRConstru%C3%A7%C3%B5es

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

AULA 6
FUNDAÇÃO

A fundação pode ser definida como a parte inferior da estrutura de um edifício que suporta
e transmite cargas ao terreno, podendo ser dividida em:

Fundações Rasas: sapatas, radier, viga baldrame, bloco de fundação. São fundações
apoiadas em camadas mais superficiais.
Fundações Profundas: estacas, tubulões e caixões perdidos. São fundações apoiadas
em camadas mais profundas.

Sapatas

Constituem uma espécie de base de concreto armado. O terreno é escavado para concretar
essa base que tem a função de transmitir ao maciço uma tensão inferior à tensão atuante
na seção transversal do pilar.

• Existem sapatas isoladas, corridas e associadas.


• As sapatas mais comuns têm área de 3 a 10 m2.
• As sapatas de pilares de divisa são excêntricas, o que exige a inclusão de uma viga
alavanca vinculada a um pilar central próximo, para se obter o equilíbrio.

Figura 13 - Sapatas isoladas em obra

Fonte: https://blog.tocaobra.com.br/tipos-de-sapatas/

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Radier

Quando a soma das cargas da estrutura dividida pela taxa admissível do terreno excede
a metade da área a ser edificada, geralmente é mais econômico reunir as sapatas num só
elemento de fundação que toma o nome de radier.
É uma sapata associada, tipo laje armada, onde descarregam todos os pilares ou outras
cargas.
Recorre-se a esse tipo de fundação quando o terreno é de baixa resistência e a espessura
da camada do solo é relativamente profunda.

Figura 14 - Radier

Fonte: https://br.pinterest.com/pin/683984262127651589/?autologin=true&nic_v2=1a6VSdb4s

Vigas Baldrames

Trata-se de fundação corrida em concreto simples ou pedra argamassada indicada para


pequenas cargas, distribuídas linearmente sobre terreno superficial de médio a bom (tensão
admissível acima de 0,2 MPa).

Blocos de fundações

Elemento em concreto sem necessidade de armadura de modo que as tensões de tração


nele produzidas possam ser resistidas pelo concreto.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Suas faces podem ser verticais, inclinadas ou escalonadas, com base quadrada ou
retangular.
Os blocos e sapatas são indicados para cargas de valor significativo (soluções não
resolvidas por baldrames) em terrenos com resistência igual ou superior a 0,1 MPa.

Fundações por Tubulões

Tubulão a céu aberto

O tubulão a céu aberto pode ser escavado manualmente utilizando um sarilho, ou


mecanicamente, com um trado, restando apenas o alargamento da base como operação
manual.
Geralmente é escavado sem revestimento por isso é indicado ao caso de solo coesivo,
para que não ocorra desmoronamento durante a sua escavação. O diâmetro mínimo do fuste
é de 0,70 m para escavação manual e até 0,50 m para escavação mecânica. A profundidade
máxima é limitada pelo NA.
Pela simplicidade de execução, menor custo e adequabilidade ao perfil do subsolo, a
fundação por tubulões a céu aberto é a mais empregada nos edifícios residenciais do interior
de São Paulo (CINTRA et al., 2003).

Figura 15 - Tubulão a céu aberto

Fonte: https://www.guiadaengenharia.com/fundacoes-profundas-tubuloes/

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Tubulão pneumático

Com utilização de ar comprimido a escavação abaixo do N.A. é feita manualmente e


a seco, em até 30 m de profundidade. O fuste tem revestimento metálico ou de concreto
moldado in loco.
Na superfície o fuste é coberto por uma campânula que abriga o sarilho. A campânula é
provida de dois cachimbos: uma para saída do solo escavado e outro para a concretagem.
As condições de trabalho sob ar comprimido são difíceis.
Quanto maior a pressão, menor o período de trabalho de cada operário. Para iniciar um
novo período o operário deve passar por uma pressurização lenta, na campânula, até equilibrar
com a pressão do fuste. No término, a despressurização é que deve ser lenta. Descuidos
nessas etapas podem provocar embolia.

Fundações por Estacas

As estacas geralmente são empregadas em grupo por pilar, exigindo a concretagem de


um bloco de capeamento que faz a transição do pilar para o grupo de estacas.
Três grandes famílias de estacas podem ser caracterizadas: as cravadas, as escavadas
e as estacas de outros tipos que não se enquadram nas cravadas nem nas escavadas.

Estacas Cravadas

Podem ser de concreto, aço ou madeira. São pré-fabricadas em diferentes bitolas e


transportadas para o canteiro de obras onde são cravadas por um equipamento denominado
bate-estacas. Através de um martelo, caindo de uma altura fixa, aplicam-se golpes na
cabeça da estaca para a sua cravação no terreno. O peso do martelo deve ser pelo menos
igual ao peso da estaca e a altura de queda tal que não resulte uma energia excessiva, o
que causaria a quebra da estaca.
A cabeça da estaca é protegida por um capacete para amortecer o impacto do martelo
na estaca. Na sua parte superior é colocada madeira dura (cepo) e na parte inferior madeira
mole (coxim).
A estaca é cravada até atingir a néga, que normalmente é especificada de 10 a 20 mm
para 10 golpes para uma determinada energia de cravação (altura de queda vezes o peso do
martelo). Caso a néga resulte superior ao valor especificado, deve-se prosseguir a cravação.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Estacas Escavadas

São aquelas que envolvem um processo de perfuração do terreno, com consequente retirada
do solo, e posterior concretagem in loco. Não há vibração ou ruído durante sua execução.
Ao término da perfuração faz-se a introdução da armadura, quando necessária, cobrindo
o trecho superior da estaca solicitado à flexão.
São diversos os tipos existentes: estaca tipo broca, escavada a seco, Strauss, estacão,
barrete.

Estacas Especiais

Nesse grupo, temos as estacas que não podem ser consideradas como cravadas nem
como escavadas. Alguns exemplos são: estacas apiloadas, Franki, Raiz, Hélice Contínua,
Ômega, Mega.

Figura 16 - Execução de estaca

Fonte: https://blog.apl.eng.br/conheca-aqui-os-principais-tipos-de-estacas-para-fundacoes/

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Isto está na rede

As fundações podem ser dos mais variados tipos.


Os vídeos abaixo apresentam diversos métodos de execução de fundações, aproveitem!!

•https://www.youtube.com/watch?v=ZpM9cvojQWc&ab_
channel=SCACSolu%C3%A7%C3%B5esemEstruturaseEngenharia
• https://www.youtube.com/watch?v=EK92ovQmPWo&ab_channel=MatheusSilva
• https://www.youtube.com/watch?v=JY0jqufqZ_I&ab_channel=zeferinoBaptistaNino
• h t t p s : / / w w w. yo u t u b e . c o m / w a t c h ? v = R r L a o b S 4 z b w & a b _
channel=Dimens%C3%A3oProjetos
• https://www.youtube.com/watch?v=UmYyBHyf5rw&ab_channel=TrisulIncorporadora
• h t t p s : / / w w w. yo u t u b e . c o m / w a t c h ? v = 5 PX 8 u N - v K- Y& a b _
channel=D%C3%A9boraMedeiros
• https://www.youtube.com/watch?v=gnshv2ASjCs&ab_channel=LeonardoPalombo
•https://www.youtube.com/watch?v=COTrXLKUrsQ&ab_
channel=RAConstru%C3%A7%C3%A3o

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

AULA 7
ESTRUTURA - FORMAS E
ARMADURAS

A estrutura pode ser considerada a parte superior da estrutura de um edifício que suporta
as cargas dos diversos pavimentos e as transmite à infraestrutura.
É regida pelas Normas:

• NBR 6118/2014: Projeto de estruturas de concreto - Procedimento.


• NBR 12655/2015: Concreto de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e
aceitação - Procedimento.
• NBR 15696/2009: Fôrmas e escoramentos para estruturas de concreto – Projeto,
dimensionamento e procedimentos executivos.

A execução da estrutura abrange serviços como:

• Formas e escoramentos: confecção e montagem.


• Redes embutidas (água, esgoto, energia elétrica, telefone): instalação.
• Armadura: corte, dobra, montagem e colocação.
• Concreto: preparo, aplicação, cura, controle tecnológico.
• Retirada e limpeza das formas.
• Conserto de falhas e chapisco da estrutura.

Formas

Considera-se um consumo de 12 m² de madeira por m³ de concreto, em média.


É definida pela NBR 15696/2009: Fôrmas e escoramentos para estruturas de concreto –
Projeto, dimensionamento e procedimentos executivos.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Projeto de Formas

Umas das formas de se trabalhar, a mais ideal, é juntamente com o projeto estrutural,
existir um projeto de formas, como mostrado na figura a seguir. Esse projeto é apresentado
aos carpinteiros para execução prévia à concretagem.

Figura 17 - Projeto de Formas

Fonte: https://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/construcao-de-edificios/execucao-de-formas

Requisitos para Fôrmas

Alguns requisitos são fundamentais de modo a possibilitar resistência suficiente para a


não deformação sob ação de cargas - peso próprio, peso e pressão do concreto fresco, peso
das armaduras, cargas acidentais.
A estanqueidade deve ser garantida não permitindo vazamento de argamassa ou pasta.
A montagem do sistema deve garantir a fácil desforma, com o reaproveitamento máximo
dos materiais (painéis de madeira, gastalhos e pregos).

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

A limpeza interna da forma e a molhagem devem ser feitas antes da concretagem. Para
facilitar a desforma, deve-se aplicar produto desmoldante.
Para pilares altos, acima de 3,0 metros, deve haver janelas intermediárias para lançamento
do concreto.

Observação quanto às Formas

Chapas de madeira compensada são mais usadas, em lugar de tábuas. Apresenta como
principais vantagens o maior reaproveitamento, a fácil desforma, o menor número de juntas,
menor consumo de pregos e maior produtividade da mão de obra.
As chapas de acabamento plastificado são indicadas para concreto aparente e edifícios
altos (maior reaproveitamento).
O escoramento metálico, nesse contexto possibilita maior produtividade nos serviços, com
reaproveitamento total, sem desperdício. As peças são de fácil manuseio, proporcionando
rapidez na montagem e desmontagem, com regulagem para o nivelamento preciso dos
fundos de vigas e do fundo da laje.

Armaduras

Estima-se um consumo de 80 kg por m³ de concreto (em média).


De modo geral, a sequência de trabalho constitui:

Retificação ou alinhamento: consiste em tornar as barras retas, antes do corte.


Corte: feito de acordo com as plantas de projeto estrutural, com o auxílio de serra manual,
tesoura ou máquina de corte.
Dobra: feita manualmente com o auxílio de pinos fixados em bancada de madeira ou
máquina automática.
Emendas: por trespasse (mais comum), por solda ou por luvas.
Montagem: consiste na colocação da armadura nas formas, de modo a permanecerem
na posição correta durante a concretagem, garantindo o cobrimento mínimo prescrito - são
usados espaçadores de plástico para essa finalidade.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 18 - Armadura em peças de concreto armado

Fonte: https://www.ufrgs.br/eso/content/?tag=formas

Isto está na rede

A correta execução das fôrmas e do posicionamento das armaduras garante uma boa
concretagem.
Os vídeos abaixo apresentam como essas execuções são feitas!
• h t t p s : / / w w w . y o u t u b e . c o m / w a t c h ? v = r H LY g g e Z 9 L A & a b _
channel=RobertoAra%C3%BAjoConstru%C3%A7%C3%A3oCivil
• https://www.youtube.com/watch?v=7x0XDi9fFI8&ab_channel=DicasdoMarreta
•https://www.youtube.com/watch?v=WQJqi5CpaBs&ab_
channel=EngenharianaPr%C3%A1tica
• https://www.youtube.com/watch?v=kQ1I1TU8acM&ab_channel=Jos%C3%A9Correia

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

AULA 8
ESTRUTURA - CONCRETAGEM

A execução da concretagem precede algumas sequências como:

• Nivelamento das fôrmas da laje.


• Vedação das juntas das formas, se necessário.
• Umedecimento das formas.
• Preparação dos caminhos (tábuas) sobre a laje para transporte de concreto por carrinho
ou caçamba para não haver deslocamento de armaduras e danos na tubulação de
eletricidade.
• Montagem de tubulação para bombeamento do concreto, quando for o caso.
• Posicionamento das “mestras” ou “galgas” de controle da espessura das lajes.
• Lançamento do concreto, com adensamento e “desempeno” (regularização da superfície,
com o concreto ainda fresco, tornando-a bem acabada e plana).

Alguns cuidados devem ser tomados, como:

• Atenção para o posicionamento de aberturas nas lajes para alçapões e passagem de


tubos e para o posicionamento de peças para elevadores.
• Observação do cobrimento das barras.
• Posicionamento de gabaritos (tacos de madeira) para os pilares que seguem.
• Recolhimento de corpos-de-prova para controle tecnológico do concreto.
• Redução da seção de pilares e “esperas” (pontas de emenda da armadura dos pilares).
• Cura: manter o concreto endurecido úmido por 7 dias, no mínimo, para hidratação do
cimento e obtenção da resistência de projeto.
• Retirada das formas: faces laterais: 3 dias, faces inferiores, com escoramento
remanescente (“reescoramento”): 14 dias, faces inferiores, sem reescoramento: 21 dias.

Para a produção de um bom concreto devem ser muito bem executadas as seis operações
básicas de obtenção deste material: dosagem, mistura, transporte, lançamento, adensamento
e cura.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Dosagem

É o estudo e indicação das proporções relativas dos materiais constituintes do concreto,


para obtenção de propriedades pré-determinadas em projeto.
Existem basicamente dois procedimentos para dosagem do concreto: a dosagem empírica
e a racional.
A dosagem empírica consiste em determinar as proporções dos materiais em bases
arbitrárias, fixadas pela experiência com o auxílio de tabelas prontas de traços de concreto.
A dosagem racional baseia-se em resultados de ensaios dos materiais disponíveis e do
produto resultante da mistura para obtenção de um traço teórico inicial que é aperfeiçoado
em laboratório,até ajustar-se às condições exigidas para seu uso.

Quantificação dos Materiais

Existem duas maneiras de se quantificar ou medir os materiais constituintes do concreto


para, em seguida, misturá-los no canteiro de obras ou numa usina: em volume ou em massa.

Medição em volume: tipo de medição da areia, da brita e da água usado nas obras por
meio de enchimento de padiolas de madeira (ou latas) em número e tamanho de acordo
com a composição (“traço”) do concreto em volume. Em geral, para cada traço a ser “virado”
na betoneira, calcula-se a quantidade de materiais correspondente ao volume de um saco
de cimento (aproximadamente 40 litros). Algumas tabelas fornecem medidas práticas e
números de padiolas a serem usadas para vários traços diferentes.
Medição em massa: é o procedimento mais preciso e recomendável, usado nas usinas
dosadoras e laboratórios de pesquisa. Toma-se por base o traço expresso em massa dos
materiais por metro cúbico de concreto.

Mistura

É a operação que visa dar homogeneidade ao concreto. A melhor mistura é a mecânica,


com o uso de betoneiras.
A capacidade de uma betoneira geralmente refere-se ao volume de concreto pronto e
homogêneo que ela é capaz de produzir por betonada, o que representa cerca de setenta
por cento do volume de seu tambor.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Outra possibilidade é a mistura manual que é pouco eficiente e somente deve ser empregada
para volumes muito pequenos ou em serviços de menor importância.

Figura 19 - Mistura com uso de betoneira

Fonte: https://br.pinterest.com/pin/767230486496457338/?autologin=true&nic_v2=1a6VSdb4s

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 20 - Mistura manual

Fonte: https://www.fazfacil.com.br/reforma-construcao/tracos-concreto-mistura/

Ordem recomendável de carregamento dos materiais na betoneira é:

• Parte da água.
• Agregado graúdo.
• Cimento.
• Agregado miúdo.
• Restante da água.

Nas betoneiras de carregamento automático os materiais devem ser depositados


na plataforma de carregamento de maneira que caiam no interior do tambor na ordem
recomendada, com adição de água aos poucos.

Transporte

A principal preocupação no transporte interno do concreto na obra é evitar a segregação


dos materiais, ou seja, a tendência de assentamento dos agregados graúdos e a subida dos
miúdos e da água (exsudação).

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

No caso de pequenas obras, onde o transporte é feito por carrinhos, deve-se evitar
solavancos e dar preferência ao uso de carrinhos de pneu com câmara de ar.
Para o transporte vertical são usados os guinchos que transportam os carrinhos, ou as
gruas que transportam caçambas com descarga por comporta de fundo (capacidade até
2,0 m³).
O transporte por bombeamento é feito através de tubulações montadas pelas usinas que
fornecem o concreto usinado. Para este tipo de transporte o concreto deve ter características
adequadas como: abatimento (“slump”) de 10 cm a 12 cm, teor de argamassa maior que
o dos concretos comuns, maior porcentagem de brita “zero”, uso de aditivo plastificante.
Com o bombeamento pode-se conseguir a produção, em concretagens, de 100, 200, e
até 300 m³ por dia, conforme as distâncias verticais e horizontais de transporte interno.

Figura 21 - Abatimento do tronco de cone (slump)

Fonte: Bastos (2019)

Lançamento

O lançamento constitui a operação de colocação do concreto no local definitivo. Deve-se


atentar às seguintes recomendações:

• Umedecer sempre as formas antes do lançamento.


• Majorar cuidados quando a altura de queda livre do concreto ultrapassar 2,0 m, no
caso de peças estreitas e altas (pilares) evitando segregação de material.
• Para maiores alturas de queda, usar tubos ou calhas para evitar a segregação.
• Para remover pequenas porções de concreto, apanhar com a pá e não arrastar.
• Em superfícies inclinadas, lançar o concreto da parte mais baixa para a mais alta.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

• Evitar que o concreto seja “coado” pelas armaduras, principalmente em pilares.

Adensamento

O adensamento adequado objetiva eliminar os vazios do interior do concreto fresco. O
meio mais eficiente e comum é por vibração mecânica (energia elétrica), com equipamento
de agulha de imersão.
O adensamento com vibrador de agulha de imersão tem efeito até uma determinada
distância (raio de ação). Deve-se trabalhar sempre com o vibrador na posição vertical e
nunca com a agulha deitada. Evitar, em concretagem de lajes, arrastar a agulha pelo concreto
lançado.
Alguns cuidados devem ser tomados na vibração por agulha:

• A altura de adensamento não deve ser maior que o comprimento da agulha.


• A distância de um ponto a outro de aplicação do vibrador no concreto deve ser, no
máximo, igual ao raio de ação do equipamento utilizado.
• A agulha deve penetrar rapidamente na massa de concreto e sair lentamente.
• O tempo de imersão da agulha no concreto é controlado até que se visualize que não
saem mais bolhas de ar do concreto (vibração excessiva é prejudicial).
• Não se deve vibrar também as armaduras e formas, pois isto pode afastar o concreto
das superfícies onde ele deve aderir, como as barras de aço.

Cura

A cura constitui a operação para evitar a perda de água do concreto necessária à reação
com o cimento nos primeiros dias de idade e, também, para evitar excessiva retração por
secagem.
O processo consiste em manter o concreto úmido por molhagem direta (meio mais comum),
ou por proteção com tecidos umedecidos, ou por aplicação de emulsões que formam uma
película impermeável sobre a superfície do concreto.
Deve-se promover a cura durante, no mínimo, sete dias.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 22 - Cura de laje de concreto

Fonte: https://www.concretousinado.com.br/noticias/cura-concreto-usinado/

Isto está na rede

Os vídeos abaixo apresentam processos de concretagem e o ensaio Slump! Observem


os cuidados!
• https://www.youtube.com/watch?v=79owpVmrHyI&ab_channel=PAULEMILIODIAS
• https://www.youtube.com/watch?v=ppuR0LhzbUI&ab_channel=PAULEMILIODIAS
• https://www.youtube.com/watch?v=O3P5dQMAMkQ&ab_channel=PiEco-Sus3D
• https://www.youtube.com/watch?v=pLJOl8Ovfk8&ab_channel=VMEngenharia
• https://www.youtube.com/watch?v=WX2VK0HXZYw&ab_channel=SuelinWiederkehr

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

AULA 9
ALVENARIA

Define-se alvenaria como sendo um maciço constituído de pedras ou blocos, naturais


ou artificiais, ligadas entre si de modo estável pela combinação de juntas e interposição de
argamassa, ou somente pela combinação de juntas.
A alvenaria pode ser classificada em:

• Alvenaria de pedra natural.


• Alvenaria de pedra artificial (bloco cerâmico, de concreto, sílico-calcáreo).

A principal finalidade da alvenaria (convencional) é a vedação, divisão e proteção, por


meio de paredes externas e internas de casas e prédios, muros de divisa de propriedade.
Pode ter finalidade estrutural quando as paredes recebem esforços verticais (de lajes e
telhados em construções não estruturadas) e horizontais (por exemplo, empuxo de terra e
vento).

Tipos de Blocos

Bloco de concreto estrutural: permite que as instalações elétricas e hidráulicas fiquem


embutidas já na fase de levantamento da alvenaria.
Bloco de concreto de vedação: para fechamento de vãos em prédios estruturados. Devem-
se projetar vãos modulados em função das dimensões dos blocos para evitar desperdícios
com corte dos blocos na execução da alvenaria.
Bloco sílico-calcáreo: empregado como bloco estrutural ou de vedação. O bloco é
constituído por mistura de cal e areia silicosa, curado com vapor a alta pressão e temperatura
elevada. Normalmente é maciço, bastante poroso, leve e de dimensões que proporcionam
alta produtividade da mão de obra.
Bloco cerâmico de vedação (bloco vazado ou “lajota furada”): também se deve procurar
a modulação dos vãos, apesar de ser mais fácil o corte neste tipo de bloco. Dimensões mais
encontradas (cm): 9 x 19 x 19 e 9 x 19 x 29.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Tijolo cerâmico maciço: empregado em alvenaria aparente, de vedação ou estrutural em


casas térreas e em áreas comuns dos prédios onde sejam necessários cuidados especiais
contra propagação do fogo. Devido às suas dimensões, a produtividade da mão de obra na
execução dos serviços é mais baixa. Dimensões mais comuns (cm): 5 x 10 x 20.

Figura 23 - Tipos de blocos cerâmicos vazados

Fonte: https://www.masterhousesolucoes.com.br/conheca-os-diferentes-tipos-de-tijolos-para-construcao/

Figura 24 - Parede em tijolo maciço

Fonte: http://44arquitetura.com.br/2020/02/tipos-de-tijolos/

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 50


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Alvenaria de blocos cerâmicos

As principais características essenciais desses tijolos são:

• Regularidade na forma e dimensões.


• Arestas vivas e resistentes.
• Som “aberto” quando percutido.
• Homogeneidade da massa e cor uniforme.
• Ausência de fendas e cavidades.
• Facilidade no corte.
• Resistência suficiente para esforços de compressão.
• Pouca porosidade (baixa absorção).

Vantagens do uso do bloco vazado sobre o tijolo maciço:

• Maior facilidade de obtenção de parede com superfície plana.


• Menor peso por unidade de volume de alvenaria.
• Minimiza a propagação de umidade.
• Melhor isolamento térmico e acústico.

Execução de alvenaria

Existem etapas para a execução da alvenaria que serão listadas a seguir:

• Efetuar a locação das paredes com base na planta baixa (arquitetônica) da edificação,
executando os cantos com uma lajota e, logo após, a primeira fiada com argamassa
e com o auxílio de linha, esquadro, prumo e nível.
• Nas extremidades das paredes, executar “prumadas” que servem de guia controlando
o serviço com o prumo e assentando os tijolos em sistema “mata-junta” (junta vertical
desencontrada).
• Executar todas as fiadas, seguindo uma linha nivelada para cada uma e presa entre
duas prumadas-guia.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 51


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 25 - Locação da alvenaria com nivelamento e alinhamento da


primeira fiada

Fonte: Bastos (2019)

Figura 26 - Execução das fiadas

Fonte: Bastos (2019)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 52


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 27 - Verificação do prumo de paredes

Fonte: Bastos (2019)

Figura 28 - Verificação do prumo

Fonte: https://constructapp.io/pt/ferramentas-medicao-de-obras/

O ideal é que a superfície de uma parede de alvenaria bem executada seja plana, vertical e
com pouca necessidade de espessura de argamassa de revestimento. A espessura máxima
de argamassa de assentamento é de 2,0 cm.
Quando se chega ao final da parede, pode ocorrer de não haver espaço para uma fiada
de bloco. Dessa forma, pode-se ter as seguintes alternativas de aperto:

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 53


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Tijolo maciço: preenchimento da abertura deixada em lugar da fiada superior, antes do


encontro com a viga de concreto imediatamente acima da parede. Este aperto comumente
é feito com tijolos maciços assentados inclinados com argamassa de baixo teor de cimento.
Argamassa aditivada: existe ainda a técnica, muito usada, de deixar um espaço de 2,0 cm
entre a última fiada de alvenaria e a viga de concreto para preenchimento com argamassa
que contém aditivo expansivo.

Figura 29 - Aperto de alvenaria com tijolo maciço e com argamassa


expansiva

Fonte: Bastos (2019)

Figura 30 - Aperto de alvenaria com argamassa expansiva

Fonte: https://www.betonexbrasil.com/massaencunhamento

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 54


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Outro cuidado que deve-se tomar é garantir que em vãos de portas e janelas (esquadrias
de um modo geral), sempre haja vergas e contravergas, impedindo que essas esquadrias
se apoiem direto no bloco podendo causar trincas.

Figura 31- Vergas e contravergas em vãos de esquadrias.

Fonte: Bastos (2019)

Figura 32 - Vergas e contravergas em vãos de esquadrias

Fonte: https://www.suaobra.com.br/dicas/veja-o-que-sao-vergas-e-contra-vergas-e-qual-sua-funcao-no-portal-suaobra

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 55


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Alvenaria estrutural

A construção de uma edificação de alvenaria estrutural segue rigorosamente os projetos


arquitetônico, estrutural e de instalações especialmente detalhados para esse sistema
construtivo.
A execução da obra segue desenhos detalhados que mostram a posição de cada bloco,
em planta, na primeira e na segunda fiadas, assim como as elevações das paredes.
As fiadas sobem absolutamente na vertical - a falta de prumo modifica a distribuição de
cargas no edifício, podendo comprometer a estabilidade da obra (BASTOS, 2019).

Figura 33 - Planta de primeira fiada e detalhe de elevação de parede

Fonte: Bastos (2019)

Na alvenaria estrutural não são admitidos cortes (nem verticais, nem horizontais) para
passagem de tubulação. Alguns tubos (instalação elétrica) passam pelo furo vertical dos
blocos. Outros (água e esgoto) passam por parede falsa (“Shaft”) ou parede sem função
estrutural, posicionadas estrategicamente nos projetos arquitetônico e estrutural.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 56


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 34 - Shaft para passagem de tubulação

Fonte: Bastos (2019)

Para o assentamento dos blocos é muito comum o uso de bisnaga para espalhar a
argamassa nos blocos, mantendo um padrão de quantidade controlada.
Na alvenaria estrutural a argamassa tem função de ligação entre os blocos, uniformizando
os apoios entre eles. A resistência à compressão da argamassa deve ter aproximadamente
70% da resistência do bloco.
No Brasil já existem diversas normativas que tratam do projeto em alvenaria estrutural,
como citadas abaixo:

• NBR 15961-1:2011. Alvenaria estrutural — Blocos de concreto. Parte 1: Projeto


• NBR 15961-2:2011. Alvenaria estrutural — Blocos de concreto. Parte 2: Execução e
controle de obras
• NBR 15812-1:2010. Alvenaria estrutural — Blocos cerâmicos. Parte 1: Projetos
• NBR 15812-2:2010. Alvenaria estrutural — Blocos cerâmicos. Parte 2: Execução e
controle de obras
• NBR 15812-2:2017. Alvenaria estrutural — Blocos cerâmicos. Parte 3: Métodos de ensaio.
• NBR 15270-1:2017. Componentes cerâmicos – Blocos e tijolos para alvenaria. Parte
1: Requisitos.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 57


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

• NBR 15270-2:2017. Componentes cerâmicos – Blocos e tijolos para alvenaria. Parte


2: Métodos de ensaios.
• NBR 16522:2016. Alvenaria de blocos de concreto–Métodos de ensaio.

Figura 35 - Edifício em alvenaria estrutural

Fonte: https://www.inovaconcreto.com.br/blog/alvenaria-estrutural-e-convencional-diferencas/

Isto está na rede


Os vídeos abaixo apresentam processos de execução de alvenaria! Observem os


cuidados!

•https://www.youtube.com/watch?v=azy52l2_yls&ab_
channel=TRUQUEDEMESTRESergioEduardoConstru%C3%A7%C3%A3o

•https://www.youtube.com/watch?v=ZS1mVFq2f-4&ab_
channel=JRConstru%C3%A7%C3%B5es

• h t t p s:/ / w w w. yo u t u b e . c o m / w at c h ? v=_u vM M j N4 Xe w & a b _


channel=PORDENTRODACONSTRU%C3%87%C3%83O

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 58


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

AULA 10
COBERTURA

A cobertura de uma obra tem como principal finalidade proteger a edificação das intempéries.
Além disso, uma cobertura (ou telhado) pode compor arquitetonicamente o aspecto de uma
construção e também proporcionar conforto térmico no seu interior.
Os materiais mais comuns aplicados em coberturas são as pedras naturais, o metal, a
cerâmica e o fibrocimento.
Para que a finalidade de uma cobertura seja atendida, algumas qualidades devem ser
observadas, como:

• Impermeabilidade e estanqueidade.
• Resistência a esforços mecânicos.
• Leveza.
• Secagem rápida após as chuvas.
• Facilidade de execução e manutenção.

Telhas Cerâmicas

As telhas cerâmicas são as mais comuns e com maior variedade de formas. Apresentam,
ainda, a maior facilidade de colocação.
Os tipos mais comuns de telhas cerâmicas são: colonial, francesa, portuguesa, americana,
romana.
Cada tipo de telha possui um consumo aproximado por metro quadrado.
A figura a seguir apresenta o detalhamento de uma tesoura de telhado, composta pelo
madeiramento do telhado.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 59


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 36 - Detalhamento de tesoura de telhado

Fonte: Bastos (2019)

Figura 37 - Montagem de telhado de estrutura de madeira e telhas


cerâmicas

Fonte: Bastos (2019)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 60


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Telhas de Fibrocimento

São compostas por grandes chapas onduladas, nos mais diferentes perfis, alta resistência
mecânica, peso reduzido, excelente estanqueidade, montagem fácil, grande número de peças
e acessórios complementares de fixação, vedação.
São compostas por cimento reforçado com fibra sintética à base de PVA.

Figura 38 - Telhas de fibrocimento

Fonte: Bastos (2019)

Telhas Metálicas

Vem sendo muito utilizadas em telhados embutidos (escondidos), devido ao peso reduzido
e fácil execução. Algumas desvantagens como condutoras de calor e desconforto térmico
vem sendo corrigidos com o uso de telhas sanduíches (chapas metálicas com material
isolante entre elas, isopor na grande maioria das vezes).

Figura 39 - Telha metálica termoisolante

Fonte: Bastos (2019)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 61


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 40 - Telha sanduíche

Fonte: https://www.fitecbrasil.com.br/telha-sanduiche/

Telhas de Concreto

As principais vantagens de utilização são a fácil aplicação, medidas padronizadas e de


bom acabamento.
Apresenta, entretanto, como principal desvantagem o maior peso por m², que acaba sendo
compensada pela baixa absorção de água.

Figura 41 - Telha de concreto

Fonte: https://www.mapadaobra.com.br/capacitacao/telha-ceramica-concreto/

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 62


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Execução de Cobertura

Alguns aspectos de execução devem ser considerados no estudo, como:

• Peso próprio do telhado.


• Sentido de montagem.
• Recobrimentos (longitudinal e transversal).
• Largura útil das telhas.
• Vãos máximos entre dois apoios.
• Balanços máximos.
• Presença de calhas.
• Dimensionamento das estruturas.
• Fixação das telhas.
• Proteção da madeira da estrutura do telhado e pintura das telhas.
• Custos.

Quadro 5 - Inclinação necessária e peso por m² de cada tipo de telha

Fonte: Bastos (2019)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 63


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 42 - Telhado de fibrocimento embutido

Fonte: Bastos (2019)

Isto está na rede


As telhas sanduíches são uma ótima alternativa para os telhados embutidos.


Observe como são realizadas!!
• https://www.youtube.com/watch?v=6rPj_gWN9AE&ab_channel=ITIODRYWALL
•https://www.youtube.com/watch?v=_3WoHyi_FMg&ab_
channel=CasaldaConstru%C3%A7%C3%A3oCivil
•https://www.youtube.com/watch?v=44I8dGCEOdA&ab_
channel=FA%C3%87ASUAOBRA

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 64


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

AULA 11
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS -
ÁGUA E ESGOTO

As instalações hidráulicas, de água fria ou quente e esgoto são executadas após a alvenaria
e devem ser realizadas com base em projeto por profissional competente (encanador).

Figura 43 - Distribuição de água fria

Fonte: http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=27&Cod=118

Serviços de Instalações Hidráulicas

Alguns serviços são fundamentais para a execução das redes hidráulicas.

Ligação provisória de água e esgoto para a obra: requerimento à empresa pública de


fornecimento de água tratada e coleta de esgoto (ou abertura de poço, se houver essa
possibilidade, e execução de fossa).
Execução de reservatórios inferior e superior de água: para abastecimento da edificação,
feitos de concreto armado de acordo com projeto estrutural ou simplesmente instalação de
caixas d’água de fibrocimento.
Execução das tubulações e conexões: embutidas nas paredes e no solo ou aparentes.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 65


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Instalação de metais e peças sanitárias.

Cuidados a serem Tomados

• Atenção para o posicionamento correto, durante as concretagens, das aberturas na


estrutura para passagem de tubulação.
• Atenção para o posicionamento correto, nas paredes, da tubulação, conexões para
torneiras, registros, chuveiros (alturas e distâncias horizontais).
• Para água quente: passagem por tubos e conexões de cobre ou PVC especial, requer
o dobro de torneiras, requer aquecedor (elétrico, gás, energia solar).
• Execução dos trechos horizontais da tubulação de esgoto com caimento suficiente
e caixas de inspeção (concreto ou PVC) nas mudanças de direção e trechos longos.
• Teste das instalações antes do revestimento das paredes: fechar todas as saídas com
conexões (tampão) e encher a caixa d’água e a tubulação.

Figura 44 - Tubulação distinta para passagem de água fria e água


quente

Fonte: Bastos (2019)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 66


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 45 - Rede de esgoto predial

Fonte: https://www.suzuki.arq.br/unidadeweb/aula%2014/aula14.htm

Isto está na rede


As redes hidráulicas, água e esgoto demandam alguns cuidados específicos.


Observe como são realizadas!!
•https://www.youtube.com/watch?v=rESKJtZ5_mY&ab_
channel=GEARQGOArquitetura%26Gest%C3%A3odeObras
• https://www.youtube.com/watch?v=t9pHpkdAKXo&ab_channel=Mosnna
• h t t p s : / / w w w. yo u t u b e . c o m / w a t c h ? v = G y h P C e c p y 1 0 & a b _
channel=HPCONSTRU%C3%87%C3%95ES
• h t t p s : / / w w w. yo u t u b e . c o m / w a t c h ? v = Y P S 0 U b W W J q Y& a b _
channel=RobertoAra%C3%BAjoConstru%C3%A7%C3%A3oCivil
• h t t p s : / / w w w. y o u t u b e . c o m / w a t c h ? v = w L 1 m p B 6 6 J 4 U & a b _
channel=CURSOSOP%C3%87%C3%83O

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 67


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

AULA 12
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

As instalações elétricas constituem a etapa de instalação de eletrodutos, condutores,


chaves, caixas, luminárias e demais meios necessários ao suprimento de energia elétrica
no interior das edificações todos dimensionados e especificados em projeto por engenheiro
eletricista.
É uma etapa da edificação que se inicia com a ligação provisória de energia para o canteiro
de obras passa pela instalação de tubos e caixas embutidas durante as concretagens, continua
após a alvenaria com trechos embutidos nas paredes e termina com a passagem dos fios
pelos eletrodutos e suas ligações em tomadas e interruptores.

Figura 46 - Planta de instalação elétrica

Fonte: Bastos (2019)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 68


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Execução de Rede Elétrica

Eletrodutos

Instalar os trechos horizontais embutidos nas lajes antes da concretagem e os trechos


verticais embutidos nas paredes somente após a alvenaria. Os diâmetros de projeto devem
ser obedecidos. Utilizar tubos flexíveis com os devidos cuidados para que não ocorra o seu
amassamento durante as concretagens.

Figura 47 - Eletrodutos embutidos em laje e paredes

Fonte: Bastos (2019)

Caixas

Utilizadas para pontos de entrada e saída de condutores de tubulação em pontos de


emenda ou derivação, instalação de aparelhos e luz, quadros de circuito. São encontradas
no comércio em diferentes formatos e tamanhos conforme a utilização.
As alturas em relação ao piso devem ser observadas.
De modo geral, 1,10 a 1,40 m para interruptores e campainhas; 0,30 m para tomadas
baixas e 1,90 a 2,10 m para arandelas, tomadas altas e chuveiros.

Condutores / Fiação

Execução após o revestimento de paredes com as caixas fixas em seus lugares. Devem
ser diferenciados os diversos circuitos do projeto com cores diferentes dos fios sempre que
possível.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 69


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Em caso de reformas de prédios antigos, entre outras providências de projeto verificar


se há possibilidade de passagem de novos circuitos em tubulações antigas, em função da
quantidade de fios e do diâmetro da tubulação.

Figura 48 - Detalhe das instalações elétricas em laje de concreto e


parede

Fonte: Bastos (2019)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 70


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 49 - Detalhe das instalações elétricas em parede

Fonte: https://fotos.habitissimo.com.br/foto/conduites-novos-instalados_1487933

Isto está na rede

As redes elétricas demandam alguns cuidados específicos.


Observe como são realizadas!!
• https://www.youtube.com/watch?v=hHK-Le09vLg&ab_channel=SiStecServi%C3%A7os
• https://www.youtube.com/watch?v=Utk45aq8sv4&ab_channel=TelredesCursos
• h t t p s: / / w w w. yo u t u b e . c o m / w a t c h ? v=3 W _D S d j c UV M & a b _
channel=OPULODOGATONACONSTRU%C3%87%C3%83O

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 71


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

AULA 13
MARCENARIA, SERRALHERIA E
ESQUADRIAS

Marcenaria

A marcenaria constitui a etapa de trabalhos em madeira onde se destacam a colocação


de portas e rodapés, serviços esses executados por marceneiros. Ainda constitui serviços
de cobertura que já fora citado em capítulo anterior.

Portas

As portas são fixadas nos batentes por meio de dobradiças metálicas. Encontram-se
no mercado portas de diversos tipos quanto ao acabamento: maciças, ocas, para receber
pintura, portas prontas, portas almofadadas, portas lisas.
Um serviço de qualidade caracteriza-se pelo perfeito abrir e fechar da porta, com encaixe
perfeito dos trincos na guarnição.
Existem medidas padrões para as guarnições de portas, como apresentado na figura a
seguir.

Figura 50 - Guarnição de madeira para fixação de porta

Fonte: Bastos (2019)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 72


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 51 - Guarnição de madeira para fixação de porta

Fonte: https://www.meiacolher.com/2014/08/como-colocar-o-portal-marco-e-batente.html

Rodapé

A fixação dos rodapés é feita por meio de pregos ou parafusos pré-fixados diretamente
na argamassa de revestimento.

Figura 52 - Fixação de rodapés de madeira com parafuso e bucha

Fonte: Bastos (2019)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 73


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Serralheria

Uma serralheria faz portões automáticos e manuais de ferro ou alumínio, grades de


proteção, janelas, mezaninos, portas de aço automáticas e manuais de correr e estruturas
metálicas de diversos tipos. As principais matérias-primas utilizadas em uma serralheria são:

• Chapas.
• Tubos.
• Ferro.
• Baguetes.
• Tintas.
• Alavancas.
• Puxadores.

Esquadrias

Esquadrias podem ser portas, janelas ou qualquer abertura que necessite ser fechada. A
escolha do tipo de esquadria varia de acordo com os materiais com os quais se pretende
trabalhar: madeira, alumínio, aço, PVC e vidro.
Os principais critérios para optar por um destes materiais são, principalmente, estética,
funcionalidade, durabilidade, manutenção e preço.
As esquadrias também possuem uma sequência para sua colocação objetivando uma
maior facilidade na hora da montagem e cuidados para a prevenção de problemas futuros,
como infiltrações.

Esquadrias de madeira: de aspecto nobre e aconchegante, exigem manutenção permanente


com pintura ou verniz.
Esquadrias de alumínio: fabricadas por serralheiro, são de alta durabilidade e não exigem
manutenção. São, porém, de preço elevado e com menor segurança por arrombamento.
Esquadrias de aço: feitas também por serralheiro, são de aspecto popular e exigem
manutenção com pintura para evitar corrosão.
Esquadrias de PVC: são as mais novas no mercado e oferecem perfis prontos para uso
de diferentes cores e boa durabilidade.
Esquadrias de vidro: constituem os famosos “Blindex” que podem ser empregados em
portas e janelas, e cujos acabamentos são feitos em alumínio ou aço.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 74


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 53 - Esquadria de alumínio

Fonte: Bastos (2019)

Independente do tipo de esquadria adotada essa deve ser projetada para evitar infiltração
de água de chuva como o caimento para o lado externo do edifício, da pedra que compõe
o peitoril, além da calafetação de frestas entre a esquadria e a fachada com uso de massa
flexível (mastique) ou silicone.

Figura 54 - Detalhe de peitoril de janela

Fonte: Bastos (2019)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 75


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Isto está na rede


As instalações de esquadrias demandam alguns cuidados específicos.


Observe como são realizadas!!
•https://www.youtube.com/watch?v=KeHzgwVqaco&ab_
channel=Jos%C3%A9MariaLimaConstru%C3%A7%C3%B5es
• https://www.youtube.com/watch?v=CwrRKm3edDc&ab_channel=DICASDEMESTRE
•https://www.youtube.com/watch?v=sYiq-YPgMao&ab_
channel=JRConstru%C3%A7%C3%B5es
•https://www.youtube.com/watch?v=0WjhL2LfUxs&ab_
channel=JDConstru%C3%A7%C3%A3o

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 76


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

AULA 14
REVESTIMENTOS

O revestimento é a etapa da obra cuja principal finalidade é regularizar as superfícies de


paredes, tetos, muros, fachadas, de modo a protegê-las das intempéries.
As principais qualidades de um revestimento devem ser: resistência ao choque e esforços
de abrasão, durabilidade e impermeabilização.
Dentre os principais materiais de revestimentos, citam-se: argamassa,

Argamassa

É um revestimento executado em mais de uma camada: por chapisco, emboço e reboco.

Figura 55 - Camadas de revestimento de argamassa

Fonte: Bastos (2019)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 77


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Chapisco (1ª camada)

É uma camada fina de argamassa forte de cimento e areia grossa lavada 1:4 (volume),
para aumentar a aderência da camada posterior (emboço) na parede.
É aplicada com colher de pedreiro (através de uma peneira ou não), lançando a argamassa
de forma a ficar bem espalhada.

Emboço (2ª camada)

Possui espessura de 2,5 cm, de acabamento áspero. É aplicado somente após o


endurecimento total do chapisco e com as tubulações de instalações elétricas e hidráulicas
já embutidas nas paredes.
É espalhada com colher e regularização com régua e desempenadeira, seguindo faixas-
guias de argamassa (“mestras”) que definem um plano. A dosagem da argamassa deve
garantir trabalhabilidade, baixa retração na secagem, resistência mecânica, elasticidade
adequada e aderência suficiente à base depois de endurecida. De modo geral, utiliza-se
agregado médio (máximo 2,0 mm).

Reboco (3ª camada)

É a última camada, aplicada após o endurecimento do emboço, de menor espessura,


da ordem de 0,5 cm, com acabamento mais liso, proporcionado pelos grãos finos da areia
utilizada na argamassa (máximo 0,6 mm).
Executado depois de peitoris e guarnições de portas e janelas, mas antes da instalação
de rodapés e alizares.
É aplicado com colher de pedreiro, espalhando a argamassa fresca com o auxílio de
taliscas e, no momento adequado, faz-se o acerto da superfície com uma régua de alumínio,
obtendo-se uma textura “sarrafeada” - áspera, ideal para a colagem de peças cerâmicas.
Em seguida o acabamento é feito com uma desempenadeira, para obtenção de superfície
mais bem acabada, chamada “desempenada” (ainda áspera, porém mais lisa do que somente
“sarrafeada”).

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 78


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Camada Única

É o revestimento em que se aplica somente uma única camada, diretamente sobre a


alvenaria.

Figura 56 - Posicionamento de taliscas em paredes para aplicação


de argamassa

Fonte: Bastos (2019)

Figura 57 - Posicionamento de taliscas em paredes com porta

Fonte: Bastos (2019)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 79


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 58 - Posicionamento de taliscas para verificação de prumo

Fonte: Bastos (2019)

Azulejo

O azulejo é um revestimento decorativo e, principalmente, proporciona superfície lisa e


impermeável em cozinhas, banheiros, saunas, ou em qualquer outra área úmida.
Fabricados em grandes variedades de tamanho e cor, lisos e decorados, os azulejos mais
comuns são os de dimensões 15 x 15 (cm) e 20 x 20 (cm).
É assentado sobre o emboço endurecido e devem ser colocados no sentido do piso para
o teto dos cômodos, calculando-se a altura das fiadas de modo a se obter peças inteiras
na última de cima.
A primeira fiada, mais próxima do piso, é colocada depois que o piso estiver pronto, o
que permitirá o corte adequado dos azulejos. As juntas variam de acordo com a qualidade
do azulejo, podendo chegar ao limite de 1 a 2 mm.
Utiliza-se argamassa colante industrializada, ensacada, mistura pronta que recebe apenas
a adição de água momentos antes do uso.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 80


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

A aplicação é feita espalhando-se com desempenadeira dentada de aço sobre uma pequena
área do emboço (cerca de 1 m²) e, logo em seguida, colar os azulejos um a um, fixando-os
com batidas leves. Este processo é mais rápido e proporciona serviço de excelente qualidade.
Para evitar o descolamento dos azulejos, alguns cuidados durante a execução devem ser
tomadas, como:

• O emboço deve estar semiúmido antes da colagem das peças.


• Umedecer levemente os azulejos momentos antes da colocação, sem saturá-los para
argamassa feita em obra. Seguir recomendações do fabricante, no caso de uso de
argamassa.
• Usar areia limpa, cimento novo ou argamassa colante dentro do prazo de validade.
• Cobrir completamente a superfície do azulejo com argamassa no assentamento e
aplicar boa pressão sobre o azulejo na colocação.
• Após a aplicação dos azulejos evitar qualquer tipo de esforço na parede durante o
endurecimento da argamassa.

Figura 59 - Aplicação de argamassa colante com desempenadeira


dentada

Fonte: https://pedreirao.com.br/como-assentar-ceramicas-de-piso-passo-a-passo/

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 81


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Revestimento de Pisos

Para a escolha adequada do tipo de revestimento de piso das edificações deve ser
considerada a finalidade do cômodo ou da área onde vai ser aplicado.
Os pisos, cerâmicos comuns ou porcelanatos devem apresentar características
fundamentais como: ser resistente ao desgaste, provocar o mínimo de ruído com o movimento
das pessoas, apresentar um mínimo de aderência que proporcione segurança no movimento
das pessoas, exigir pequena ou nenhuma despesa de manutenção, ser de fácil limpeza, para
ser mantido em boas condições de higiene, proporcionar aspecto agradável.

Contrapiso ou Lastro

É a camada de concreto executada diretamente sobre o solo com as finalidades de formar


uma base resistente e apropriada à execução de outras camadas de acabamento para os
pisos e evitar penetração de umidade nas edificações por capilaridade.
É constituído, na maioria dos casos, de concreto simples sem armação. A espessura e
o tipo (composição do concreto) de lastro dependem, no entanto, da sobrecarga prevista
para o piso e da qualidade do solo sobre o qual se executa o serviço. Em indústrias, oficinas,
armazéns e lugares que serão submetidos a cargas pesadas, inclusive por aglomeração de
pessoas, o lastro pode ser de concreto armado.
As espessuras para casos comuns de concreto não estrutural, são:

• Pisos térreos, calçadas, quintais: 7 cm.


• Lojas, depósitos, bibliotecas: 10 cm.
• Garagens: 12 a 15 cm.

Figura 60 - Lastro de concreto

Fonte: Bastos (2019)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 82


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Piso Cerâmico

O assentamento do piso é um serviço executado depois do revestimento de tetos e paredes


é feito com peças dos mais variados tamanhos e cores oferecidas pelo mercado de materiais
de construção.
Existem basicamente duas técnicas de assentamento de peças cerâmicas para execução
de revestimento de pisos: com argamassa fresca fabricada na obra, espalhada sobre lastro
ou sobre laje e com argamassa industrializada, espalhada em pequena espessura para
assentamento da cerâmica sobre contrapiso seco.

Figura 61- Execução de revestimento de piso com argamassa


industrializada

Fonte: Bastos (2019)

Piso de Madeira

O serviço é executado após o revestimento de tetos e paredes.


Independentemente do tipo de material escolhido para o revestimento em madeira, a
principal recomendação para este tipo de serviço consiste em usar somente peças secas
ou com teor de umidade em equilíbrio com o do ambiente, visando-se evitar a retração e o
empeno após o assentamento.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 83


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Tacos simples: dimensões mais comuns: 7 x 21 (cm) e espessura de 2 cm. São assentados
com argamassa de cimento e areia 1:4, espalhada sobre o lastro/ laje.
Tacos de Encaixe: dimensões mais comuns: 7 x 21 x 2 (cm), de encaixe tipo macho e
fêmea. É executado sobre contrapiso nivelado e seco, o assentamento é feito com cola
especial espalhada com desempenadeira de aço (lado reto).
Parquete: é apresentado em placas (40 x 40) cm constituídas por pequenas peças de
madeira agrupadas sobre uma tela plástica aderida na face de colagem. As placas são
assentadas com cola e martelo de borracha sobre contrapiso seco de cimento e areia.
Tábua Corrida: o revestimento é executado com tábuas de encaixe tipo macho e fêmea,
fixadas por meio de pregos a barrotes (peças compridas de madeira de seção trapezoidal).
Dimensões das tábuas: largura variável de 0,10 a 0,25 m, comprimento 2,5 m aproximadamente
e espessura 0,025 m. As tábuas devem ser rigorosamente selecionadas e secas em estufa,
perfeitamente “galgadas”, com superfície plana e cor uniforme.

Isto está na rede


As instalações de revestimentos demandam alguns cuidados específicos.


Observe como são realizadas!!
• https://www.youtube.com/watch?v=lqpqHkWv5lA&ab_channel=TrisulIncorporadora
• https://www.youtube.com/watch?v=rAEQoc5d1S8&ab_channel=DicasdoFernando

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 84


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

AULA 15
PINTURA E IMPERMEABILIZAÇÃO

Pintura

A última etapa da obra é a pintura considerada já como acabamento. É considerada uma


das mais caras.

Tintas

Tinta é um material de revestimento de consistência líquida ou pastosa que serve para


cobertura, proteção, coloração das superfícies dos objetos, materiais, paredes.
Na construção civil as superfícies para pintura mais comuns são a madeira, a alvenaria,
o concreto e os metais.
Um serviço de pintura, depois de pronto, pode apresentar os aspectos brilhante ou fosco,
transparente ou opaco, colorido ou incolor.
A execução da pintura em qualquer tipo de superfície deve passar pelas seguintes etapas:

• Preparação da superfície.
• Aplicação eventual de fundos, massas, condicionadores.
• Aplicação da tinta de acabamento.

Toda superfície, após ter sido preparada para receber a pintura, deve se apresentar: a
menor aspereza possível e pouco porosa, seca e limpa.
Toda tinta é composta por uma suspensão de partículas opacas sólidas (pigmentos) em
um veículo fluido. A função das partículas é cobrir e colorir. A função do veículo é aglutinar
as partículas para formar uma película de proteção.
O veículo da tinta é formado por uma parte volátil (solventes que evaporam) e outra não
volátil que, ao secar, constitui a película protetora.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 85


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Aplicação de Tinta

Para a escolha da tinta a aplicar é necessário conhecer o tipo de superfície que vai receber
a pintura, as condições ambientais que esta tinta vai suportar e qual a finalidade de aplicação
do produto.
As formas de aplicação mais comuns são:

Pincel: processo lento, porém prático. Indicado para pequenos serviços, “recortes” de
cantos e quinas e superfícies irregulares.
Rolo: processo um pouco mais rápido, indicado para superfícies planas.
Nebulização: processo mais rápido e que proporciona acabamento de melhor qualidade,
embora haja muita perda de material na pintura de peças estreitas, como grades. Processo
mais indicado para portas e móveis, exige tinta de baixa viscosidade e solvente rápido.

Materiais mais Utilizadas

Tinta a óleo: na sua composição parte do veículo é um óleo que endurece quando exposto
ao ar formando uma película sólida, relativamente flexível, resistente e aderente à superfície
de aplicação.
A viscosidade deste óleo pode ser diminuída pela mistura com um solvente (gasolina,
aguarrás) já presente na tinta ou adicionado conforme o uso a que se destina o material.
Solvente mal escolhido ou adicionado em quantidade não adequada pode causar defeito
de acabamento na pintura.
Aplicações mais comuns da tinta a óleo: superfícies de madeira e metal.
Tinta para caiação: muito difundidas e econômicas têm como componente principal a
cal extinta e são indicadas para muros e paredes, principalmente externas. Hoje, ao invés
de se “queimar” a cal virgem nas obras pode-se comprá-la extinta (em pó), pronta para a
simples mistura com água e aplicação direta.
Tintas Látex, Epóxi: recebem estes e outros nomes conforme seu veículo seja constituído
em parte por uma resina de látex ou epóxi. Algumas dessas tintas são emulsões (dois
líquidos dispersos um no outro sob forma de gotículas), indicadas para paredes exteriores
e/ou interiores, conforme instruções do fabricante.
O látex PVA tem este nome retirado da sigla inglesa de poliacetato de vinil, uma substância
sintética. O látex acrílico tem como componente básico uma resina acrílica. Os dois tipos

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 86


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

de látex têm quase as mesmas características e a mesma aplicabilidade. O látex acrílico é


mais durável (indicado para exteriores), porém mais caro.
Tintas especiais: resistentes ao calor, luminescentes.
Fundos: são produtos de consistência líquida utilizados antes da aplicação das tintas
sobre as superfícies, com as finalidades de: melhorar a aderência da tinta, isolar a superfície
a ser pintada da tinta de acabamento, proporcionando economia ou proteção contra umidade
externa em paredes; proteger contra a ferrugem em materiais metálicos (ex.: zarcão, cromato
de zinco, primer).
Massa: são constituídas por grande quantidade de carga, também são aplicadas antes da
tinta de acabamento final, em fina camada regularizadora da superfície. Corrigem defeitos
e tornam as superfícies lisas e pouco porosas.
Vernizes: são de consistência líquida, produzem camada de proteção fina, brilhante e
transparente, aplicada principalmente em madeiras (telhados, portas, janelas, móveis etc.).
Constituição: solvente + óleo ou resina natural ou sintética.

Principais Problemas Observados

Os principais problemas que podem ser observados em pinturas estão relacionados à


baixa qualidade da tinta e à aplicação mal executada.
Alguns exemplos são listados a seguir.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 87


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Quadro 6 - Principais defeitos em pintura

Fonte: Bastos (2019)

Impermeabilização

A impermeabilização é a ação de vedar ou selar determinadas superfícies de modo a


protegê-las contra as infiltrações. Dessa forma, contribui para a maior durabilidade das
construções já que evita o surgimento de mofos, bolores, manchas e destacamento do
revestimento interno.
A impermeabilização é fundamental para evitar que haja infiltrações em uma obra e precisa
ser feita inclusive na fundação. Dessa forma, é necessário que isso conste no planejamento.
Ou seja, a impermeabilização é responsável por evitar danos futuros na edificação.
Caso a impermeabilização não seja feita a aparência será afetada, além de prejudicar a
alvenaria e a armadura da construção. Isso coloca em risco todo o imóvel. Estima-se que o
custo com a vedação adequada equivale a 2% a 3% do total da obra.

Tipos de Impermeabilização

De modo geral há dois tipos de impermeabilização: rígida e flexível.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 88


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

A rígida não acompanha a estrutura; dessa forma, deve ser utilizada em superfícies que não
sofram com a variação de temperatura, com o movimento do solo ou que sejam suscetíveis a
fissuras e trincas. Ou seja, sua aplicação se restringe a locais com estabilidade, por exemplo:
vigas de baldrames, poços de elevador, subsolos e piscinas enterradas. Para esse tipo de
vedação, aditivos químicos são adicionados e misturados ao cimento ou argamassa.
A impermeabilização flexível consegue se alongar e absorver a fissuração, acompanhando
a estrutura. Desse modo, é indicada para áreas expostas às mudanças climáticas e que, por
esse motivo podem sofrer com trincas, infiltrações e umidade. Assim, a impermeabilização
flexível consiste em materiais ou produtos aplicáveis na superfície a ser vedada. Podem
ser moldados no local formando membranas ou serem pré-fabricados, como é o caso das
mantas e lonas.

Sistemas de Impermeabilização

Existem alguns sistemas utilizados com a função de impermeabilizar, como:

Argamassa: aditivos químicos e polímeros são acrescentados ao cimento e agregados,


formando um excelente revestimento impermeável. É ideal para subsolos, reservatórios de
água, piscinas, poços de elevadores, rodapés.
Calafetador: usa-se um produto com propriedades seladoras para preencher caixilhos,
juntas e elementos em geral, além de trincas e fissuras.
Emulsão acrílica: a base acrílica com elastômero forma uma membrana líquida excelente
para selar marquises, paredes, coberturas e lajes.
Emulsão asfáltica: trata-se de um monocomponente aplicado a frio e que requer proteção
mecânica. É utilizado em lajes, terraços e áreas frias.
Hidrorrepelente ou hidrofugante: é um material que repele a água, mantendo a superfície
completamente seca. Por não alterar a aparência do local onde é aplicado, pode ser usado
em fachadas de pedras, concreto, tijolos, telhas.
Manta asfáltica: é um tipo modificado de asfalto, sendo composto por polímeros e tem
função estruturante. Assim, recomendado para lajes inclinadas e planas, e também áreas
úmidas ou molhadas.
Lona: por ser fabricada em material que a água e umidade não conseguem atravessar,
são perfeitas para vigas de baldrames, contrapisos, lajes.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 89


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

AULA 16
PATOLOGIAS EM EDIFICAÇÕES

Os problemas patológicos que atingem as edificações podem ser de diversas naturezas


e causados por fatores diferentes.
A origem de um fenômeno patológico pode estar no próprio projeto da edificação, na
execução da obra, nos materiais aplicados ou mesmo no uso do edifício e na falta de
manutenção.
As patologias mais encontradas nos edifícios são:

• Descascamento de pinturas.
• Mofo.
• Corrosão de armaduras de concreto armado.
• Descolamento de pisos cerâmicos e azulejos.
• Desgaste excessivo de pisos.
• Apodrecimento de estruturas de madeira.
• Trincas em paredes, pisos e fachadas (na alvenaria, argamassa ou concreto), cujas
principais causas são: procedimento inadequado na aplicação de argamassa (composição
imprópria, espessura exagerada, etc.), recalque de fundações, esmagamento dos
materiais.

Figura 62 - Principais patologias, suas causas e a possível origem

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 90


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Fonte: Bastos (2019)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 91


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

Figura 63 - Casos comuns de fissuras em alvenaria e revestimento

Fonte: Bastos (2019)

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 92


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

CONCLUSÃO

Seguir os procedimentos corretos durante a execução de obra é fundamental para evitar


patologias.
Dessa forma, por meio dos conceitos e práticas apresentadas neste livro é possível
compreender que o projeto está intimamente ligado à execução, de modo que um projeto
não terá sucesso se a execução não for adequada e a execução não será adequada se o
projeto tiver sido mal elaborado.
Atente-se, aluno, que novas tecnologias estão surgindo de modo a garantir que os processos
executados sejam os mais eficientes possíveis. Então, procure sempre se renovar, ser curioso
frente às novas tecnologias.
Procure sempre o que for de melhor na sua área e destaque-se! Até a próxima!

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 93


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

REFERÊNCIAS

AECWEB. Construção industrializada: rapidez para eliminar o déficit habitacional.


Disponível em: https://www.aecweb.com.br/cont/a/construcao-industrializada-rapidez-
para-eliminar-o-deficit-habitacional_3356. Acesso em: 31 de out. de 2020.

AECWEB. Projeto com drywall pode ter diferentes condições de resistência ao fogo.
Disponível em: https://www.aecweb.com.br/revista/materias/projeto-com-drywall-
pode-ter-diferentes-condicoes-de-resistencia-ao-fogo/18027. Acesso em: 31 de out.
de 2020.

APL ENGENHARIA. Conheça aqui os principais tipos de estacas para fundações.


Disponível em: https://blog.apl.eng.br/conheca-aqui-os-principais-tipos-de-estacas-
para-fundacoes/. Acesso em: 31 de out. de 2020.

BASTOS, P. K. X. Construção de Edifícios. Apostila da Disciplina, 20. ed. UFJF, 2019.

BETONEX. Massa para Encunhamento. Disponível em: https://www.betonexbrasil.


com/massaencunhamento. Acesso em 31 de out. de 2020.

BRASIL. Lei Federal nº 8666 de 21 de junho de 1993. Disponível em: http://www.


planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm. Acesso em: 31 de out. de 2020.

CINTRA, J. C. A. et al. Tensão Admissível em Fundações Diretas. São Carlos: Editora


Rima, 2003.

CONCRETO USINADO. Cura do Concreto Usinado: O que é? Quais são os tipos de


cura? Disponível em: https://www.concretousinado.com.br/noticias/cura-concreto-
usinado/. Acesso em: 31 de out. de 2020.

CONSTRUCT. 8 ferramentas de medição de obras na construção civil. Disponível


em: https://constructapp.io/pt/ferramentas-medicao-de-obras/. Acesso em: 31 de
out. de 2020.

CRONOSHARE. Quanto custa a demolição de um imóvel residencial? Preços 2020.


Disponível em: https://www.cronoshare.com.br/blog/quanto-custa-demolicao-imovel-
residencial-precos/. Acesso em: 31 de out. de 2020.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 94


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

FA Z FÁ C I L . Tr a ç o s d o C o n c r e t o : M i s t u r a s e C u i d a d o s G e r a i s
p a r a u m B o m R e s u l t a d o . D i s p o n í ve l e m : h t t p s : / / b r. p i n t e re s t . c o m /
pin/767230486496457338/?autologin=true&nic_v2=1a6VSdb4s. Acesso em: 31 de
out. de 2020.

FITEC. Telha Sanduíche: Tudo O Que Você Precisa Saber Para Comprar. Disponível
em: https://www.fitecbrasil.com.br/telha-sanduiche/. Acesso em 31 de out. de 2020.

FÓRUM DA CONSTRUÇÃO. Esquema de funcionamento e dimensionamento da


instalação de água fria em residências. Disponível em: http://www.forumdaconstrucao.
com.br/conteudo.php?a=27&Cod=118. Acesso em 31 de out. de 2020.

GIAMBASTIANI, G. Montagem de formas em estrutura de concreto armado moldado


in loco: lajes. Disponível em: https://www.ufrgs.br/eso/content/?tag=formas. Acesso
em: 31 de out. de 2020. e https://www.fazfacil.com.br/reforma-construcao/tracos-
concreto-mistura/. Acesso em 31 de out. de 2020.

GUIA DA ENGENHARIA. Fundações profundas: tubulões. Disponível em: https://


www.guiadaengenharia.com/fundacoes-profundas-tubuloes/. Acesso em: 31 de out.
de 2020.

H3D SONDAGEM. Execução de Sondagem SPT, Sondagem Rotativa e Poço de


Monitoramento. Disponível em: https://www.h3d.com.br/. Acesso em: 31 de out. de
2020.

HABITISSIMO. Conduites Novos Instalados. Disponível em: https://fotos.habitissimo.


com.br/foto/conduites-novos-instalados_1487933. Acesso em: 31 de out. de 2020.

INOVA CONCRETO. Alvenaria estrutural e convencional: diferenças. Disponível


em: https://www.inovaconcreto.com.br/blog/alvenaria-estrutural-e-convencional-
diferencas/. Acesso em 31 de out. de 2020.

LC CAMPOS TOPOGRAFIA. Locação de Obras. Disponível em: http://lccampostopografia.


com.br/servicos-que-executamos/locacao-de-obras/. Acesso em: 31 de out. de 2020.

MAPA DA OBRA. Conheça a Diferença entre a Telha Cerâmica e a de Concreto.


Disponível em: https://www.mapadaobra.com.br/capacitacao/telha-ceramica-
concreto/. Acesso em 31 de out. de 2020.

MEIA COLHER. Aprenda o que é e como fazer radier na construção civil. Disponível
em: https://br.pinterest.com/pin/683984262127651589/?autologin=true&nic_
v2=1a6VSdb4s. Acesso em: 31 de out. de 2020.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 95


TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
ME. ANA PATRÍCIA ARANHA DE CASTRO

MEIA COLHER. Aprenda como Instalar o Portal, Marco e Batente da Porta. Disponível
em: https://www.meiacolher.com/2014/08/como-colocar-o-portal-marco-e-batente.
html. Acesso em: 31 de out. de 2020.

PALLOTTA MARTINS. Vai construir? Saiba a diferença entre o Contrato de empreitada


e o Contrato de prestação de serviços. Disponível em: https://pallottamartins.com.
br/2019/12/11/vai-construir-saiba-a-diferenca-entre-o-contrato-de-empreitada-e-o-
contrato-de-prestacao-de-servicos/. Acesso em: 31 de out. de 2020.

PEDREIRÃO. Como Assentar Cerâmicas, Passo a Passo! Disponível em: https://


pedreirao.com.br/como-assentar-ceramicas-de-piso-passo-a-passo/. Acesso em:
31 de out. de 2020.

PORTAL 44 ARQUITETURA. Quais são os 6 tipos de tijolos mais utilizados? Conheça


tudo sobre eles. Disponível em: http://44arquitetura.com.br/2020/02/tipos-de-tijolos/.
Acesso em 31 de out. de 2020.

REXPERTS. Tipos de Contratos de Construção: Descubra Qual o Melhor Para a


Sua Obra. Disponível em: https://rexperts.com.br/tipos-de-contratos-de-construcao/.
Acesso em: 31 de out. de 2020.

SABBATINI, F. H.; CARDOSO, F. F.; FRANCO, L. S.; BARROS, M. M. B. Projeto das Fôrmas.
Notas de Aula IFRN. Disponível em: https://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/
disciplinas/construcao-de-edificios/execucao-de-formas. Acesso em: 31 de out. de
2020.

SUA OBRA. Veja o que são vergas e contra vergas e qual sua função no Portal
SuaObra. Disponível em: https://www.suaobra.com.br/dicas/veja-o-que-sao-vergas-e-
contra-vergas-e-qual-sua-funcao-no-portal-suaobra. Acesso em: 31 de out. de 2020.

SUZUKI. Projeto de Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário. Disponível em: https://


www.suzuki.arq.br/unidadeweb/aula%2014/aula14.htm. Acesso em: 31 de out. de
2020.

TCU, Tribunal de Contas da União. Recomendações Básicas para a Contratação e


Fiscalização de Obras de Edificações Públicas. 4. ed. 2014.

TOCA OBRA. Tipos de sapatas: quais são e para que servem? Disponível em: https://
blog.tocaobra.com.br/tipos-de-sapatas/. Acesso em: 31 de out. de 2020.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 96

Você também pode gostar