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PATOLOGIA

DAS
CONSTRUÇÕES
MÓDULO I

FACULDADE SANTA MARIA - FSM

CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL


CONTEUDISTA: HÉLLYKAN BERLIET DOS SANTOS MONTEIRO
BREVE
APRESENTAÇÃO

PATOLOGIA
DAS Prezado (a) aluno (a),
Sejam bem vindos ao espaço destinado a unidade curricular de
CONSTRUÇÕES Patologia das Construções.

Nesta unidade curricular vamos desenvolver o conhecimento sobre


os materiais e os processos de construção de edificações
enfatizando as patologias.

EMENTA:

Principais Patologias das Obras de Engenharia Civil;


Causas Geradoras; Consequências Futuras da não
Eliminação das Causas Geradoras; Terapias mais
Adequadas; Medidas de Controle de Materiais e Mão
de Obra e de Manutenção.
OBJETIVOS:

1. Dominar o conhecimento
sobre os agentes causadores
das patologias nas
edificações.

2. Identificar as patologias
das alvenarias, CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
revestimentos, pinturas
estruturas de concreto e aço.
1. Introdução a patologia e terapia das construções
3. Capacitar-se para a 1.1 Patologias causadas pelos aglomerantes e
identificação da tecnologia agregados;
de reparo compatível com a 1.2 Patologias do concreto armado
patologia detectada. 2. Identificação, análise e intervenção
2.1 Projetos e procedimentos para recuperação de
4. Desenvolver a capacidade obras;
para formulação do 3. Reparos adequados para cada tipo de patologia.
planejamento e cronograma
dos reparos e serviços a
serem executados.
PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

1. INTRODUÇÃO

Patologia das construções é a “Ciência que estuda as origens, causas, mecanismos de


ocorrência, manifestações e consequências das situações em que os edifícios ou suas partes
deixam de apresentar o desempenho mínimo pré-estabelecido" (SABBATINI, CARDOSO 2003).
É importante ressaltar que a identificação das origens dos problemas patológicos
permite, também, identificar, para fins judiciais quem cometeu as falhas. Ou seja, se os
problemas tiveram origem na fase de projetos, os projetistas falharam; quando a origem está
na qualidade do material, o erro é dos fabricantes; se na etapa de construção trata-se de falhas
que envolvem mão-de-obra e fiscalização, ou ainda omissão do construtor; se na etapa de uso,
as falhas poderão ser decorrentes da operação e manutenção.
Os materiais de construção são indispensáveis para a realização das estruturas e dos
elementos construtivos. Muitas vezes, porém, seu papel é limitado à definição de poucos
parâmetros, na fase de projeto, ligados principalmente às propriedades mecânicas, e se dedica
menos atenção aos aspectos relativos à sua interação com o ambiente. Na verdade, o
conhecimento do comportamento dos materiais quando em uso é importante em muitas fases
que levam à construção de um edifício ou de uma estrutura, à sua gestão e até mesmo sua
demolição.
Estudos mostram que um elevado percentual dos problemas patológicos nas edificações
são originados nas fases de planejamento e projeto. Essas falhas são geralmente mais graves
que as relacionadas à qualidade dos materiais e aos métodos construtivos. Isso se explica pela
falta de investimento dos proprietários, sejam eles públicos ou privados, em projetos mais
elaborados e, detalhados, fazendo com que a busca pura e simples de projetos mais “baratos”
implique muitas vezes na necessidade de adaptações durante a fase de execução e
futuramente em problemas de ordens funcional e estrutural.

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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Na fase de projeto, é preciso conhecer os materiais adequados aos diversos elementos


estruturais ou construtivos para atender às funções que lhes são solicitadas. Durante a
construção, devem ser previstos controles de qualidade que permitam verificar a adequação
tanto dos materiais que chegam ao canteiro de obras como sua correta utilização. A Figura 1
mostra as fases da vida de uma construção, desde o projeto até a sua demolição.

Figura 1: Fases de uma construção

Fonte: Bertolini, 2010.

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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES

Quanto maior a anterioridade da patologia (considerando as etapas sequenciais de


concepção, modelagem, dimensionamento, detalhamento, execução, operação e
manutenção) maiores as dificuldades e maiores os custos da terapia.
De acordo com a "Lei dos Cinco” publicada pelo CEBRILEM, 1986 (Interdependence
Betweem Service Life of Concrete Structure):

“Cada dólar gasto por unidade de área construída


empregada corretamente na etapa de projeto das
estruturas corresponde a 5 dólares gastos nas
atividades de manutenção. No caso de reparos em
pequenas extensões tal valor sobe para 25 dólares, e,
no caso das grandes reforços, substituição e/ou
demolições o valor chega à 125 dólares” (CEBRILEM,
1986).

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ALGUNS
Descontos da
CONCEITOS:
Delícias de 15º
Lanchonete Pop
Aniversário

PATOLOGIA:
É a ciência que estuda a origem, os sintomas
e a natureza das doenças.

TERAPIA:
É a ciência que estuda a escolha e
administração dos meios de
curar as doenças e da natureza dos remédios.

PROFILAXIA:
É a ciência que estuda as medidas necessárias
à prevenção das enfermidades.

SINTOMA:
É a manifestação patológica detectável por
uma série de métodos e análises.

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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Em obras de concreto Estrutural:

Os problemas patológicos nas estruturas de concreto geralmente se manifestam de


forma bem característica, permitindo assim que um profissional experiente possa
deduzir qual a natureza, a origem e os mecanismos envolvidos, bem como as prováveis
consequências. Em obras com concreto estrutural, as Patologias frequentemente
decorrem de uma série de eventos, desde a elaboração do projeto até sua utilização.
Na fase de projeto, é preciso, além da escolha dos materiais, definir os parâmetros
do projeto que exprimam as propriedades mecânicas ou o comportamento em relação ao
ambiente, bem como a elaboração de um projeto com a presença de todos os requisitos
constantes nas normas.
Durante a construção o controle de qualidade é essencial para a durabilidade da
mesma, esse controle deve ter por objetivo verificar a obediência às especificações
formuladas na fase de projeto, além de manter em concordância com as normativas os
métodos construtivos utilizados.
No âmbito da vida útil da estrutura, podem ser necessárias manutenções
regulares, afim de verificar se a evolução da degradação dos materiais se mantem dentro
dos limites aceitáveis. No caso de obras com determinadas especificidades podem ser
previsto um sistema de inspeções permanentes, com monitoramento realizado por
sondas inseridas na estrutura, ais quais permitem constatar os efeitos do tempo nos
parâmetros relacionados ao desempenho do próprio material ou da estrutura.

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PATOLOGIA DAS
CONSTRUÇÕES
EM OBRAS DE CONCRETO ESTRUTURAL:

FASE DE PROJETO: FASE DE CONSTRUÇÃO:

Má concepção estrutural, modelagem Mão de obra desqualificada, controle de


computacional inadequada, subestimação da qualidade deficiente, desobediência às
deformação lenta e insuficiência de contra especificações do método construtivo,
flechas, mão de obra despreparada, controle “Simplificações” e adaptações do projeto
de qualidade deficiente, comportamento não efetuadas na obra, sem consulta ao projetista,
homogêneo das fundações em um mesmo transporte inadequado do concreto, juntas de
bloco ou entre blocos separados por juntas concretagem não previstas (concentração de
de dilatação, armadura insuficiente, tensões e perda de aderência), deslocamento
detalhamento deficiente da armação, da armadura, exsudação, seguida de
inclusive falta de armadura de pele, dentre segregação, dentre outras.
outras.

FASE DE UTILIZAÇÃO E FALTA DE


MANUTENÇÃO:

Ataque biológico ao concreto:


fungos, cupim, bactérias anaeróbias presentes em esgoto, íons Cl- (água do mar,
ácido muriático) aceleram corrosão da armadura, carbonatação do concreto pelo
ataque de CO2 (ou H2CO3 ): redução do pH do concreto, com perigo de corrosão da
armadura, desagregação do concreto e corrosão das armaduras causadas pela chuva
ácida (H2SO3 e H2SO4 ), lixiviação do concreto: dissolução do Ca(OH)2 pela
água, formando estalactites e estalagmites, dentre outras.

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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Perícias de Engenharia:

Para a realização das inspeções nas obras, há um ramo da engenharia destinado à


prática das manutenções, segundo a ABNT NBR 13752:1996 - Perícias de engenharia na
construção civil, define perícia como “atividade que envolva a apuração das causas que
motivaram determinado evento ou da asserção de direitos”.
A ABNT NBR 13.752: 1996 classifica as espécies de perícias, como:
a) Arbitramento: Quando envolve a tomada de decisão ou posição entre as alternativas
tecnicamente controversas ou que decorrem de aspectos subjetivos.
b) Avaliação: Quando envolve a determinação técnica do valor qualitativo ou monetário
de um bem, de um direito ou de um empreendimento.
c) Exame: Inspeção, por meio de perito, sobre pessoa, coisas, móveis e semoventes para
verificação de fatos ou circunstâncias que interessem à causa.
d) Vistoria: Quando envolve a constatação de um fato, mediante exame circunstanciado
e descrição minuciosa dos elementos que o constituem.
Ainda de acordo com a norma o Perito é considerado um auxiliar da justiça, que
assessora o Juiz quando o assunto em pauta depende de conhecimento técnico ou
cientifico e não deve ter nenhuma obrigação com qualquer das partes envolvidas no
processo.
O Laudo é uma peça na qual o perito, profissional habilitado, relata o que
observar e dá as suas conclusões ou avalia, fundamentadamente, o valor de coisas ou
direitos (NBR 13752/96). Podem ser classificadas em judiciais, extrajudiciais ou
particulares. É de fundamental importância que o documento seja objetivo e apresentado
em linguagem técnica adequada, com disposição racional dos textos e ilustrações. Devem
ser evitados parágrafos longos que possam parecer inconclusivos e de difícil
compreensão. Devem ser feitas apenas as considerações que não suscitem qualquer
dúvida de natureza técnica e que estejam respaldadas por observações e conclusões
evidentes, além de amparadas pela literatura existente sobre o tema.

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ALGUNS
Descontos da
CONCEITOS:
Delícias de 15º
Lanchonete Pop
Aniversário

FALHA:
É um descuido ou erro, uma atividade
imprevista ou acidental que se traduz em um
defeito ou dano.

ORIGEM:
É a etapa do processo construtivo
(planejamento/concepção, projeto, fabricação
de materiais etc) em que ocorreu o problema.

DIAGNÓSTICO:
É o entendimento do problema (sintoma,
mecanismo, causa e origem).

CORREÇÃO:
É a metodologia para a eliminação dos
defeitos causados pelos problemas
patológicos.

RECUPERAÇÃO:
É a correção dos problemas patológicos.

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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
Perícias de Engenharia:

Para que uma construção tenha boas características de desempenho, durabilidade


e vida útil, a obra necessita ir de encontro com as especificações da ABNT NBR 15575:
2013 - Edificações habitacionais — Desempenho.
A norma aplica-se a edificações habitacionais com qualquer número de pavimentos,
geminadas ou isoladas, construídas com qualquer tipo de tecnologia, trazendo em suas
respectivas partes as ressalvas necessárias no caso de exigências aplicáveis somente para
edificações de até cinco pavimentos . Além de pisos cimentícios, cerâmicos, etc. todos os
requisitos da ABNT NBR 15575: 2013 também aplicam-se a pisos elevados, pisos
flutuantes e outros.
De acordo com a norma, algumas definições são de grande relevância:
Vida Útil – VU Período de tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se prestam às
atividades para as quais foram projetados e construídos, com atendimento dos níveis de
desempenho previstos nesta Norma, considerando a periodicidade e a correta execução
dos processos de manutenção especificados no respectivo Manual de Uso, Operação e
Manutenção (a vida útil não pode ser confundida com prazo de garantia legal ou
contratual)
Vida Útil de Projeto – VUP Período estimado de tempo para o qual um sistema é
projetado a fim de atender aos requisitos de desempenho estabelecidos nesta Norma,
considerando o atendimento aos requisitos das normas aplicáveis, o estágio do
conhecimento no momento do projeto e supondo o atendimento da periodicidade e
correta execução dos processos de manutenção especificados no respectivo Manual de
Uso, Operação e Manutenção (a VUP não pode ser confundida com tempo de vida útil,
durabilidade, prazo de garantia legal ou contratual).
Durabilidade – capacidade da edificação ou de seus sistemas de desempenhar suas
funções, ao longo do tempo e sob condições de uso e manutenção especificadas no
manual do uso, operação e manutenção.
Desempenho – comportamento em uso de uma edificação e de seus sistemas

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PATOLOGIA
DAS ANDRADE, Maria del Carmen. Manual para diagnóstico de obras
deterioradas. Tradução de Carmona e Helene. São Paulo: Pini, 2003.
CONSTRUÇÕES
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS (ABNT). NBR-
13752: Perícias de Engenharia na Construção Civil. Rio de Janeiro,
1996.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS (ABNT). NBR-


15575: Perícias de Engenharia na Construção Civil. Rio de Janeiro,
2013.

BERTOLINI, L. Materiais de construção: patologia, reabilitação


e prevenção. São Paulo: Oficina de texto, 2010. v.2.

CLIMACO, João Carlos Teatini, de Souza. Estruturas de concreto


armado: fundamentos de projeto, dimensionamento e verificação.
3.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.

SABBATINI, Francisco Ferreira, 2003. Tecnologia da construção


de edifícios II. Disponível em
˂ https://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/patologia-e-
rec-de estrutura/conceitos-de-patologias ˃ Acesso em: 29 de janeiro.
2020.

SITTER, WR. Costs for service life optimization. The “Law of


fives”. In: CEBRILEM. Durability of concrete structures. Proceedings
of the international workshop held in Copenhagen. Copenhagen.
1984

VERÇOZA, Enio. Patologia das Edificações. Porto Alegre: Sagra,


2001.

VITÓRIO, Afonso. Fundamentos da patologia das estruturas nas


perícias de engenharia. Instituto Pernambucano de Avaliações e
Perícias de Engenharia. Recife, 2003.

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