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Raiva
Lucio Emmanoel Novaes Malagris
Thiago Carlos Pinheiro
O que é raiva?
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Dica ao terapeuta
Pode ser útil, tanto para o planejamento do tratamento como para o autoconhecimento do
cliente, identificar a forma de expressão e a intensidade da raiva característica do mesmo.
Para isso, você pode administrar o Inventário de Expressão de Raiva - Traço-Estado (STAXI
2) (Spielberger, 2010) no início e no final do tratamento, visando verificar a evolução do
cliente.
Dica ao terapeuta
É muito importante que a pessoa que tem dificuldade de lidar com a raiva entenda que
esse sentimento não é "errado”, pois é necessário à sobrevivência. Muitas vezes o cliente
pode se sentir culpado por experimentar raiva. Por isso, é necessário normalizar a existência
do sentimento e esclarecer suas funções. No entanto, é importante que ele entenda que o
problema ocorre quando o sentimento é muito intenso, muito frequente e mal administrado
em termos cognitivo-comportamentais.
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Outro fator que pode ter uma forte contribuição para a manuten
ção da raiva é o estresse, por essa razão é de suma importância identifi
car quais são suas fontes de estresse e desenvolver uma forma de contro
lá-lo (Moxotó & Malagris, 2015).
Não se pode deixar de observar que também existem estímulos am
bientais reais que podem ser provocativos da raiva, independente da inter
pretação que a pessoa dá a eles. Muitas vezes é necessário que sejam feitas
mudanças no ambiente e, para que seja possível identificar essa necessidade,
é útil que você analise e reflita sobre o ambiente ao seu redor na área fami
liar, social e ocupacional. O seu terapeuta pode ajudá-lo nessa análise e na
busca dessas mudanças. Por meio da terapia, você pode identificar outros
fatores que contribuem para o seu problema, assim você pode descobrir no
vas maneiras de lidar e solucionar suas dificuldades.
Dica ao terapeuta
Ofereça a oportunidade do cliente conhecer de que modo ele pode estar contribuindo para a
raiva desadaptativa, sem que se sinta criticado ou repreendido. A empatia é importante, no
entanto, o cliente precisa compreender sua responsabilidade sobre o problema, assim como
suas possibilidades de mudança para alcançar melhor qualidade de vida. Analisar junto
ao cliente o ambiente em que está inserido também é fundamental, pois, muitas vezes, o
indivíduo está submetido a um ambiente hostil por si só, e é necessário verificar o que pode
ser feito para amenizar ou eliminar o problema.
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Dica ao terapeuta
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Dica ao terapeuta
É importante que o terapeuta esteja consciente de como pode ser difícil a mudança para
pessoas que têm a raiva intensa como reação a frustrações e/ou provocações. Incentive o
cliente a treinar no dia a dia as estratégias que compõem o Treino Cognitivo de Controle da
Raiva (Lipp & Malagris, 2013), como a técnica da ação responsável, time-out, relaxamento
e respiração profunda, por exemplo.
Lidar com nossos sentimentos pode ser uma tarefa difícil no início,
principalmente quando se trata de uma emoção que pode se tornar tão in
tensa e que afeta diversas áreas da sua vida. Mas, ao longo do tratamento
cognitivo-comportamental, você poderá aprender a lidar com seus senti
mentos e desenvolver habilidades para expressar a raiva de uma forma que
não seja prejudicial. E fundamental que você pratique o que aprendeu em
terapia, pois, ao longo do tratamento, podem surgir algumas dúvidas e difi
culdades. Lembre-se que você pode sempre recorrer ao seu terapeuta para
que juntos consigam encontrar soluções para os seus problemas.
Referências
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