Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Nicolas Barra
O QUE É PSICOEDUCAÇÃO?
A psicoeducação é um tipo de intervenção psicológica realizada de forma sistemática e
estruturada com a finalidade de promover amplificações do conhecimento do paciente e das
pessoas próximas a ele, a respeito de sua condição de saúde mental.
Portanto, o paciente e seus amigos e familiares, aprendem mais sobre o transtorno no qual o
paciente está lidando, caso haja previamente um diagnóstico, como sobre o processo de
tratamento, as alternativas disponíveis, o prognóstico, entre outros.
Em questões originárias, a psicoeducação surgiu como um tratamento para a esquizofrenia,
baseada na ideia de que pacientes com o transtorno poderiam ter um prognóstico melhor se
tivessem apoio e envolvimento de familiares e amigos próximos no tratamento.
Eventualmente, percebe-se que essa maneira de se trabalhar, acaba sendo mais efetiva para os
demais e diversos tipos de transtornos, como de personalidade, psicóticos dentre outros.
Pessoas que possuem transtornos mentais podem, em certos momentos, terem crises que
poderão trazer prejuízos significativos em suas vidas. Com a psicoeducação, pacientes com
os mais diversos tipos de transtornos aprendem a identificar esses momentos de crise,
permitindo que ajam a tempo de reduzir os danos possivelmente acometidos.
Alguns exemplos da psicoeducação em ação são:
- A síndrome do pânico é um transtorno de ansiedade caracterizado por crises de
pânico, que geralmente envolvem sintomas psicossomáticos como dores no peito,
taquicardia, sudorese, respiração ofegante, tremores, náuseas,etc. Diante aos sintomas,
a pessoa que não sabe sobre a sua própria condição, pode ir buscar ajuda médica e
fazer exames e consultas desnecessariamente, tendo em vista que os sintomas não são
causados por um problema orgânico e sim por uma condição psicológica. Com a
psicoeducação, os pacientes que sofrem de síndrome do pânico podem compreender
melhor sua condição e conseguir identificar crises logo nos primeiros sintomas, sem
recorrer a um hospital desnecessariamente. Além disso, a pessoa irá aprender técnicas
para lidar com estes sintomas, diminuindo consideravelmente o sofrimento associado
ao transtorno.
- No enfrentamento dos pensamentos automáticos, pacientes que sofrem com o
transtornos de humor frequentemente apresentam pensamentos disfuncionais que não
refletem a realidade e que podem trazer consequências comportamentais prejudiciais.
- Durante episódios depressivos, a pessoa pode apresentar pensamentos que denotam
baixa autoestima, como “eu não presto, “tudo que faço dá errado", “sou uma péssima
pessoa ``, entre outros. Nesse momento a psicoeducação pode auxiliar no
encorajamento da pessoa para enfrentar esses pensamentos, compreendendo-os como
mais um sintoma do transtorno e instruindo a buscar evidências de que estes não
seriam realidade, ajudando a aliviar os efeitos deste pensamento no humor e no
comportamento.
- Em transtornos afetivos bipolares, existe a mania, que é um episódio de humor
caracterizado por sentimentos eufóricos, autoestima elevada, sentimentos de
grandiosidade, aumento de entre outros. Durante a um episódio desses, a pessoa pode
ter pensamentos automáticos como “eu nunca erro “ sou invencível” e, desse modo,
seu comportamento pode ser irresponsável, pois pode-se tendenciar a se envolver em
atividades tomar atitudes de risco, pensando que não irá dar em nada. Essas ações
podem tanto colocar sua vida em risco, quanto dos demais do ciclo de convivência do
indivíduo. Com a psicoeducação, reconhecendo que estes pensamentos como parte de
um episódio de humor, a pessoa poderá compreender que aquilo não necessariamente
é verdade e pode fazer o uso de técnicas aprendidas em terapia, para evitar
comportamentos irresponsáveis, reduzindo os danos que podem ocorrer durante esses
episódios de humor.
- Já enquanto aos familiares e amigos, pode-se acontecer de que eles não compreendam
o transtorno e, frequentemente, acabam ressentindo o paciente pelos seus sintomas.
Com a psicoeducação é possível que eles possam ter uma compreensão melhor do que
o indivíduo está passando, aprendendo então, a não apenas não ressentir o mesmo,
mas também ajudá-lo em momentos de crise por meio de técnicas ou até mesmo
apenas reconhecendo os sintomas de uma nova crise logo no começo, assim, podendo
auxiliar o paciente a buscar ajuda antes que a situação se agrave.Esse apoio
frequentemente é um dos pontos chave para um melhor prognóstico quando se fala
em saúde mental. Ter uma rede de apoio composta por amigos e familiares que estão
presentes e atentos às dificuldades apresentadas pelo paciente faz uma diferença
significativa no tratamento.
Apesar de não ser muito falada, a psicoeducação é mais uma das diversas formas de
promover saúde mental. Contudo, ela não substitui uma avaliação profissional.