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Luto Complicado e Regulação Emocional

em Doentes Psiquiátricos

Tânia Marisa Moreira da Silva

Gandra, Outubro de 2010


Instituto Superior de Ciências da Saúde do Norte

Luto Complicado e Regulação Emocional

em Doentes Psiquiátricos

Dissertação apresentada no Instituto Superior de Ciências da Saúde do Norte,

para obtenção do grau de Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde.

Elaborada sob orientação do Professor Doutor José Carlos Rocha

Tânia Marisa Moreira da Silva

Gandra, Outubro de 2010


Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Agradecimentos

Neste momento tão importante não poderia deixar de agradecer a algumas das
pessoas que marcaram esta longa caminhada. Em primeiro lugar agradeço aos meus
pais que desde sempre me proporcionaram todas as condições emocionais para que
fosse possível percorrer esta caminhada académica e assim cumprir um dos grandes
objectivos da minha vida.
Ao Rui por todas as palavras de coragem, por toda a confiança que sempre
depositou em mim e por ser o meu maior suporte nestes momentos de conquista e
felicidade mas também naqueles de maior insegurança.
À minha irmã, pelos conselhos e apoio incondicional dado, não só ao longo
destes 5 anos de curso, como também em tudo na minha vida. Ao Sérgio que sempre
acreditou que eu era capaz, mesmo quando eu duvidava das minhas capacidades.
Ao Professor Doutor José Carlos Rocha pela preciosa orientação, pela segurança
transmitida ao longo deste ano repleto de muitas dúvidas e incertezas, a quem devo as
sábias palavras de força, coragem e motivação que me mantiveram focada nos meus
objectivos.
À Dra. Emanuela Lopes e ao Professor Doutor Carlos de Mendonça Lima que
tiveram um papel preponderante para que a autorização formal deste trabalho fosse
conseguida, e que contribuíram para a recolha da amostra presente neste trabalho.
À Catarina e ao Fábio pelo óptimo trabalho de equipa que fomos capazes de
desempenhar ao longo deste ano e que se mostrou a principal fonte de inspiração e o
despertar de muita partilha de ideias.
À Beta pelas longas horas de trabalho em conjunto, com quem pude partilhar
conhecimento. Obrigado por me continuares a ensinar sempre um pouco mais. E não só
à Beta, como também à Sara, obrigada pela enorme amizade que nasceu por entre uma
vida académica agitada. Obrigada por todo o carinho e por todo o apoio que sempre me
deram e que se traduz num “obrigada por tudo!”.
À Cláudia e ao Nuno, os amigos sem os quais este ano teria sido mais difícil.
Obrigada por toda a ajuda, por toda amizade e por toda a partilha de experiências que
ficará guardada muito para além do contexto onde esta amizade nasceu.
A todos os que de alguma forma passaram pela minha vida deixando a sua
marca e que contribuíram para a conclusão deste trabalho, o meu muito Obrigada!

ISCS-N i
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Índice
Agradecimentos ................................................................................................................. i

Resumo ........................................................................................................................... vii

Abstract .......................................................................................................................... viii

I. Introdução .............................................................................................................. 1

1.1. Luto Complicado ............................................................................................... 2

1.1.1. Conceptualização do Luto: Luto Normal e Complicado ............................ 2

1.1.2. Luto Complicado em Doentes Psiquiátricos .............................................. 4

1.1.3. Factores de Risco do Luto Complicado...................................................... 5

1.1.4. Distinção entre Luto Complicado e outras Perturbações Psiquiátricas ...... 9

1.2. Regulação Emocional ...................................................................................... 13

1.2.1. Desenvolvimento da Regulação Emocional ............................................. 16

1.2.2. Estratégias de Regulação Emocional Adaptativas e Desadaptativas........ 16

1.2.3. Desregulação Emocional e o Desenvolvimento da Psicopatologia .......... 20

1.2.4. Regulação Emocional e Luto .................................................................... 22

II. Objectivos ............................................................................................................ 24

III. Método ................................................................................................................. 24

3.1. Amostra ............................................................................................................ 24

3.2. Instrumentos..................................................................................................... 26

3.3. Procedimento ................................................................................................... 27

IV. Resultados............................................................................................................ 29

a) Caracterização da população psiquiátrica relativamente à história da perda


mais significativa..................................................................................................... 29

b) Prevalência de Luto Complicado, Depressão e Pós-Stress Traumático em


doentes psiquiátricos. .............................................................................................. 32

c) Descrição da co-morbilidade e correlações entre Luto Complicado, Depressão


e Pós-Stress Traumático em doentes psiquiátricos ................................................. 33

d) Relação entre Dificuldades de Regulação Emocional, Luto Complicado,


Depressão e Sintomatologia Traumática em doentes psiquiátricos. ...................... 35

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

e) Clarificação do papel preditor das Dificuldades de Regulação Emocional no


Luto Complicado, Depressão e na Sintomatologia Traumática ............................. 37

V. Discussão de Resultados ...................................................................................... 39

VI. Conclusão ............................................................................................................ 48

Referências Bibliográficas .............................................................................................. 50

Anexos ............................................................................................................................ 60

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Índice de Figuras

Figura 1: Factores de risco preditores das consequências no Luto................................... 6

Figura 2: Co-morbilidade actual entre Pós-Stress Traumático e Depressão Major em


indivíduos com LC que se encontram em tratamento. ................................................... 10

Figura 3: As relações estabelecidas e não estabelecidas empiricamente entre o Luto


Complicado, Complicações na Saúde Mental e Dificuldades de Regulação Emocional.
........................................................................................................................................ 23

Figura 4: Co-morbilidade entre Luto Complicado, Depressão e Pós-Stress Traumático.


........................................................................................................................................ 34

Figura 5: As relações empiricamente estabelecidas na presente investigação entre o Luto


Complicado, Complicações na Saúde Mental e Dificuldades de Regulação Emocional.
........................................................................................................................................ 39

ISCS-N iv
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Índice de Tabelas

Tabela 1: Caracterização Sociodemográfica da amostra ................................................ 25

Tabela 2: Parentesco do Falecido ................................................................................... 30

Tabela 3: Papel e função do falecido na vida do enlutado ............................................. 30

Tabela 4: Tipo e Causa de Morte ................................................................................... 31

Tabela 5: Descrição das características relativas à perda de alguém significativo em


doentes psiquiátricos ...................................................................................................... 32

Tabela 6: Prevalência de Luto Complicado, Depressão e Pós-Stress Traumático em


doentes psiquiátricos ...................................................................................................... 33

Tabela 7: Correlações significativas de Pearson entre o Luto Complicado, Depressão e


Sintomatologia Traumática ............................................................................................ 35

Tabela 8: Resumo das correlações entre o ICG, BDI, IES-R e as suas dimensões e as
Dificuldades de Regulação Emocional ........................................................................... 37

Tabela 9: Resumo do impacto das Dificuldades de Regulação Emocional (variáveis


independentes) no Luto Complicado, Depressão e Sintomatologia Traumática ............ 38

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Índice de Anexos

Anexo I: Consentimento Informado

Anexo II: Protocolo de Avaliação

Anexo III: Autorização do CHAA

Anexo IV: Artigo

Anexo V: Resumo submetido para Comunicação Oral nas “XI Jornadas de Psicologia

do ISCS-N”.

Anexo VI: Resumo submetido para Comunicação Oral “Crise e Trauma do Séc. XXI”

do II Congresso Bienal ORASI.

Anexo VII: Curriculum Vitae

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Resumo

O Luto Complicado (LC) encontra-se frequentemente associado a diversas


complicações na saúde mental, nomeadamente ao aumento do risco para as
Perturbações de Humor, Perturbações de Ansiedade e Pós-Stress Traumático. Neste
sentido, vários estudos têm demonstrado uma elevada prevalência de LC em doentes
psiquiátricos. Piper et al. (2001) avaliou 235 utentes de consulta de psiquiatria com
história de perdas e observou uma prevalência de 60% com LC. No que refere à
Regulação Emocional, Stroebe (2007) considera que a confrontação, evasão e
apreciações positivas, constituem um factor de protecção no processo de Luto. Porém,
os estudos empíricos que sustentem esta afirmação são escassos. Deste modo, este
estudo pretende descrever a prevalência de LC e a sua relação com as Dificuldades de
Regulação Emocional na população psiquiátrica.

Para o efeito foram avaliados 110 adultos (CHAA, CHTS e CRI Oriental ET de
Gondomar) diagnosticados com perturbação psiquiátrica, recorrendo aos seguintes
instrumentos de avaliação: versões Portuguesas do Inventory of Complicated Grief
(ICG), Beck Depression Inventory (BDI), do Impact of Event Scale - Revised (IES-R) e
do Difficulties in Emotional Regulation Scale (DERS).

Observamos uma taxa de prevalência de LC nos participantes (ICG ≥ 25) de 77,3%.


Verificamos correlações significativas entre as Dificuldades de Regulação Emocional e
os indicadores de Depressão (,74), Pós-Stress Traumático (,45) e Luto Complicado
(,49).

Ao nível das Dificuldades de Regulação Emocional, através de regressão linear,


verificamos que a Não-aceitação das Respostas Emocionais, as Dificuldades em Agir de
Acordo com os Objectivos e a Falta de Clareza Emocional predizem 39.3% do LC.

Deste modo, estes resultados permitem verificar a elevada prevalência da perturbação


de LC em doentes psiquiátricos, assim como a relevância das Dificuldades de
Regulação Emocional na predição do LC.

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Abstract

The Complicated Grief (CG) is often associated with many complications of mental
health, including increased risk for mood disorders, anxiety disorders and posttraumatic
stress disorder. In this context, several studies have demonstrated a high prevalence of
CG in psychiatric patients. Piper et al. (2001) evaluated 235 users of psychiatric cares
with a history of losses and noted a prevalence of 60% with GC. In terms of emotional
regulation, Stroebe (2007) believes that the confrontation, avoidance, and positive
assessments constitute a protective factor in the process of mourning. However,
empirical studies that support this assertion are lacking. Thus, this study aims to
describe the prevalence of CG and its relation with the difficulties in emotional
regulation in psychiatric population.
So, we evaluated 110 adults (C.H.A.A., CHTS and CRI Eastern ET of Gondomar)
diagnosed with psychiatric disorders, using the following Portuguese version of
assessment tools: Inventory of Complicated Grief (ICG), Beck Depression Inventory
(BDI), Impact of Event Scale - Revised (IES-R) and Difficulties in Emotional
Regulation Scale (DERS).
We observed a prevalence of 77.3% patients with CG (ICG ≥ 25).
We also observed significant correlations between Difficulties in Emotional Regulation
and indicators of Depression (.74), Posttraumatic Stress (.45), and Complicated Grief
(.49). By linear regression we found that the Nonacceptance of emotional responses,
Difficulties engaging in goal-directed behavior and Lack of emotional clarity predict
39.3% of the CG.
So, these results allow us to verify the high prevalence of disturbance of CG in
psychiatric patients, as well as the importance of difficulties in emotional regulation
predicting the CG.

ISCS-N viii
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

I. Introdução

“The experience of bereavement is universal,

the symptoms of complicated grief and their requisite severity and persistence are not”.

(Lichtenthal et al., 2004, p. 648)

Ao longo da vida, todo o ser humano se vê confrontado com a necessidade de lidar com
a perda de alguém significativo. Este é um acontecimento inevitável no ciclo de vida e,
mais cedo ou mais tarde, o indivíduo vê-se obrigado a lidar com este tipo de eventos
stressantes. Deste modo, quando uma pessoa perde alguém significativo, existe
normalmente um período de elevado stress, frequentemente associado a sentimentos de
culpa, arrependimento, solidão, e a outras reacções físicas e psicológicas, características
de uma fase pautada pelo sofrimento da perda (Stroebe, Schut, & Stroebe, 2000).
No entanto, este período, no qual o indivíduo procura adaptar-se à perda, atinge por
vezes um nível de complexidade caracterizada por complicações pouco comuns no ciclo
de vida e que podem ser associadas a inúmeras complicações de saúde física e mental
que se encontram relacionadas com o processo de Luto. O conjunto de todas estas
complicações é designado de Luto Complicado (Golden & Dalgleish, 2008; Lichtenthal,
Cruess, & Prigerson, 2004).
Podemos assim concordar que a perda de alguém significativo constitui uma das
experiências universais mais dolorosas e de difícil adaptação de entre as crises
experienciadas ao longo do ciclo da vida (Wagner, 2006).
No caso do Luto Complicado, o facto da intensidade e da longevidade do processo ser
mais elevada do que o normal, torna o indivíduo vulnerável a graves complicações de
saúde mental, que na maioria das vezes não chegam a ser alvo de tratamentos
psicológicos adequados (O’Connor, Allen, & Kaszniak, 2002; Stroebe, Folkman,
Hansson, & Schut, 2006; Stroebe, Schut, & Stroebe, 2007).
Falando especificamente do desenvolvimento do Luto Complicado em doentes
psiquiátricos, a literatura mostra que, apesar de esta população específica referenciar
inúmeras vezes dificuldades na adaptação à perda, estas nem sempre são documentadas
de forma clara ou alvo de avaliação e intervenção nos protocolos utilizados nos Serviços
de Saúde.

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Embora os estudos nesta área sejam ainda escassos, tem-se verificado a existência de
uma elevada prevalência de Luto Complicado em doentes psiquiátricos (Piper,
Ogrodniczuk, Azim, & Weideman, 2001; Greenberg, 2002; Kersting et al., 2009). Neste
sentido, é possível considerar que esta constitui uma população de risco para
dificuldades na adaptação à perda.
Os factores que colocam esta população específica em risco são ainda pouco claros,
tornando assim necessário a exploração de novos factores que permitam a predição
desta perturbação. Após revisão bibliográfica foi possível constatar que existe uma
elevada prevalência de Dificuldades de Regulação Emocional nesta população e que
estas se encontram intimamente relacionadas com as perturbações psiquiátricas,
nomeadamente com a Depressão e o Pós-Stress Traumático (Piper et al., 2001;
Greenberg, 2002; Kersting et al., 2009; Machado-Vaz, Branco Vasco, & Greenberg,
2010). Tendo em conta esta relação já documentada em estudos anteriores, torna-se
importante esclarecer o impacto que as Dificuldades de Regulação Emocional poderão
ter no desenvolvimento de um processo de Luto Complicado em doentes psiquiátricos.

1.1. Luto Complicado

1.1.1. Conceptualização do Luto: Luto Normal e Complicado

A reacção normal à perda constitui o processo de Luto e caracteriza-se por


manifestações de quatro tipos: 1) manifestações afectivas, nomeadamente humor
depressivo, ansiedade, sentimentos de culpa, raiva, anedonia e solidão; 2) manifestações
comportamentais, como fadiga, comportamentos de procura, choro e isolamento; 3)
manifestações cognitivas, como preocupação com o ente falecido, baixa auto-estima,
desânimo, lentidão no pensamento e perdas de memória e por fim, 4) manifestações
fisiológicas, como perda de apetite, distúrbios de sono, queixas somáticas e
susceptibilidade para doenças (Stroebe et al., 2000).
Estas reacções poderão ocorrer com uma intensidade variável, dependendo de diversos
factores. Porém, perante um processo de Luto normal, o indivíduo geralmente é capaz
de lidar com as manifestações características do mesmo, sem recorrer à ajuda de
profissionais de saúde e sem permitir que este processo influencie negativamente o
curso normal da sua vida (Stroebe & Hansson, 2001; Stroebe, Schut, & Finkenauer,

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

2001; Raphael, Minkov, & Dobson, 2001; Stroebe et al., 2006).


O Luto é considerado complicado quando afecta a capacidade funcional do indivíduo,
de tal modo que o impede de regressar ao seu funcionamento normal anterior à perda.
Neste sentido, quando o processo de Luto se desvia da norma cultural do indivíduo
relativamente à duração, intensidade e sintomas específicos e gerais do Luto, considera-
se que o indivíduo se encontra a vivenciar um processo de Luto Complicado (Prigerson,
Frank et al., 1995).
Em termos práticos, a distinção entre Luto normal e Luto Complicado é ainda difícil,
uma vez que o Luto Complicado não é considerado um síndrome independente de
outras perturbações psiquiátricas, não possuindo por isso critérios claros e consensuais
de diagnóstico (Prigerson et al., 2009).
Esta tarefa é também extremamente difícil pois são encontradas algumas fragilidades na
distinção entre o Luto Complicado e outras perturbações psiquiátricas que se encontram
intimamente relacionadas com o mesmo, a título de exemplo: as Perturbações
Depressivas, as Perturbações de Ansiedade e o Pós-Stress Traumático (Stroebe &
Hansson, 2001).
No entanto, os pacientes psiquiátricos apresentam frequentemente queixas relativas a
dificuldades no modo de lidar com o Luto, as quais nem sempre são claras, nem tidas
em conta nos protocolos de avaliação e de intervenção psicológica e / ou psiquiátrica
comummente utilizados (Simon et al., 2007).
Falando especificamente do Luto Complicado no doente psiquiátrico, é essencial ter em
conta que esta constitui uma população que poderá encontrar-se em elevado risco no
que refere à possibilidade de desenvolverem Luto Complicado. Este facto justifica-se
pelas fragilidades inerentes às perturbações psiquiátricas que fazem com que os doentes
revelem uma maior predisposição para o desenvolvimento de outras complicações na
saúde mental (Stroebe & Hansson, 2001; Prigerson et al., 2009).
Além disso, o Luto Complicado associa-se a uma perda que por si só é um evento
stressante e possivelmente traumático, que afecta o bem-estar físico, social e
psicológico do ser humano e que se encontra associado a reacções psicológicas de
intensidade variável, que se caracterizam pela presença de emoções negativas como:
depressão, ansiedade, desespero, descrença, raiva e apatia (Stroebe & Hansson, 2001;
Prigerson et al., 2009).
As emoções suprareferenciadas constituem ainda factores centrais de outras
perturbações psiquiátricas, sendo essenciais para o seu diagnóstico. Deste modo, torna-

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

se uma vez mais evidente a extrema dificuldade em distinguir o processo de Luto


Complicado de outras perturbações, facto que tem levado inúmeros investigadores a
dedicarem-se ao estudo de indicadores específicos do Luto Complicado e ao impacto
que este tem na saúde mental (Stroebe & Hansson, 2001; Prigerson et al., 2009).

1.1.2. Luto Complicado em Doentes Psiquiátricos

Com o objectivo de clarificar a relação existente entre Luto Complicado e a


psicopatologia foram realizados até ao momento dois estudos de relevância científica
que clarificam a presença de Luto Complicado em doentes psiquiátricos.
Piper et al. (2001) realizaram um estudo que pretendia explorar a prevalência de perdas
significativas e de Luto Complicado em doentes psiquiátricos. Estes verificaram que,
numa amostra de 729 doentes psiquiátricos, cerca de 55,3% tinham experienciado a
perda de uma ou mais pessoas significativas na sua vida. Porém, apenas 235 pacientes
cumpriam os critérios de inclusão e consentiram participar na investigação. Piper et al.
constataram que 31% da sua amostra apresentavam Luto Complicado Moderado e 29%
de Luto Complicado Grave, perfazendo assim um total de 60% de prevalência de Luto
Complicado nesta população.
Finalmente, estes autores compararam a presença de sintomatologia depressiva,
ansiedade e sintomas gerais de stress entre os pacientes com e sem Luto Complicado,
concluindo que pacientes com Luto Complicado apresentavam níveis mais elevados de
Depressão, ansiedade e sintomas gerais de stress, do que pacientes sem Luto
Complicado. Observaram assim que a perda de alguém significativo pode ser
problemática e que seria importante considerá-la um factor etiológico na avaliação de
todos os doentes psiquiátricos (Piper et al., 2001).
Kersting et al. (2009) optaram por dar continuidade ao estudo anterior, clarificando
aspectos específicos do Luto Complicado.
Tendo em conta a pouca informação relativa à prevalência de Luto Complicado em
pacientes com Depressão unipolar e da sua relação específica com esta perturbação
psiquiátrica, Kersting et al. (2009) avaliaram 73 doentes psiquiátricos diagnosticados
com Depressão Unipolar, uma perturbação de humor.
O estudo realizado por Kersting et al. (2009) concluiu que 96% da sua amostra
apresentava história de perda de alguém significativo e que entre os pacientes com Luto

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Complicado o grau de parentesco mais frequente relacionava-se com a perda de um


familiar próximo (pais, irmãos ou esposo). Além disso, os pacientes com Depressão e
com Luto Complicado mostraram níveis mais elevados de Sintomatologia Depressiva e
Pós-Stress Traumático relacionado com a perda e níveis mais elevados de
sintomatologia psicopatológica, do que pacientes deprimidos sem Luto Complicado.

1.1.3. Factores de Risco do Luto Complicado

O Luto constitui por si só um elevado factor de risco para complicações na saúde física
e mental que podem persistir por longos períodos de tempo após a perda, culminando
num processo de Luto Complicado (O’Connor et al., 2002; Stroebe et al., 2006).
No entanto, tendo em conta que a maioria da população mostra-se capaz de se adaptar à
perda e vivenciar um processo de Luto normal, é importante estabelecer quais os
factores de risco que predispõem o indivíduo para o desenvolvimento de um processo
de Luto Complicado.
Perante um processo de Luto normal, geralmente o indivíduo não necessita de recorrer a
uma intervenção psicológica ou farmacológica de modo a ser capaz de lidar com este
processo. O facto de as necessidades relativas ao Luto Complicado abrangerem uma
população mais restrita leva a que actualmente não exista um protocolo farmacológico e
psicológico definido para uma intervenção nesta área (Raphael et al., 2001; Stroebe et
al., 2006).
Neste sentido, é importante definir qual a população em risco de desenvolver um
processo de Luto Complicado, na qual poderá ser crucial uma intervenção psicológica
primária. A definição dos factores de risco para o Luto Complicado permite assim
circunscrever esta intervenção a uma população específica.
De acordo com Stroebe et al. (2006, p. 2441), um factor de risco constitui “uma
variável susceptível de aumentar a presença de consequências negativas a nível
pessoal, social e profissional na vida de um indivíduo”, enquanto um factor protector é
definido como sendo uma condição que, quando presente, prediz a existência de
resultados positivos na vida de um indivíduo.
Ao longo das últimas décadas, diversas investigações têm explorado uma variedade de
factores associados a diferentes consequências individuais do Luto Complicado.
Baseado nas perspectivas do Dual Process Model, Stroebe et al. (2006) identificaram 5

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

grupos de factores que permitem descrever as características que o indivíduo apresenta


que o colocam em risco de desenvolver um Luto Complicado, sendo eles: a) a natureza
do stressor; b) factores interpessoais; c) factores intrapessoais; d) processos de coping e
de avaliação; e e) consequências (ver figura 1).

B. Factores de Risco Interpessoais:


Suporte Social/isolamento
Programas de Intervenção
Contexto cultural
Práticas Religiosas
Questões materiais (Dinheiro, serviços)

A. Luto:
 Stressores orientados para a
perda:
E. Consequências:
Perda traumática
D. Coping & Avaliação: Intensidade do Luto
Tipo de perda
Mecanismos cognitivos e comportamentais Saúde Psicológica e Física
Perdas Múltiplas
Regulação emocional Défices Cognitivos
Qualidade da Relação
Diminuição das relações sociais
 Stressores orientados para a
reestruturação:
Problemas legais/de trabalho
Carga do cuidador
Conflitos contínuos
C. Factores de Risco Intrapessoais:
Pobreza
Estilo de Vinculação
Género
Crenças religiosas
Capacidades intelectuais
Múltiplas perdas na infância
Variáveis de predisposição:
Problemas de saúde mental (depressão etc.)
Problemas de saúde física/médica
Idade de relativa fragilidade
Abuso de substâncias

Figura 1: Factores de risco preditores das consequências no Luto (Stroebe et al., 2006).

Relativamente à (a) natureza do stressor, verifica-se que a reacção à perda é modelada


pelo tipo de morte e pela relação que o enlutado mantinha com o falecido. Sendo assim,
a natureza da morte, o facto de esta ter ocorrido de uma forma esperada ou inesperada,
pacífica ou traumática, bem como o facto de o falecido ter tido um vida longa e bem
sucedida, parece diferenciar o impacto da perda no enlutado e a sua adaptação ao longo
do processo de Luto e a relativa ausência de complicações a este nível (Stroebe et al.,
2006).
Alguns autores consideram que perante uma morte inesperada o indivíduo apresenta
uma maior probabilidade de apresentar consequências de saúde mais severas, do que
perante uma morte esperada, podendo por isso apresentar níveis mais elevados de
Depressão e de queixas somáticas (Raphael & Martinek, 1997; Stroebe & Schut, 2001).

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

A qualidade e o tipo de relação entre o enlutado e o falecido têm também um papel


importante na moderação do impacto do Luto na saúde do indivíduo. No que refere à
relação com o enlutado, verifica-se que a morte de um filho relaciona-se com um Luto
mais intenso e persistente do que a morte de um esposo, pai ou irmão (Nolen-Hoeksema
& Larson, 1999; Sanders, 1999).
Perante a perda, o enlutado vê-se obrigado, não só a lidar com o Luto e com a perda de
alguém significativo, como também com um amplo conjunto de stressores secundários
entre os quais se salientam possíveis problemas no trabalho, problemas legais
decorrentes da morte, aprender como realizar tarefas que até então eram da
responsabilidade do falecido, bem como lidar com a possibilidade de pobreza devido à
perda dos rendimentos do falecido (Stroebe et al., 2006).
Os problemas relacionados com a natureza do stressor podem ainda estender-se a
dificuldades a nível social, uma vez que, para além de se constatar frequentemente que o
falecido era a pessoa em quem o enlutado procurava suporte sempre que necessário, a
morte obriga a uma mudança de papéis, muitas vezes radical, na vida do enlutado. Além
disso, ainda a nível social, poderá ocorrer um isolamento social do enlutado, de tal
modo que este poderá ficar mais susceptível a mortes inesperadas como o suicidio
(Dyregrow, Nordanger, & Dyregrow, 2003).
No que concerne aos (b) factores de risco interpessoais, estes são entendidos como
originários do contexto e ambiente em que o indivíduo se insere, envolvendo factores
externos à pessoa em Luto (Stroebe et al., 2006).
O suporte social, a participação num programa de intervenção psicológica, a dinâmica
familiar e os factores culturais são considerados factores de risco interpessoais para
complicações no Luto. O suporte social adequado funciona como factor protector do
Luto Normal, no entanto são ainda escassos os esclarecimentos empíricos relativos ao
real impacto deste constructo no processo de Luto (Scharzer & Leppin, 1989).
Indivíduos que se encontrem a participar num programa de intervenção psicológica
podem ser vistos como elementos predispostos a complicações no Luto, principalmente
perante uma perda inesperada e / ou traumática (Schut, Stroebe, van den Bout, &
Terheggen, 2001).
Ainda dentro dos factores de risco interpessoais, a dinâmica familiar constitui o
contexto em que o Luto se desenvolve e o primeiro nível de suporte do enlutado, sendo
por isso considerada um elemento importante no modo como este decorre. No entanto,
ao longo do tempo, o suporte fornecido pela família pode tornar-se menos perceptível

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

pelo enlutado, e as dificuldades de adaptação inerentes à adopção de novos papéis no


seio familiar pode ser de tal modo difícil que pode culminar numa desestruturação
familiar, colocando assim o indivíduo em risco para o desenvolvimento de um processo
de Luto Complicado (Hansson & Carpenter, 1994; Winchester-Na-deau, 2001).
Os (c) factores intrapessoais referem-se às características intrínsecas do enlutado. A
presença de um estilo de vinculação segura encontra-se associada a uma melhor
adaptação ao Luto, do mesmo modo que pessoas com personalidades bem adaptadas
evidenciam uma melhor capacidade para lidar com a perda. Por outro lado, pessoas que
se mantêm altamente angustiadas após a perda apresentam níveis elevados de propensão
para o desenvolvimento de ansiedade e de sentimentos de culpa (Stroebe & Schut,
2005).
A existência de perturbações psiquiátricas prévias à perda, como por exemplo a
Depressão, prediz a presença de dificuldades na adaptação ao Luto, fazendo com que o
indivíduo apresente um elevado risco de Luto Complicado. A existência de perdas
anteriores contribui também como um factor de risco interpessoal, principalmente se a
perda tiver ocorrido durante infância (Stroebe & Schut, 2001; Stroebe et al., 2006).
Os factores de risco sociodemográficos, são parte integrante dos factores interpessoais e
constituem outro factor de risco no Luto.
No que refere ao estatuto socioeconómico, este parece não moderar os efeitos negativos
do Luto na saúde do indivíduo (Stroebe & Stroebe, 1987). O género, por outro lado,
apresenta algum efeito no decorrer do Luto, verificando-se que as mulheres apresentam-
se geralmente mais vulneráveis (Stroebe et al., 2001). Relativamente à idade, Archer
(1999) demonstra que pessoas mais novas encontram-se mais vulneráveis a desenvolver
consequências negativas no Luto, do que pessoas mais velhas.
O (d) estilo de coping constitui outro aspecto a ter em conta enquanto factor de risco.
Apesar do estilo de coping poder ter uma influência diminuta no Luto Complicado,
quando comparado com outros factores, este mostra-se crucial quando o indivíduo se
depara com a necessidade de uma intervenção psicoterapêutica no Luto de modo a
adaptar-se a este processo (Folkman, 2001).
Por fim, as (e) consequências podem ser avaliadas em várias dimensões. As
consequências do Luto abrangem um leque extenso que se relaciona com a intensidade
do Luto e com diversos problemas de saúde física e mental no indivíduo. De acordo
com a literatura, parece razoável assumir que os stressores orientados para a perda
tendem a prever as consequências do Luto a curto prazo como a intensidade do Luto e

ISCS-N 8
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

problemas de saúde física e mental; enquanto stressores orientados para a reestruturação


tendem a predizer consequências a longo prazo como limitações a nível funcional, dos
quais são exemplo os problemas de memória (Stroebe et al., 2006).

1.1.4. Distinção entre Luto Complicado e outras Perturbações Psiquiátricas

Ao longo das últimas décadas, diversos investigadores têm-se dedicado ao


esclarecimento da co-morbilidade entre Luto Complicado e diversas perturbações
psiquiátricas, como a Depressão Major, a Perturbação de Pós-Stress Traumático e as
Perturbações de Ansiedade, de modo a tentar clarificar quais os factores que permitem a
distinção do Luto Complicado enquanto perturbação psiquiátrica (Lichtenthal et al.,
2004; Simon et al., 2007; Golden & Dalgleish, 2008; Prigerson et al., 2009; Boelen,
Van de Schoot, Van den Hout, & Keijser, 2010).
É realmente importante salientar que uma considerável fracção dos pacientes que
apresentam Luto Complicado, e uma perturbação de humor ou de ansiedade co-mórbida
a este, revelam mais sintomatologia psicopatológica, distúrbios de sono, Depressão,
trauma, sintomas de ansiedade generalizada e ainda níveis mais elevados de Luto
Complicado. De acordo com o estudo de Simon et al. (2007), cerca de 32% da amostra
de indivíduos em Luto (N = 217) apresentam um diagnóstico de Luto Complicado, no
entanto, não cumprem os critérios de diagnóstico para qualquer outra perturbação do
Eixo I do DSM-IV-TR1 (Ver figura 2).
Neste sentido, Simon et al. (2007) considera que os dados deste estudo contribuem para
perceber que o Luto Complicado pode ocorrer mesmo na ausência de qualquer outra
perturbação do Eixo I do DSM-IV-TR. Este aspecto justifica-se pela presença de
sintomatologia apenas de Luto Complicado em aproximadamente um quarto de pessoas
em tratamento, contribuindo para o prejuízo funcional do indivíduo, mesmo após as
consequências de uma perturbação psiquiátrica co-existente.

1
DSM-IV-TR: Diagnostic and Statistical Manual, Fourth Edition, Text Revision.

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Figura 2: Co-morbilidade actual entre Pós-Stress Traumático (PTSD) e Depressão Major (MDD) em
indivíduos com LC que se encontram em tratamento (n = 206) (Simon et al., 2007).

Por outro lado, Lichtenthal et al. (2004) refere uma prevalência mais elevada de
indivíduos que apresentam critérios de diagnóstico para o Luto Complicado, mas que
não cumprem critérios para Depressão Major ou Pós-Stress Traumático, indicando que
cerca de 40% da população em geral apenas cumpre critérios para o Luto Complicado.
Segundo Prigerson et al. (2009) o Luto Complicado constitui uma forma de sofrimento
psicológico associado a disfunção substancial na vida do indivíduo, cumprindo assim os
critérios do DSM2 para a inclusão desta problemática enquanto uma perturbação mental
distinta. Além disso, Prigerson et al. consideram que na ausência de outra perturbação
mental presente no DSM-IV-TR, o Luto Complicado mostra ser o melhor preditor da
disfunção, apesar de não se encontrar documentado no actual sistema de avaliação
psiquiátrica.
Além disso, verifica-se que a eficácia evidente das psicoterapias especificamente
desenvolvidas para intervenção nos sintomas de Luto Complicado, contrastam com os
tratamentos elaborados para intervirem na Depressão e que não mostraram efeitos
positivos na redução da sintomatologia de Luto Complicado. Desde modo, salienta-se a
necessidade da existência de um sistema de detecção preciso e de tratamento
especializado para o Luto Complicado (Prigerson et al., 2009).
Lichtenthal et al. (2004) consideram que a distinção entre o Luto Complicado e a

2
DSM: Diagnostic and Statistical Manual.

ISCS-N 10
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Perturbação de Pós-Stress Traumático (PTSD) é possível com base em alguns factores.


Apesar de, segundo os critérios do DSM-IV-TR para a PTSD, esta perturbação e o Luto
Complicado poderem ter factores precipitantes comuns, principalmente quando a morte
de um ente querido ocorre de forma violenta e traumática, são vários os aspectos que
permitem a diferenciação entre estas duas perturbações.
Os critérios de diagnóstico da PTSD referem que a resposta à PTSD deve envolver
sentimentos de medo, de desamparo, ou de horror. No entanto, estes não constituem
aspectos totalmente concomitantes entre a PTSD e o Luto Complicado, uma vez que
geralmente os indivíduos em Luto não revelam sentimentos de horror, apesar de
poderem apresentar sentimentos de desamparo (Lichtenthal et al., 2004).
Além disso, o impacto do Luto encontra-se relacionado com a relação que o enlutado
mantinha com o falecido, enquanto o trauma é mediado pela gravidade do evento
(Horowitz, Bonanno & Hoelen, 1993; Stroebe, Schut, & Finkenauer, 2001). A
ansiedade sentida pelos indivíduos com PTSD é tipicamente relacionada com o evento
traumático, enquanto a ansiedade sentida pelos enlutados é relativa à ansiedade de
separação e, esta última, apresenta um papel muito menos significativo para o indivíduo
em Luto do que a ansiedade sentida pelos indivíduos com PTSD (Stroebe, Schut, &
Finkenauer, 2001).
No que refere à tristeza, esta tende a ser mais sentida e referenciada por enlutados do
que por indivíduos com trauma; os pensamentos intrusivos experienciados na PTSD são
também diferentes dos presentes no Luto Complicado, uma vez que nos primeiros os
pensamentos envolvem geralmente a activação de memórias negativas e desconfortantes
relacionadas com o evento traumático, por outro lado nos segundos, os pensamentos
intrusivos são geralmente positivos e reconfortantes e envolvem imagens relativas ao
falecido (Prigerson & Jacobs, 2001; Lichtenthal et al., 2004).
Outro aspecto que permite a diferenciação das duas perturbações consiste no facto de
que os indivíduos em Luto Complicado tendem a tentar falar com os outros sobre a
perda, enquanto os indivíduos com PTSD evitam as situações sociais de modo a não se
verem confrontados com a necessidade de explorar o evento traumático (Stroebe, Schut,
& Finkenauer, 2001).
Seguindo a mesma linha de pensamento, Lichtenthal et al. (2004) consideram possível a
distinção entre o Luto Complicado e a Depressão Major, com base no facto de que
apesar de a experiência do Luto envolver frequentemente sintomas depressivos, estas
perturbações apresentam factores de risco distintos, diferentes cursos e consequências,

ISCS-N 11
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

diferentes respostas à avaliação e ainda diferentes estratégias de intervenção.


A distinção entre o Luto Complicado e a Depressão Major não é uma tarefa fácil devido
às crenças inevitáveis de que, em consequência de uma perda, o enlutado deverá
apresentar sintomas depressivos (Prigerson, Frank et al., 1995).
De acordo com Horowitz et al. (1997), o Luto Complicado apresenta três sintomas
essenciais que permitem a sua distinção da Depressão Major, sendo eles a intrusão, o
evitamento e a falha na adaptação à perda.
Quanto aos factores de risco presentes no Luto e que não se encontram associados a
sintomas depressivos, Van Doorn, Kasl, Beery, Jacobs, & Prigerson (1998), numa
amostra com 251 participantes em luto, identificaram que a existência de uma relação
próxima e de segurança com o falecido, assim como a existência de estilos de
vinculação inseguros que incluem uma dependência excessiva encontram-se
relacionados com o Luto Complicado.
Além disso, a realização de uma avaliação longitudinal (18 meses) do Luto Complicado
e da Depressão com 60 participantes, permitiu verificar que os sintomas depressivos
tendem a desaparecer, enquanto os sintomas de Luto Complicado tendem a tornar-se
mais severos e estáveis ao longo do tempo (Pasternak et al., 1993).
No que refere à avaliação e intervenção, é possível afirmar que, apesar da avaliação dos
sintomas depressivos e de Luto Complicado serem frequentemente co-mórbidos, estes
podem ocorrer separadamente, sendo exemplo disso um estudo realizado por Prigerson,
Frank et al. (1995), segundo o qual cerca de 46% dos indivíduos diagnosticados com
Luto Complicado, não apresentam critérios para Depressão Major.
As questões relativas aos processos de intervenção psicoterapêuticos são outro ponto
que permitem a distinção entre estas duas perturbações uma vez que, perante o recurso a
terapêuticas farmacológicas usadas no tratamento da Depressão (i.e., antidepressivos
tricíclicos) os sintomas de Luto Complicado não demonstram os efeitos desejados,
sendo por isso necessária uma terapêutica diferenciada para aliviar o sofrimento do
enlutado (Prigerson et al., 1996; Prigerson & Jacobs, 2001).
Neste sentido, todos estes aspectos levantam questões relativas a indicadores específicos
do Luto Complicado que o permitem distinguir de outras perturbações e que nos leva a
pensar em novos indicadores que permitam esta diferenciação. Neste sentido,
abordamos de seguida uma temática recentemente abordada na área da saúde mental e
para o qual nos propomos a clarificar o seu papel no desenvolvimento de Luto
Complicado.

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

1.2. Regulação Emocional

As emoções, e todo o processamento emocional que estas envolvem, têm sido alvo de
inúmeras investigações ao longo dos últimos vinte anos, realizadas pelas mais diversas
áreas, nomeadamente, Psicologia, Neuropsicologia, Psicofisiologia e Biologia.
Neste sentido, torna-se inevitável abordar o modo como as emoções se desenvolvem e
como se realiza o seu processamento, o qual inclui a regulação emocional. A presença
de dificuldades de Regulação Emocional poderá ser um importante factor na
predisposição para algumas complicações na saúde mental. Efectivamente, é possível
afirmar que a regulação emocional apresenta um papel importante em diversos
domínios da vida do indivíduo, como é o caso da ocorrência de emoções negativas
consequentes à perda de alguém significativo.
Deste modo, considerando todos estes aspectos relacionados com as Dificuldades de
Regulação Emocional, passaremos a abordar esta temática.

Ao longo da vida, o ser humano desenvolve estratégias de Regulação Emocional que


vão permitir ao indivíduo regular as suas emoções através do processamento emocional.
O conceito Regulação Emocional foi usado pela primeira vez na literatura na década de
80. Desde essa altura, o processo de regulação das emoções tem sido alvo de uma
atenção crescente, não só no que concerne ao seu desenvolvimento na criança e no
adulto, como também ao estudo da sua implicação em diversas áreas da vida do
indivíduo (Garber & Dodge, 1991).
De modo a entendermos a Regulação Emocional é essencial definir o conceito de
emoções. As emoções constituem um fenómeno multimodal, que envolve mudanças nas
experiências subjectivas, na fisiologia e nas tendências para a acção de cada indivíduo.
Estas podem ocorrer em resposta quer a estímulos internos, quer a estímulos externos
que são significativos para o bem-estar do organismo (Gross, 2007; Garber & Dodge,
1991).
Zelazo e Cunningham (2007) sugerem que o termo “emoção” é usado para nos
referirmos a um aspecto do processamento da informação humana que se manifesta em
múltiplas áreas como: a experiência subjectiva, o comportamento observado e a
actividade psicofisiológica, entre outras áreas. A emoção é mais do que meros
sentimentos. A emoção constitui uma constelação de características psicológicas e
biológicas que ocorrem em torno de um estado afectivo particular, e que inclui

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

pensamentos, motivos, tendência de respostas e alterações fisiológicas que ocorrem em


consequência de uma dada situação (Gross, 2007).
Falando especificamente da Regulação Emocional, esta refere-se a um conjunto de
processos heterogéneos, com base nos quais estas mesmas emoções são reguladas com
recurso a processos cognitivos e comportamentais que influenciam a ocorrência,
intensidade, duração e expressão das emoções. Este processo poderá levar a um
aumento ou diminuição tanto das emoções negativas, como das emoções positivas,
podendo ser automático ou controlado, consciente ou inconsciente, e ter o seu efeito em
um ou em vários pontos do seu processo generativo (Gross, 1999; Gross, 2007; Garber
& Dodge, 1991).
Deste modo, a Regulação Emocional refere-se à modulação da emoção e das suas
diversas manifestações que ocorrem ao nível do processamento emocional.
A Regulação Emocional pode ocorrer de múltiplas formas. No entanto, uma das suas
variedades mais óbvias e comuns consiste na auto-regulação deliberada através do
recurso a processos cognitivos conscientes. Porém, também é possível o indivíduo
regular as suas emoções de forma autonómica, ainda que esta forma de Regulação
Emocional ocorra um menor número de vezes (Gross, 2007).
Sendo assim, a Regulação Emocional corresponde a todos os processos intrínsecos e
extrínsecos, conscientes ou inconscientes que influenciam as componentes da emoção,
as suas ligações, as suas manifestações, o seu crescimento em situações particulares e,
como não poderia deixar de ser, as suas consequências (Gross, 2007).
Uma questão que se coloca quando nos referimos à Regulação Emocional é se existem
tipos de Regulação Emocional mais adaptativos. De facto, a literatura mostra que, ao
longo do desenvolvimento humano, o indivíduo cria padrões e estilos individuais de
Regulação Emocional que lhe permitem adaptar-se a diversas situações e contextos,
possíveis de activar as mais diversas emoções.
Contudo, é importante referir que a Regulação Emocional adaptativa não diz respeito a
um predomínio das emoções positivas e a uma supressão das emoções negativas. Pelo
contrário, a Regulação Emocional adaptativa implica que a pessoa seja capaz de
experienciar emoções genuínas, positivas e negativas, e expressá-las de forma a
conseguir atingir os seus objectivos regulatórios, mantendo assim um comportamento
organizado e saudável na interacção com o meio (Martins, 2007).
Em termos práticos, tal como foi referido, a Regulação Emocional pode envolver o
recurso a estratégias de diminuição ou supressão emocional, ou por outro lado de

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

activação e aumento das emoções (Gross, 1999).


Assim, a Regulação Emocional que envolve o recurso a estratégias de diminuição ou
supressão emocional podem ocorrer quando: a) as emoções envolvem respostas
comportamentais que já não são necessárias (ex. Agressões físicas, ou irritação); b) as
emoções são activadas devido a uma avaliação demasiado simples de uma situação (ex.
confundir um pau com uma cobra); e c) quando as respostas emocionais activadas são
pesadas tendo em conta outros objectivos importantes (Gross, 1999).
Por outro lado, a Regulação Emocional que envolve a activação ou o aumento de
intensidade de emoções, pode ocorrer quando: a) perante uma situação imediata o
indivíduo sente necessidade de responder positivamente e de forma entusiástica a um
aspecto positivo (ex. uma boa notícia), mesmo quando o indivíduo tinha a sua mente e
pensamento focado noutra situação que não exigia uma resposta emocional; ou b)
quando alguém que apresenta diversas emoções negativas, provocadas por um
acontecimento específico, tende a desejar ter sentimentos positivos, por exemplo, antes
de se encontrar com os seus amigos (Gross, 1999).

Num outro âmbito, a desregulação emocional consiste na utilização, de forma


continuada e não flexível, de um conjunto de estratégias que dificultam a adaptação do
indivíduo a diferentes contextos (Martins, 2007).
Ao longo do tempo, as diferenças individuais nas capacidades de Regulação Emocional
desenvolvem-se de acordo com a personalidade. No caso das crianças, estas gerem as
suas emoções de uma forma consistente com a sua personalidade que ainda se encontra
em desenvolvimento, e com as suas características específicas, como a sua capacidade
de tolerância e o seu temperamento de base. Tendo em conta a necessidade frequente de
regulação externa das emoções da criança, estas necessitam de segurança, estimulação e
capacidades de auto-controlo que se desenvolvem de acordo com a sua personalidade e
que se mostram como métodos adequados de regular as emoções. No entanto, estes
modos de Regulação Emocional não são considerados adaptativos na idade adulta
(Garber & Dodge, 1991).
Neste sentido, a investigação ao nível da Regulação Emocional tem demonstrado que
este processo continua a desenvolver-se ao longo da idade adulta, pois perante as
diferentes exigências com que o indivíduo se vai defrontando ao longo da sua vida,
surge a necessidade de adaptar os seus sistemas de Regulação Emocional, de modo a
torna-los coerentes e capazes de responder às exigências do meio. De um modo geral, é

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

possível afirmar que, no início da idade adulta, existem mais situações que requerem
supressão do que no final da vida adulta, confirmando assim esta necessidade de
adaptação das estratégias que o indivíduo possui para regular as emoções (Garber &
Dodge, 1991).
Associado ao aumento da experiência de vida, a capacidade de pesar os custos e
benefícios das diferentes formas de regular as emoções permite ao indivíduo que este
altere o seu modo de Regulação Emocional, tornando-o progressivamente mais
adaptativo com a idade (Garber & Dodge, 1991).

1.2.1. Desenvolvimento da Regulação Emocional

O processo de Regulação Emocional não é inato, mas vai sendo desenvolvido ao longo
da vida do indivíduo, sendo por isso influenciado pelo meio em que este se insere, bem
como pelas pessoas que o rodeiam (Dodge & Garber, 1991).
Uma das principais capacidades adquiridas ao longo do desenvolvimento e que revelam
ter uma maior influência ao nível da Regulação Emocional prende-se com a capacidade
da criança comunicar com recurso à linguagem e a outras estratégias de comunicação.
Este facto auxilia a capacidade da criança para expressar as suas emoções e,
previamente, regulá-las seja internamente ou externamente (Dodge & Garber, 1991).
Sendo assim, o choro em conjunto com o olhar (ex. uma criança que olha para a sua
mãe perante um estímulo ambíguo) demonstram ser competências extremamente
comunicativas numa fase inicial da vida, permitindo à criança sinalizar o cuidador
sempre que é necessária uma regulação externa do seu processamento emocional
(Dodge & Garber, 1991).
É deste modo que inicialmente se processa a capacidade de Regulação Emocional, que
se vai tornando progressivamente mais complexa com o passar dos anos e com a
aquisição de novas competências características de cada fase da vida.

1.2.2. Estratégias de Regulação Emocional Adaptativas e Desadaptativas

Diversos modelos de Regulação Emocional têm identificado inúmeras estratégias de


Regulação Emocional adaptativas e desadaptativas. No entanto, a opinião é ainda
divergente relativamente a este aspecto, uma vez que este é influenciado pelas

ISCS-N 16
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

abordagens teóricas adoptadas pelos autores.


De acordo com as abordagens comportamentais, intimamente relacionadas com os
modelos de coping, existem três estratégias de Regulação Emocional que, de um modo
geral, podem ser consideradas adaptativas e sem as quais se poderá revelar a presença
de psicopatologia, sendo elas a reavaliação positiva, a resolução de problemas e a
aceitação (Gross, 1998).
A reavaliação positiva consiste na criação de interpretações e perspectivas positivas de
uma situação caracterizada como stressante, e na utilização destas interpretações como
forma de reduzir a angústia sentida num determinado momento (Gross, 1998).
De acordo com diversos modelos, os processos de avaliação desadaptativos encontram-
se no centro do desenvolvimento de perturbações depressivas e ansiosas (Beck, 1976;
Clark, 1988; Salkovskis, 1998).
De acordo com Gross (1998), a estratégia de reavaliação positiva permite que o
indivíduo seja capaz de reproduzir respostas físicas e emocionais positivas a estímulos
emocionais negativos.
As estratégias de resolução de problemas são estratégias de Regulação Emocional
consideradas adaptativas que consistem em tentativas conscientes para alterar uma
situação stressante ou para moderar as suas consequências. Estas estratégias incluem
acções que, não sendo directamente dirigidas ao problema ou situação stressante,
poderão permitir a futura resolução do mesmo, como por exemplo estratégias de
brainstorming e de planeamento de tarefas (Aldao et al., 2010).
Estas estratégias de resolução de problemas não reproduzem um efeito directo nas
emoções. O seu papel consiste em alterar ou remover stressores que, consequentemente,
poderão influenciar de forma positiva as emoções de um indivíduo (Aldao et al., 2010).
De acordo com a literatura, o facto de um indivíduo possuir poucas estratégias de
resolução de problemas poderá levar à Depressão (D'Zurilla, Chang, Nottingham, &
Faccinni, 1998), ansiedade (Chang, Downey, & Salata, 2004), abuso de substâncias
(Cooper, Wood, Orcutt, & Albino, 1992) e perturbações alimentares (Van Boeven &
Espelage, 2006).
A aceitação constitui outra estratégia de Regulação Emocional considerada adaptativa e
altamente relacionada com consequências positivas no processo de Regulação
Emocional. Por outro lado, uma baixa capacidade de aceitação encontra-se relacionada
com algumas perturbações entre as quais se salientam a Perturbação de Ansiedade
Generalizada, a Perturbação de Pânico, o uso de heroína e a Perturbação de

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Personalidade Borderline (Heffner, Eifert, Parker, Hernandez, & Sperry, 2003; Gratz,
Rosenthal, Tull, & Lejuez, 2006; Tull & Roemer, 2007; Roemer, Orsillo, & Salters-
Pedneault, 2008).

Relativamente a estratégias de Regulação Emocional desadaptativas, alguns autores


consideram que o evitamento, a supressão, e a ruminação constituem três estratégias
merecedoras de especial atenção (Gross, 1998; Ward, Lyubomirsky, Sousa, & Nolen-
Hoeksema, 2003).
Hayes et al. (1999) verificaram que o evitamento experiencial constitui uma estratégia
de Regulação Emocional desadaptativa, que consiste no evitamento de uma série de
experiências psicológicas que o indivíduo classifica como negativas e que incluem
pensamentos, emoções, sensações, lembranças e desejos. Hayes et al. consideram que o
evitamento pode conduzir a um conjunto de consequências negativas que vão desde
problemas de humor ao uso de substâncias, uma vez que contrariamente ao que seria
esperado, o evitamento aumenta os pensamentos negativos, impedindo os indivíduos de
adoptarem as medidas adaptativas necessárias.
De acordo com Gross (1998), a supressão da expressão emocional, constitui uma
estratégia de Regulação Emocional que, apesar de reduzir a manifestação externa das
emoções e possivelmente a experienciação subjectiva das emoções negativas a curto
prazo, não constitui uma estratégia eficaz quando se analisa os seus efeitos a longo
prazo (Gross, 1998; John & Gross, 2004; Gross & Thompson, 2007).
A supressão de pensamentos indesejados, tal como a estratégia anterior, apesar de
resultar num aumento da facilidade de acessibilidade à supressão de pensamentos,
conduz a um aumento da activação do domínio fisiológico, resultando assim num
aumento das respostas electrodérmicas provocadas por estímulos emocionais (Wegner,
Broome, & Blumberg, 1997; Wenzlaff & Wegner, 2000). Este facto sugere que a
tentativa de controlar a expressão emocional pode aumentar o risco de desregulação
emocional, uma vez que níveis mais elevados de activação fisiológica são mais difíceis
de controlar (Gratz & Roemer, 2004).
O recurso crónico a este tipo de estratégia de regulação das emoções pode mesmo levar
a uma maior predisposição do indivíduo para o desenvolvimento de uma Depressão, ou
de sintomas e pensamentos relacionados com a ansiedade (Wegner & Zanakos, 1994).

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Perante situações stressantes, alguns indivíduos mantêm-se constantemente focados


numa determinada experiência emocional, nomeadamente nas suas causas e
consequências, entrando assim em ruminação. A ruminação encontra-se associada a
uma pobre capacidade de resolução de problemas, fazendo com que o indivíduo fique
imobilizado perante a sua indecisão (Papageorgiou & Wells, 2003; Noelen-Hoeksema,
Wisco, & Lyubomirsky, 2008).
Para além destas três estratégias algumas conceptualizações da Regulação Emocional
adoptam uma visão direccionada para a importância da aceitação e da valorização das
respostas emocionais. Assim, o facto de um indivíduo demonstrar uma tendência para
experienciar emoções negativas em resposta às suas próprias reacções emocionais é
visto como uma não-aceitação das respostas emocionais, sendo por isso considerada
desadaptativa e associada a maiores Dificuldades de Regulação Emocional (Gratz &
Roemer, 2004).
Além disso, algumas conceptualizações da Regulação Emocional consideram que para a
Regulação Emocional adaptativa é necessário que o indivíduo adopte uma postura
flexível no uso de estratégias de Regulação Emocional e que seja capaz de alterar a
intensidade ou duração de uma emoção, em vez de tentar mudar a emoção que é
experienciada. Este aspecto mostra-nos então que a Regulação Emocional adaptativa
envolve a modulação da experienciação das emoções, em vez da eliminação das
mesmas (Gratz & Roemer, 2004).
Esta modulação da activação emocional é conceptualizada no sentido de reduzir a
activação emocional de modo a permitir ao indivíduo um maior controlo dos
comportamentos que surgem em consequência a uma resposta emocional. Deste modo,
a Regulação Emocional adaptativa sugere que o indivíduo deverá então ser capaz de
inibir comportamentos impulsivos desadequados, e agir de acordo com os seus
objectivos, mesmo quando experiencia emoções negativas (Gratz & Roemer, 2004).
Tendo em conta toda esta conceptualização da Regulação Emocional adaptativa e
desadaptativa, Gratz & Roemer (2004) considera que a Regulação Emocional pode ser
conceptualizada em 4 dimensões gerais: (a) a consciência e a compreensão das
emoções, (b) a aceitação das emoções, (c) a capacidade para, em momentos de emoção
negativa, controlar comportamentos impulsivos e agir de acordo com os objectivos
desejados e (d) a capacidade para usar a Regulação Emocional apropriadamente,
mediante a implementação de estratégias que modulem as respostas emocionais de um
modo flexível, de forma a alcançar objectivos individuais ao mesmo tempo que se

ISCS-N 19
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

atende às exigências da situação.


A relativa ausência de todas ou algumas destas capacidades poderão indicar a presença
de Dificuldades de Regulação Emocional ou Desregulação Emocional.

1.2.3. Desregulação Emocional e o Desenvolvimento da Psicopatologia

Tendo em conta que a Regulação Emocional constitui um processo adquirido ao longo


do desenvolvimento, as oportunidades de falhar na aquisição de competências de
regulação são vastas. Estas falhas podem ser chamadas de Desregulação Emocional ou
Dificuldades de Regulação Emocional e consiste no facto do sistema de resposta
emocional não ter sido capaz de encontrar uma outra forma de regulação mais
adaptativa (Dodge & Garber, 1991).
Quando estes erros são transitórios, tornam-se evidentes através de uma crise de
ansiedade, dor aguda, excessos comportamentais, ou em comportamentos de fuga. No
entanto, quando as falhas se tornam crónicas estas evidenciam-se através da
psicopatologia (Dodge & Garber, 1991).
A Regulação Emocional tem vindo progressivamente a ocupar um papel determinante
nos modelos de psicopatologia. Cada vez mais a Depressão e a ansiedade são
amplamente vistas como resultado das dificuldades dos indivíduos em regular as suas
emoções (Aldao, Nolen-Hoeksema, & Schweizer, 2010; Machado-Vaz et al., 2010).
Diversos investigadores defendem que indivíduos que não possam efectivamente gerir
as suas respostas emocionais perante os eventos do dia-a-dia, experienciam períodos
mais longos e mais severos de stress, podendo mesmo enveredar por um estado
psicopatológico, como Depressão ou ansiedade, ou até mesmo adoptar comportamentos
desadaptativos relativos ao consumo de álcool ou a padrões alimentares, com o único
objectivo de diminuir as suas emoções negativas (Aldao et al., 2010).
Os modelos teóricos associam o sucesso na Regulação Emocional à saúde do indivíduo
e a melhores relações, bem como a melhores resultados académicos e profissionais.
Por outro lado, as Dificuldades de Regulação Emocional encontram-se associadas a
perturbações mentais, encontrando-se incorporadas em diversos modelos de
perturbações específicas, nomeadamente a) Perturbação de Personalidade Borderline, b)
Perturbação Depressiva Major, c) Perturbação Bipolar, d) Perturbação de Ansiedade
Generalizada, e) Perturbação de Ansiedade Social, f) Perturbações Alimentares, g)

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Perturbações relacionadas com o consumo de álcool, e h) Perturbações de Abuso de


Substâncias (Aldao et al., 2010).
Centrando a atenção na Depressão, uma perturbação com elevada co-morbilidade com o
Luto Complicado, verifica-se que esta perturbação se encontra associada à relativa
ausência de estratégias de Regulação Emocional adaptativas (Coutinho et al., 2010).
Um estudo realizado por Garnefski & Kraaij (2007) com 611 adultos da população em
geral, permitiu verificar que uma percentagem considerável da variância de sintomas
depressivos pode ser explicada pelo uso de estratégias de Regulação Emocional como a
auto-culpabilização, ruminação, catastrofizaçao e pela reavaliação positiva.
Neste sentido, se tivermos em conta as dimensões gerais de Dificuldades de Regulação
Emocional propostas por Gratz & Roemer (2004) e que se encontram anteriormente
descritas, é possível verificar que estas três estratégias de Regulação Emocional
relacionadas com a Depressão encontram-se intimamente relacionadas com as
Dificuldades em Agir de acordo com os objectivos e com o Acesso limitado a
estratégias de Regulação Emocional, duas dimensões que incluem ideias de ruminação,
catastrofização e auto-culpabilização.

Além disso, diversos autores têm destacado a importância que as Dificuldades de


Regulação Emocional adoptam na sintomatologia do Pós-Stress Traumático, uma outra
perturbação com uma elevada co-morbilidade com o Luto Complicado (Cloitre, 1998;
Cloitre, Koenen, Cohen & Han, 2002; van der Kolk, 1996).
Esta importância é conceptualizada no sentido em que, tendo em conta que o Pós-Stress
Traumático se encontra associado a níveis mais elevados de activação emocional e a
respostas emocionais mais intensas, então serão exigidas ao indivíduo melhores
capacidades de regular as suas emoções.
A ausência da capacidade do indivíduo diminuir a activação emocional ou a presença de
dificuldades na diferenciação dos estados emocionais podem constituir a base para uma
percepção das emoções desadaptada, contribuindo para que este percepcione as
emoções como incontroláveis e imprevisíveis (Bouton, Mineka, & Barlow, 2001).
Estas duas dificuldades são vistas por Bouton et al. (2001) como dois factores que
influenciam a probabilidade da aquisição do medo e que podem, consequentemente,
levar o indivíduo a evitar situações em que determinadas emoções são provocadas.
Deste modo, segundo um estudo realizado por Tull, Barret, McMillan, & Roemer
(2007) com 108 estudantes que descreveram ter experienciado eventos potencialmente

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

traumáticos que evocaram sentimentos de medo, desamparo e horror, a severidade da


sintomatologia de Pós-Stress Traumático parece estar relacionada com a Não aceitação
das Respostas Emocionais, Dificuldades em Agir de Acordo com os Objectivos,
Dificuldades no Controlo dos Impulsos, Acesso Limitado às Estratégias de Regulação
Emocional e com a Falta de Clareza Emocional.

1.2.4. Regulação Emocional e Luto

Após a perda de alguém próximo, a família em Luto experiencia frequentemente um


período de disrupção mediado pela intensidade e cronicidade do stress familiar (Mick,
Medvene, & Strunk, 2003). Alguns autores consideram que, no seio familiar, a
adaptação à perda é facilitada pela capacidade de Regulação Emocional de cada
elemento da família, pela não reactividade à intensidade emocional presente no sistema
familiar, pela coesão e adaptabilidade e pela intimidade do casal (Nadeau, 2001;
Shapiro, 2001; Znoj & Keller, 2002). É ainda considerado que o melhor preditor do
bem-estar emocional encontra-se relacionado com a capacidade de Regulação
Emocional de cada elemento da família e não com os estilos de coping centrados nas
emoções que estes possam adoptar (Bonanno, 2001; Znoj & Keller, 2002).
De acordo com a perspectiva desenvolvimental, a regulação da experiência e a
expressão da emoção têm sido consideradas como uma tarefa desenvolvimental
primária essencial ao bem-estar do indivíduo (Campos, Campos & Barrett, 1989;
Eisenberg & Fabes, 1992). No indivíduo adulto, a conceptualização da Regulação
Emocional encontra-se intimamente relacionada com o seu papel, crucial na
manutenção da saúde mental e na adaptação a eventos stressantes (Lazarus, 1991; Gross
& Muñoz, 1995; Keltner, Moffitt, & Stouthamer-Loeber, 1995), nomeadamente na
adaptação ao Luto (Bonnano & Keltner, 1997).
Neste sentido, Bonnano & Keltner (1997) consideram que um aspecto importante da
Regulação Emocional durante o decorrer de um processo de Luto parece relacionar-se
com a regulação ou dissociação das emoções negativas e com a valorização das
emoções positivas (particularmente associadas ao riso) experienciadas pelo enlutado.
Deste modo, indivíduos em Luto que tendam a focar a sua atenção nas emoções, isto é,
que revelem níveis mais elevados de consciência emocional, tendem a expressar os seus
sentimentos e a ter boas capacidades de Regulação Emocional, facto que conduz a uma

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

maior e melhor capacidade de adaptação ao Luto (Greenberg, 2002).


De acordo com a perspectiva integrativa do Luto proposta por Bonanno & Kaltman
(1999), na qual os autores esclarecem componentes fundamentais do Luto, os processos
de Regulação Emocional que permitam a regulação das emoções negativas e a
valorização das emoções positivas promovem a adaptação ao Luto. Este processo
permite ao indivíduo que este mantenha os seus níveis de funcionamento relativamente
elevados, facto que se encontra intimamente relacionado com uma maior facilidade do
indivíduo realizar avaliações retrospectivas e, consequentemente, perceber mais
facilmente que a vida é passível de continuar após a perda de um ente querido.

No entanto, é importante salientar que os aspectos referidos relativos ao modo como a


Regulação Emocional poderá influenciar a adaptação ao Luto e à perda não são
baseados em estudos empíricos, sendo apenas sugeridos com base em análises teóricas,
facto que obriga a uma reflexão sobre a aplicação prática destes conceitos.
Tendo em conta este aspecto e a relação entre Dificuldades de Regulação Emocional e
as complicações na saúde mental, bem como a ausência de dados claros relativos ao
modo como os doentes psiquiátricos se adaptam ou não à perda, optamos por definir os
objectivos deste trabalho de dissertação no âmbito da definição do impacto que as
Dificuldades de Regulação Emocional adoptam no desenvolvimento de um processo de
Luto Complicado nos doentes psiquiátricos (ver figura 3).

Figura 3: As relações estabelecidas e não estabelecidas empiricamente entre o Luto Complicado,


Complicações na Saúde Mental e Dificuldades de Regulação Emocional.

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

II. Objectivos

Considerando a relação existente entre o Luto Complicado e os problemas na Saúde


Mental, bem como a relação existente entre esta última e a adopção de estratégias de
Regulação Emocional desadaptativas, é esperado que a Regulação Emocional possua
um papel mediador no desenvolvimento do Luto Complicado em Doentes Psiquiátricos.
Deste modo, este trabalho de investigação pretende estudar a possível relação entre as
Dificuldades de Regulação Emocional e o Luto Complicado, uma vez que é evidente a
inexistência de estudos científicos desenvolvidos nesta área, bem como a relação das
Dificuldades de Regulação Emocional, a Depressão e o Pós-Stress Traumático.
Tendo isto em conta, pretendemos: (a) caracterizar a população psiquiátrica
relativamente à história da perda mais significativa, (b) descrever a prevalência de Luto
Complicado, Depressão e Pós-Stress Traumático em doentes psiquiátricos, (c) descrever
a co-morbilidade e correlações entre Luto Complicado, Depressão e Pós-Stress
Traumático em doentes psiquiátricos, (d) descrever a relação entre Dificuldades de
Regulação Emocional, Luto Complicado, Depressão e Sintomatologia Traumática em
doentes psiquiátricos, e (f) clarificar o papel preditor das Dificuldades de Regulação
Emocional no Luto Complicado, na Depressão e na Sintomatologia Traumática.

III. Método

3.1. Amostra

A amostra é constituída por 110 adultos, 65 mulheres (59,1%) e 45 homens (40,9%),


com uma idade média de 41,67 anos (SD = 11,85) com pelo menos o 4º ano de
escolaridade, diagnosticados com perturbação psiquiátrica e que se encontram a
frequentar a consulta externa de Psiquiatria e / ou Psicologia.
A recolha da amostra foi realizada no Centro Hospitalar do Alto Ave, E.P.E.,
Guimarães, no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, E.P.E., Penafiel, dois hospitais da
região Norte do país, e no Centro de Respostas Integradas Porto Oriental Equipa
Técnica de Gondomar.
Foram excluídos da amostra doentes psicóticos e doentes em processo demencial, uma

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

vez que estes apresentam elevadas dificuldades na utilização de escalas de auto-


preenchimento.
No que diz respeito ao estado civil, 55,5% (n = 61) dos pacientes são casados, 25,5% (n
= 28) são solteiros, 10,9% (n = 12) são divorciados e 8,2% (n = 9) dos pacientes são
viúvos.
Relativamente às habilitações literárias, verifica-se que 40,9% (n = 45) dos pacientes
têm o 2º ciclo de escolaridade, 25,5% (n = 28) têm o 1º ciclo, 21,8% (n = 24)
frequentaram o 3º ciclo, 5,5% (n = 6) o ensino secundário, 5,5% (n = 6) têm o grau de
Bacharelato e 0.9% (n = 1) a Licenciatura.
Por fim, no que concerne à actividade profissional dos participantes na investigação,
53,6% (n = 59) encontram-se a realizar actualmente alguma actividade profissional
remunerada, 34,5% (n = 38) encontram-se desempregados, 9,1% (n = 10) são
reformados e 2,7% (n = 3) são estudantes (ver tabela 1).

Tabela 1

Características sociodemográficas da amostra (N = 110).

Características n % M SD
Sexo
Feminino 65 59,1
Masculino 45 40,9
Idade 41,67 11,85
Estado Civil
Casado 61 55,5
Solteiro 28 25,5
Divorciado 12 10,9
Viúvo 9 8,2
Habilitações Literárias
2ºCiclo 45 40,9
1ºCiclo 28 25,5
3ºCiclo 24 21,8
Secundário 6 5,5
Bacharelato 6 5,5
Licenciatura 1 0,9
Profissão
Empregado 59 53,6
Desempregado 38 34,5
Reformado 10 9,1
Estudante 3 2,7

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

3.2. Instrumentos

O protocolo de avaliação desenvolvido no âmbito deste trabalho de investigação é


constituído por um questionário sociodemográfico e por 4 escalas de avaliação,
seleccionadas com base nas variáveis que pretendemos avaliar e nas qualidades
psicométricas de cada uma das escalas (ver anexo II).
O questionário sociodemográfico inicial abrange as questões relativas ao sexo, idade,
estado civil, habilitações literárias, profissão e há quanto tempo recebe
acompanhamento psicológico. Além disso, o questionário possui questões específicas
relacionadas com a perda como: grau de parentesco do falecido, há quanto tempo
faleceu, idade do falecido, importância do falecido na sua vida, papel e função do
falecido na sua vida, tipo de morte e, por fim, a causa da morte.
Com o objectivo de avaliar a sintomatologia relacionada com o Luto Complicado e as
Dificuldades de Regulação Emocional, foram utilizados quatro instrumentos de
avaliação, nomeadamente a Versão Portuguesa do Inventory of Complicated Grief
(ICG), a versão Portuguesa do Beck Depression Inventory (BDI), a versão Portuguesa
do Impact of Event Scale - Revised (IES-R) e a versão Portuguesa do Difficulties in
Emotion Regulation Scale (DERS).
O Inventory of Complicated Grief (ICG) foi desenvolvido com o objectivo de avaliar o
Luto Complicado e é constituído por 30 itens (Prigerson, Maciejewski et al., 1995;
Frade, Sousa, Pacheco, & Rocha, 2009). O ICG abrange um vasto número de cognições,
emoções e comportamentos que definem o Luto Complicado e os seus itens
proporcionam boas medidas psicométricas. O valor do α de Cronbach da escala é de
0,914 (Frade et al., 2009). Este inventário permite assim diferenciar o Luto Complicado
(ICG score total ≥ 25), do Luto não complicado ou dito “normal” (Prigerson,
Maciejewski et al., 1995).
O Beck Depression Inventory, traduzido e adaptado para a população portuguesa por
Vaz-Serra e Abreu (1973), tem como objectivo verificar a presença ou ausência de
sintomatologia depressiva, indicando ainda o nível de Depressão em que o indivíduo se
encontra (Depressão leve, moderada ou grave). O inventário é constituído por 21 grupos
de afirmações que caracterizam sintomas inerentes à Depressão, sendo que cada grupo é
constituído por 4 afirmações numeradas de 0 a 3 e que apontam para sintomatologia

ISCS-N 26
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

progressivamente mais grave, das quais o indivíduo deverá escolher uma para cada
grupo de afirmações (Beck, Ward, Mendelson, Mock, & Erbaugh, 1961). A cotação dos
itens é realizada com base na numeração das afirmações e perante um total superior a 12
podemos considerar que a pessoa se encontra deprimida. O valor do α de Cronbach da
escala é de 0,89 (Vaz-Serra & Abreu, 1973).
A versão Portuguesa do Impact of Event Scale - Revised foi adaptada à população
portuguesa por Castanheira, Vieira, Glória, Afonso, & Rocha (2007) e é constituída por
22 itens, respondidos através de uma escala de Likert de 0 a 4 e avalia a reacção
traumática a um evento específico. O IES-R é constituído por quatro subescalas, sendo
elas: Evasão, Intrusão, Hipervigilância e Embotamento Afectivo que avaliam sintomas
como irritabilidade, agressividade, dificuldades de concentração, entre outras,
permitindo assim avaliar o impacto de um evento traumático, e neste contexto
específico o impacto traumático da perda. Deste modo, consideramos que perante um
IES-R score total ≥ a 35 estamos perante uma Perturbação de Pós-Stress Traumático
(PTSD). O valor do α de Cronbach da escala é de 0,94 (Castanheira et al., 2007; Weiss
& Marmar, 1997).
A Difficulties in Emotion Regulation Scale (DERS) foi adaptada para a população
portuguesa por Coutinho, Ribeiro, Ferreirinha, & Dias (2010) e tem como objectivo
avaliar seis Dificuldades de Regulação Emocional: 1) Não aceitação das Respostas
Emocionais (Não Aceitação); 2) Dificuldades em Agir de Acordo com os Objectivos
(Objectivos); 3) Dificuldades no Controlo de Impulsos (Impulsos); 4) Falta de
Consciência Emocional (Consciência); 5) Acesso Limitado às Estratégias de Regulação
Emocional (Estratégias) e 6) Falta de Clareza Emocional (Clareza). A escala é
constituída por 36 itens que deverão ser respondidos pelo indivíduo segundo uma escala
de Likert de 5 valores (desde 1-Raramente a 5-Sempre). O valor do α de Cronbach da
escala é de 0,93 (Coutinho et al., 2010; Gratz & Roemer, 2004).

3.3. Procedimento

O projecto de investigação iniciou-se com a elaboração de um protocolo de avaliação


construído com o objectivo de avaliar a sintomatologia relacionada com o Luto
Complicado e as Dificuldades de Regulação Emocional.
Com o objectivo de obter a autorização formal para a realização desta investigação

ISCS-N 27
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

foram iniciadas as formalidades necessárias ao pedido de autorização ao Centro


Hospitalar do Alto Ave, E.P.E., Guimarães, ao Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa,
E.P.E, Penafiel e ao Centro de Respostas Integradas Porto Oriental, Equipa Técnica de
Gondomar, todas instituições situadas no Norte do País. A aprovação da comissão de
ética foi requisitada e obtida com sucesso, permitindo assim dar início à investigação.
Sendo assim, procedeu-se ao contacto com os pacientes após a verificação dos critérios
de inclusão supra referenciados. Os pacientes que satisfaziam os critérios de inclusão
foram então convidados a participar nesta investigação através de consentimento
informado e, recorrendo a uma entrevista programada com um psicólogo estagiário,
procedeu-se à aplicação do protocolo previamente elaborado.
Após o término da recolha da amostra os dados obtidos foram anonimizados e
introduzidos numa base de dados, tendo sido posteriormente analisados estatisticamente
através do software PASW Statistics 18.

ISCS-N 28
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

IV. Resultados

A análise estatística dos dados obtidos foi realizada no sentido de alcançar cada um dos
objectivos definidos e com recurso a diversos métodos estatísticos que passamos a
descrever.
Para a análise de dados recorremos à análise estatística descritiva, de modo a descrever
as variáveis categoriais e contínuas relativas às características relativas à perda, ao Luto
Complicado, Depressão e aos sintomas de Pós-Stress Traumático.
Realizamos também uma correlação entre cada subescala da DERS e o Luto
Complicado, Depressão e Sintomatologia Traumática, com o intuito de clarificar a
relação existente entre as variáveis.
Além disso, recorremos ao método crosstabs, que permite a associação entre duas ou
mais variáveis, de modo a ser possível analisar a co-morbilidade entre Luto
Complicado, Depressão e Pós-Stress Traumático.
Finalmente, o método de regressão linear múltipla foi utilizado com o objectivo de
elaborar três modelos preditores para os quais definimos o Luto Complicado, a
Depressão e a Sintomatologia Traumática como variáveis dependentes e as subescalas
da DERS como variáveis independentes, que incluem: a 1) Não aceitação das Respostas
Emocionais (Não Aceitação); as 2) Dificuldades em Agir de Acordo com os Objectivos
(Objectivos); as 3) Dificuldades no Controlo de Impulsos (Impulsos); a 4) Falta de
Consciência Emocional (Consciência); o 5) Acesso Limitado às Estratégias de
Regulação Emocional (Estratégias) e a 6) Falta de Clareza Emocional (Clareza).

a) Caracterização da população psiquiátrica relativamente à história da perda


mais significativa

Após a análise estatística descritiva dos dados sociodemográficos obtidos através do


questionário, foi possível caracterizar os doentes psiquiátricos em relação à perda em
diversos aspectos, nomeadamente: ao grau de parentesco do falecido, ao papel e função
do falecido na vida do doente psiquiátrico, ao tipo de perda e causa da morte, ao tempo
médio em que ocorreu a perda, à idade média do falecido, à importância média do
falecido na vida do enlutado e há quanto tempo os doentes psiquiátricos recebem
acompanhamento psicológico e / ou psiquiátrico.

ISCS-N 29
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Verificou-se assim que, no que concerne ao parentesco do falecido, 39,1% (n = 43) dos
doentes psiquiátricos perderam os seus pais, 15,5% (n = 17) perderam os seus avós,
14,5% (n = 16) perderam um elemento da família alargada, 10,9% (n = 12) perderam
irmãos, 9,1% (n = 10) perderam filhos, 9,1% (n = 10) perderam o cônjugue e 1,8% (n =
2) perderam amigos (ver tabela 2).

Tabela 2

Parentesco do Falecido (N = 110).

Parentesco do falecido n %
Pais 43 39,1
Avós 17 15,5
Família alargada 16 14,5
Irmãos 12 10,9
Filhos 10 9,1
Cônjugue 10 9,1
Amigos 2 1,8

Em relação ao papel e função do falecido na vida do enlutado, verificámos que, entre os


doentes psiquiátricos, 40,9% (n = 45) dos pacientes psiquiátricos referiram que o
falecido tinha um papel de suporte, 27,3% (n = 30) referiram um papel de confidente,
15,4% (n = 17) referiram um papel de liderança, 12,7% (n = 14) referiram um papel de
educação, 2,7% (n = 3) referiram um papel financeiro e 0,9% (n = 1) referiu um papel
negligente (ver tabela 3).

Tabela 3

Papel e função do falecido na vida do enlutado (N = 110).

Papel e função do falecido n %


Suporte 45 40,9
Confidente 30 27,3
Liderança 17 15,4
Educação 14 12,7
Financeiro 3 2,7
Negligente 1 0,9

ISCS-N 30
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Os tipos de perdas mais frequentemente referidas pelos doentes psiquiátricos


relacionam-se com as perdas inesperadas, verificando-se uma prevalência deste tipo de
mortes de 59,1% (n = 65) e uma prevalência de 40,9% (n = 45) de mortes esperadas.
Como se pode verificar, a causa da morte mais referenciada relacionava-se com a morte
devido a cancro, correspondendo a 36,4% (n = 40) das mortes referidas, seguindo-se os
acidentes e envenenamentos que correspondem a 24,5% (n = 27), as doenças do
aparelho circulatório que correspondem a 17,3% (n = 19), as doenças do aparelho
respiratório correspondentes a 3,6% (n = 4), as doenças do aparelho digestivo que
correspondem a 3,6% (n = 4), a morte por suicídio com 2,7% (n = 3); as doenças
infecciosas e parasitárias que correspondem a 0,9% (n = 1) e, por fim, outras causas
com 10,9% (n = 12) (ver tabela 4).

Tabela 4

Tipo e Causa da Morte (N = 110).

Tipo e Causa da Morte n %


Tipo de morte
Morte inesperada 65 59,1
Morte esperada 45 40,9
Causa da morte
Cancro 40 36,4
Acidentes e envenenamentos 27 24,5
Doenças do aparelho circulatório 19 17,3
Doenças do aparelho respiratório 4 3,6
Doenças do aparelho digestivo 4 3,6
Doenças infecciosas e parasitárias 1 0,9
Suicídio 3 2,7
Outras causas 12 10,9

Os dados sociodemográficos obtidos permitiram ainda verificar que as perdas ocorreram


em média há 65,50 meses (SD = 71,93) que corresponde a cerca de 5 anos e 5 meses; a
idade média do falecido é de 55,27 anos (SD = 21.93); a importância média do falecido
é de 9,54 (SD = 1,04) numa escala de 0 a 10; e que os doentes psiquiátricos presentes na
amostra recebem acompanhamento psicológico em média há 44,98 meses (SD = 46,81)
(ver tabela 5).

ISCS-N 31
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Tabela 5

Descrição das características relativas à perda de alguém significativo em doentes psiquiátricos


(N = 110).

Características M SD
Há quanto tempo faleceu (meses) 65,50 71,93
Idade do falecido (anos) 55,27 21,93
Importância do falecido (0-10) 9,54 1,04
Acompanhamento psicológico (meses) 44,98 46,81

b) Prevalência de Luto Complicado, Depressão e Pós-Stress Traumático em


doentes psiquiátricos.

Tal como foi anteriormente referido, para a análise do Luto Complicado em doentes
psiquiátricos, bem como da sintomatologia depressiva e traumática recorremos ao ponto
de corte sugerido pelos autores das versões originais de cada teste. Deste modo,
observámos uma prevalência de Luto Complicado em doentes psiquiátricos (ICG ≥ 25)
de 77,3% (n = 85).
Verificámos ainda uma prevalência de 86,4% (n = 95) de doentes psiquiátricos com
Depressão (BDI ≥ 12) e uma prevalência de Pós-Stress Traumático (IES-R ≥ 35) de
85,5% (n = 94) (ver tabela 6).

ISCS-N 32
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Tabela 6

Prevalência de Luto Complicado, Depressão e Pós-Stress Traumático em Doentes Psiquiátricos


(N = 110).

Variáveis n %

Luto Complicado

Com LC 85 77,3

Sem LC 25 22,7

Depressão

Com Dep. 95 86,4

Sem Dep. 15 13,6

Pós-Stress Traumático

Com PTSD 94 85,5

Sem PTSD 16 14,5

Nota. LC = Luto Complicado; Dep. = Depressão; PTSD = Pós-Stress Traumático.

c) Descrição da co-morbilidade e correlações entre Luto Complicado, Depressão e


Pós-Stress Traumático em doentes psiquiátricos

Ao nível da co-morbilidade entre Luto Complicado, Depressão e Pós-Stress Traumático


verificámos uma prevalência de 70,9% de sintomatologia de Luto Complicado co-
mórbida à Depressão (Dep.); 73,6% de co-morbilidade entre Luto Complicado e Pós-
Stress Traumático (PTSD) e ainda uma co-morbilidade de 80% entre Depressão e Pós-
Stress Traumático. Além disso, salienta-se a co-morbilidade de 69% existente entre as
três perturbações: o Luto Complicado, Depressão e Pós-Stress Traumático (ver figura
4).

ISCS-N 33
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

LC 70,9% Dep.
77.3% 86,4%

69%
73,6% 80%

PTSD
85,5%

Figura 4: Co-morbilidade entre Luto Complicado, Depressão e Pós-Stress Traumático (N = 110).

Além disso, após a análise das correlações existentes entre as variáveis em estudo,
verificámos que existem correlações positivas significativas entre todas as variáveis.
Deste modo, o Luto Complicado correlaciona-se com os indicadores de Depressão
(BDI) (,54) e com a sintomatologia traumática (IES-R) (,77), assim como os indicadores
de Depressão (BDI) também se correlacionam com a sintomatologia traumática (IES-R)
(,55) (ver tabela 7).

Importa ainda referir que a correlação com um impacto mais significativo verifica-se
entre o Luto Complicado e a Sintomatologia Traumática, e não entre o Luto
Complicado e a Depressão.

ISCS-N 34
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Tabela 7

Correlações significativas de Pearson entre o ICG, BDI e IES-R (N = 110).

BDI IES-R
ICG Total
Total Total

ICG Total - 0,54** 0,77**

BDI total - 0,55**

-
IES-R Total

Nota. *p < ,05. **p < ,01.

d) Relação entre Dificuldades de Regulação Emocional, Luto Complicado,


Depressão e Sintomatologia Traumática em doentes psiquiátricos.

Através de análise de correlações de Pearson entre as Dificuldades de Regulação


Emocional e as sintomatologias, verificámos correlações significativas entre as
Dificuldades de Regulação Emocional e os indicadores de Depressão (,74),
Sintomatologia Traumática (,45) e Luto Complicado (,49).
Além disso, realizámos uma análise da correlação entre cada subescala da DERS e o
Luto Complicado, Depressão e Sintomatologia Traumática (ver tabela 8), de acordo
com a qual foi possível verificar que existem correlações estatisticamente significativas
entre o indicador do Luto Complicado (ICG) e todas as dimensões da DERS, à
excepção da dimensão Falta de consciência da resposta emocional. Com efeito,
verificou-se assim que este se correlaciona positivamente com: a Não aceitação das
Respostas Emocionais (,21), com as Dificuldades em Agir de Acordo com os
Objectivos (,54), com a Dificuldade no Controlo de Impulsos (,46), com o Acesso
Limitado às Estratégias de Regulação Emocional (,42) e com a Falta de Clareza
Emocional (,46).
Verificámos a existência de correlações estatisticamente significativas entre o indicador
da Depressão (BDI) e todas as dimensões da DERS: Não aceitação das Respostas
Emocionais (,50); Dificuldades em Agir de Acordo com os Objectivos (,61);
Dificuldades no Controlo de Impulsos (,63); Falta de Consciência Emocional (,21);

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Acesso Limitado às Estratégias de Regulação Emocional (,68) e a Falta de Clareza


Emocional (,57).
Por fim, verificámos a existência de correlações estatisticamente significativas entre o
indicador de Sintomatologia Traumática (IES-R total) e as Dificuldades em Agir de
Acordo com os Objectivos (,54), as Dificuldades no Controlo de Impulsos (,45), o Acesso
Limitado às Estratégias de Regulação Emocional (,40) e a Falta de Clareza Emocional
(,40), verificando-se assim uma ausência de correlação significativa entre a
sintomatologia traumática, a Não aceitação das Respostas Emocionais e a Falta de
Consciência Emocional.
É ainda importante salientar que as dimensões do IES-R também se correlacionam
positivamente com algumas dimensões da DERS. Sendo assim, o Evitamento
correlaciona-se positivamente com as Dificuldades em Agir de Acordo com os
Objectivos (,34), com as Dificuldades no Controlo de Impulsos (,30), com o Acesso
Limitado às Estratégias de Regulação Emocional (,22) e com a Falta de Clareza
Emocional (,32).
A intrusão apresenta correlações positivas significativas com a Não aceitação das
Respostas Emocionais (,79), com as Dificuldades em Agir de Acordo com os
Objectivos (,68), com as (3) Dificuldades no Controlo de Impulsos (,75), com o Acesso
Limitado às Estratégias de Regulação Emocional (,70) e com a Falta de Clareza
Emocional (,68).
A hipervigilância apresenta correlações positivas significativas com a Não aceitação das
Respostas Emocionais (,19), com as Dificuldades em Agir de Acordo com os
Objectivos (,55), com as Dificuldades no Controlo de Impulsos (,50), com o Acesso
Limitado às Estratégias de Regulação Emocional (,39) e com a Falta de Clareza
Emocional (,38).
O embotamento afectivo também apresenta correlações positivas significativas com a
Não aceitação das Respostas Emocionais (,34), com as Dificuldades em Agir de Acordo
com os Objectivos (,35), com as Dificuldades no Controlo de Impulsos (,42), com o
Acesso Limitado às Estratégias de Regulação Emocional (,36) e com a Falta de Clareza
Emocional (,43) (ver tabela 8).

ISCS-N 36
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Tabela 8

Resumo das correlações entre ICG, BDI, IES-R e respectivas dimensões e as seis dimensões de
Dificuldades de Regulação Emocional (N = 110).

DERS Não-
Objectivos Impulsos Consciência Estratégias Clareza
Total aceitação

ICG ,49** ,21* ,54** ,46** ,13 ,42** , 46**

BDI ,74** ,50** ,62** ,63** ,21* ,68** , 57 **

IES-R ,45** ,18 ,54** ,45** ,01 ,40** ,40**

Evitamento ,28** ,13 ,34** ,30** -,10 ,22* ,32*

Intrusão ,89** ,79** ,68** ,75** ,17 ,70** ,68**

Hipervigilância ,47** ,19* ,55** ,49** ,09 ,39** ,38**

Embotamento
,43** ,34** ,35** ,42** -,19 ,36** ,43**
Afectivo
Nota. *p < ,05. **p < ,01.

e) Clarificação do papel preditor das Dificuldades de Regulação Emocional no


Luto Complicado, Depressão e na Sintomatologia Traumática

Através de regressão linear verificamos que a Não-aceitação das Respostas Emocionais,


as Dificuldades em Agir de Acordo com os Objectivos e a Falta de Clareza Emocional
predizem 39,3% do Luto Complicado (ver tabela 9).
As Dificuldades em Agir de Acordo com os Objectivos, o Acesso Limitado às
Estratégias de Regulação Emocional e a Falta de Clareza Emocional predizem 56,2% de
Depressão.
Além disso, a Não-aceitação das Respostas Emocionais, as Dificuldades em Agir de
Acordo com os Objectivos e a Falta de Clareza Emocional predizem 37,6 % da
sintomatologia traumática.

ISCS-N 37
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Tabela 9
Resumo do impacto das Dificuldades de Regulação Emocional (variáveis independentes) no
Luto Complicado, Depressão e Sintomatologia Traumática (N = 110).

Variáveis LC Dep. Sint. Traumática

B SE B β B SE B β B SE B β

Não-aceitação -,658 ,240 -,268** - -,774 ,268 -,286**

Objectivos 2,086 ,369 ,506** ,741 ,273 ,240** 2,454 ,413 ,541**

Impulsos - - -

Consciência - - -

Estratégias - ,702 ,174 ,373** -


Clareza 1,939 ,467 ,388** 1,062 ,281 ,283** 1,835 ,522 ,333**

R2 ,393 ,562 ,376

Nota. LC= Luto Complicado; Dep. = Depressão; Sint. Traumática = Sintomatologia Traumática.

*p < ,05. **p < ,01.

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

V. Discussão de Resultados

Os dados empíricos obtidos na presente investigação relativa ao tema “Luto


Complicado e Regulação Emocional em doentes psiquiátricos” sugerem uma discussão
dos resultados em dois níveis essenciais: a) a discussão dos resultados obtidos ao longo
da investigação e da sua relevância; e b) a comparação dos mesmos com os dados
descritos na bibliografia existente relativa ao tema.
De um modo geral, os resultados obtidos neste trabalho de investigação permitiram
responder à questão de investigação inicialmente colocada de que existe uma relação
entre o desenvolvimento do Luto Complicado e as Dificuldades de Regulação
Emocional em doentes psiquiátricos (Ver Figura 5). Todavia, a análise detalhada dos
resultados permitiu concluir que os doentes psiquiátricos constituem uma população
com elevado risco de ter Luto Complicado e que as Dificuldades de Regulação
Emocional têm um impacto significativo no Luto Complicado, justificado por um
conjunto de aspectos que descreveremos nesta discussão.

Figura 5: As relações empiricamente estabelecidas na presente investigação entre o Luto Complicado,


Complicações na Saúde Mental e Dificuldades de Regulação Emocional.

A análise dos dados obtidos ao longo deste estudo permitiu, num primeiro momento,
realizar a descrição da população psiquiátrica no que refere às características associadas
à perda, e que poderão, de certo modo, ser interpretadas como indicadores das
características apresentadas pelos doentes psiquiátricos da população portuguesa.
De facto, é possível caracterizar a amostra de doentes psiquiátricos num leque

ISCS-N 39
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

diversificado de aspectos.
No que refere ao parentesco do falecido, verifica-se que, entre os doentes psiquiátricos,
as perdas mais frequentes envolvem os pais, correspondendo a uma parcela significativa
das perdas relatadas.
Quanto ao tipo de perda, as mortes inesperadas são as mais referidas, correspondendo a
mais de metade das perdas descritas, e a causa de morte mais frequentemente
referenciada prende-se com a morte devida a cancro. No entanto, é extremamente
importante esclarecer que o tipo de morte acima referido (morte esperada ou inesperada)
relaciona-se essencialmente com o facto do doente psiquiátrico se encontrar preparado
ou não para a perda de alguém significativo na sua vida, e não necessariamente com o
carácter médico inerente à gravidade de determinadas doenças e que tornam a morte
previsível.
Quanto ao papel e função que o falecido mantinha na vida do enlutado, verifica-se que
este se relaciona em grande parte com um papel de suporte, sendo de ressaltar os
elevados valores registados quanto à importância do falecido nas suas vidas.
A discussão destes dados requer uma análise comparativa com a literatura existente
relativa aos factores de risco para o desenvolvimento do Luto Complicado. De facto,
verifica-se que as características relativas à perda descritas pela amostra sobrepõem-se
às características descritas por Stroebe et al. (2006) como factores de Risco inerentes ao
Luto Complicado.
Tal como foi anteriormente descrito, a natureza da morte, o facto de esta ter ocorrido de
uma forma traumática e inesperada, bem como a qualidade e o tipo de relação entre o
enlutado e o falecido têm um papel preponderante na moderação da adaptação Luto,
bem como no impacto que este processo terá na saúde física e mental do indivíduo
(Stroebe et al., 2006).
Neste sentido, o facto de as perdas ocorreram maioritariamente de forma inesperada,
dos pacientes revelarem uma relação próxima e baseada em funções de suporte com o
falecido, bem como a presença de uma perturbação psiquiátrica coloca-os desde logo
como uma população de elevado risco para o desenvolvimento do Luto Complicado.

Tendo em conta estes aspectos, a análise da sintomatologia de Luto Complicado,


Depressão e Pós-Stress Traumático entre a população avaliada permitiu verificar que
realmente os doentes psiquiátricos apresentam uma prevalência extremamente elevada
destas três perturbações.

ISCS-N 40
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

As elevadas percentagens de Luto Complicado obtidas na análise dos dados, 77,3%,


mostram-se um pouco mais elevadas do que as referidas na literatura explorada, entre a
qual se salientam os estudos de Piper et al. (2001) e Kersting et al. (2009), que indicam
uma prevalência de Luto Complicado que ronda os 60%.
Estes mesmos resultados confirmam ainda que as características relativas à perda
poderão realmente constituir factores de risco alarmantes e a ter em conta nos processos
de avaliação utilizados em contexto psiquiátrico.
Além disso, a elevada prevalência de sintomatologia Depressiva (86,4%) e de Pós-
Stress Traumático (85,5%) descrita nos resultados vai de encontro à reportada por
Kersting et al. (2009) no seu estudo realizado com indivíduos com Depressão unipolar,
confirmando assim a existência de elevada co-morbilidade entre as três perturbações:
Luto Complicado, Depressão e Pós-Stress Traumático.

Neste sentido, e tal como foi anteriormente referido, o terceiro objectivo deste estudo
prendia-se com o esclarecimento da co-morbilidade existente entre Luto Complicado,
Depressão e Pós-Stress Traumático na amostra de doentes psiquiátricos portugueses.
A análise deste aspecto mostrou-se simultaneamente surpreendente e preocupante.
Surpreendente pelos resultados elevados de co-morbilidade obtidos, quando
comparados com os dados de co-morbilidade obtidos por Simon et al. (2007) numa
amostra de indivíduos em luto.
E preocupante porque a análise da co-morbilidade existente permitiu perceber que a
amostra da população psiquiátrica portuguesa apresenta 69% de co-morbilidade entre as
três variáveis, cerca do dobro dos valores obtidos por Simon et al. (2007) na sua
amostra de indivíduos com Luto. De facto, os resultados discutidos revelam que esta é
uma população debilitada e afectada em diversas áreas da psicopatologia e não apenas
ao nível do Luto Complicado.
Verificámos ainda que, apesar de haver uma co-morbilidade idêntica entre o Luto
Complicado com a Depressão e do Luto Complicado com o Pós-Stress traumático, esta
última revela ser ligeiramente superior talvez pelo carácter traumático que a perda de
alguém significativo acarreta, e pelo facto da amostra avaliada apresentar uma
prevalência elevada de perdas inesperadas.

A interpretação da elevada prevalência de Luto Complicado, Depressão e


Sintomatologia Traumática torna-se mais clara quando analisámos os resultados da

ISCS-N 41
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

análise estatística correlacional entre as diversas variáveis em estudo (Luto Complicado,


Depressão, Sintomatologia Traumática e Dificuldades de Regulação Emocional).
Tendo em conta que foram encontradas correlações positivas estatisticamente
significativas entre todas as variáveis analisadas, é possível afirmar que quanto mais
elevados os níveis de Luto Complicado, mais elevados os níveis de Sintomatologia
Depressiva e de Sintomatologia Traumática.
Estes dados empíricos relativos ao Luto Complicado e Depressão levam-nos de
encontro aos estudos realizados por outros autores que revelam a presença de uma
elevada co-morbilidade entre estas variáveis (Lichtenthal et al., 2004; Golden &
Dalgleish, 2008; Prigerson et al., 2009; Boelen et al., 2010).

Acrescenta-se a esses dados a presença de uma nova variável em estudo, recentemente


abordada na bibliografia no âmbito do Luto Normal e, no presente estudo, no âmbito do
Luto Complicado. Neste sentido, é evidente através dos resultados expostos que, de um
modo geral, as Dificuldades de Regulação Emocional correlacionam-se positivamente
com o constructo do Luto Complicado.
Este aspecto leva-nos a abordar o Luto Complicado num novo âmbito dos factores de
risco intrapessoais, que se relaciona com as dificuldades que o indivíduo apresenta no
modo como lida e como regula as suas emoções.
Focando a nossa atenção neste aspecto é possível referir que o desenvolver de um
processo de Luto Complicado encontra-se relacionado com cinco Dificuldades de
Regulação Emocional que passamos a clarificar.
Podemos afirmar que o Luto Complicado correlaciona-se com a Não aceitação das
Respostas Emocionais, ou seja, correlaciona-se com o facto de o indivíduo apresentar
uma tendência para adoptar emoções secundárias negativas em resposta a uma reacção
emocional negativa, ou por outro lado, com o facto de o indivíduo não ser capaz de
aceitar as suas próprias reacções perante sentimentos de angústia. Neste sentido,
sugerimos que perante a perda, e tendo em conta os sentimentos negativos comuns
durante o processo de Luto, o indivíduo mostra-se incapaz de aceitar a sua própria
angústia, caminhando assim para possíveis níveis de Luto Complicado.
Outra Dificuldade de Regulação Emocional associada ao desenvolvimento de um
processo de Luto Complicado prende-se com as Dificuldades em Agir de Acordo com
os Objectivos. É importante frisar que, perante um evento stressante extremamente
associado a emoções negativas, como a perda de alguém significativo, o indivíduo que

ISCS-N 42
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

recorre a esta estratégia é incapaz de pensar noutra situação e de realizar tarefas e


comportamentos que o permitam descentrar a atenção do Luto e ultrapassa-lo de modo
adaptativo. Assim, estaremos, possivelmente, perante alguém que irá recorrer a
estratégias de ruminação (Papageorgiou & Wells, 2003; Noelen-Hoeksema et al., 2008)
como estratégia de regulação das suas emoções, fazendo com que as emoções negativas
se mantenham por um período superior ao considerado normal, e levando ao
consequente aparecimento do Luto Complicado.
As Dificuldades no Controlo de Impulsos correspondem a outra Dificuldade de
Regulação Emocional associada à probabilidade de ocorrer um processo de Luto
Complicado. Efectivamente, a dificuldade em controlar os impulsos e o seu
comportamento perante um acontecimento negativo como a perda e a morte, poderá
levar o indivíduo a recorrer a comportamentos desadaptativos de modo impulsivo como,
iniciar o consumo de substâncias, recorrer à violência física em situações de stress,
realizar actos irreflectidos de auto-punição, ou até mesmo tentativas de suicídio.
O Acesso Limitado às Estratégias de Regulação Emocional parece ser outra Dificuldade
de Regulação Emocional correlacionada com o Luto Complicado. Esta dificuldade
relaciona-se com a crença de que pouco pode ser feito para regular as suas emoções
perante situações de stress. Nesse caso, se o indivíduo se considera incapaz de gerir e
regular um vasto leque de emoções negativas experienciadas durante o Luto, este terá
certamente mais dificuldade em controlar o modo como as suas emoções serão
expressadas, podendo mesmo recorrer a estratégias desadaptativas já anteriormente
referidas por Gross (1998) e Ward et al. (2003) como a supressão, o evitamento e a
ruminação e que dificultarão a adaptação à perda.
Por fim, a Falta de Clareza Emocional, intimamente relacionada com o grau em que
cada indivíduo reconhece as emoções que experiencia, relaciona-se com o Luto
Complicado. Tendo em conta que, segundo Greenberg (2002), indivíduos com níveis
elevados de consciência emocional terão melhores capacidades de expressar os seus
sentimentos, melhores capacidades de Regulação Emocional e, consequentemente, uma
melhor adaptação ao processo de Luto, então a ausência desta capacidade levará
certamente a um processo de Luto desadaptativo, ou Luto Complicado. De acordo com
os nossos resultados, estes dados são confirmados, uma vez que a ausência de
capacidade de um indivíduo reconhecer as emoções que experiencia correlaciona-se
com o Luto Complicado.

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Além de tudo o que foi referido até então, a análise correlacional das variáveis
estudadas permitiu ainda verificar que a Depressão se correlaciona com as seis
Dificuldades de Regulação Emocional identificadas através da DERS.
Este constitui um dado curioso, e que deveria ser alvo de uma atenção mais
direccionada de modo a compreender o fenómeno. Pois, apesar de ser importante
salientar que estes resultados vão de encontro à afirmação de Aldao et al. (2010) de que
as Dificuldades de Regulação Emocional se encontram associadas à Perturbação
Depressiva Major, o estudo específico das Dificuldades de Regulação Emocional
realizado por Gratz & Roemer (2004) demonstra que apenas as subescalas de Acesso
Limitado às Estratégias de Regulação Emocional, Dificuldades no Controlo de Impulsos
e a Falta de Clareza Emocional se correlacionam com a Depressão avaliada através do
Brief Symptom Inventory, um questionário de avaliação da sintomatologia
psicopatológica.
Assim, pode afirmar-se que os resultados obtidos neste trabalho de investigação vão
mais longe que a literatura abordada por ser possível verificar que a Depressão se
correlaciona com as seis Dificuldades de Regulação Emocional analisadas. É assim
possível sugerir que as intervenções realizadas ao nível da Depressão deverão dar
especial atenção às dificuldades do indivíduo em regular as suas emoções, dotando-o de
competências de regulação emocional adaptativas.

Relativamente à relação entre as Dificuldades de Regulação Emocional e a


Sintomatologia Traumática, é de extrema importância salientar que esta sintomatologia
se relaciona com: as Dificuldades em Agir de Acordo com os Objectivos, as
Dificuldades no Controlo de Impulsos, o Acesso Limitado às Estratégias de Regulação
Emocional e a Falta de Clareza Emocional.
Do mesmo modo, importa referir que estes resultados estendem-se, de um modo geral, a
três das quatro dimensões do IES - R, a Intrusão, a Hipervigilância e o Embotamento
afectivo, facto que deverá ser explorado em perspectivas futuras de investigação na área
do trauma, acrescentando-se nestas três subescalas a correlação com a Não Aceitação
das Respostas Emocionais.
No entanto, salienta-se o facto de a subescala de Evitamento, ao contrário das outras
subescalas do IES-R, não se correlacionar com a Não Aceitação das Respostas
Emocionais.
Tendo em conta que a Não Aceitação das Respostas Emocionais refere-se à

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

incapacidade de o indivíduo aceitar as suas próprias reacções emocionais negativas


perante sentimentos de angústia, sugerimos que esta Dificuldade de Regulação
Emocional não se correlaciona com o evitamento porque o indivíduo ao evitar
determinada situação negativa estará automaticamente a evitar a reacção emocional
primária advinda desse mesmo acontecimento, não chegando por isso a experienciar a
não aceitação das suas respostas emocionais (Tull et al., 2007).
Porém, nunca é demais referir que os preciosos dados obtidos nesta análise deverão ser
alvo de uma investigação direccionada especificamente à análise das Dificuldades de
Regulação Emocional em Indivíduos com Pós-Stress Traumático relacionado com a
Perda.

Efectivamente, verifica-se a existência de uma co-morbilidade de 69% entre o Luto


Complicado, a Depressão e a Sintomatologia Traumática. Porém, a análise da
correlação entre estas três perturbações, permite verificar que estas constituem
perturbações que devem ser alvo de intervenções distintas.
Um exemplo deste facto relaciona-se com a Falta de consciência emocional, que sendo
uma dificuldade importante no desenvolvimento da Depressão, não parece ter uma
relação com o Luto Complicado e com o Pós-Stress Traumático. Deste modo, a
intervenção realizada ao nível da Depressão deverá fornecer ao indivíduo estratégias de
tomada de consciência das suas emoções, intervenção esta que não se revela crucial na
diminuição da sintomatologia de Luto Complicado e de Pós-Stress Traumático.

No que concerne à análise de regressão linear múltipla relativa ao poder preditivo das
Dificuldades de Regulação Emocional em relação ao Luto Complicado, Depressão e
Sintomatologia Traumática, verifica-se que estas permitem predizer estas três
perturbações.
As Dificuldades de Regulação Emocional que revelam um impacto mais elevado na
predição do Luto Complicado relacionam-se com a Não Aceitação das Respostas
Emocionais, com as Dificuldades em Agir de Acordo com os Objectivos e com a Falta
de Clareza Emocional.
Tendo em conta que estas dificuldades específicas permitem predizer cerca de 39,3% do
Luto Complicado, é importante que os clínicos adoptem mais atenção às questões
relativas a Dificuldades de Regulação Emocional, como forma de prevenir e intervir
precocemente junto de doentes psiquiátricos que tenham perdido alguém significativo e

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

que revelem estas dificuldades específicas.


Além disso, importa referir que, tal como seria de prever, tendo em conta a elevada co-
morbilidade existente entre as Dificuldades de Regulação Emocional e a Depressão, as
Dificuldades em Agir de Acordo com os Objectivos, a Falta de Clareza Emocional, e o
Acesso Limitado às Estratégias de Regulação Emocional permitem predizer cerca de
56,2% de Depressão.
No entanto, apesar de se verificar que as dificuldades relacionadas com as subescalas de
Dificuldades em Agir de Acordo com os Objectivos e com a Falta de Clareza
Emocional serem coexistentes na predição da Depressão e do Luto Complicado,
verifica-se que a presença de Acesso Limitado às Estratégias de Regulação Emocional
permitem diferenciar a Depressão do Luto Complicado.

De facto, estes resultados levam-nos uma vez mais de encontro aos aspectos relativos,
por um lado, à co-morbilidade e, por outro lado, à distinção entre estas duas
perturbações. Neste sentido, o facto de ambos os contructos terem duas variáveis em
comum que permitem predize-los mostra realmente a existência de uma elevada co-
morbilidade entre os mesmos. No entanto, a existência de uma variável que as
diferencia permite reflectir sobre o facto de que estes são constructos distintos que,
apesar de terem diversas características em comum, devem ser diferenciados pelas suas
especificidades.

O mesmo se passa em relação à sintomatologia traumática (forte indicadora de PTSD),


para a qual se verifica que as Dificuldades de Regulação Emocional que permitem
predizer cerca de 37,6% de Sintomatologia Traumática são as mesmas que permitem a
predição do Luto Complicado. Porém, estas mesmas Dificuldades de Regulação
Emocional predizem com um pouco mais de precisão o Luto Complicado, do que a
Sintomatologia Traumática.
Deste modo sugerimos que esta sobreposição poderá relacionar-se com o facto de a
perda de alguém significativo acarretar um carácter traumático influente no decorrer do
processo de Luto Complicado, pois tal como refere a literatura revista a ocorrência de
uma perda traumática constitui um factor de risco para o Luto Complicado (Stroebe et
al., 2006).
Importa ainda frisar que o facto da subescala Falta de Consciência Emocional apenas se
correlacionar com uma das variáveis estudas, a Depressão, permite-nos clarificar a ideia

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

já sugerida por Coutinho et al. (2010) de que esta subescala possui um carácter pouco
central na presença de sintomatologia psicopatológica.

Todos estes dados revelam-se extremamente importantes, uma vez que permitem a
existência de um modelo de Dificuldades de Regulação Emocional que prediz, com um
impacto elevado, não só o Luto Complicado como também a existência de outras
perturbações como a Depressão e a Sintomatologia Traumática. Além disso, os
resultados obtidos ao nível das Dificuldades de Regulação Emocional preditoras destas
perturbações sugerem que estas dimensões poderão também ser incluídas em
intervenções psicológicas direccionadas para as competências do indivíduo na regulação
das emoções.

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

VI. Conclusão

O presente trabalho de investigação insere-se numa tendência actual para a exploração


do impacto que as Dificuldades de Regulação Emocional poderão ter nas mais variadas
áreas da vida do indivíduo. E sem esquecer que a vida é constituída por perdas, as quais
conduzem ao processo de Luto que muita das vezes ocorre de modo desadaptativo,
tornou-se crucial a exploração da relação entre as Dificuldades de Regulação Emocional
e as complicações no Luto ou Luto Complicado.
De um modo geral, podemos afirmar que os resultados obtidos vão de encontro às
questões de investigação inicialmente colocadas e que o conjunto de dados obtidos no
decorrer desta investigação revela também importância do ponto de vista clínico. Não
só no sentido em que confirmam dados relativos à co-morbilidade e factores de risco do
Luto Complicado, alguns deles já referidos por outros autores ainda que em populações
diferenciadas da população de doentes psiquiátricos portugueses, mas também por ter
permitido a exploração de novos factores que permitem a predição do Luto Complicado,
da Depressão e da Sintomatologia de Pós-Stress Traumático.
Deste modo, este trabalho fornece dados para a avaliação precoce de casos de Luto
Complicado que colocam frequentemente em risco a qualidade de vida do enlutado
diagnosticado com uma perturbação psiquiátrica. Além disso, os dados obtidos
possibilitam o recurso a um novo factor que permite predizer com um elevado grau de
precisão o desenvolvimento do Luto Complicado, bem como a distinção deste
relativamente a quadros Depressivos e Traumáticos.
O conjunto destas variáveis, entre as quais é possível ressaltar o carácter determinante e
preditor das Dificuldades de Regulação Emocional para o Luto Complicado, deverão
fornecer aos profissionais de saúde novas áreas de avaliação e a adopção de um olhar
mais atento a estes aspectos, que deverão passar a constituir parte integrante do processo
de avaliação de um doente psiquiátrico em Luto.
Neste sentido, os profissionais de saúde surgem como a primeira linha de contacto
directo com este processo de avaliação, que se espera precoce, e que deverá ter em
conta os dados obtidos nesta investigação. Este facto permite assim, não só a
identificação dos doentes psiquiátricos que se encontram em risco de desenvolver um
Luto Complicado, como também a consequente intervenção, evitando o culminar num
conjunto de défices e dificuldades frequentemente associadas ao Luto Complicado.

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Este trabalho permite assim uma melhor compreensão da dinâmica presente no Luto
Complicado, bem como dos factores inerentes ao desenvolvimento destas complicações
numa população que evidencia um elevado risco para complicações na saúde mental.
No entanto, é inevitável reflectir que apesar da pertinência dos resultados obtidos, seria
deveras interessante aprofundar esta investigação e realizar uma abordagem mais
específica do desenvolvimento do Luto Complicado em diferentes grupos de
perturbações psiquiátricas, de modo a complementar todos os resultados aqui expostos.
Por fim, não poderíamos deixar de salientar que os resultados obtidos fornecem fortes
indicadores do modo como os doentes psiquiátricos da população portuguesa lidam com
a perda. No entanto, uma das principais limitações desta investigação prende-se com a
impossibilidade de fazer uma generalização segura para os doentes psiquiátricos no
geral, devido a questões relacionadas com o tamanho amostra, que não é representativa
desta população no geral.
Outra das limitações deste estudo prende-se com o facto de não ter sido realizada uma
comparação entre os dados obtidos pelos doentes psiquiátricos e uma amostra da
população em geral, de modo a tornar ainda mais claras as conclusões aqui reflectidas.
Seria também pertinente a realização de um novo desenho de investigação que
permitisse a avaliação e diferenciação de doentes psiquiátricos que se encontrassem a
realizar uma intervenção direccionada ao Luto Complicado, daqueles que não eram alvo
de uma intervenção neste sentido.
Os resultados obtidos ao longo da investigação ultrapassaram as expectativas iniciais
que se mostravam conservadores devido ao conjunto de dificuldades inerentes a uma
população psiquiátrica que revela sintomatologia psicopatológica que, frequentemente,
se sobrepõe à sintomatologia presente no Luto Complicado e faziam prever uma difícil
aceitabilidade da participação que não se verificou.
Sendo assim, parece-nos crucial que esta área continue a ser explorada no sentido de
esclarecer as idiossincrasias relativas ao Luto Complicado e, possivelmente, à futura
classificação nosológica do Luto Complicado enquanto perturbação diferenciada no
DSM-V3 e / ou no ICD-114.

3
DSM-V: Diagnostic and Statistical Manual, Fifth Edition.

4
ICD-11: International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems, Eleventh Edition.

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Referências Bibliográficas

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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Anexos
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Anexo I: Consentimento Informado


TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

Eu, ___________________________________________________________________, após

ser devidamente informado(a) sobre os objectivos e protocolo de investigação, declaro que

aceitei de livre vontade fazer parte do estudo que está a ser realizado pela Unidade de

Investigação em Psicologia Clínica e Saúde (Instituto Superior de Ciências da Saúde do Norte -

UnIPSa).

Além disso, declaro estar informado(a) de que poderei abandonar a investigação, sem qualquer

tipo de repercussões, devendo contactar a Investigadora para informar dessa decisão (Dr.ª Tânia

Silva). Este estudo pretende descrever e avaliar a sintomatologia do luto complicado e os seus

dados são confidenciais, não podendo ser usados para outros fins.

____________________, _______ de _____________________ de ______

Assinatura

____________________________________________________________

Obrigada Pela Sua Colaboração!


Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Anexo II: Protocolo de Avaliação


Avaliação do Processo de Luto

- Sexo: F M

- Idade: _______________

- Estado Civil: ______________________________

- Habilitações Literárias: ______________________

- Profissão: _________________________________

- Há quanto tempo recebe acompanhamento psicológico: ___________________________________

Relação com o Falecido

A seguir encontram-se um conjunto de questões relacionadas com a perda de alguém que considere
significativo na sua vida.

- Grau de Parentesco do Falecido: ____________________

- Há quanto tempo faleceu? ___________

- Idade do Falecido: ________________

- Importância do falecido na sua vida (nada importante – muitíssimo importante)

|------+------+------+------+------+------+------+------+------+------|

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

- Papel/função do falecido na sua vida: _______________________________________

(Educação; Liderança; Chefe de Família; Financeiro; Negligente; Confidente; Suporte,

etc.)

Contextualização da Perda

- Morte Esperada Morte Inesperada

- Causa da morte: _______________________________________________________


- EDRS -
(Gratz, K & Roemer, L. 2004; adaptado por Machado Vaz et al, 2010)

Instruções: Por favor indique com que frequência as seguintes afirmações se aplicam a si, com base na
seguinte escala de 1 a 5, fazendo um circulo, no valor seleccionado, na linha ao lado de cada item.

1 2 3 4 5
Quase Nunca Algumas vezes Cerca de metade do A maioria do tempo Quase Sempre
(0-10%) (11-35%) tempo (66-90%) (91-100%)
(36-65%)

1. É claro para mim aquilo que estou a sentir 1 2 3 4 5

2. Eu presto atenção a como me sinto 1 2 3 4 5

3. Eu experiencio as minhas emoções como avassaladoras e fora de controlo 1 2 3 4 5

4. Não tenho ideia nenhuma de como me estou a sentir 1 2 3 4 5

5. Tenho dificuldade em atribuir um significado aos meus sentimentos 1 2 3 4 5

6. Sou atento aos meus sentimentos 1 2 3 4 5

7. Sei exactamente como me estou a sentir 1 2 3 4 5

8. Preocupo-me com aquilo que estou a sentir 1 2 3 4 5

9. Estou confuso acerca do que sinto 1 2 3 4 5

10. Quando estou emocionalmente incomodado, reconheço as minhas emoções 1 2 3 4 5

11. Quando estou emocionalmente incomodado, fico zangado comigo próprio 1 2 3 4 5


por me sentir dessa forma
12. Quando estou emocionalmente incomodado, fico envergonhado por me 1 2 3 4 5
sentir dessa forma
13. Quando estou emocionalmente incomodado, tenho dificuldade em ter o 1 2 3 4 5
trabalho feito

14. Quando estou emocionalmente incomodado, fico fora de controlo 1 2 3 4 5

15. Quando estou emocionalmente incomodado, acredito que me irei manter 1 2 3 4 5


dessa forma durante muito tempo

16. Quando estou emocionalmente incomodado, acredito que acabarei por me 1 2 3 4 5


sentir muito deprimido

17. Quando estou emocionalmente incomodado, acredito que os meus 1 2 3 4 5


sentimentos são válidos e importantes

18. Quando estou emocionalmente incomodado, tenho dificuldade em focar em 1 2 3 4 5


outras coisas

19. Quando estou emocionalmente incomodado, sinto-me fora de controlo 1 2 3 4 5


20. Quando estou emocionalmente incomodado, ainda consigo fazer as coisas 1 2 3 4 5

21. Quando estou emocionalmente incomodado, sinto-me envergonhado comigo 1 2 3 4 5


mesmo por me sentir dessa forma

22. Quando estou emocionalmente incomodado, sei que consigo encontrar uma 1 2 3 4 5
forma para eventualmente me sentir melhor

23. Quando estou emocionalmente incomodado, sinto que sou fraco 1 2 3 4 5

24. Quando estou emocionalmente incomodado, sinto que consigo manter o 1 2 3 4 5


controlo dos meus comportamentos

25. Quando estou emocionalmente incomodado, sinto-me culpado por me sentir 1 2 3 4 5


dessa forma

26. Quando estou emocionalmente incomodado, tenho dificuldade em 1 2 3 4 5


concentrar

27. Quando estou emocionalmente incomodado, tenho dificuldade controlar os 1 2 3 4 5


meus comportamentos

28. Quando estou emocionalmente incomodado, acredito que não há nada que 1 2 3 4 5
possa fazer para me fazer sentir melhor

29. Quando estou emocionalmente incomodado, fico irritado comigo próprio por 1 2 3 4 5
me sentir dessa forma

30. Quando estou emocionalmente incomodado, começo a sentir-me mesmo 1 2 3 4 5


mal comigo próprio

31. Quando estou emocionalmente incomodado, acredito que permitir o que 1 2 3 4 5


estou a sentir é tudo o que posso fazer

32. Quando estou emocionalmente incomodado, perco o controlo sobre os meus 1 2 3 4 5


comportamentos

33. Quando estou emocionalmente incomodado, tenho dificuldades em pensar 1 2 3 4 5


acerca de outra coisa qualquer

34. Quando estou emocionalmente incomodado, paro um tempo, para perceber 1 2 3 4 5


o que estou mesmo a sentir.

35. Quando estou emocionalmente incomodado, demoro muito tempo para me 1 2 3 4 5


sentir melhor

36. Quando estou emocionalmente incomodado, as minhas emoções parecem 1 2 3 4 5


avassaladoras
– BDI –
Neste questionário existem grupos de 4 afirmações. Por favor, leia cuidadosamente cada uma delas. A seguir
seleccione a afirmação, em cada grupo, que melhor descreve como se sentiu na semana que passou,
incluindo o dia de hoje. Desenhe um círculo em torno do número ao lado da afirmação seleccionada.
Certifique-se que leu todas as afirmações de cada grupo antes de fazer a sua escolha.

1. 0 Não me sinto triste.


1 Sinto-me triste.
2 Sinto-me triste o tempo todo e não consigo evitá-lo.
3 Sinto-me tão triste ou infeliz que não consigo suportar.

2. 0 Não estou particularmente desencorajada(o) em relação ao futuro.


1 Sinto-me desencorajada(o) em relação ao futuro.
2 Sinto que não tenho nada a esperar.
3 Sinto que o futuro é sem esperança e que as coisas não podem melhorar.

3. 0 Não me sinto fracassada(o).


1 Sinto que falhei mais do que um indivíduo normal.
2 Quando analiso a minha vida passada, tudo o que vejo é uma quantidade de fracassos.
3 Sinto que sou um completo fracasso.

4. 0 Tenho tanta satisfação nas coisas como dantes.


1 Não tenho satisfação com as coisas como costumava ter.
2 Não consigo sentir verdadeira satisfação com alguma coisa.
3 Estou insatisfeita(o) ou entediada(o) com tudo.

5. 0 Não me sinto particularmente culpada(o).


1 Sinto-me culpada(o) grande parte do tempo.
2 Sinto-me bastante culpada(o) a maior parte do tempo.
3 Sinto-me culpada(o) o tempo todo.

6. 0 Não sinto que esteja a ser punida(o).


1 Sinto que posso ser punida(o).
2 Sinto que mereço ser punida(o).
3 Sinto que estou a ser punida(o).
7. 0 Não me sinto desapontada(o) comigo mesma(o).
1 Sinto-me desapontada(o) comigo mesma(o).
2 Sinto-me desgostosa(o) comigo mesma(o).
3 Odeio-me.

8. 0 Não sinto que seja pior que qualquer outra pessoa.


1 Critico-me pelas minhas fraquezas ou erros.
2 Culpo-me constantemente pelas minhas faltas.
3 Culpo-me de todas as coisas más que acontecem.

9. 0 Não tenho qualquer ideia de me matar.


1 Tenho ideias de me matar, mas não sou capaz de as concretizar.
2 Gostaria de me matar.
3 Matar-me-ia se tivesse uma oportunidade.

10. 0 Não costumo chorar mais do que o habitual.


1 Choro mais agora do que costumava fazer.
2 Actualmente, choro o tempo todo.
3 Costumava conseguir chorar, mas agora não consigo ainda que queira.

11. 0 Não me irrito mais do que costumava.


1 Fico aborrecida(o) ou irritada(o) mais facilmente do que costumava.
2 Actualmente, sinto-me permanentemente irritada(o).
3 Já não consigo ficar irritada(o) com as coisas que antes me irritavam.

12. 0 Não perdi o interesse nas outras pessoas.


1 Interesso-me menos do que costumava pelas outras pessoas.
2 Perdi a maior parte do interesse nas outras pessoas.
3 Perdi todo o meu interesse nas outras pessoas.

13. 0 Tomo decisões tão bem como antes.


1 Adio as minhas decisões mais do que costumava.
2 Tenho maior dificuldade em tomar decisões do que antes.
3 Já não consigo tomar qualquer decisão.
14. 0 Não sinto que a minha aparência seja pior do que costumava ser.
1 Preocupo-me porque estou a parecer velha(o) ou nada atraente.
2 Sinto que há mudanças permanentes na minha aparência que me tornam nada atraente.
3 Considero-me feia(o).
15. 0 Sou capaz de trabalhar tão bem como antes.
1 Preciso de um esforço extra para começar qualquer coisa.
2 Tenho de me esforçar muito para fazer qualquer coisa.
3 Não consigo fazer nenhum trabalho.

16. 0 Durmo tão bem como habitualmente.


1 Não durmo tão bem como costumava.
2 Acordo uma ou duas horas mais cedo do que o habitual e tenho dificuldade em voltar a
adormecer.
3 Acordo várias horas mais cedo do que costumava e não consigo voltar a dormir.

17. 0 Não fico mais cansada(o) do que é habitual.


1 Fico cansada(o) com mais facilidade do que antes.
2 Fico cansada(o) ao fazer quase tudo.
3 Estou demasiado cansada(o) para fazer qualquer coisa.

18. 0 O meu apetite é o mesmo de sempre.


1 Não tenho tanto apetite como costumava ter.
2 O meu apetite, agora, está muito pior.
3 Perdi completamente o apetite.

19. 0 Não perdi muito peso, se é que perdi algum ultimamente.


1 Perdi mais de 2,5 Kg.
2 Perdi mais de 5 Kg.
3 Perdi mais de 7,5 Kg.
Estou propositadamente a tentar perder peso, comendo menos? Sim_____
Não_____

20. 0 A minha saúde não me preocupa mais do que o habitual.


1 Sinto-me preocupada/o com dores e sofrimento, com má disposição de estômago ou prisão de
ventre ou ainda outras sensações físicas desagradáveis.
2 Estou tão preocupada(o) com a maneira como me sinto, que se me torna difícil pensar noutra
coisa.
3 Encontro-me totalmente preocupada(o) pela maneira como me sinto.

21. 0 Não notei qualquer mudança recente no meu interesse pela vida sexual.
1 Encontro-me menos interessada(o) pela vida sexual do que costumava.
2 Actualmente sinto-me muito menos interessada(o) pela vida sexual.
3 Perdi completamente o interesse pela vida sexual.
– ICG –
(Prigerson et al, 1995)

Instruções: A seguir encontra-se uma lista de dificuldades que são sentidas, por vezes, pelas pessoas após
acontecimentos de vida difíceis. Por favor, leia cada um dos itens e indique, com um círculo, a resposta que
melhor descreve como se sente em relação a uma situação de luto actualmente:

Nunca Raramente Ocasionalmente Regularmente Sempre

1. Eu penso tanto nesta pessoa que é difícil fazer as coisas


1 2 3 4 5
que normalmente faço…
2. As memórias da pessoa que morreu perturbam-me… 1 2 3 4 5

3. Eu sinto que não aceito a morte da pessoa que morreu… 1 2 3 4 5

4. Eu dou por mim a sentir a falta da pessoa que morreu… 1 2 3 4 5

5. Eu sinto-me atraído às coisas e lugares associados à


1 2 3 4 5
pessoa que morreu…
6 Não consigo evitar sentir-me zangado com a sua morte... 1 2 3 4 5

7. Eu sinto descrença sobre o que aconteceu... 1 2 3 4 5

8. Eu sinto-me atordoado ou confuso com o que aconteceu... 1 2 3 4 5

9. Desde que ele(a)morreu é-me difícil confiar nas pessoas... 1 2 3 4 5

10. Desde que ele(a) morreu, sinto que perdi a capacidade de


me interessar com outras pessoas ou sinto-me distante das 1 2 3 4 5
pessoas de que gosto...
11. Eu sinto dor na mesma parte do corpo ou tenho alguns dos
1 2 3 4 5
sintomas da pessoa que morreu...
12. Eu desvio-me do meu caminho para evitar lembranças da
1 2 3 4 5
pessoa que morreu...
13. Sinto a minha vida vazia sem a pessoa que morreu... 1 2 3 4 5

14. Eu ouço a voz da pessoa que morreu falar-me... 1 2 3 4 5

15. Eu vejo a pessoa que morreu diante de mim... 1 2 3 4 5

16. Eu sinto que é injusto que eu deva viver enquanto esta


1 2 3 4 5
pessoa morreu...
17. Eu sinto-me amargo sobre a morte desta pessoa... 1 2 3 4 5

18. Eu sinto inveja daqueles que não perderam ninguém


1 2 3 4 5
próximo...
19. Eu sinto me só grande parte do tempo desde que ele(a)
1 2 3 4 5
morreu...
– IES-R –
(Weiss & Marmar, 1997; adaptada por Rocha et. al, 2006)

Instruções: Por favor, leia cada um dos itens e indique, com um círculo, a resposta que melhor descreve como
se sente em relação a uma situação de luto actualmente.
Nunca Um pouco Moderadamente Muitas vezes Extremamente

1. Qualquer lembrança traz consigo sentimentos sobre o que 0 1 2 3 4


aconteceu.

2. Tive dificuldades em dormir continuamente. 0 1 2 3 4

3. Outras coisas continuam a fazer-me pensar sobre o que 0 1 2 3 4


aconteceu.

4. Senti-me irritada(o) ou zangada(o). 0 1 2 3 4

5. Evitei ficar perturbada(o) quando pensava ou me lembrava 0 1 2 3 4


disso.

6. Pensei sobre o que aconteceu quando não o desejava. 0 1 2 3 4

7. Senti como se não tivesse acontecido ou que não era real. 0 1 2 3 4

8. Afastei-me de coisas que me lembravam o sucedido. 0 1 2 3 4

9. Surgiram-me imagens do que aconteceu. 0 1 2 3 4

10. Estive agitada(o) e assustava-me facilmente. 0 1 2 3 4

11. Tentei não pensar sobre isso. 0 1 2 3 4

12. Eu percebi que ainda tinha muitos sentimentos sobre o que 0 1 2 3 4


aconteceu mas não os suportava.
13. Os meus sentimentos sobre isso estavam como que 0 1 2 3 4
paralisados.
14. Dei comigo a agir ou a sentir como se estivesse nos 0 1 2 3 4
momentos em que aquilo aconteceu.

15. Tive dificuldades em adormecer. 0 1 2 3 4

16. Tive momentos de emoções intensas sobre o que aconteceu. 0 1 2 3 4

17. Tentei apagar da minha memória o que aconteceu. 0 1 2 3 4

18. Tive dificuldade em concentrar-me. 0 1 2 3 4

19. As recordações do que aconteceu causaram-me sensações


físicas como suores, dificuldade em respirar, náusea ou aperto 0 1 2 3 4
no coração.

20. Sonhei sobre o que aconteceu. 0 1 2 3 4

21. Senti-me defensivo ou em alerta. 0 1 2 3 4

22. Tentei não falar sobre o que aconteceu. 0 1 2 3 4


Avaliação Psicométrica

Instrumentos de Avaliação Avaliação (____/____/_____)

DRE

BDI (Total)

ICG (Total)

Intrusão
I
E Hipervigilância
S Evitamento
(Rev.)
Outros Itens
Total
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Anexo III: Autorização do C.H.A.A.


Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Anexo IV: Artigo


Emotional regulation difficulties and

Complicated Grief in psychiatric outpatients

Tânia Silva1, José Rocha2, Elisabete Ferreira1, Catarina Gonçalves1, Fábio Moreira1

1
Researcher, UnIPSa-CICS, Portugal
2
Research Unit Coordinator, UnIPSa-CICS, Portugal
Abstract

Background: The Complicated Grief (CG) is often associated with many complications

of mental health, like mood, anxiety and posttraumatic stress disorders. Several studies

have demonstrated a high prevalence of CG in psychiatric patients. Piper et al. (2001)

evaluated 235 psychiatric patients with a history of losses and noted a prevalence of

60% with CG. In terms of emotional regulation, Stroebe (2007) believes that

confrontation, avoidance and positive assessments constitute a protective factor in the

process of mourning. However, empirical studies that support this assertion are lacking.

Thus, this study aims to describe the prevalence of CG and its relation with the

difficulties in emotional regulation in psychiatric patients.

Methods: We evaluated 110 adults (C.H.A.A., CHTS and CRI Eastern ET of

Gondomar) diagnosed with psychiatric disorders, using the following Portuguese

versions assessment tools: Inventory of Complicated Grief, Beck Depression Inventory,

Impact of Event Scale-Revised and Difficulties in Emotional Regulation Scale.

Results: We observed a 77.3% prevalence of CG in participants (ICG≥25).

We observed significant correlations between Difficulties in Emotional Regulation and

indicators of depression (.74), posttraumatic stress (.45), and Complicated Grief (.49).

By linear regression we found that the Difficulties engaging in goal-directed behavior,

Lack of emotional clarity and nonacceptance of emotional responses predicts 39.3% of

the CG.

Limitations: This work should be done with a control group of the general population.

Conclusions: These results allow us to verify the high prevalence of GC in psychiatric

patients and the importance of difficulties in emotional regulation predicting the CG.

Keywords: Complicated Grief, Emotion Regulation, predictor model, risk factors.


Introduction

Almost everyone has to deal with the loss of someone they cared or loved. It is an

inevitable fact of life, sooner or later, persons have to learn how to deal with this kind of

events. So, when a person loses a significant other, there is normally a period of acute

distress usually connected with sorrow, guilt, loneliness and other physical and

psychological reactions (Stroebe et al., 2000). Sometimes, this period of dealing with

loss, grows into a whole new level of complexity bringing unusual complications that

can be associated with numerous mental and physical debilities of the bereavement

process. The scientific name used to describe these situations is Complicated Grief

(Golden and Dalgleish, 2008; Lichenthal et al., 2004).

We can say that generally, the loss of someone significant consists in one of the most

stressful and painful universal experiences of the life cycle (Wagner, 2006). But in cases

of Complicated Grief (CG) the much higher intensity and longevity of bereavement can

create several mental health complications, worthy of psychological treatment

(O’Connor et al., 2002; Stroebe et al., 2006; Stroebe et al., 2007).

Complaints of bereavement difficulties on psychiatric patients are frequently observed,

however, not always clear nor addressed on assessment and intervention protocols.

Trying to relate the key points of this paper, psychiatric disorders have important

connections with both emotional regulation difficulties and Complicated Grief

(Machado-Vaz et al., 2010; Greenberg, 2002; Kersting et al., 2009; Piper et al., 2001).

On other hand, the interaction between emotional regulation and Complicated Grief has

not been empirically validated.


Complicated Grief

Grief can be viewed as complicated when it affects the functional capacity of the

individual in such a way that prevents him from returning to its normal functions, prior

to the loss, meaning that when the grief process deviates of individual culture norms

relatively to duration, intensity and general or specifics symptoms of grief (Prigerson et

al., 1995).

In practical terms, the distinction between normal and Complicated Grief is still

difficult. This is justified by the fact that Complicated Grief is not considered an

independent syndrome of other psychiatric disorders, not having so clear and agreed

criteria for diagnosis (Prigerson et al., 2009).

Complicated Grief is associated with psychological reactions of varying severity which

are characterized, not only by the presence of negative emotions such as depression,

anxiety, despair, disbelief, anger, apathy, but also by the high functional impairment of

the individual (Stroebe and Hansson, 2001; Prigerson et al., 2009).

Those negative emotions are essential factors for diagnostic of other psychiatric

conditions. Thus, it is evident the difficulty in distinguishing the process of Complicated

Grief from other psychiatric disorders. In fact, these difficulties have been leading many

researchers to explore the specific indicators of Complicated Grief and its impact on

mental health (Stroebe and Hansson, 2001; Prigerson et al., 2009).

There are two papers about Complicated Grief on psychiatric patients that clarify this

topic. First, Piper et al. (2001) produced a research which aimed to explore the

prevalence of loses of significant ones and Complicated Grief among psychiatric

outpatients. They review in a sample of 729 psychiatric patients, that about 55.3% had

experienced a loss of one or more significant others on their lives. However, just 235

patients have consented to participate and had inclusion criteria. The authors found that
31% of outpatients had Moderate Complicated Grief and 29% had severe Complicated

Grief. Finally, they compared depressive, anxiety and general symptomatic distress

between patients with and without Complicated Grief finding that patients with

Complicated Grief had higher levels of depressive, anxiety and general distress

symptoms.

The authors demonstrated that the loss of someone significant could be problematic and

prolonged for a long time, and losses should be considered as important risk factor in

the management of all psychiatric patients.

Considering the particular relationship between Complicated Grief and unipolar

depression, Kersting et al. (2009) evaluated 73 psychiatric patients diagnosed with

unipolar depression - a mood disorder and observed that 96% of their sample had a

history of loss of someone significant and that, within the patients with Complicated

Grief, the most frequent losses were related to family members (parents, siblings or

spouses). They also reported a higher impairment when compared to the impairment

before the loss. Furthermore, patients with both unipolar depression and Complicated

Grief show higher levels of depressive symptoms, post-traumatic stress related to loss

and much higher levels of psychopathological symptoms, than depressed patients

without Complicated Grief.

In general, among the grieving persons, about 40% present criteria for major depression,

when assessed a month after the death, and about 15% kept these criteria one year after

the loss (Lichenthal et al. 2004; Hensley, 2006). However, according to the literature,

only a subgroup (about 10-20%) has Complicated Grief with distinct symptoms of

anxious or depressive symptoms (Prigerson et al., 1996). Thus, several studies have

concluded that Complicated Grief is a high risk factor for complications in mental

health, including depression (O’Connor et al., 2002; Stroebe et al., 2006; Lichtenthal et
al., 2004; Simon et al., 2007; Golden and Dalgleish, 2008; Prigerson et al., 2009;

Boelen et al., 2010).

On another perspective, several psychiatric disorders include difficulties in emotional

regulation as a diagnostic criteria, especially mood disorders, impulse control problems,

substance abuse and eating disorders (Machado-Vaz et al., 2010). Still, it is not clear the

impact that the difficulties in regulating emotions may have on the development of

Complicated Grief.

Emotional Regulation

Emotional regulation is a part of emotional processing, without whom the emotional

expression gets affected. Faced with a significant stimulus, the individual reacts

physiologically through the process of emotional activation. Therefore, the individual

gives meaning to his emotions, allowing emotional differentiation. After differentiation

the individual resorts to emotional regulation strategies through which chooses to

express emotion or not, thus performing their emotional expression (Greenberg, 2002).

Throughout life, humans develop strategies for emotional regulation that allow them to

regulate emotions during the emotional processing (Garber and Dodge, 1991; Diamond

and Aspinwall, 2003).

The concept of emotion regulation was used for the first time in literature on the decade

of 1980. Since then, emotion regulation has been focus of an increasing attention, not

only in regard to its development in children, as well as in adults (Campos et al., 1989;

Garber and Dodge, 1991; Gross, 1999; Aldao et al., 2010).

Emotions are a multimodal phenomenon that involves changes in subjective

experiences, in physiology and trends of action for each individual. Emotions occur in

response to internal and external stimuli that are significant to the well being of the
organism (Gross, 2007; Garber and Dodge, 1991).

So, emotion regulation refers to a heterogeneous process in which the emotions are

regulated. The process of emotion regulation could be automatic or controlled,

conscious or unconscious, and may have its effect on one or more points in the emotion

generative process, in particular, at physiological, cognitive, behavioral, experiential

and social levels (Garber and Dodge, 1991).

Thus, emotion regulation refers to cognitive and behavioral processes that influence the

occurrence, intensity, duration and expression of emotions and allows adequately

respond to the demands of the environment. This process could lead to an increase or

decrease of negative or positive emotions (Gross, 1999; Gross, 2007).

The success of emotion regulation is associated with the general health of the

individual, since adaptive emotional expressions allow a subsequent proper functioning

throughout the life course (Machado-Vaz et al., 2010).

Also, the theoretical models associate success in emotional regulation to individual

health and better relationships, as well as better academic and professional performance

(Aldao et al., 2010; Dodge and Garber, 1991).

Moreover, the emotional dysregulation or the difficulties in regulating emotions are the

use of a continuous and not flexible set of strategies that hinder the individual's

adaptation to different contexts (Martins, 2007). These difficulties in emotion regulation

could lead to a lesser ability to cope with developmental challenges, and are

incorporated into various models of specific disorders, including: a) Borderline

Personality Disorder, b) Major Depressive Disorder c) Bipolar Disorder, d) Generalized

Anxiety Disorder, e) Social Anxiety Disorder, f) Eating Disorder, g) Disorders related

to alcohol consumption, e h) Substance Abuse Disorders (Aldao et al., 2010; Garber and

Dodge, 1991).
Emotion regulation has been progressively incorporated in psychopathology theoretical

models. Similarly to distress disorders, depression and anxiety are largely viewed as

result of difficulties in emotion regulation.

Individuals who are unable to regulate their emotional responses facing daily life events

experience longer periods, more severe stress and this can result in a psychopathological

state that could be diagnosed as depression, anxiety, or even maladaptative behaviors as

a form of decrease their negative emotions (Aldao et al., 2010).

Considering the reported relation between Complicated Grief and Mental Health

problems, it can be expected a mediating role of emotional regulation difficulties on this

effect. We question about a possible relation between emotion regulation and

Complicated Grief that hasn’t been verified by any empirical study.

Our objectives are (a) to characterize the psychiatric population in terms of loss; (b) to

describe the prevalence of Complicated Grief in psychiatric patients (c) to describe the

co-morbidity between Complicated Grief, depression and PTSD symptoms and (d) to

clarify the predictive role of emotional regulation difficulties on Complicated Grief,

depression and PTSD symptoms.

As for maladjusted emotional regulation strategies, some authors consider that

avoidance, suppression and rumination are three strategies worthy of special attention

(Gross, 1998, Ward et al., 2003).

Hayes et al. (1999) found that experiential avoidance is a maladaptive emotional

regulation strategy, which consists in the avoidance of a series of psychological

experiences that individuals classified as negative, including thoughts, emotions,

feelings, memories and desires. Hayes et al. consider that the avoidance may lead to a

range of adverse effects ranging from mood disorders to substance use, being that as
opposed to what would be expected, the avoidance increases the negative thoughts,

preventing individuals from taking the necessary adaptive measures.

According to Gross (1998), suppression of emotional expression, is a strategy of

emotional regulation that, although reducing the external manifestation of emotions and

possibly the subjective experience of negative emotions in short term, does not

constitute an effective strategy when considering their long-term effects (Gross, 1998;

John and Gross, 2004; Gross and Thompson, 2007).

The suppression of unwanted thoughts, like the previous strategy, although resulting in

increased ease of access to thought suppression, leads to increased activation of the

physiological domain, hence resulting in increased electrodermal responses triggered by

emotional stimuli (Wegner et al. 1997; Wenzlaff and Wegner, 2000;). This suggests that

the attempt to control emotional expression may increase the risk of emotional

dysregulation, since higher levels of physiological activity are more difficult to control

(Gratz and Roemer, 2004).

The chronic use of this type of strategy of emotional regulation can even lead to an

increased willingness to the development of a depression, or symptoms and thoughts

related to anxiety (Wegner and Zanakos, 1994).

Faced with stressful situations, some individuals remain constantly focused on a

particular emotional experience, particularly in its causes and consequences, and

therefore coming into rumination. Rumination is associated with a poor ability to solve

problems, making the individual immobilized before his indecision (Papageorgiou and

Wells, 2003; Noelen-Hoeksema, et al., 2008).

In addition to these three strategies some conceptualizations of emotional regulation

adopt a vision focused on the importance of acceptance and appreciation of emotional

responses. Thus, the fact that an individual demonstrates a tendency to experience


negative emotions in response to their own emotional reactions is seen as a non-

acceptance of emotional responses, so it is considered maladaptive and associated with

greater difficulties in emotion regulation (Gratz and Roemer, 2004).

Moreover, some conceptualizations of emotional regulation consider that, for an

adaptive emotional regulation it’s necessary for the individual to adopt a flexible

approach in the use of strategies of emotional regulation and being also able to alter the

intensity or duration of an emotion, rather than trying to change the emotion that is

experienced. This shows us that the adaptive emotional regulation involves modulation

of experiencing emotions, instead of disposing of these (Gratz and Roemer, 2004).

This modulation of emotional activation is conceptualized in order to reduce the

emotional activation to allow the individual greater control of behaviors that arise due to

an emotional response. Therefore, adaptive emotional regulation suggests that the

individual should be able to inhibit impulsive behavior inappropriate, and act according

to their objectives, even when experiencing negative emotions (Gratz and Roemer,

2004).

Considering all this conceptualization of adaptive and maladaptive emotional

regulation, Gratz and Roemer (2004) found that emotional regulation can be

conceptualized into four general dimensions: (a) awareness and understanding of

emotions, (b) acceptance of emotions, (c) ability to control impulsive behaviors and

behave in accordance with desired goals when experiencing negative emotions, and (d)

ability to use situationally appropriate emotion regulation strategies flexibly to modulate

emotional responses as desired in order to meet individual goals and situational

demands.

The relative absence of some or all of these capabilities might indicate the presence of

difficulties in emotional regulation or emotional dysregulation.


Method

Sample

The sample has 110 adults, outpatients, all diagnosed with psychiatric disorders, on

psychiatric or psychological care units with grief history, being 40.9% (n = 45) male

and 59.1% (n = 65) female, with an average age of 41.67 years (SD = 11.85).

Participants were contacted on the outpatient care institutions (two hospitals): on Centro

Hospitalar do Alto Ave, Guimarães, on Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa,

Penafiel, and on a drug abuse treatment centre, Centro de Respostas Integradas Porto

Oriental, Gondomar). All participants had informed consent to participate in this

research. Psychotic and dementia patients have been previously excluded, considering

their difficulties on using self-assessment scales.

With regard to marital status, 55.5% (n = 61) patients were married, 25.5% (n = 28)

patients were single, 10.9% (n = 12) patients were divorced, and 8.2% (n = 9) patients

were widowed.

With regard to qualifications, it appears that 40.9% (n = 45) patients have 6 years of

studies, 25.5% (n = 28) have 4 years of studies, 21.8% (n = 24) attended 9 years of

studies, 5.5% (n = 6) have 12 year of studies, 5.5% (n = 6) have a Bachelor's degree and

0.9% (n = 1) Bachelor's equivalent degree.

Finally, with regard to occupation of the participants in research, 53.6% (n = 59) are

workers, 34.5% (n = 38) are unemployed, 9.1% (n = 10) are pensioners and 2.7% (n =

3) are students.
Table 10

Demographic Characteristics of the sample (N = 110)

Characteristics n % M SD
Sex
Male 65 59.1
Female 45 40.9
Age 41.67 11.85
Marital status
Single 28 25.5
Married 61 55.5
Divorced 12 10.9
Widowed 9 8.2
Education
4 years 28 25.5
6 years 45 40.9
9 years 24 21.8
12 years 6 5.5
Bachelor's degree 6 5.5
Bachelor's equivalent degree 1 0.9
Occupation
Workers 59 53.6
Unemployed 38 34.5
Pensioners 10 9.1
Students 3 2.7

Instruments

To quantify Complicated Grief, depression, Post-traumatic stress disorder (PTSD)

symptoms and emotional regulation difficulties have used four instruments (Portuguese

versions): (a) Inventory of Complicated Grief (ICG) (Frade et al., 2009); (b) Beck
Depression Inventory (BDI) (Vaz-Serra and Abreu, 1973); (c) Impact of Event Scale -

Revised (IES-R) (Castanheira et al., 2006); and (d) Difficulties in Emotional Regulation

Scale (DERS) (Coutinho et al., 2010).

The Inventory of Complicated Grief (ICG) (Prigerson et al., 1995; Frade et al., 2009)

was development with the aim of evaluating the Complicated Grief and it’s constituted

by 30 items. The ICG assesses a wide range of cognitions, emotions and behaviours that

define Complicated Grief and provide good psychometric properties (Frade et al.,

2009).

This scale allows to differentiate between Complicated Grief (ICG total score ≥ 25) or

not Complicated Grief (normal grief) (Prigerson et al., 1995).

The Beck Depression Inventory was translated and adapted for Portuguese population

by Vaz-Serra and Abreu (1973) and has good psychometric characteristics to verify the

presence of depressive symptoms. The scale has 21 groups of affirmative sentences that

characterize characteristic symptoms of depression. Each group has four sentences

indicating an increase on symptoms severity, and each participant chooses one

statement for each group.

The Portuguese version of Impact of Event Scale Revised has 22 items, responded

trough a Likert scale (0-never to 4- extremely) and evaluate the traumatic reaction to a

specific event, in this case the loss of someone significant (Castanheira et al., 2006;

Weiss and Marmar, 1997). The IES-R has four subscales: avoidance, intrusion,

hyperarousal symptoms and emotional numbing that evaluate symptoms related to

DSM-IV-TR definition of Posttraumatic Stress event.

The Difficulties in Emotion Regulation Scale (DERS) was adapted for Portuguese

people by Coutinho et al. (2010) and aims to evaluate six difficulties of emotion

regulation: (a) nonacceptance of emotional responses; (b) difficulties engaging in goal-


directed; (c) impulse control difficulties; (d) lack of emotional awareness; (e) limited

access to emotion regulation; and (f) lack of emotional clarity.

The scale is constituted by 36 items that should be answered for the participant

according to a likert scale which responses range from 1 to 5 (1-almost never to 5-

almost always).

Procedure

Initially, the evaluation protocol was defined envisaging the assessment of Complicated

Grief related symptoms and emotional regulation difficulties.

The evaluation protocol has four assessment scales (ICG, BDI, IES-R and DERS)

selected based on variables that we pretended to evaluate and according to their

psychometric qualities.

Institutional authorizations for the project were requested to Alto Ave and Tâmega &

Sousa Hospital Centers and Gondomar Integrated Response Center for drug abuse, all

on northern Portugal. Ethical Committee aproval was requested and obtained.

Then we proceeded to make contact with the patients following the inclusion criteria.

Patients with inclusion criteria have been invited to participate on this research through

informed consent form. An interview was scheduled with a psychologist internship

student and the assessment protocol was implemented.

The data obtained was introduced anonymously on a database and results were

computed. We used the descriptive statistics to relate continue and categorical variables

about the general characteristics of the sample and also, study a relation with

Complicated Grief, depression and traumatic stress symptoms.

We also made a correlation between each subscale of DERS and Complicated Grief,

depression and traumatic stress symptoms. Finally, the method of multiple linear
regression analysis was performed with Complicated Grief, depression and traumatic

stress symptoms as dependent variables. Independent variables included a)

nonacceptance of emotional responses; b) difficulties engaging in goal-directed; c)

impulse control difficulties; d) lack of emotional awareness; e) limited access to

emotion regulation; and f) lack of emotional clarity.

Results

a) Characteristics of the psychiatric population in terms of loss

Pryor to the descriptive statistics analysis of the obtained data through social

demographic protocol, it was possible to characterize the psychiatric patients in terms of

loss, according to various aspects like the degree of relationship with the deceased, the

role and function of the deceased in the life of the psychiatric patient, the type of loss

and cause of death and still the average time where the loss occurred, the average age of

the deceased, the average importance of the deceased and for how long the psychiatric

patients receive psychology and or psychiatric treatment (see table 2).

The results showed that, as for the kinship of the deceased of the psychiatric patients,

39.1% (n = 43) had lost their parents, 15.5% (n = 17) had lost their grandmothers,

14.5% (n = 16) had lost an element of the widened family, 10.9% (n = 12) had lost a

brother, 9.1% (n = 10) had lost children, 9.1% (n = 10) had lost their mate, and 1.8% (n

= 2).

As for the role and function of the deceased in the life of the bereaved ones, we verify

that, between the psychiatric patients, 40.9% (n = 45) of them referred that the deceased
had a support role, 27.3% (n = 30) had referred a confident role, 15.4% (n = 17) had

referred a leadership role, 12.7% (n = 14) had referred an education role, 2.7% (n = 3)

had referred a financial role and 0.9% (n = 1) referred a negligent role.

The types of losses more frequently described by the psychiatric patients are related

with unexpected losses, existing a prevalence for this type of death of 59.1% (n = 65)

and a prevalence of 40.9% (n = 45) for waited deaths. So, it was verified that the most

referred cause of the death was related with death due to cancer, having 36.4% (n = 40)

of deaths this type of relation. Following this relation pattern we have accidents and

poisonings that correspond to 24.5% (n = 27) of deaths related, illnesses of the

circulatory system correspond to 17.3% (n = 19), illnesses of the respiratory system

correspond to 3.6% (n = 4), illnesses of the digestive system correspond to 3.6% (n=4),

death by suicide with 2.7% (n = 3), Infectious and parasitic diseases that match and

0.9% (n = 1) and, finally, other causes with 10.9% (n = 12).

The social demographic data had still allowed to verify that the losses had occurred in

average of 65.50 months (SD = 71.93); the average age of the deceased is of 55.27 years

(SD = 21.93); in a scale of 0 to 10, the average importance of the deceased is of 9.54

(SD = 1.04) and the psychiatric patients in the sample, on average, received

psychological treatment of 44.98 months (SD = 46.81).


Table 11

Description of Complicated Grief in psychiatric patients.

Characteristics related to loss n % M SD


Relationship with the deceased
Parents 43 39.1
Grandparents 17 15.5
Extended family 16 14.5
Siblings 12 10.9
Childs 10 9.1
Spouse 10 9.1
Friends 2 1.8
Role and function of deceased
Education 14 12.7
Leadership 17 15.4
Financial 3 2.7
Negligent 1 0.9
Confident 30 27.3
Support 45 40.9
Type of death
Expected death 45 40.9
Unexpected death 65 59.1
Cause of death
Cancer 40 36.4
Accidents and poisonings 27 24.5
Diseases of the Circulatory System 19 17.3
Diseases of the Respiratory System 4 3.6
Diseases of the Digestive System 4 3.6
Infectious and Parasitic Diseases 1 0.9
Suicide 3 2.7
Other causes 12 10.9
How long had died (months) 65.50 71.93
Age of the deceased (years) 55.27 21.93
Importance of the deceased (0-10) 9.54 1.04
How long take psychological or psychiatric
44.98 46.81
cares (months)
b) Prevalence of Complicated Grief, depression and traumatic symptoms in

psychiatric patients

As it was previously told, for the analysis of Complicated Grief in psychiatric patients,

as well as for the depressive and traumatic symptoms, we appeal to the point of cut

suggested by the authors of the original versions of each test. Therefore, we observe a

prevalence of Complicated Grief in psychiatric patients (ICG ≥ 25) of 77.3% (n = 85).

We still observed a prevalence of 86.4% (n = 95) on psychiatric patients with

depression (BDI≥ 12) and a prevalence of traumatic symptoms (IES-R ≥ 35) of 85.5%

(n = 94) (see table 3).

Table 12

Prevalence of Complicated Grief, depression and traumatic symptoms in psychiatric patients (N = 110).

Variables n %

Complicated grief

With CG 85 77.3

Without CG 25 22.7

Depression

With Dep. 95 86.4

Without Dep. 15 13.6

Traumatic Symptoms

With trauma 94 85.5

Without trauma 16 14.5

Note. CG = Complicated Grief; Dep. = Depression


c) Description of the co-morbidity between Complicated Grief, depression and

traumatic symptoms

After the analysis of the obtained data we verify the existence of a significant

correlation between all the variables on study. Thus, significant correlations between

Complicated Grief and predictors of depression (0.54), traumatic symptoms (0.77) and

difficulties of emotional regulation (0.49) are verified (see table 4). We also verify

significant correlations between the Difficulties of Emotional Regulation and the

predictors of depression (0.74), traumatic symptoms (0.45) and Complicated Grief

(0.49) (see table 4).

Table 13

Summary of correlations between: Complicated Grief (ICG Total), Depression and Post-traumatic stress

symptoms (N = 110).

BDI IES-R DERS


ICG Total
Total Total Total

ICG Total - .54** .77** .49**

.55**
BDI total - .74**

-
IES-R Total .45**

DERS Total -

Note. *p < .05. **p < .01.


Moreover, we carried through an analysis of the correlation between each subscale of

the DERS and Complicated grief, depression and traumatic symptoms (see table 5),

which made possible to verify that significant statistical correlations exist between the

ICG (Indicator of Complicated Grief) and all the dimensions of the DERS, to the

exception of the Lack of emotional awareness.

We verified the existence of significant statistical correlations between the BDI and all

the dimensions of the DERS and finally, we watched the existence of significant

statistical correlations between the total IES-R and almost all the dimensions of the

DERS, except Nonacceptance of emotional responses, and Lack of emotional

awareness.

It’s still important to refer that the dimensions of the IES-R are also positively

correlated with some of the dimensions of the DERS. Being thus, the Avoidance is

positively correlated with Difficulties engaging in goal-directed behavior, with Impulse

control difficulties, with Limited access to emotion regulation strategies, and with Lack

of emotional clarity. The intrusion, the hyperarousal and the emotional numbing present

significant positive correlations with Nonacceptance of emotional responses, with

Difficulties engaging in goal-directed behavior, with Impulse control difficulties, with

Limited access to emotion regulation strategies, and with Lack of emotional clarity.
Table 14

Summary of intercorrelations between ICG, BDI, IES-R, avoidance, Intrusion, hyperarousal and

emotional numbing and difficulties in emotion regulation (N = 110).

Difficulties Limited
Nonacceptance engaging Impulse Lack of access to Lack of
DERS
of Emotional in goal- control emotional emotion emotional
Total
Responses directed difficulties awareness regulation clarity
behavior strategies
ICG .49** .21* .54** .46** .13 .42** .46**

BDI .74** .50** .62** .63** .21* .68** .57 **

IES-R .45** .18 .54** .45** .01 .40** .40**

- .13 .34** .30** -.10 .22* .32*


Avoidance

Intrusion - .79** .68** .75** .17 .70** .68**

- .19* .55** .49** .09 .39** .38**


Hyperarousal
Emotional
- .34** .35** .42** -.19 .36** .43**
numbing

Note. *p < .05. **p < .01.

d) Clarification of the predictive role of emotional regulation difficulties on

Complicated Grief, depression and PTSD symptoms.

Through linear regression we verify that (see table 6):

Difficulties engaging in goal-directed behavior, Lack of emotional clarity and

Nonacceptance of emotional responses predict 39.3% of Complicated Grief.

The Limited access to emotion regulation strategies, Lack of emotional clarity and

Difficulties engaging in goal-directed behavior predict 56.2% of depression.

The Nonacceptance of emotional responses, difficulties engaging in goal-directed

behavior and the Lack of emotional clarity predict 37.6% of traumatic symptoms.
Table 15

Stepwise regression analysis of the independent variables of difficulties in emotion regulation on

Complicated Grief, depression and post-traumatic stress symptoms (N=110).

Variable CG DEP PTSD

B SE B β B SE B β B SE B β

Nonacceptance of Emotional
-,658 ,240 -,268** - -,774 ,268 -,286**
Responses

Difficulties engaging in goal-


2,086 ,369 ,506** ,741 ,273 ,240** 2,454 ,413 ,541**
directed behavior

Impulse control difficulties - - -

Lack of emotional awareness - - -

Limited access to emotion


- ,702 ,174 ,373** -
regulation strategies

Lack of emotional clarity 1,939 ,467 ,388** 1,062 ,281 ,283** 1,835 ,522 ,333**

R2 ,393 ,562 .376

Note. CG = Complicated Grief; DEP = Depression; PTSD = Posttraumatic Stress Disorder.


*p < .05. **p < .01.
Discussion

Taking into account the goals set, this research work allowed to answer the research

question initially raised that there is a relation between the development of Complicated

Grief and difficulties in emotional regulation in psychiatric patients. However, the

detailed analysis of the results showed that psychiatric patients are a population at high

risk of developing Complicated Grief and that difficulties in emotional regulation have

a very significant impact on Complicated Grief, justified by a number of aspects that we

shall now describe.

At first, this investigation allowed the description of the psychiatric population

according to characteristics associated with loss, and that could somehow be interpreted

as indicators of risk factors for Complicated Grief. So, the fact that the losses mostly

occurred in an unexpected way, that the patients show a close relationship based in

support functions with the deceased as well as the presence of a psychiatric disorder, are

factors which, according to Stroebe et al. (2006 ) places this population with a high risk

for the development of Complicated Grief.

Concerning the high rates of Complicated Grief in the analysis of the obtained data

(77.3%), they are a little higher than those explored in the literature, among which stand

out the studies of Piper et al. (2001) and Kersting et al. (2009), indicating both a

prevalence of Complicated Grief around 60%, thus confirming that the features

described above relating to loss may actually be alarming risk factors to be taken into

account in the assessment processes used in psychiatric context.

Furthermore, we observed a high positive correlation between Complicated Grief,

depression and traumatic symptoms which, going against the reported data suggest a

significant relation between these three disorders (Lichtenthal et al., 2004; Golden and

Dalgleish, 2008; Prigerson et al., 2009, Boelen et al., 2010). However, it is added to the
data the presence of a new variable in study, recently addressed in the literature within

normal grief and in the present study, as part of Complicated Grief. Thus, it is evident

through the obtained results that, in general, difficulties in emotional regulation are

correlated positively with the construct of Complicated Grief.

In this same context, these difficulties of emotional regulation showed through

regression analysis that they are not only great predictors of Complicated Grief, as well

as depression and traumatic symptoms.

Thus, it is possible to say that the presence of difficulties in emotional regulation as to

Nonacceptance of emotional responses, as Difficulties engaging in goal – directed

behavior and Lack of emotional clarity allow the prediction of 41.2% of Complicated

Grief. Thus, it is important that psychiatrists and psychologists adopt a careful attitude

to issues relating to difficulties in emotional regulation as a way to predict and intervene

early in psychiatric patients who have lost someone significant in their lives and show

these particular difficulties.

In conclusion, this research work is part of an actual trend which explores the impact

that difficulties in emotional regulation may have in the most various areas of the

individual and in this particular case on its impact on complications in grief.

From a clinical standpoint, the data set obtained during this investigation reveals an

extreme importance, in a way that they confirm data on comorbidity between

Complicated Grief, depression and trauma and also reveal the presence of risk factors

for Complicated Grief in psychiatric patients.

Moreover, the data obtained allow the use of a new factor that can predict, with a high

degree of accuracy, the development of Complicated Grief, as well as to distinguish it

from depression and posttraumatic stress disorder. All these variables, among which it’s

possible to highlight the decisive character and a predictor of difficulties in emotional


regulation for Complicated Grief, will provide to healthcare professionals new areas of

evaluation and adoption of a closer look at these aspects that should become an integral

part of the evaluation process of a psychiatric patient in grief.

Moreover, the current study raises questions that need to be conducted with proper

control groups. Future research is needed and we can suggest a longitudinal

investigation that compares psychiatric patients in treatment and psychiatric patients

with no treatment.

For us, it is crucial that this area continues to be exploited in order to clarify the

idiosyncrasies related to Complicated Grief and possibly the nosological classification

of Complicated Grief as a distinct disorder in DSM-V and / or ICD-11.


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Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Anexo V: Resumo da Comunicação Oral nas


“XI Jornadas de Psicologia do ISCS-N”.
Luto complicado e regulação emocional em doentes psiquiátricos

O Luto Complicado (LC) encontra-se frequentemente associado a diversas


complicações na saúde mental, nomeadamente ao aumento do risco para as perturbações
de humor, perturbações de ansiedade e pós-stress traumático. Neste sentido, vários
estudos têm demonstrado uma elevada prevalência de LC em doentes psiquiátricos.
Piper et al. (2001) avaliou 235 utentes de consulta de psiquiatria com história de perdas
e observou uma prevalência de 60% com LC. No que refere à regulação emocional,
Stroebe (2007) considera que a confrontação, evasão e apreciações positivas constituem
um factor de protecção no processo de luto. Porém, os estudos empíricos que sustentem
esta afirmação são inexistentes. Deste modo, este estudo pretende descrever a
prevalência de LC e a sua relação com as dificuldades de regulação emocional na
população psiquiátrica.

Para o efeito foram avaliados 30 adultos (7 CHAA, 16 CHTS e 8 CRI Oriental ET de


Gondomar) diagnosticados com perturbação psiquiátrica, recorrendo aos seguintes
instrumentos de avaliação: Escala de Dificuldades de Regulação Emocional, Inventário
Depressivo de Beck, Escala de Impacto de Eventos Revista e a Escala de Luto
Complicado

Observamos uma taxa de prevalência de LC (ICG>25) de 71% dos participantes. No


estudo das correlações, verificamos correlações significativas entre os indicadores de
depressão (,74), pós-stress traumático (,44), luto complicado (,52) e as Dificuldades de
Regulação Emocional. Através de regressão linear verificámos que as dificuldades de
envolvimento em comportamentos orientados para a acção, as dificuldades controlo dos
impulsos e o acesso limitado a estratégias de RE predizem 39,2% do Luto Complicado.

Deste modo, estes resultados permitiram verificar a elevada prevalência da perturbação


de Luto Complicado, assim como a relevância das Dificuldades de Regulação
Emocional na predição do Luto Complicado na população avaliada.
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Anexo VI: Resumo submetido para Comunicação Oral “Crise e


Trauma do Séc. XXI” do II Congresso Bienal ORASI.
Luto complicado e regulação emocional em doentes psiquiátricos

O Luto Complicado (LC) encontra-se frequentemente associado a diversas


complicações na saúde mental, nomeadamente ao aumento do risco para as
Perturbações de Humor, Perturbações de Ansiedade e Pós-Stress Traumático. Neste
sentido, vários estudos têm demonstrado uma elevada prevalência de LC em doentes
psiquiátricos. Piper et al. (2001) avaliou 235 utentes de consulta de psiquiatria com
história de perdas e observou uma prevalência de 60% com LC. No que refere à
Regulação Emocional, Stroebe (2007) considera que a confrontação, evasão e
apreciações positivas, constituem um factor de protecção no processo de Luto. Porém,
os estudos empíricos que sustentem esta afirmação são escassos. Deste modo, este
estudo pretende descrever a prevalência de LC e a sua relação com as Dificuldades de
Regulação Emocional na população psiquiátrica.

Para o efeito foram avaliados 110 adultos (CHAA, CHTS e CRI Oriental ET de
Gondomar) diagnosticados com perturbação psiquiátrica, recorrendo aos seguintes
instrumentos de avaliação: versões Portuguesas do Inventory of Complicated Grief
(ICG), Beck Depression Inventory (BDI), do Impact of Event Scale - Revised (IES-R) e
do Difficulties in Emotional Regulation Scale (DERS).

Observamos uma taxa de prevalência de LC nos participantes (ICG ≥ 25) de 77,3%.


Verificamos correlações significativas entre as Dificuldades de Regulação Emocional e
os indicadores de Depressão (,74), Pós-Stress Traumático (,45) e Luto Complicado
(,49).

Ao nível das Dificuldades de Regulação Emocional, através de regressão linear,


verificamos que a Não-aceitação das Respostas Emocionais, as Dificuldades em Agir de
Acordo com os Objectivos e a Falta de Clareza Emocional predizem 39.3% do LC.

Deste modo, estes resultados permitem verificar a elevada prevalência da perturbação


de LC em doentes psiquiátricos, assim como a relevância das Dificuldades de
Regulação Emocional na predição do LC.
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Anexo VII: Curriculum Vitae


Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos

Europass-Curriculum
Vitae
Informação pessoal
Apelido(s) / Nome(s) próprio(s) Tânia Marisa Moreira da Silva
Morada(s) Rua Dr. Adriano Magalhães, nº57
4580-352 Cristelo – Paredes
Telefone(s) 255776493 Telemóvel: 918642461

Correio electrónico taninha_marisa@hotmail.com

Nacionalidade Portuguesa

Data de nascimento 02 de Outubro de 1987

Sexo Feminino

Emprego pretendido / Área Área de Psicologia


funcional

Experiência profissional
Datas 13 Maio de 2010
Designação da qualificação atribuída Co-Formador num total de 30 minutos
Principais disciplinas “Luto: Um confronto entre a vida e a morte”
Nome da organização de formação Centro de Formação Contínua do Centro Hospitalar do Alto Ave (C.H.A.A.)

112
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos
Nível segundo a classificação nacional Formação em Serviço com a duração total de 1 hora
ou internacional

Comunicação Oral
“Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos”
Apresentado nas XI Jornadas de Psicologia subordinadas ao tema “Emoções e
Comportamentos”
Silva, T., Rocha, J., Ferreira, E., Gonçalves, C., & Moreira, F.
30 de Abril de 2009, Centro de Congressos e Exposições da Alfândega do Porto (ISCS-N).

“Luto Complicado e Regulação Emocional em Pais que perderam filhos”


Ferreira, E., Rocha, J., Silva, T., Gonçalves, C., & Moreira, F. (2010, Nov.)
Apresentado no II Congresso Bienal ORASI: A Crise e o Trauma no Séc. XXI

Posters em Congressos:
“Impact of complicated grief in executive functions in mild dementia“.
Silva, T., Sousa, C., Lopes, E., de Mendonça Lima, C. A., & Rocha, J. (2010, Set.).
Trabalho apresentado no Internacional Psychogeriatric Association - IPA 2010 International
Meeting.

“Luto Complicado e Regulaçao Emocional em Doentes Psiquiátricos“.


Silva, T., Rocha, J., Ferreira, E., Gonçalves, C., & Moreira, F. (2010, Nov.).
Trabalho apresentado no II Congresso Bienal ORASI: A Crise e o Trauma no Séc. XXI.

Poster em colaboração:
“Luto Complicado e Regulação Emocional em Toxicodependentes“
Gonçalves, C., Rocha, J., Silva, T., Ferreira, E., & Moreira, F.

“Narrativa protótipo do Luto Complicado“


Moreira, F., Ferreira, E., Gonçalves, C., Silva, T., & Rocha, J.
Trabalho apresentado no II Congresso Bienal ORASI: A Crise e o Trauma no Séc. XXI.

Educação e formação
Datas Setembro 2008 – Outubro de 2010
Designação da qualificação atribuída Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde
Principais disciplinas/competências Avaliação Psicológica na Infância, na Adolescência e Adulto
profissionais Consulta Psicológica na Infância, na Adolescência e Adulto
Promoção da Saúde e Prevenção da Doença
Psicopatologia do Adulto
Modelos de Intervenção em Psicologia Clínica e da Saúde
Saúde Mental
Nome da organização de ensino Instituto Superior de Ciências da Saúde do Norte (ISCS-N)
Nível segundo a classificação nacional 2º Ciclo de Estudos (Mestrado) em Psicologia, especialização em Psicologia Clínica e da Saúde
ou internacional

Datas 10 de Outubro de 2008 – 21 de Janeiro de 2009


Designação da qualificação atribuída Formadora com CAP (114 horas)
Nome da organização de formação Inforfiel – Formação Profissional, Lda.
Nível segundo a classificação nacional Formação Pedagógica Inicial de Formadores.
ou internacional

Datas Setembro 2005 – Junho de 2008


Designação da qualificação atribuída Licenciada em Psicologia e Saúde

113
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos
Principais disciplinas/competências Avaliação Psicológica
profissionais Psicologia do Desenvolvimento
Psicossociologia da Saúde
Psicologia da Educação
Comportamento Desviante
Diagnóstico Clínico e Psicopatologia
Neuropsicologia
Psicologia da Dor
Modelos de Intervenção Psicológica
Psicofisiologia
Psicofarmacologia
Nome da organização de ensino Instituto Superior de Ciências da Saúde do Norte (ISCS-N)
Nível segundo a classificação nacional 1º Ciclo de Estudos (Licenciatura) em Psicologia e Saúde
ou internacional

Formações
Datas 18 de Março de 2010
Principais disciplinas “Neuropsicologia da Doença Bipolar I e II”
Nome da organização da formação Centro de Formação Contínua do Centro Hospitalar do Alto Ave (C.H.A.A.)
Nível segundo a classificação nacional Projecto de Formação no Serviço de Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, com a
ou internacional duração total de 1 horas

Datas 18 de Fevereiro de 2010


Principais disciplinas “Como é que as perturbações afectivas vão influenciar o funcionamento cerebral? Uma
actualização das principais linhas de investigação”
Nome da organização da formação Centro de Formação Contínua do Centro Hospitalar do Alto Ave (C.H.A.A.)
Nível segundo a classificação nacional Projecto de Formação no Serviço de Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, com a
ou internacional duração total de 1 horas

Datas 17 de Fevereiro de 2010 a 3 de Março de 2010


Principais disciplinas “Avaliação do Desenvolvimento d Infância: As Escalas de Desenvolvimento de Ruth Griffiths”
Nome da organização de formação Centro de Formação Contínua do Centro Hospitalar do Alto Ave (C.H.A.A.)
Nível segundo a classificação nacional Projecto de Formação no Serviço de Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, com a
ou internacional duração total de 12 horas

Workshop’s Frequentados
“Dependência Sexual” realizado no dia 20 de Novembro de 2006 no Instituo Superior de
Ciências da Saúde do Norte
Participação em Seminários
“Abuso Sexual de Menores” realizado no dia 8 de Setembro de 2006 no Campus Universitário
de Gandra.

Participação em Conferência
“Dilemas do Fim de Vida: A medicina intensiva e o estado vegetativo persistente” realizado no
dia 29 de Outubro de 2008 no Campus Universitário de Gandra.

Participação em Congressos
1. XI Jornadas de Psicologia subordinadas ao tema “Emoções e Comportamentos”
29 e 30 de Abril de 2010, Centro de Congressos e Exposições da Alfândega do Porto
(ISCS-N).

114
Luto Complicado e Regulação Emocional em Doentes Psiquiátricos
2. X Jornadas de Psicologia subordinadas ao tema “No limiar da vida”
17 e 18 de Abril de 2009, Centro de Congressos e Exposições da Alfândega do Porto
(ISCS-N).
3. IX Jornadas de Psicologia Cínica subordinadas ao tema “Psicologia Forense e da
Transgressão”
18 e 19 de Abril de 2008, Centro de Congressos e Exposições da Alfândega do Porto
(ISCS-N)
4. IV Ciclo de Conferências do Instituto Superior de Ciências da Saúde – Norte, subordinado
ao tema “N’o Limte da Ciência”
17 de Abril de 2008, Centro de Congressos e Exposições da Alfândega do Porto.
5. VIII Jornadas de Psicologia Cínica subordinadas ao tema “Neurociências: Pensando e
Agindo o Cérebro”
16 e 17 de Março de 2007, Centro de Congressos e Exposições da Alfândega do Porto
(ISCS-N).
6. VII Jornadas de Psicologia Cínica subordinadas ao tema “Para além da Crise”
10 e 11 de Março de 2006, Centro de Congressos e Exposições da Alfândega do Porto
(ISCS-N).

Aptidões e competências
pessoais
Língua materna Português

Outra(s) língua(s) Inglês e Espanhol


Auto-avaliação Compreensão Conversação Escrita
Nível europeu (*) Compreensão oral Leitura Interacção oral Produção oral Escrever
Língua Inglesa Utilizador Utilizador
Utilizador
B Utilizador Utilizador
C1 C1 B2 Independen C1
Experiente Experiente 1 Independente Experiente
te
Língua Espanhola Utilizador Utilizador
Utilizador
B Utilizador Utilizador
B2 B2 B2 Independen B2
Independente Independente 2 Independente Independente
te
Utilizador (*) Nível do Quadro Europeu Comum de Referência (CECR)
Experiente

Aptidões e competências sociais Boa capacidade de trabalho de equipa comprovado pelo trabalho em equipa multidisciplinar
realizado em contexto de estágio curricular e pela integração da comissão de curso de
Psicologia do ISCS-N em 2008/2009, com o cargo de secretária.

Aptidões e competências Bons conhecimentos de informática na óptica do utilizador. Conhecimento elevado e domínio
informáticas do sistema operativo Windows, Windows Vista e Windows 7, Office 2003 e 2007.
Conhecimento de SPSS Statistics 19.

Carta de condução Ligeiro de Passageiros

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