Você está na página 1de 5

Medicina sexual

Desejo sexual feminino


Heloisa Junqueira Fleury1
Carmita Helena Najjar Abdo2

Projeto Sexualidade (ProSex), Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

INTRODUÇÃO Esse novo modelo facilita a compreensão do comportamen-


Na prática clínica, uma das dificuldades sexuais que apresen- to sexual feminino, em relacionamentos de longa duração, na
ta mais desafios para a compreensão de sua etiologia, e conse- medida em que define tendência maior de desejo sexual não
quentemente para proposições terapêuticas, é a diminuição do espontâneo, influenciado não só pelo estímulo sexual, mas pre-
desejo sexual. dominantemente pelo contexto. Assim, a etiologia das dificul-
O transtorno do desejo sexual hipoativo (TDSH) é classi- dades sexuais relacionadas à diminuição do desejo sexual seria
ficado pelo Diagnostic and Statistical Manual of Mental Di- multifatorial, sendo necessária, para uma proposta terapêutica,
sorders – fourth edition – text revision (DSM-IV-TR)1 como uma compreensão mais detalhada dos mecanismos envolvidos.
deficiência ou ausência de fantasias sexuais ou do desejo para
manter a atividade sexual, considerando o contexto de vida e a PREVALÊNCIA E ETIOLOGIA
idade do indivíduo, sendo necessário que essa condição cause Estudos populacionais, no Brasil6 e em outros países,7 têm
sofrimento pessoal acentuado. confirmado a alta prevalência de dificuldades e disfunções se-
Tal definição baseia-se no modelo tradicional de resposta xuais em todas as faixas etárias, para os dois gêneros, sendo a
sexual, fundamentado nas proposições de Masters e Johnson,2 idade uma variável importante. Envelhecimento e menopausa
da década de 1960, e de Helen Kaplan,3 da década de 1970. afetam a responsividade sexual feminina,8 tanto que, do início
Considera a ocorrência de impulso sexual espontâneo, trans- ao final do climatério, a prevalência de alguma disfunção sexual
correndo a resposta sexual numa sequência linear, comum a duplica.9
homens e mulheres. No Brasil, estudo com 1.271 mulheres acima de 18 anos
Na Segunda Conferência Internacional sobre Disfunções apontou como maior queixa sexual a falta de desejo. A preva-
Sexuais,4 os especialistas confirmaram um novo modelo circu- lência, de 23,4% para as mais jovens, atinge 73,0% entre as de
lar para a resposta sexual feminina, proposto inicialmente por idade avançada.10
Basson.5 Esse, que integra aspectos importantes da sexualidade Em estudo populacional que avaliou 1.998 mulheres euro-
feminina não contemplados no modelo tradicional, representa peias (Reino Unido, Alemanha, França e Itália) e 1.591 norte-
uma mudança de paradigma, ao considerar que a motivação americanas, com idade entre 20 e 70 anos, todas em parceria
sexual pode ser desencadeada por fatores não necessariamente sexual estável, a prevalência da falta de desejo entre as euro-
sexuais. Nesse caso, a experiência sexual frequentemente co- peias variou de 11% a 53%, com tendência semelhante entre as
meçaria com uma atitude neutra, não havendo percepção de norte-americanas.11
desejo, sendo a necessidade de intimidade o que motivaria para Doenças crônicas, desordens hipotálamo-hipofisárias, diabe-
o envolvimento sexual. Os fatores interpessoais tornam-se mais tes, insuficiência adrenal ou renal crônica, esclerose múltipla,
relevantes e, como o modelo é circular, o comprometimento hiperprolactinemia são condições que têm sido associadas à di-
em qualquer ponto do círculo poderá levar à diminuição do minuição do desejo sexual, bem como o uso de substâncias (ál-
desejo. cool, narcóticos, maconha e cocaína).12 O tabagismo, segundo
Com esse novo referencial, a definição proposta para o estudo em 29 países, demonstra pouco impacto sobre a função
TDSH fica ampliada, caracterizando-se por ausência ou dimi- sexual, tendo apresentado resultado significativo apenas na po-
nuição de interesse ou desejo, pensamentos ou fantasias e au- pulação do Sudeste Asiático.7
sência de desejo responsivo. A motivação é escassa ou ausente, Adolescentes tendem a associar sexo e drogas, assim como
ocorrendo num nível abaixo do esperado para o ciclo de vida e pacientes com disfunção sexual podem autoadministrar medica-
a duração do relacionamento.4 mentos. Associações como essas tornam complexa a identificação

1
Psicóloga, mestre em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Supervisora em Psicoterapia do Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP.
2
Psiquiatra, livre-docente e professora associada do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Fundadora e coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto
de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP. Coordenadora do Núcleo de Medicina Sexual do HCFMUSP.

Diagn Tratamento. 2009;14(1):47-51.


48 Desejo sexual feminino

precisa dos efeitos das drogas sobre o comportamento sexual. O ciado à depressão e inversamente associado a maior facilidade
álcool, por exemplo, identificado com a superação de inibições e para comunicação das necessidades sexuais, sugerindo que os
o aumento do desejo sexual, abala o desejo, interfere na excita- fatores relacionais são mais importantes do que a idade e a me-
ção e impede o orgasmo, dependendo da quantidade ingerida e nopausa no desencadeamento do TDSH.16
do tempo de uso.13 Medicamentos também podem influenciar a Witting e cols.17 identificaram, em uma população de 5.463
função sexual, devido à ação no sistema nervoso central e perifé- mulheres entre 18 e 49 anos, a presença tanto da dificuldade
rico, no sistema cardiovascular ou pelos efeitos hormonais.13 sexual como do desconforto com essa limitação, variando entre
O desejo sexual é comprometido por uma série de influ- 7% e 23%, dependendo do tipo da disfunção. As mulheres dis-
ências inibitórias e excitatórias. A diminuição do desejo pode funcionais relatavam maior incompatibilidade com o parceiro
estar relacionada a distúrbios da excitação sexual, dispareunia quando comparadas às funcionais. O TDSH foi a dificuldade
e anorgasmia. Também as disfunções sexuais do parceiro afe- mais comum e as queixas principais incluíam poucas prelimi-
tam o desejo feminino.12 A depressão é fortemente associada nares (42%) e desinteresse do parceiro (35%), apontando a im-
à diminuição do desejo sexual, sendo complexa a relação entre portância da compatibilidade entre os cônjuges para o diagnós-
essa doença, conflitos conjugais e disfunção sexual.12 Inibidores tico e a terapêutica da disfunção sexual feminina.
seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) tendem a inibir o
desejo e dificultar o orgasmo. DIAGNÓSTICO DO TDSH E DISFUNÇÃO
O aumento da idade provoca grande variabilidade nos parâ- SEXUAL DO HOMEM
metros sexuais, confirmando que a atividade sexual da mulher O diagnóstico do TDSH considera como critério tanto a
menopáusica e pós-menopáusica depende progressivamente de dificuldade sexual quanto o sofrimento provocado por ela.1 En-
condições básicas, como bem-estar, saúde física e mental, quali- tretanto, verifica-se que o TDSH aumenta com a idade, mas o
dade do relacionamento e circunstâncias de vida. desconforto com ele diminui,12 o que foi mais bem esclarecido
Além disso, a intensidade do interesse sexual varia principal- em estudo prospectivo de 11 anos, que identificou associação
mente em função da experiência sexual anterior e da qualida- entre sofrimento e maiores índices de depressão, presença de
de e significado da própria sexualidade, na juventude. Entre as sentimentos negativos pelo parceiro e maior declínio no índice
mulheres de idade avançada, nem sempre o interesse sexual se de função sexual.18
acompanha de atividade, principalmente pela ausência de um Em estudo populacional sueco com 2.810 respondentes,
parceiro. Em alguns casos, a atividade sexual cessa em decor- entre 18 e 74 anos, foram identificados 1.162 homens e 1.030
rência de falta de carinho, problemas de comunicação e senti- mulheres com queixa de pelo menos uma dificuldade sexual
mentos de culpa ou dor. Por outro lado, os principais fatores e/ou a percepção da dificuldade no parceiro.19 Entre as mu-
limitantes são: sentimentos e problemas conjugais, bem-estar lheres com baixo interesse sexual, concomitantemente, 26%
subjetivo precário, assim como incidência e gravidade dos sin- manifestaram lubrificação insuficiente, 37% baixa capacidade
tomas menopausais. Apesar do estado menopausal levar à atro- orgástica, 3% vaginismo e 13% dispareunia. Em relação à per-
fia e secura vaginal e à dispareunia, a questão é complexa.14 cepção da dificuldade sexual de seus parceiros, aquelas com
Em mulheres cirurgicamente menopausadas, TDSH tem baixo interesse sexual percebiam a dificuldade de ereção (60%)
sido prevalente. Essa disfunção varia de 9% naquelas natural- e/ou a ejaculação precoce (54%). Apenas 17% dos homens e
mente menopausadas a 26% em mulheres mais jovens cirurgi- 26% das mulheres identificaram desconforto pela disfuncio-
camente menopausadas, evidenciando que essas últimas apre- nalidade em si.
sentam risco maior.15 Os problemas desencadeados pela disfunção sexual mascu-
Embora vários estudos demonstrem a associação entre enve- lina afetam mais a qualidade da vida sexual das parceiras do
lhecimento reprodutivo feminino e sintomatologia característi- que a própria disfunção masculina. Esses resultados confirmam
ca dessa etapa da vida, também se identificam fortes indícios de a importância da pesquisa das dificuldades sexuais do casal19
influência multifatorial na subjetividade feminina,9 apoiando e sugerem pontos de vulnerabilidade feminina, indicados no
a necessidade de interlocução de diversos campos do conheci- modelo circular para a resposta sexual feminina.20 Tal modelo
mento para a apreensão dos diferentes aspectos implicados na constitui-se de cinco fases:4
etiologia do desejo sexual feminino (biológicos, psicossociais, ∙ 1a fase (início da atividade sexual): motivação não necessa-
relacionais, entre outros). riamente sexual, podendo não haver consciência de desejo
Estudo populacional com 356 mulheres entre 20 e 70 anos sexual;
identificou que a diminuição do desejo ocorre mais frequen- ∙ 2a fase (identificação da excitação sexual potencial): excita-
temente naquelas em relacionamentos mais longos. Por outro ção subjetiva e resposta física, desencadeando a responsivida-
lado, entre aquelas que relatam maior satisfação com seu parcei- de biológica;
ro ou que valorizam mais a vida sexual, a diminuição do desejo ∙ 3a fase (vivência da excitação subjetiva): podendo também
é menos provável. Desconforto sexual esteve diretamente asso- desencadear a consciência de desejo sexual;

Diagn Tratamento. 2009;14(1):47-51.


Heloisa Junqueira Fleury | Carmita Helena Najjar Abdo
49

∙ 4a fase (aumento na intensidade da excitação e do desejo ticos não percebem a excitação subjetiva nem são conscientes da
responsivo): podendo ou não ocorrer o alívio orgásmico; congestão genital, embora o registro do ingurgitamento genital
∙ 5a fase (satisfação física e emocional): aumenta a receptivida- ocorra em grau comparável ao de mulheres funcionais.26
de para iniciar a atividade sexual na próxima vez, fechando o Faltam evidências que esclareçam detalhes dos efeitos hor-
modelo circular. monais sobre a estimulação sexual, a excitação sexual subjetiva,
Em cada uma dessas etapas, fatores psicossociais e relacio- a intensidade do orgasmo e a sensibilidade sexual de áreas ge-
nais podem influenciar a resposta sexual. Na primeira fase, o nitais e não-genitais, assim como o mecanismo de inter-relação
estímulo torna-se essencial para o desencadeamento do ciclo de entre hormônios e variáveis psicossexuais.25
resposta sexual. Não há dúvida de que certos aspectos da função sexual femi-
Basson20 aponta a importância do estímulo e do contexto nina relacionam-se ao nível de estrógeno, como, por exemplo,
envolvido na experiência sexual, além do processamento men- o relaxamento e a lubrificação vaginal e a sensibilidade dos teci-
tal desses estímulos, para permitir a excitação sexual subjetiva. dos vulvares à estimulação sexual.27
Esse processamento pode tanto facilitar como dificultar ou até Estudo prospectivo de 11 anos18 concluiu que na pós-meno-
mesmo impedir a continuidade da resposta sexual.21 pausa a terapia hormonal pode ajudar na preservação da fun-
Gehring22 considera o contexto mais importante que o pró- ção sexual das mulheres, embora apenas a minoria delas esteja
prio estímulo, para a preservação da resposta sexual, o que significativamente preocupada com essa condição. Como mu-
torna o relacionamento determinante para o desejo sexual. lheres com disfunção sexual apresentam prevalência 3,84 vezes
Portanto, vários fatores afetam esse ciclo, tais como segurança, maior de atrofia vulvovaginal em relação às funcionais, o uso
privacidade, bem-estar físico e mental e transições no ciclo da de terapêuticas para reduzir esse sintoma pode também aliviar
vida familiar (nascimento do primeiro filho, criação de filhos, a disfuncionalidade.28
filhos adolescentes, filhos adultos e saída de casa, perimenopau- Mulheres cirurgicamente menopausadas recebendo testoste-
sa, menopausa e aposentadoria). Essas condições podem atingir rona apresentaram aumento significativo na satisfação sexual,
a intimidade sexual, principalmente em relacionamentos de em relação àquelas que receberam placebo, assim como me-
longa duração. A autora também assinala aspectos de vulnera- lhora significativa na função sexual e diminuição no sofrimen-
bilidade nesse ciclo, tais como: experiências sexuais anteriores e to pessoal. Esses resultados corroboram que a deficiência da
autoimagem sexual negativas, medo da avaliação pelo parceiro, testosterona seja uma das causas subjacentes ao TDSH.24 Vale
autoimagem corporal comprometida ou dor física. lembrar que qualquer terapêutica sistêmica com testosterona
exige a terapia estrogênica concomitante.25
EFEITOS HORMONAIS SOBRE
O DESEJO SEXUAL HIPOATIVO CONSIDERAÇÕES FINAIS
A efetividade do tratamento para a disfunção erétil estimu- Há muitos estudos que apontam a associação entre fatores
lou a busca de correlatos para as disfunções sexuais femininas, psicológicos e função sexual. Porém, a ação dos fatores biológi-
com destaque para o TDSH. No entanto, identificar o papel cos é menos conhecida.
específico dos estrógenos e dos androgênios na modulação da A terapêutica indicada para disfunção sexual associada ao
função sexual feminina tem sido uma tarefa complexa. tratamento com ISRS ainda não está suficientemente estabe-
Mulheres com menopausa cirúrgica apresentam prevalência lecida, por serem limitadas as evidências disponíveis. Porém,
duas vezes maior de TDSH em relação àquelas com menopausa pacientes tratadas de depressão com ISRS e apresentando dis-
natural (2,3 versus 1,2), mantendo a mesma proporção do sofri- função sexual induzida têm melhora significativa do desejo e da
mento consequente.23 Os níveis de androgênio declinam com frequência da atividade sexual com a utilização simultânea de
a idade e diminuem subitamente após ooforectomia bilateral. bupropiona SR, 150 mg, em relação ao placebo, sugerindo que
Esta constatação sugere que níveis reduzidos de testosterona essa substância pode ser um antídoto.29
relacionam-se à diminuição do desejo.24 É possível que haja envolvimento da variação dos hormônios
Por outro lado, diferentes fatores não-hormonais correla- adrenais e ovarianos, da atividade de conversão de enzimas, da
cionam-se com a satisfação, o desejo e a função sexuais: saúde sensibilidade dos receptores de androgênio e estrogênio, assim
mental; experiências sexuais pregressas; sentimentos pelo par- como da produção cerebral de esteróides sexuais sobre o desejo
ceiro, em geral e no momento do envolvimento sexual; duração feminino. Devido à complexidade subjacente à suplementação
do relacionamento e função sexual do parceiro.25 de hormônio sexual, há pouca clareza sobre quais mulheres di-
Há estudos que afirmam que a resposta genital seria instantâ- minuem a atividade androgênica cerebral e/ou periférica.
nea, desencadeada por um mecanismo automático. Após a ini- Casos em que os fatores etiológicos psicossexuais parecem mí-
ciação, processos cognitivos e afetivos passariam a atuar, determi- nimos justificam a suplementação de testosterona. É necessário
nando a possibilidade de continuação da experiência.26 Mulheres selecionar mulheres com desordens de excitação e de desejo, não
com queixa de desejo sexual diminuído observando filmes eró- perdendo de vista as recentes recomendações dos consensos.30

Diagn Tratamento. 2009;14(1):47-51.


50 Desejo sexual feminino

No futuro, o incremento dos efeitos do estrógeno e do an- midlife and older women: personality factors, psychosocial development,
drogênio sobre a função sexual feminina poderá ser conseguido present sexuality. Menopause. 2004;11(6 Pt 2):726-40.
15. Leiblum SR, Koochaki PE, Rodenberg CA, Barton IP, Rosen RC. Hypoactive
por meio de receptores seletivos estrogênicos e androgênicos.25
sexual desire disorder in postmenopausal women: US results from the
Women’s International Study of Health and Sexuality (WISHeS). Menopause.
INFORMAÇÕES 2006;13(1):46-56.
Endereço para correspondência: 16. Hayes RD, Dennerstein L, Bennett CM, Sidat M, Gurrin LC, Fairley CK. Risk
Heloisa Junqueira Fleury factors for female sexual dysfunction in the general population: exploring
Rua Sergipe, 401 — conjunto 808 factors associated with low sexual function and sexual distress. J Sex Med.
Consolação — São Paulo (SP) 2008;5(7):1681-93.
CEP 01243-906 17. Witting K, Santtila P, Varjonen M, et al. Female sexual dysfunction, sexual
Tel. (11) 3256-9928 distress, and compatibility with partner. J Sex Med. 2008;5(11):2587-99.
E-mail: hjfleury@uol.com.br 18. Dennerstein L, Guthrie JR, Hayes RD, De Rogatis LR, Lehert P. Sexual function,
dysfunction, and sexual distress in a prospective, population-based sample
Fontes de fomento: nenhuma. of mid-aged, Australian-born women. J Sex Med. 2008;5(10):2291-9.
Conflito de interesse: nenhum. 19. Fugl-Meyer K, Fugl-Meyer AR. Sexual disabilities are not singularities. Int J
Impot Res. 2002;14(6):487-93.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 20. Basson R. Rethinking low sexual desire in women. BJOG. 2002;109(4):
1. American Psychiatric Association (APA). Manual diagnóstico e estatístico de 357-63.
transtornos mentais. 4a ed. [Revisado – DSM-IV-TR]. Porto Alegre: Artmed; 21. Fleury HJ, Abdo CHN. Disfunção do desejo sexual feminino. [Disfunção of the
2002. feminine sexual desire]. Diagn Tratamento. 2005;10(3):158-60.
2. Masters WH, Johnson VE. A resposta sexual humana. São Paulo: Roca; 1984. 22. Gehring D. Couple therapy for low sexual desire: a systemic approach. J Sex
3. Kaplan HS. A nova terapia do sexo. 3a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; Marital Ther. 2003;29(1):25-38.
1977. 23. West SL, D’Aloisio AA, Agans RP, Kalsbeek WD, Borisov NN, Thorp JM.
4. Basson R, Althof S, Davis S, et al. Summary of the recommendations on Prevalence of low sexual desire and hypoactive sexual desire disorder
women’s sexual dysfunctions. In: Lue TF, Basson R, Rosen R, Giuliano F, in a nationally representative sample of US women. Arch Intern Med.
Khoury S, Montorsi F, editores. Sexual medicine – sexual dysfunctions in men 2008;168(13):1441-9.
and women. Paris: Health Publications; 2004. p. 975-90. 24. Kingsberg SA, Simon JA, Goldstein I. The current outlook for testosterone in
5. Basson R. Human sex-response cycles. J Sex Marital Ther. 2001;27(1):33-43. the management of hypoactive sexual desire disorder in postmenopausal
6. Abdo CHN. Descobrimento sexual do Brasil. Para curiosos e estudiosos. São women. J Sex Med. 2008;5(Suppl 4):182-93; quiz 193.
Paulo: Summus; 2004. 25. Basson R. Hormones and sexuality: current complexities and future
7. Laumann EO, Nicolosi A, Glasser DB, et al. Sexual problems among women directions. Maturitas. 2007;57(1):66-70.
and men aged 40-80 y: prevalence and correlates identified in the Global 26. van Lunsen RH, Laan E. Genital vascular responsiveness and sexual feelings
Study of Sexual Attitudes and Behaviors. Int J Impot Res. 2005;17(1):39-57. in midlife women: psychophysiologic, brain, and genital imaging studies.
8. Dennerstein L, Hayes RD. Confronting the challenges: epidemiological study Menopause. 2004;11(6 Pt 2):741-8.
of female sexual dysfunction and the menopause. J Sex Med. 2005;2(Suppl 27. Pandit L, Ouslander JG. Postmenopausal vaginal atrophy and atrophic
3):118-32. vaginitis. Am J Med Sci. 1997;314(4):228-31.
9. Dennerstein L, Alexander JL, Kotz K. The menopause and sexual functioning: 28. Levine KB, Williams RE, Hartmann KE. Vulvovaginal atrophy is strongly
a review of the population-based studies. Annu Rev Sex Res. 2003;14:64-82. associated with female sexual dysfunction among sexually active
10. Abdo CHN. Perfil sexual da população brasileira: resultado do Estudo do postmenopausal women. Menopause. 2008;15(4 Pt 1):661-6.
Comportamento Sexual (ECOS) do Brasileiro. [Sexual profile of brazilian 29. Clayton AH, Warnock JK, Kornstein SG, Pinkerton R, Sheldon-Keller A,
population: results from Brazilian Study of Sexual Behavior (BSSB)]. RBM McGarvey EL. A placebo-controled trial of bupropion SR as an antidote for
Rev Bras Med. 2002;59(4):250-7. selective serotonin reuptake inhibitor-induced sexual dysfunction. J Clin
11. Hayes RD, Dennerstein L, Bennett CM, Koochaki PE, Leiblum SR, Graziottin Psychiatry. 2004;65(1):62-7.
A. Relationship between hypoactive sexual desire disorder and aging. Fertil 30. Basson R. Women´s sexual function and dysfunction: current uncertainties,
Steril. 2007;87(1):107-12. future directions. Int J Impot Res. 2008;20(5):466-78.
12. Carey JC. Disorders of sexual desire and arousal. Obstet Gynecol Clin North
Am. 2006;33(4):549-64.
13. Carey JC. Pharmacological effects on sexual function. Obstet Gynecol Clin Data de entrada: 18/9/2008
North Am. 2006;33(4):599-620. Data da última modificação: 17/10/2008
14. Hartmann U, Philippsohn S, Heiser K, Rüffer-Hesse C. Low sexual desire in Data de aceitação: 29/10/2008

Diagn Tratamento. 2009;14(1):47-51.


Heloisa Junqueira Fleury | Carmita Helena Najjar Abdo
51

RESUMO DIDÁTICO
1. O novo modelo circular do ciclo de resposta sexual representa uma mudança de paradigma ao considerar que a
motivação sexual pode ser desencadeada por fatores não necessariamente sexuais.
2. Em relacionamentos de longa duração, há tendência maior de desejo sexual não-espontâneo, influenciado não só
pelo estímulo sexual, mas predominantemente pelo contexto.
3. A atividade sexual da mulher menopáusica e pós-menopáusica depende progressivamente de condições básicas,
como bem-estar, saúde física e mental, qualidade do relacionamento e circunstâncias de vida.
4. Em mulheres cirurgicamente menopausadas, transtorno do desejo sexual hipoativo tem sido prevalente.
5. O transtorno do desejo sexual hipoativo aumenta com a idade, mas o desconforto com ele diminui.
6. Os problemas desencadeados pela disfunção sexual masculina afetam mais a qualidade da vida sexual das parceiras
do que a própria disfunção masculina.
7. O processamento mental dos estímulos sexuais e do contexto pode tanto facilitar como dificultar ou até mesmo
impedir a continuidade da resposta sexual.
8. Faltam evidências que esclareçam detalhes dos efeitos hormonais sobre a estimulação sexual, a excitação sexual
subjetiva, a intensidade do orgasmo e a sensibilidade sexual de áreas genitais e não-genitais, assim como o mecanismo
de inter-relação entre os hormônios e as variáveis psicossexuais.

Diagn Tratamento. 2009;14(1):47-51.

Você também pode gostar