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UNIVERSIDADE PAULISTA-UNIP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS-ICH

CURSO DE PSICOLOGIA

DANIELA SALAZAR PIRES

C62ECE-6

TURMA: PS6B30

LIVRO: CENAS TEMIDAS DE UM PSICOTERAPEUTA INICANTE

BRASÍLIA/DF

2017
Atividade desenvolvida: Leitura do livro “Cenas Temidas de um Psicoterapeuta Iniciante-A
construção do papel profissional do psicoterapeuta”

O objetivo da atividade é fazer um resumo do livro relacionando-o com conceitos e


teorias da Psicologia. Refletir sobre a prática e papel do estudante de Psicologia nos contextos
dos estágios iniciais de atendimento clínico como psicoterapeuta.

RESUMO

O filme Boa Sorte é de produção nacional e relata a história da passagem de dois


jovens em uma clínica de recuperação. João é um adolescente de 17 anos que usa
medicamento ansiolítico e antidepressivo. Após ser internado em uma clínica pela família,
conhece Judite, uma jovem dependente química de medicamentos psicotrópicos, HIV positiva
e portadora de doença hepática devido ao álcool e outras drogas. Durante a reabilitação ambos
tomam os medicamentos receitados pela médica da clínica e ainda outros medicamentos dos
quais eram dependentes, conseguidos por intermédio de um enfermeiro em troca de relações
sexuais com Judite. Convivendo, trocam relatos sobre sua história pessoal, experiência com o
uso das drogas, os efeitos, a motivação. Os dois se apaixonam. Judite teme pela evolução do
relacionamento com João. Ela é dependente química terminal. Ao final, ela morre. João, após
3 meses, sai da clínica e decide não tomar mais medicamentos que tomava para ansiedade e
depressão.

O filme traz uma ênfase sobre o uso indiscriminado dos psicofármacos. A mãe do
personagem João, já tomava o tranquilizante alprazolam para dormir e “desestressar”.

De acordo com Pelegrini (2003):

É preciso diferenciar a depressão propriamente dita (com sintomas incapacitantes e que trazem muito
sofrimento) das “baixas” do humor normal da vida. Há uma banalização do seu diagnóstico e qualquer
tristeza ou “baixo astral” passa a ser depressão e com necessidade de tratamento farmacológico.

Ele fazia parte de um quadro familiar de indiferença e individualismo. Ao longo da história,


ele se descreve como invisível, não só como um efeito que ele acreditava que a droga
causava, mas também como sugestão da experiência de isolamento vivida em uma sociedade
cujo contexto é qualificado pelo filósofo Zygmunt Bauman (2000) como “Modernidade
Líquida” caracterizada, entre outras coisas, pela atual fragilidade dos laços entre os seres
humanos. Conforme visto na Disciplina Teorias e Sistemas em Psicologia e em Ciências
Sociais, devido a uma série de mudanças sociais, a partir do século XX, a noção de
subjetividade se tornou mais densa e isto implica em mudanças na dinâmica das relações
interpessoais. No filme, o que cada membro da família de João fazia era “de sua conta” e
havia uma impossibilidade de se deslocar de si para enxergar a situação do outro, neste caso, a
de vício e depressão.

A discussão do abuso dos medicamentos psicofarmacológicos é central no filme. O


acesso fácil, tanto legal quanto ilegalmente, destas drogas incrementa um uso que poderia ser
mais seletiva e cuidadosamente realizado. A trama provoca reflexões como: O tratamento
medicamentoso deve ser utilizado ou não em quadros de patologias psicológicas, neuroses e
dependência em drogas? Até que ponto as drogas são solução para as drogas dentro do
contexto da sociedade e, especialmente, da Psicologia e Psquiatria? Pelegrini(2003) afirma
que a “substância mágica” da atualidade- e autorizada- é, então, o antidepressivo, o que
mostra como a depressão é o espectro da modernidade.

Considerando os elementos ressaltados no filme e os conhecimentos de Psicologia


obtidos em sala de aula, percebe-se que a questão é de cunho complexo e delicado. O saber
da Psicologia, da Farmácia e da Psiquiatria devem andar em conjunto. A multidisciplinaridade
é benéfica em intervenções terapêuticas. Porém, a extrapolação do uso de remédios que são
concebidos para uso específico dentro de um contexto de apoio profissional, suplanta os
benefícios e pode levar a consequências importantes e destrutivas. Medicamentos são drogas e
viciam. A importância de conservar sua utilização é tão grande quanto a importância de
estabelecer critérios para prescrição, acompanhamento e suspensão dos remédios. Também é
vital refletir o quanto a forma atual de se viver e a organização da sociedade influi na causa de
quadros como depressão e ansiedade e no desenvolvimento da dependência química e
psicológica de psicofármacos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PEREIRA, Rubens Antonio. As cenas temidas de psicoterapeuta iniciante: a construção do


papel profissional do psicoterapeuta. São Paulo: Ágora, 2011.

Brasília, DF

15 de Agosto/2017
Assinatura

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