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FORTALEZA - CEARÁ
2014
1
Fortaleza – Ceará
2014
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Estadual do Ceará
Biblioteca Central Prof. Antônio Martins Filho
Bibliotecário responsável – Francisco Welton Silva Rios – CRB-3/919
CDD: 796.8153
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AGRADECIMENTOS
Realizar este trabalho não foi fácil, requereu muita dedicação, paciência, força de vontade e
muita colaboração.
Agradeço, primeiramente, a Deus que me permitiu concluir este estudo dando-me saúde,
paciência, coragem e força de vontade para continuar minha formação acadêmica. O meu:
“muito obrigado!”.
Aos demais que contribuíram para essa realização, o meu sincero obrigado.
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RESUMO
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS........................................................................................... 8
LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS............................................................................ 9
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10
1.1 Objetivos............................................................................................................... 11
1.2 Aspectos Metodológicos....................................................................................... 12
2. A PSICOMOTRICIDADE ............................................................................................ 14
2.1 Definição de Psicomotricidade.............................................................................. 15
2.2 Histórico da Psicomotricidade no Brasil................................................................ 19
2.3 Áreas de atuação em Psicomotricidade............................................................... 22
3. DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR INFANTIL...................................................... 25
3.1 Fatores Psicomotores........................................................................................... 25
3.2 Bateria de Avaliação Psicomotora........................................................................ 41
4. KARATE-DŌ: HISTÓRIA E CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO
INFANTIL........................................................................................................................ 44
4.1 O Karate-Dō no Japão.......................................................................................... 45
4.2 Organizações do Karate Mundial.......................................................................... 52
4.3 Karate-Dō no Brasil.......................................................................................... 53
4.4 Karate-Dō na escola........................................................................................... 54
4.5 Karate-Dō e Psicomotricidade............................................................................ 57
5. A IMPORTÂNCIA DO KARATE-DŌ NO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
59
DA CRIANÇA..................................................................................................................
5.1 Ambiente de Pesquisa...................................................................................... 59
5.2 Participantes..................................................................................................... 59
5.3 Percurso Metodológico.................................................................................... 60
5.4 Instrumentos.................................................................................................... 64
5.5 Resultados obtidos e Discussão....................................................................... 64
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 75
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 77
ANEXOS.................................................................................................................... 81
8
1 INTRODUÇÃO
Porém esse avanço tem como consequência, por exemplo, a redução do espaço
para a prática de lazer. A rua é para a criança um fator primordial para o seu
desenvolvimento social, a convivência com os colegas e as brincadeiras desenvolvidas e os
jogos populares fazem da rua um lugar ideal e favorável às possibilidades de relação e
comunicação motora.
O estudo da Psicomotricidade nos últimos anos vem sendo enfatizado nas mais
diversas áreas que assistem à criança ou o adolescente. Há várias vertentes em que a
Psicomotricidade se debruça, mas este trabalho foi estruturado e fundamentado na
educação pelo movimento ou Educação Psicomotora, sabendo-se que a criança inicia suas
comunicações com o mundo exterior através de uma linguagem essencialmente corporal.
- Potencial criativo;
Karate-Dō foi proibido no início do governo Meijí (1868) quando sua prática
tornou-se ilegal. Na época não havia dojos (academias), alguns praticantes aceitavam
poucos alunos em sigilo, sendo eles os pioneiros no desenvolvimento do Karate-Dō. Esse
desenvolvimento se deu de forma lenta e complexa por se tratar, a princípio, de uma arte
militar. Após a ocupação militar americana no Japão, professores qualificados pela Nihon
Karate Kyokai viajaram aos Estados Unidos a fim de difundir o Karate-Dō naquele país,
fundaram clubes esportivos e popularizaram o Karate-Dō em todo território americano, e em
outros países.
1.1 Objetivos
2 A PSICOMOTRICIDADE
relação ao tônus ao estudar o diálogo tônico. Já a relaxação psicotônica foi abordada por
Soubiran (SBP, 2003;ISPE-GAE, 2007).
1
“A Psicomotricidade é um caminho, é o desejo de fazer, de querer fazer; o saber fazer e o
poder fazer.”
17
Visto desta forma, a Psicomotricidade para Fonseca (apud OLIVEIRA, 2001) não
é exclusiva de um novo método, escola ou corrente de pensamento, nem constitui uma
técnica, um processo, mas sim visa fins educativos pelo emprego do movimento humano.
Coste (1989, p.09) aponta ainda que Psicomotricidade “[...] é uma ciência-
encruzilhada em que se cruzam e se encontram múltiplos pontos de vista, e que utiliza
aquisições de numerosas ciências constituídas (biologia, psicologia, psicanálise, sociologia
e linguística). Para Barreto (apud MOLINARI e SENS, 2003, p. 87) ela refere-se a “[...]
integração do indivíduo utilizando, para isso, o movimento e levando em consideração os
aspectos relacionais ou afetivos, cognitivos e motrizes. É a educação pelo movimento
consciente, visando melhorar a eficiência e diminuir o gasto energético. ”Rosa Neto (2002,
18
p. 12) concorda com este olhar e diz: “A motricidade é a interação de diversas funções
motoras (perceptivomotora, neuromotora, psicomotora, neuropsicomotora, etc.).”
motora, considerando-a como uma síndrome com suas próprias particularidades. É ele
quem delimita com clareza os transtornos psicomotores que oscilam entre o neurológico e o
psiquiátrico. Ajuriaguerra aproveitou os subsídios de Wallon em relação ao tônus ao estudar
o diálogo tônico. A relaxação psicotônica foi abordada por Giselle Soubiran (SBP, 2003) e
(ISPE-GAE, 2007).
09ª turma, e através de muito esforço e divulgação, produz frutos com a defesa de mais de
250 monografias e o outorgamento de títulos de Especialista em Psicomotricidade (SOUSA,
2012).
Desta forma, a passagem de uma fase para outra será gradativa e dentro do
tempo próprio de cada criança. O professor deve acompanhar este tempo sem tentar forçar
uma antecipação. Por isso, a Psicomotricidade tem como ponto de partida o
desenvolvimento psicológico da criança, na medida em que acompanha as leis do
amadurecimento do Sistema Nervoso Central através da mielinização. Uma das suas
finalidades é preparar a base para a educação daquelas capacidades indispensáveis à
aprendizagem escolar, evitando dificuldades tão comuns à alfabetização (ARAÚJO, 1998).
25
Tonicidade
Subfatores da Tonicidade:
Extensibilidade
Passividade
Paratonia
Diadococinesias
direita e da mão esquerda e, entre elas, a que possui mais velocidade e regularidade na
amplitude etc. Ao mesmo tempo, deve-se registrar as reações tônico-emocionais emergidas
e as sincinesias contralaterais e linguais concomitantes (FONSECA, 2012).
Sincinesias
Equilíbrio
Este equilíbrio é fundamental, uma vez que, diferentemente dos outros animais
terrestres, os humanos utilizam somente dois membros para locomover-se. Para que o SNC
possa realizar os devidos ajustes constantemente, é imprescindível que o mesmo receba
informações precisas ininterruptamente a respeito de cada uma das partes do corpo.
29
Subfatores do Equilíbrio:
Imobilidade
punho e dos dedos; flexão dos ombros; pronação excessiva da mão; abdução do punho;
pressão e alteração da estabilidade do arco da superfície plantar; bloqueio respiratório;
espasmos diversos;
Equilíbrio Estático
Equilíbrio Dinâmico
Lateralidade
É por volta dos 6 aos 8 anos de idade que a lateralidade se manifesta. Não se
sabe ainda ao certo o que provoca esse fenômeno, mas alguns pesquisadores crêem ser de
natureza genética. Assim, estudos apontam que pais destros só terão filhos canhotos em
9,5% dos casos. Já os genitores canhotos têm uma alta probabilidade de ter filhos canhotos
– se ambos utilizarem o lado esquerdo, o filho terá 26% de possibilidade de também ter o
predomínio desta parte do corpo (PORTAL EFBR, 2011).
Subfatores da Lateralidade:
situações são sugeridas à criança, mas apenas quatro envolvem duas experiências cada
uma (FONSECA, 2012).
Lateralização Ocular
Para avaliar o olho preferencial, pede-se à criança que olhe primeiro através de
um tubo ou canudo de papel e, depois de um buraco feito no centro de uma folha de
papel normal (FONSECA, 2012).
Lateralização Auditiva
Lateralização Manual
Lateralização Pedal
Noção de Corpo
Sentido Cinestésico
Reconhecimento Direita-Esquerda
Autoimagem
Imitação de Gesto
Desenho do corpo
Estruturação espaço-temporal
Estruturação Dinâmica
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Representação Topográfica
Estruturação Rítmica
Praxia Global
Coordenação Oculomanual
Coordenação Oculopedal
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Dismetria
Dissociação
Praxia Fina
Nas fases iniciais do seu desenvolvimento, o bebê utiliza mais a palma da mão
(reflexo palmar), que irá posteriormente deixar de ser um reflexo para ser um movimento
intencional. Os movimentos mais precisos, como o de pinça, realizado pelos dedos polegar
e o indicador da mão, vão sendo aprendidos e cada vez mais utilizados nas fases pré
escolar e escolar da criança. Mais tarde, a mão se torna um membro fundamental na
execução da escrita (forma de representação gráfica da comunicação humana), sendo
efetuada pela preensão destes dois dedos com o lápis.
Tamborilar
Velocidade-Precisão
Esta avaliação é importante pois, caso a integração com o meio não forneça os
estímulos sensório-motores suficientes, é possível que a psicomotricidade apresente um
desenvolvimento insatisfatório.
A palavra Karate-Dō significa Caminho das Mãos Vazias e é uma arte marcial
secular, refinada e codificada no início do século XX no Japão pelo Mestre Gichin
Funakoshi, atualmente presente em quase todos os currículos das escolas e universidades
daquele país. Seu objetivo principal é desenvolver de forma salutar o carátere a
personalidade, através da prática consciente, a qual destina-se à manutenção da saúde,
defesa pessoal e competição esportiva (NAKAYAMA, 1999).
A esse tipo de luta foi dado o nome de Vajramushti, que significa Aquele cuja
mão fechada é um diamante (LUBES, 1994).
Nos anos de 420 a 479 d.C. Daruma esteve na China divulgando seus
ensinamentos religiosos, mas houve um choque de opiniões entre Daruma e o Imperador
chinês Wu, da dinastia Liang. Este era budista, mas seguidor de uma filosofia em que o
paraíso seria alcançado somente no além. Quanto a Daruma, pregava que o Nirvana era
alcançável nesta terra, em vida. Daruma foi expulso do reino de Wu (LUBES, 1994).
Na guerra Japão versos China e Coréia, o povo de Okinawa ficou como aliado
dos chineses e coreanos. Como castigo o senhor do clã dos Shimatsu, oprimiu o povo e
proibiu o uso de armas, ficando sujeito a pena de morte quem as usasse (LUBES, 1994).
do suserano de Okinawa em assuntos militares e era conselheiro direto do rei. Mestre Azato
era insuperável na arte do Karate-Dō em toda Okinawa, e, além disso, primava na arte da
equitação, kendo e do manejo do arco.
Certa vez, Mestre Azato foi desafiado por Yorin Kanna, um famoso espadachim
de Okinawa, e mesmo que Mestre Azato fosse um perito em Jigen-kenjutsu, confrontou seu
adversário desarmado. Kanna era conhecido não somente pela sua instrução, mas também
devido a sua força enorme. Kanna atacou Mestre Azato várias vezes, mas Mestre Azato
afastou-lhe os golpes com uma ágil pancada de mão e o imobilizou quase sem esforço.Uma
de suas máximas era: “Veja seus braços e pernas como espadas.” (FUNAKOSHI, 1999).
Mestre Itosu era especialista nos katas Tekki (Cavaleiro de Ferro), o próprio
Mestre Itosu costumava a dizer: "Os tekki são os katas mais fáceis de aprender, mas os
katas mais difíceis de aprender também são os tekki.” Nascido na cidade de Shuri, Okinawa
em 1830, era um amigo muito próximo de Yasutsune Azato e, além disso, estudou com
Shimpan Gusukuma e Yasuri, discípulo de Iwah.Na idade de 16 anos começou treinar o
Karate-Dō com Bushi Sokon Matsumura (FUNAKOSHI, 1999).
Mestre Gichin Funakoshi comenta em seu livro Karate-Dō, Meu Modo de Vida
(1999) sobre a força física, a habilidade incrível de suportar socos e o aperto de mão
inacreditável de Itosu. Mestre Itosu não só se destacou como karateca, mas, também, como
pessoa de grande cultura. Totalmente familiarizado com os clássicos japoneses e chineses,
exerceu a função de secretário e conselheiro do suserano de Okinawa.
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Alguém cujo espírito e força mental se fortaleceram através das lutas com
uma atitude de nunca desanimar não deve encontrar dificuldades em
enfrentar nenhum desafio, por maior que ele seja. Alguém que suportou
longos anos de sofrimento físico e agonia mental para aprender um soco ou
um chute deve ter condições de encarar qualquer tarefa, por mais difícil que
ela seja e de executá-la até o fim. Sem dúvida nenhuma, uma pessoa com
essas características aprendeu verdadeiramente o Karate-Dō
(FUNAKOSHI, 1999)
Mestre Gichin
Em 1935, foi publicado seu livro Karate-Dô Kyohan. Este livro trata basicamente
dos Kata. Mestre Funakoshi era Taoísta e ensinava Clássicos Chineses, como o Tao Te
Ching de Lao Tzu, enquanto ele estava vivendo em Okinawa. Funakoshi era profundamente
religioso. Tinha muito medo de que o Karate-Dō se tornasse um instrumento de destruição,
e provavelmente queria eliminar do treinamento algumas aplicações mortais dos Kata.
Então, parou de fazer essas aplicações (FUNAKOSHI, 1999).
Ele também começou a desenvolver estilos de luta que fossem menos perigosos.
Mestre Funakoshi teve sucesso ao remover do Karate-Dō técnicas de quebras de juntas, de
ossos, dedos nos olhos, chaves de cotovelo, esmagamento de testículos, criando um novo
mundo de desafios e luta em equipe onde somente umas poucas técnicas seriam legais. Ele
fez isso baseado nos seus propósitos e com total conhecimento dos resultados
(FUNAKOSHI, 1999).
Além disso, Mestre Funakoshi defendia que o termo Mãos Vazias seria o mais
apropriado, pois representa não só o fato do Karate-Dō ser um método de defesa sem
49
armas, mas também representa o espírito do Karate-Dō, que é esvaziar o corpo de todos os
desejos e vaidades terrenos (FUNAKOSHI, 1999).
No mesmo ano (1936), foi fundado o primeiro Dojo Oficial de, pelo Comitê
Nacional e devido aos feitos do Mestre Funakoshi, foi batizado com o nome de Shoto-Kan.
Daí surgiu o nome de uma escola (estilo) que até hoje é cultivada em várias partes do
mundo. Shoto (pseudônimo do Mestre Funakoshi) e Kan (escola) resultando em Escola de
Funakoshi. Mestre Funakoshi tinha 68 anos em 1936, e foi quando ele deu o primeiro passo
dentro do seu Dojo de Karate-Dō em 29 de Janeiro (FUNAKOSHI, 1999).
O prédio foi feito de doações particulares e uma placa foi pendurada sobre a
entrada e dizia: Shoto-kan. Esse nome dado ao Shoto-kan Karate Dojo foi uma homenagem
de seus alunos. Com o término do novo dojo, uma das primeiras tarefas foi elaborar um
conjunto de normas a serem seguidas, entre elas o Dojo-Kun e também o sistema de faixa
colorida baseando-se no Judo. (FUNAKOSHI, 1999).
No final da 2ª Guerra Mundial uma das vítimas dos ataques aéreos americanos
foi o Shoto-kan Karate Dojo que havia sido construído em 1936. Com a América exercendo
pressão em Okinawa, a esposa de Funakoshi finalmente iria deixar a ilha e juntar-se a ele
em Kyushu no Sul do Japão. Eles ficaram lá até 1947. Os americanos destruíram tudo que
estava em seu caminho (FUNAKOSHI, 1999).
Masatoshi Nakayama
No ano de 1957, morre o Mestre Funakoshi, o último grande mestre. Mas sua
obra não morre. O Karate-Dō consegue se firmar como esporte e no mesmo ano de 1957,
mestre Masatoshi Nakayama realiza o primeiro campeonato de Karate-Dō do Japão, cujo
vencedor foi Hirokazu Kanazawa (LUBES, 1994).
Em uma entrevista em Tóquio para Rolland Gaillac, quando indagado se fora por
receio, que havia esperado a morte do mestre Funakoshi, para então criar os primeiros
campeonatos de Karate-Dō, respondeu Sensei Nakayama:
Sim, é verdade, eu tinha receio do Mestre Funakoshi por saber que ele era
contra os campeonatos e a competição. Mas hoje ainda tenho receio dele!
Digo a mim mesmo, que pensaria o mestre disto? Terei eu feito mal? Eu
tento fazer o que ele teria feito se fosse vivo. Em 1957, quando criei a
competição, fui me conscientizando de que o Judo e o Kendo se tornaram
esportes, mas sempre preservando o espírito do Budo. Então por que não o
Karate-Dō? É a competição, eu penso, que tornou o Karate-Dō popular no
mundo inteiro. E isso é o que, no fundo, queria Mestre Funakoshi! E é por
isso que eu creio que hoje ele aprovaria o que fiz. Há momentos, entretanto,
em que não consigo deixar de me sentir inquieto. Caso eu tenha me
enganado, no dia em que eu morrer e for me juntar ao Mestre Funakoshi no
paraíso, neste dia haverá lá no alto um kumite sagrado. E será pior para
mim (COMBAT SPORT, 1987, p. 12).
52
Kihon
Kata
Além dos cinco Heian Kata (básicos), existem outros Kata na escola Shoto-kan,
somando um total de 26 kata. São eles: os Tekki, Kata avançados e Kata superiores.
Kumite
O Karate-Dō não é apenas uma luta, mas uma arte marcial que proporciona ao
praticante o domínio sobre si mesmo, tanto no aspecto físico como no psicológico,
permitindo uma maturação do praticante no campo psicomotor. O espírito que direciona
essa arte é sem dúvida a auto-superação, tornando-a muito mais que um esporte de
combate. Busca a intuição e o discernimento perante uma situação de real de perigo,
possibilitando ao praticante captar a intenção do adversário, avaliando a situação, para só
então tomar uma atitude correta e consciente. Este fato comprova que sua prática está além
do confronto físico e sim em busca de uma filosofia de vida.
a ser ensinado pela área de Educação Física em nível de escola e em outros ambientes da
educação não formal. Tradicionalmente presente no meio escolar da Educação Física, o
conteúdo esportivo apresenta uma diversidade de manifestações, quer seja quanto a sua
forma de organização pedagógica para a aprendizagem (iniciação ou estimulação esportiva,
aprendizagem, aperfeiçoamento e treinamento), quer seja na distribuição do seu ensino nos
diferentes níveis escolares, quer na definição de qual saber esportivo deve adentrar a escola
(SBP, 2006).
[...] mais do que ter um corpo que se usa como objeto ou como instrumento,
o homem precisa ser corpo, realizando a autoconstrução corporal da
consciência de si e da expressividade relacional, vivendo o corpo como um
trabalho e lazer, com o gesto, harmonia, arte e espetáculo.
O presente estudo tem como objetivo analisar o perfil psicomotor dos indivíduos
de 8 a 10 anos de idade, de ambos os sexos, praticantes de Karate-Dō, alunos do Programa
Esporte na Comunidade da Secretaria de Esporte e Lazer – Fortaleza/CE.
5.2 Participantes
2050, agrega os bairros da Aldeota, Dionísio Torres, Joaquim Távora, Pio XII, Jardim
América e Centro, daí a variação de níveis sócio-econômico dos participantes.
Para assim proceder, fazia-se também importante mostrar que os sujeitos dos
dois grupos em estudo, masculino e feminino, eram do mesmo nível de graduação em
relação aos critérios estabelecidos no início do trabalho (tempo de prática e ausência de
problemas neurológicos e sensoriais), como também de outros fatores (idade mínima de 96
meses e máxima de 120 meses, sem histórico de complicações gestacionais e parto,
conforme conversa com os pais).
* Utilização de Espaços:
- Escolar;
- Familiar;
- Desportivo (clube);
- Rua;
- Parques infantis.
Esta etapa tem como meta principal a adaptação entre professor e alunos,
visando desenvolver a confiança mútua e introduzir os conhecimentos iniciais do Karate-Dō
associados à Psicomotricidade.
Esta etapa tem como objetivo apresentar os alunos aos fundamentos do Karate-
Dō (disciplinares, filosóficos, técnicos e educacionais).
3ª Etapa: Inserção
Pode-se optar nas aulas por Kihon (estudos dos fundamentos), Kata (luta
imaginária), Kumite (estudo das técnicas de luta) e finalizar restabelecendo a calma e
apresentando considerações finais da aula, citações dos ensinamentos (Dojo-kun - lema do
praticante) e cumprimento final.
No final das 39º seções, cada criança foi avaliada direta e individualmente ao
longo de um circuito psicomotor preparado para este trabalho e o tempo de cada seção foi
de aproximadamente 50 minutos.
5.4 Instrumentos
Atividade Deslocamento para frente, com ajuste de base Zenkutsu-dachi que possibilite
66
Se a criança realiza a tarefa com um controle correto nos três percursos, com
4 contagem perfeita do número de passos e com preciso cálculo viso-espacial e,
concomitante, ajustamento inicial e final para as passadas.
trás é fletido para o lado e contrai-se fortemente para fora. O quadril encaixado assenta o
tronco perpendicular ao solo.
NÍVEL M F
4 5 3
3 5 1
2 0 1
1 0 5
NÍVEL M F
4 3 5
3 6 3
2 1 2
1 0 0
NIVEL M F
4 1 0
3 2 0
2 2 1
1 5 9
2º nível - prazer-desprazer;
O prazer de pressionar: essa vivência lhe reenvia sensações de limite e de unidade, Karate-
Dō: podem ser viveciadas nos agarres e imobilizações;
O prazer de cair: que lembra as vivências de ruptura tônica da criança em sua primeira
infância, quando era carregada nos braços. Se a criança foi bem apoiada, experimentará
grande prazer nos jogos de queda.Karate-Dō: na execução de rolamentos.
O prazer de equilibrar-se: do nascimento até o primeiro ano de vida, a criança prepara sua
musculatura e sua estabilidade para iniciar a marcha. A vivência de situações prazerosas de
equilíbrio ajudará a unificar seus hemicorpos, a ter uma maior disponibilidade e uma maior
harmonia. Karate-Dō: utiliza três tipos de equilíbrio, isto é, Equilíbrio Dinâmico através dos
movimentos contínuos; Equilíbrio Estático através das bases e o Equilíbrio Recuperado
proveniente dos saltos.
O prazer de conquistar a altura: aparece quando a criança se sente segura sobre o solo e
em seus deslocamentos. Isso lhe facilita a utilização de objetos duros, tais como escadas,
bancos, planos inclinados, etc. Karate-Dō: monta-se circuitos de progressão onde a criança
utiliza os objetos mencionados acima e outros..
O prazer de unificar os dois lados do corpo: nos primeiros momentos de vida da criança, o
sistema nervoso está em pleno processo de mielinização. É necessário que tenha
aproximadamente 3 anos para que vivencie a simetria do seu corpo. A maturação e a
relação que estabelece com seu meio favorecem essa unificação.Karate-Dō: é de extrema
importância para o karateca, pois os movimentos de ataque e defesa tem que ser utilizados
de forma igual de ambos os lados.
O prazer de saltar sobre superfície dura: a criança experimenta um bem estar em nível
cinestésico, devido a grande pressão que realiza com os apoios. Essa ação repercute em
todo corpo.Karate-Dō: chutes denominados top-geri e na execução de alguns kata.
O prazer de andar e de correr: a marcha implica a conquista do mundo pela criança; correr o
mais rápido possível, alcançar aqueles objetivos que até o momento eram
inacessíveis.Karate-Dō: realiza-se com aquecimento e ludicidade.
A partir dos resultados obtidos percebe-se que estes dados se coadunam com os
aspectos ora citados por Aucouturier (1993) visto que as técnicas desenvolvidas e aplicadas
do Karate-Dō podem propiciar um melhor desenvolvimento de aspectos psicomotores.
Abaixo apresentamos uma tabela com os dados finais reunidos para efeito de
comparação entre as atividades.
4 8 8 1
3 6 9 2
2 1 3 3
1 5 0 14
pessoal. O instrumento utilizado para coleta de dados foi a Bateria Psicomotora de Fonseca
(2012) e técnicas de Karate-Dō.
Os meios para que isto seja possível são, além do espaço familiar e escolar, o
espaço de recreio e jogo, local onde o convívio e a animação sócio-cultural têm lugar.
Decorre disto a nossa recomendação, em especial a este fator psicomotor.
75
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A evolução humana nasce por conta dos obstáculos que nos deparamos os quais
nos obrigam a buscar soluções. Desta forma, utilizamos em nossa didática situações que
remetem a obstáculos, tanto cognitivos quanto afetivos, permitindo uma educação
psicomotora relacionada às necessidades de movimento infantil através de experiências
com o Karate-Dō e a Psicomotricidade, no intuito de recuperar o espaço perdido da criança
em relação a rua, a qual em outrora era a principal aliada para o desenvolvimento espaço-
temporal da criança.
que Karate-Dō pode ter um papel primordial, no qual o profissional em consona ncia com a
Psicomotricidade pode atuar selecionando conteúdos curriculares adequados, a fim de
propiciar o desenvolvimento e a aprendizagem da criança.
Existe hoje no meio das artes marciais uma carência em relação à pesquisa
cientifica, há falta de trabalhos de confiabilidade acadêmica para dar maior embasamento ao
desenvolvimento deste trabalho, fato que demonstra a necessidade de novas pesquisas e
registros
REFERÊNCIAS
ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. Rio de Janeiro: Wak, 2003.
_______. Lei Federal nº 9.615. Sistema Brasileiro do Desporto. Brasília: MEC, 1998.
Conselho Regional de Educação Física da 14ª Região – Goiás e Tocantins. Portal EFBR.
78
FERREIRA NETO, Carlos Alberto. Motricidade e Jogos na Infância. São Paulo: Sprint,
2001.
FUNAKOSHI, Gichin. Karate-Dō. Meu Modo de Vida. São Paulo: Cultrix, 1999.
ROSA NETO, Francisco.Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.
SOUZA, B. P. (org.). Orientação à queixa escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2007.
ANEXOS
82
Anexo 01
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – UECE
TERMOS DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Anexo 2
PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO
DESENVOLVIMENTO CONCEITO
EQUILÍBRIO ESTÁTICO - EE
EQUILÍBRIO DINÂMICO - ED
ESTRUTURAÇÃO
ESPAÇO-TEMPORAL - EET
EE ED EET
Posicionamento na base
Hanmi-dachi, 70% do peso do Deslocamento em base
Deslocamento para frente, com
corpo concentra-se na perna da zenkutsu-dachi, depois
ajuste de base Zenkutsu-dachi
frente e 30% na perna de trás e Kokutsu-dachi, realizando a
que possibilite analisar os
os calcanhares se mantém na contagem conforme descrito
aspectos descritos acima:
mesma linha, braços na lateral acima
do corpo.
PERFIL CONCEITO
Perfil apraxio (fraco) 1
Perfil dispraxio (satisfatório) 2
Perfil eupraxio (bom) 3
Perfil hiperpraxio (exelente) 4
OBSERVAÇÕES:
84
Anexo 3