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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO
Por:
Francisco de Assis Andrade
Orientado por:
Jose Henrique dos Santos
Aos meus pais, irmão, e a toda minha família que, com muito carinho e apoio, não
mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida, e são os
maiores responsáveis por todas as minhas conquistas.
Ao professor Claudio Castro, pelo estimulo, pelo apoio, pela compreensão e pela
amizade.
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LISTAS DE ANEXOS
ii
LISTAS DE TABELAS
Página
iii
ÍNDICE GERAL
CAPITULO I Página
1. O Problema.................................................................................................. 7
1.1 Introdução.................................................................................................. 7
1.2 Objetivos.................................................................................................... 7
1.3 Justificativa................................................................................................ 8
CAPÍTULO II
2. Revisão de Literatura.................................................................................. 9
2.1 Motivação.................................................................................................... 9
2.2 Motivação extrínseca e intrínseca........................................................... 11
2.3 Teoria da orientação às metas................................................................. 12
2.4 Clima motivacional.................................................................................... 16
2.5 Competência percebida............................................................................ 18
CAPÍTULO III
3. Metodologia................................................................................................. 22
3.1 Modelo de estudo...................................................................................... 22
3.2 Amostra...................................................................................................... 22
3.3 Amostragem............................................................................................... 23
3.4 Instrumento................................................................................................. 23
3.5 Procedimentos de campo.......................................................................... 24
3.6 Análise dos dados...................................................................................... 24
CAPÍTULO IV
iv
4.6 Validação da estrutura e concepção semântica do Questionário de
percepção de sucesso................................................................................... 31
4.6.1 Análise fatorial........................................................................................ 33
4.6.2 Consistência interna e homogeneidade dos itens.............................. 34
CAPÍTULO V
5. Conclusões................................................................................................. 36
5.1 Referências............................................................................................... 40
v
CAPÍTULO I
O PROBLEMA
1.1 Introdução
Dessa forma, torna-se relevante investigar a motivação entre jovens escolares tendo
em vista a importância que passa a ter para os professores atuarem no sentido de
promoverem um clima motivacional voltado para a maestria nas aulas de educação
física escolar. Além disso, a associação positiva da competência percebida dos
sujeitos com a manutenção de uma atitude positiva frente à atividade física colabora
para que os mesmos se mantenham ativos e busquem a prática de atividade física
quer como lazer, quer como meio de manter-se saudável.
1. 2 Objetivos
Considerando as fases anteriores desta pesquisa, os objetivos
referentes as duas dimensões da pesquisa são os seguinte:
1.2.1. Verificar se existem relações significativas entre os índices de percepção
pessoal de competência e percepção de sucesso dos sujeitos de cada classe
1
de atuação (atletas e alunos) e em função das variáveis demográficas;(sexo e faixa
etária ou estágio de desenvolvimento)
1.2.2. Validar a estrutura e concepção semântica do Questionário de
Percepção de Sucesso (Perception of Success Questionnaire - POSQ) para a
realidade brasileira;
1.2.3. Validar estatisticamente a versão do Questionário de Percepção de
Sucesso adaptada para o contexto brasileiro.
1.3 Justificativa
2
CAPITULO II
REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Motivação
A motivação vem sendo objeto de muitos estudos nas últimas décadas devido
ao fato de que representa o impulso que rege as ações e comportamentos humanos.
No do ambiente esportivo é estudada no intuito de ajudar professore/treinadores a
compreender todo o contexto em que se dá a motivação dos alunos e atletas para
assim contribuir para melhoria do seu desempenho (CAETANO E JANUÁRIO,
2009). Copetti (2005) afirma que o fenômeno da motivação no âmbito da educação
física vem sendo estudado para entender o comportamento de um individuo em um
ambiente esportivo.
Ainda, contribui também quando associa motivação com a palavra motivo, pois o
comportamento motivado é direcionado por um motivo, e classifica estes motivos em
categorias: Impulsos básicos, motivos sócias, motivos para a estimulação sensorial,
motivos de crescimento e ideias como motivo.
Para Faria (2004) um ‘motivo’ é um fator interno que dá início, dirige e integra
o comportamento de uma pessoa. A palavra motivação significa, etimologicamente,
mover para a ação, é o que impulsiona o individuo a agir de determinada forma.
Levando isto em consideração em um ambiente esportivo ou escolar o
treinador/professor precisa manter seus alunos motivados para que estes realizem
as tarefas propostas com empenho e durante o período necessário, considerando
também a individualidade biológica, psicológica e social dos indivíduos, pois é
incomum encontrar alunos com o mesmo grau e habilidade, cabendo ao professor
identificar em que níveis estes se encontram e criar assim um clima motivacional que
não subestime os mais aptos e não desestimule os menos aptos (CAETANO e
JANUÁRIO, 2009). A fim de entender a motivação de uma pessoa, devemos
entender o que o fracasso e o sucesso significam para ela e a melhor forma de
entendê-lo é examinar como as metas de orientação interagem e em que nível está
a sua percepção de competência (FARIA, 2004). É importante também saber-se que
existem dois tipos de motivação: extrínseca e intrínseca.
Bergamini (1990, p. 29) cita Handy (1989) quando apresenta outro olhar sobre
a motivação, mais geral e amplo em que afirma “Se pudéssemos compreender, e
então prever os modos como os indivíduos são motivados, poderíamos influenciá-
los, alterando os componentes desse processo de motivação [...]”. O autor afirma
que é impossível caracterizar um perfil motivacional e que esta tentativa é imperiosa.
A motivação se dá de forma absolutamente individual e que um exame dos
diferentes enfoques da motivação na verdade é a transposição dos seus próprios
objetivos
Segundo Santos (2007), quando o sujeito está envolvido com a tarefa, busca
o aperfeiçoamento individual através da capacidade de auto-superação no
envolvimento com a tarefa. Já o indivíduo motivado mediante a orientação para o
ego avalia sua capacidade comparando-a com a habilidade de outros, estando,
portanto, a competitividade muito presente. O autor ainda afirma que as orientações
são escolhas pessoais dos indivíduos tendo por base as experiências anteriores,
valores e situação em que estão envolvidos. Segundo o autor “as orientações às
metas são fundamentadas de forma ortogonal” (p.35), ou seja, um indivíduo pode ter
ao mesmo tempo um alto grau de envolvimento com a tarefa e com o ego ao mesmo
tempo ou baixo das duas e também pode ser elevado em uma e baixo na outra.
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ficou evidente a inexistência de correlação significativa entre os valores relativos aos
fatores examinados, o que reflete a ortogonalidade existente entre os dois critérios
de sucesso (ego - tarefa).
Souza (2006) afirma que quando uma criança percebe o clima motivacional
voltado para a maestria é provável que ela tenha elevados níveis de motivação
intrínseca. O autor ainda traz dados de que um clima motivacional orientado para a
maestria pode proporcionar o que ele chama de processos adaptativos de
aprendizagem, em que o sujeito prefere atividades desafiadoras para melhorar o seu
nível de habilidade. Esta ideia corrobora a pesquisa de Duda (1987) Roberts (1992
apud Souza 2006) que acreditam que este ambiente é capaz de manter o individuo
engajado nas atividades propostas por maior tempo sem desistir diante das
primeiras dificuldades. Ao persistir na tarefa pode ser que a criança ou adolescente
adquiram mais confiança em suas habilidades.
Enfim, tanto para se formar atletas de alto nível quanto para formar um
cidadão é necessário mantê-los motivados para que pratiquem o desporto com
prazer e engajamento. No entanto é importante que o técnico ou professor tenham
conhecimento da sua responsabilidade na criação do clima motivacional e de que
este orientado para a maestria é o que apresenta as melhores condições para o
desenvolvimento das habilidades requeridas sejam ela físicas, cognitivas ou
psicológicas, para que o indivíduo se mantenha no esporte com prazer por toda a
sua vida.
11
contexto motivacional orientado para a maestria, enquanto em níveis moderados
orientado para o ego, revelando um contexto motivacional que proporciona ajuda
mutuo entre os atletas, baixos níveis de ansiedade, engajamento nas atividades,
associação do esporte como prática prazerosa e elevados níveis de motivação
intrínseca.
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(b) dificuldades ou desafios associados à execução da tarefa; (c) suporte e interação
social com outros que são significativos para a criança (pais, professores, pares
entre outros); e (d) motivação intrínseca.
Indivíduos que não tem conhecimento das suas capacidades atuais são
vulneráveis a subestimar ou superestimar estas capacidades, que são formas de
julgamento decisivas na aprendizagem do indivíduo. Ou seja, superestimar a
competência leva o indivíduo a expectativas não realistas no desempenho de tarefas
e fracassos no processo. Quando o indivíduo subestima sua capacidade, este
comportamento conduz a baixas expectativas no cumprimento da tarefa o que
influenciará sua motivação. A percepção que o individuo possui sobre sua
competência, é, portanto, fundamental no estudo motivacional.
13
instrumentos criados por Harter contemplarem números distintos de domínios para a
mensuração do autoconceito na infância e adolescência”.
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CAPÍTULO III
METODOLOGIA
3.2 Amostra
A amostra deste estudo foi constituída por 731 jovens atletas escolares, com
média de idade 14,87 ± 2,70 de ambos os sexos, sendo que 402 (55%) de meninos
e 329 (45%) de meninas. Os participantes foram subdivididos em duas classes
distintas: Jovens escolares (N = 207. 28,3% da totalidade) que são os indivíduos que
somente possuem o contato com atividades físicas nas aulas de Educação física
escolar. Já o outro sub -grupo, jovens atletas (N= 523 . 71,5% da totalidade) , além
do contato com atividades físicas nas aulas, também possuem treinamentos
específicos em determinadas modalidades esportivas fora do horário escolar,
caracterizando assim algum nível de sistematização de treinamentos e certa
experiência no esporte
Variáveis F %
3.4 Instrumento
18
CAPÍTULO V
19
Na comparação entre as percepções de competência de ambos os sexos, foi
encontrada diferença estatística significante, meninos (3,60±045) e meninas
(3,50±0,52) com t=2,72 P≤ 0,01
20
Total 523 4,1034 ,55286
10-12 102 3,7588 ,48038
Índice médio de13-15 180 3,6878 ,45288
percepção de16-18 172 3,6616 ,41764
competência 19ou mais 69 3,7319 ,43199
Total 523 3,6989 ,44472
21
mais), esta competência é percebida em função do próprio esforço do individuo nas
realizações da tarefa, portanto, uma competência percebida mais próxima da
realidade.
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que sugere que com a crença sobre o controle desta competência irá induzir estes
alunos a autos níveis de motivação intrínseca, que resultará em um indivíduo
persistente nas atividades a com sentimentos de sucesso e realização em relação
às atividades realizadas.A idade media deste grupo é de 14,19 ± 2,08 com moda=
15, sendo 106 meninos e 101 meninas.
24
4.6. Validação da estrutura e concepção semântica do questionário de
percepção de sucesso (POSQ)
A análise das médias dos itens e dos respectivos desvios-padrão indica, por
um lado, que na maioria dos itens que constituem a escala de orientação para o ego
a média de resposta dos alunos (entre 2,53 e 3,67) se situa ligeiramente abaixo ou
acima de uma pontuação intermédia (atendendo a que se trata de uma escala tipo
Likert de 5 pontos); e, por outro, que na globalidade dos itens que integram a escala
de orientação para a tarefa a média de resposta dos estudantes se encontra muito
acima de uma pontuação intermédia (desde 3,93 até 4,10), ou seja, aproxima-se dos
valores máximos de pontuação para cada resposta
Tabela 8. Análise descritiva dos itens da versão adaptada ao contexto brasileiro do
questionário de percepção de sucesso.
Desvio
N Mínimo Máximo Padrão Variância Média
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item 10 731 1,00 5,00 3,6709 ,96733 ,936
26
O fator 2, que explica 18,52% da variância dos resultados, encontra-se ligado a
objetivos de orientação para o ego. Na verdade, este fator é saturado pelos 6 itens
que integram a sub-escala de orientação para o ego, situando-se os valores desses
pesos entre,397 e ,600. A tabela 9 mostra as saturações fatoriais dos 12 itens, bem
como a percentagem explicada por cada um dos dois fatores e os respectivos
valores próprios
Componentes
Item 1(Tarefa) 2- (Ego)
Ultrapasso as dificuldade (tarefa) ,722 ,071
atinjo meus objetivos pessoais (tarefa) ,710 ,009
eu atinjo um objetivo (tarefa) ,684 -,024
eu demonstro clara melhoria no meu rendimento (tarefa) ,668 -,027
eu trabalho realmente duro (tarefa) ,610 ,101
eu rendo ao máximo de minhas capacidades (tarefa) ,518 -,140
eu sou claramente superior (ego) -0,161 ,600
eu sou o melhor (ego) -0,222 ,598
eu mostro as outras pessoas que sou o melhor (ego) -0,466 ,552
eu derroto outras pessoas (ego) -0,482 ,545
eu rendo mais que meus adversários (ego) -0,58 ,496
eu ganho (ego) -0,537 ,397
Valor próprio 3,26 2,22
No fator tarefa foi obtido um Alfa de 0,732, sendo importante ressaltar que
nenhum item foi excluído nesta etapa. No fator ego foi obtido um alfa de Cronbach
de 0,758, onde nenhum item precisou ser excluído.Cabe destacar que o índice de
Alfa de Cronbach desejável para validação é 0,7.
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Observou-se na análise do KMO uma consistência interna acima do mínimo
esperado de 0,7 (KMO= 0,808), sendo que nenhum item precisou ser excluído pois
todos atingiram índices superiores a 0,3 nesta análise.
No gráfico Scree Plot (abaixo) observa-se que o cálculo realizado indica uma
escala em dois fatores. Estes fatores são EGO: e COMPETÊNCIA.
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CAPÍTULO V
5.1 Conclusões
Tendo em vista que a competência percebida pelo aluno pode influenciar sua
percepção de sucesso, analisamos as relações existentes entre a percepção de
competência e de sucesso destes alunos atletas.
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A percepção pessoal de competência de todo o grupo demonstrou escores
médios acima dos valore medianos, embora estes valores sejam considerados
moderados, pode-se concluir que o grupo apresenta um sentimento de competência
elevado, e por este motivo tendem persistir nas atividades propostas e não desistir
diante as dificuldades encontradas (VALENTINI, 2OO6). O nível de percepção de
competência foi maior entre os meninos quando comparado às meninas com
resultados estatisticamente significantes. Este resultado corrobora os achados de
outros estudos tanto nacionais, quanto internacionais. Estes resultados podem ser
explicados pelo fator cultural, em que meninas são privadas ou desestimuladas de
vivências motoras por conta de uma repressão social.
30
domínio da tarefa foi diretamente associada aos maiores valores de percepção de
competência dos alunos investigados.
32
5.2 Referências
34
Anexo I
Perception of Success Questionnaire – POSQ
35
36
Anexo II
Questionário de Percepção de Competência
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Sexo: Masculino Feminino Idade: _________anos
questão apresentada:
Não
Discordo Discordo concordo Concordo Concordo
totalmente nem totalmente
discordo
1- Eu me considero um
atleta muito habilidoso na
modalidade que pratico.
2- Os meus pais acham
importante que eu pratique
esportes.
3- Algumas vezes eu tenho
dificuldade em realizar as
tarefas com sucesso no
treinamento.
4- O meu técnico me
considera um atleta muito
habilidoso.
5- Eu aprendo com muita
facilidade as atividades
durante treinamento.
6- Os meus colegas de
equipe me consideram um
atleta pouco habilidoso na
modalidade que pratico.
7- Em geral, nos
treinamentos eu consigo
realizar as tarefas com
sucesso.
8- Em geral, nos jogos eu
fico mais na reserva.
9- Eu tenho um bom
desempenho mesmo em
outros esportes que eu
não gosto muito.
10- Eu me considero um
atleta mais vencedor do
que perdedor
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Anexo III
Termo de consentimento Livre e Esclarecido
39
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Instituto de Educação
Departamento de Educação Física e Desportos
40