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CENTRO DE EDUCAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE
FORTALEZA – CEARÁ
2020
MARIA ERICA MOURA DE AQUINO
FORTALEZA – CEARÁ
2020
MARIA ERICA MOURA DE AQUINO
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________
Prof.ª M.ª Raimunda Cid Timbó (Orientadora)
Universidade Estadual do Ceará – UECE
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Prof.ª M.ª Dayse Campos de Sousa
Universidade Estadual do Ceará – UECE
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Primeiramente a Deus, que sempre me deu força e garra para lutar por todos os meus sonhos,
e a conquistá-los.
A minha família, que sempre acreditou em mim, me apoiando. Ao meu esposo que faz parte
de cada conquista e vibra com cada vitória.
E as crianças com TEA, que me fazem enxergar um mundo com outros olhos.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 7
2 OBJETIVOS............................................................................................................... 10
2.1 Objetivo geral ............................................................................................................. 10
2.2 Objetivos específicos.................................................................................................. 10
3 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 11
3.1 Fundamentos históricos da psicomotricidade ........................................................... 11
3.2 Áreas de atuação da Psicomotricidade ...................................................................... 15
3.3 Desenvolvimento Psicomotor ..................................................................................... 16
3.4 Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) Definições e características ................. 17
3.5 Psicomotricidade e desenvolvimento de crianças com Transtorno do Espectro
Autista TEA................................................................................................................. 25
4 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 32
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 34
7
1 INTRODUÇÃO
orientação para beneficiar crianças com TEA, pais, familiares e rede de apoio, são vários os
motivos dessas dificuldades e vão desde problemas mais sérios de incapacidade intelectual,
até pequenas desadaptações que, quando não cuidadas, se transformam em obstáculos para
uma aprendizagem significativa. (OLIVEIRA, 1997).O transtorno do espectro autista, em
função de suas características, exige um acompanhamento permanente, com estratégias de
intervenções que dêem respostas as necessidades e aos déficits apresentados (FERREIRA,
2016).
Estas intervenções devem “[...] estimular as áreas da cognição, socialização, da
comunicação, da autonomia, do comportamento, do jogo e das competências educacionais”
(FERREIRA, 2016, p. 12).
Várias são as abordagens neuropsicológicas, de intervenção que procuram dar
respostas a desafios associados a esta perturbação. Deste modo, a intervenção, através da
psicomotricidade pode ajudar a diminuir os comportamentos associados ao autismo, e
apresentar estratégias que promovam maior independência e apresentem respostas adequadas
às necessidades das crianças com o transtorno do espectro do autismo. Diante de suas
características, as pessoas com autismo necessitam de tratamentos e técnicas de aprendizagem
apropriada para minimizar as suas dificuldades e potencializar as suas habilidades positivas
(GAUDERER, 1997).
A esse respeito Levin (2011) discorre que: “apesar de muitas vezes a intervenção
do psicomotricista ser requerida para intervir clinicamente em casos de autismo e psicose, a
bibliografia e casuística sobre esta temática é escassa no âmbito psicomotor” (LEVIN, 2011,
p. 191).
Para melhor explanação e compreensão do conteúdo, esta pesquisa está
organizada em três seções que respondem ao problema de pesquisa. Na primeira seção
apresenta-se um breve histórico da Psicomotricidade, bem como seus conceitos, na segunda
seção cita-se o Autismo até a mudança para o termo TEA, bem como suas definições e
características, na terceira seção busca-se compreender a contribuição da Psicomotricidade
para o desenvolvimento de crianças com TEA.
Na elaboração do trabalho, a metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica,
pois justifica e norteia o trabalho proposto, e a necessidade de fundamentação e de subsídios
teórico-científicos sobre a relação da psicomotricidade e o desenvolvimento psicomotor da
criança com transtorno do espectro autista. Segundo Fonseca (2002) citado por Gerhardt e
Silveira (2009), a pesquisa bibliográfica é realizada a partir de publicações previamente
analisadas, que podem ser encontradas em meios eletrônicos e escritas, artigos publicados nos
9
sites Google acadêmico e Scielo, Também utilizou como referenciais as teses, dissertações e
livros com a temática. Estudo de caráter descritivo de natureza qualitativa, a pesquisa
qualitativa se caracteriza, segundo Gerhardt e Silveira (2009, p. 31), em não se preocupar
“com representatividade numérica, mas sim, com o aprofundamento da compreensão de um
grupo social, de uma organização”, proporcionando uma melhor visão e compreensão do
contexto do problema.
Nesta pesquisa foi feito estudo bibliográfico de autores como FONSECA (2008),
LEVIN (2001), AUCOUTURRIER (1986), MARQUES (2000), SIEGEL (2008) e BRAGA
(2018) dentre outros, a cerca da contribuição da psicomotricidade para o desenvolvimento
psicomotor de crianças com Transtorno do Espectro Autista. A partir da leitura bibliográfica
levantada, constitui-se o referencial teórico necessário para uma visão geral do tema.
10
2 OBJETIVOS
3 REVISÃO DE LITERATURA
muitos desses professores centravam sua prática pedagógica nos fatores ligados à execução
dos movimentos, tendo como principal objetivo de sua ação educativa chegar à perfeição
desses movimentos, de forma mecânica.
A Psicomotricidade tem por objeto de estudo a globalidade do ser humano, no
plano teórico e prático, ela combate a dicotomia do soma e do psíquico, ensaiando pelo
contrário a sua fusão e unificação complexa e dialética (FONSECA, 2007, p. 36).
Desse modo a Psicomotricidade de Le Boulch (1983) justifica sua ação
pedagógica colocando em evidência a prevenção das dificuldades pedagógicas, dando
importância a uma educação do corpo que busque um desenvolvimento total da pessoa, tendo
como principal papel na escola preparar seus educandos para a vida, utilizando métodos
pedagógicos renovados, procurando ajudar a criança a se desenvolver da maneira possível,
contribuindo dessa forma para uma boa formação da vida social.
No entanto, entende-se que psicomotricidade é uma prática que trabalha com
diferentes perspectivas como, por exemplo, educação, reeducação e terapia e clínica
psicomotora com seus métodos e técnicas próprias, com finalidade de auxiliar a criança
aprender e integrar sua corporeidade.
Para a psicomotricidade, o corpo é o meio pelo qual o indivíduo se exprime. Levin
(2001) diz que o indivíduo fala através do seu corpo, ou seja, das variações tónico-motoras,
do movimento, dos gestos e das posturas.
Seixas, citado por Gonçalves (2011), ressalta que a psicomotricidade é uma
possibilidade de intervenção com crianças autistas, uma vez que promove o desenvolvimento
em várias características que estas crianças apresentam como, por exemplo, nos movimentos
estereotipados, que fortalecem a interiorização da criança ao se movimentar em torno de si
mesma e dificultam a relação desta com o mundo exterior. A psicomotricidade irá facilitar o
processo de aprendizagem, uma vez que por meio de vivências corporais,trabalha a
consciência corporal, a afetividade, a cognição e a motricidade.
O termo Psicomotricidade tem como significado “A capacidade de determinar e
coordenar mentalmente os movimentos corporais; a atividade ou conjunto de funções
motoras.” (FERREIRA, 2009, p. 1654).
De acordo com Marques (2010), a conquista do vínculo e da comunicação pode se
tornar difícil, devido à dificuldade que a criança autista tem em descentrar-se de seu próprio
corpo e abrir espaços para novas relações.
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Podemos dizer que existe uma conexão entre nossa mente, nosso corpo e nossas
emoções, através da psicomotricidade podemos estudar o corpo, mente e emoção, de acordo
com a nossa forma de agir e pensar, de maneira ordenada e organizada tornando melhor sua
interação no espaço social.
Caracteristicamente, podemos dizer, então, que a psicomotricidade, através de
atividades afetivas e psicomotoras, constitui-se num fator de equilíbrio na vida das pessoas,
expresso na interação entre o espírito e o corpo, a afetividade e a energia, o indivíduo e o
grupo, promovendo a totalidade do ser humano.
É interessante notar que a função das atividades da psicomotricidade é bem ampla
e pode abranger vários aspectos da criança, considerando também as especificidades que o
autismo se manifesta nas crianças.
Uma criança ao perceber os estímulos do meio através dos seus sentidos, suas
sensações e seus sentimentos, age sobre o mundo e os objetos que o compõem através do
movimento do seu corpo, esta experienciando, ampliando e desenvolvendo suas funções
intelectivas. Vale ressaltar que é por meio da psicomotricidade que a criança com autismo tem
a percepção do seu corpo e do espaço em que está, no entanto, falar de psicomotricidade é
falar de possibilidades.
14
1
Ver Elsabbagh et al. (2012) para uma revisão.
20
interação social pode ser considerado uma das principais características da criança com
autismo e é descrita pela falta de resposta aos estímulos de carinho, atitudes que expressam
idéia de estarem ignorando as pessoas, isolamento, dificuldades no contato visual e em fazer
amizades. Nesse sentido Schwartzman (1994) discorre que:
[...] Crianças autistas parecem não perceber os sentimentos dos outros em relação
a eles; interpretam a mímica e a tonalidade da voz dos outros de maneira
equivocada. Têm muita dificuldade em fazer amigos e, frequentemente, não
parecem incomodar-se ao menos quando pequenos, com seu isolamento,
parecendo, pelo contrário, que preferem estar sós (SCHWARTZMAN, 1994, p.
16).
apoio muito substancial, para que dessa forma sejam possibilitadas as chamadas habituações
para as demandas que o meio exige.
Diante do que foi apresentado, percebe-se que a forma como o transtorno do
espectro do autismo afeta um indivíduo, pode variar de individuo para individuo. Não se pode
generalizar o sujeito com autismo, considerando que são sujeitos diversos, assim como as
características que podem se diferenciar. Cada situação é singular, podendo ser evidentes ou
não, de acordo com seu nível de comprometimento.
Sendo assim, o transtorno do espectro autista, em função de suas características,
exige um acompanhamento permanente, com estratégias de intervenções que deem respostas
as necessidades e aos déficits apresentados (FERREIRA, 2016).
Esse mesmo autor, fala que as intervenções devem “[...] estimular as áreas da
cognição, socialização, da comunicação, da autonomia, do comportamento, do jogo e das
competências educacionais” (FERREIRA, 2016, p. 12).
Portanto, as características da pessoa com Transtorno do Espectro Autista não
podem ser razão para desistência nos sentidos pessoais, educacionais e profissionais, contudo,
é preciso buscar melhores condições para o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e
motor.
Em se tratando do Autismo nos motivamos cada vez mais em buscar novos
saberes para uma legitimidade da nossa práxis, seja no âmbito escolar ou clinico.
Nesse contexto, propomos oferecer subsídios teóricos as mais variadas categorias
profissionais, que trabalham com psicomotricidade e que serão favoráveis as praticas clinicas
e educacionais das crianças com Transtorno do Espectro do Autismo - TEA.
Para intervir com crianças autistas, é necessário que o terapeuta esteja preparado
não apenas para propor, mas para perceber as dificuldades e as modulações tônicas, e assim
atender as necessidades. Tudo isto inclui além do contato físico, o olhar, a comunicação
verbal, a estimulação e a formação de um vínculo positivo (FALKENBACH; DIESEL;
OLIVEIRA, 2010).
De acordo com as dificuldades observadas para realizar determinadas atividades
do dia-a-dia, ficamos com o questionamento de como a psicomotricidade poderia ajudar as
crianças com TEA.
Realizar trabalhos com o esquema corporal do sujeito com Transtorno do
Espectro Autista (TEA) é de extrema importância, através disso, seus corpos vão poder
responder de forma adequada aos movimentos desejados. Muitas vezes os autistas,
dependendo do nível de gravidade dos sintomas, não têm noção de seus corpos, sendo assim a
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A criança passa de uma situação de dependência das pessoas que cuidam dela, a uma
autonomia completa, do movimento descoordenado e incontrolado, ao controle e à
coordenação quase total. Por isso, os estímulos são extremamente importantes para o
desenvolvimento da criança. O período de zero a seis anos é de grande descobertas e
aprendizagens. É nessa fase que as crianças, normalmente, adquirem a linguagem e as
habilidades motoras.
Desta forma, e sem perder esta característica integrada do desenvolvimento
humano, faremos uma breve apresentação dos diferentes domínios do desenvolvimento
categorizados por Papalia et al. (2001) como sendo os domínios do desenvolvimento físico-
motor, cognitivo e psicossocial.
Sabe-se que há uma interdependência entre o desenvolvimento motor, afetivo e
intelectual da criança, pois nos movimentos ela consegue mostrar os seus desejos, a
afetividade, como interage com o meio em que vive e a possibilidade de comunicação.
a) Desenvolvimento físico-motor
Segundo Tavares et al. (2007) o crescimento do bebê nos dois primeiros anos de
vida é extremamente acentuado em comparação com outros períodos da vida de um ser
humano. Para Matta (2001) e Papalia et al. (2001), o processo de desenvolvimento é gradual.
Quando a criança nasce, tem pouco controle sob o seu corpo e os seus movimentos são
descoordenados. Progressivamente vai-se desenvolvendo, controlando inicialmente o corpo
nos membros superiores (lei céfalo-caudal) e no sentido do centro do corpo para fora (lei
próximo-distal). Sendo competente é capaz de aprender a partir das estruturas a que chega ao
mundo.
b) Desenvolvimento cognitivo
Nos primeiros três anos de vida a criança desenvolve capacidades cognitivas
devido ao interesse que manifesta pelo mundo que a rodeia e à sua necessidade de
comunicação (TAVARES et al., 2007). Por volta dos quatro meses a criança já é capaz de se
concentrar no que vê, toca e ouve, sem perder o controle. Conforme Brazelton (2006, p. 157),
“alguns bebês sorriem e balbuciam naturalmente, absorvendo os sons e imagens, dormindo
regularmente e comendo sem problemas”. A criança aprende rapidamente a usar e
compreender os sinais que são expressos através do comportamento, da expressão corporal e
da postura corporal. Desde o nascimento há uma reação aos ruídos, uma vez que para além do
bebê detectar, ele orienta o olhar e a cabeça em direção à fonte que produziu o mesmo. Para,
além disso, “é capaz de discriminar características rítmicas e melódicas em diferentes tipos de
sequencias sonoras, revelando alterações nas suas respostas” (MATTA, 2001, p. 125).
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c) Desenvolvimento psicossocial
Sabemos que a criança se desenvolve em vários contextos com características
específicas, isto é, com regras, atitudes, valores e modos de estar e ser concretos. Desde o
primeiro dia em que vem ao mundo, o ser humano começa a ter consciência de que existe um
mundo externo a si. É nesse mundo que aprende sobre si, a estar e a comunicar-se com os
outros. Neste sentido, a primeira infância é um período de mudanças significativas no que diz
respeito ao desenvolvimento social.
Nesse contexto, uma conquista situada no domínio do desenvolvimento físico-
motor, permite à criança outras possibilidades de aprendizagem e de, consequentemente,
outros processos de desenvolvimento nos restantes domínios.
Não há padrões de desenvolvimento verdadeiramente iguais em todos os seres
humanos uma vez que “cada criança é semelhante às outras crianças em alguns aspectos, mas
é única em outros aspectos” (PAPALIA et al., 2001, p. 9). O processo de desenvolvimento do
ser humano toma em si as singularidades humanas, as especificidades hereditárias do
indivíduo e aquelas que são resultantes da sua experiência de interação com a realidade social
e física. O processo de desenvolvimento da criança é um processo pessoal, único, situado num
contexto histórico e cultural que, também, o influencia.
Os movimentos apresentam grande importância biológica, psicológica, social,
cultural e evolutiva. Na medida em que nos desenvolvemos, nosso corpo manifesta diferentes
formas de movimentos: dos mais amplos e involuntários aos mais complexos e elaborados,
que são determinados pelas contrações musculares e controlados pelo sistema nervoso.
(NASCIMENTO, 1986). Revela que toda criança que apresenta deficiência intelectual,
apresenta também atraso no seu desenvolvimento motor.
A interferência causada pelo autismo nas áreas de ocupação de uma criança é
extremamente significativa e deve-se principalmente a comportamentos relacionados a déficit
nas habilidades emocionais, cognitivas, motoras, sensoriais e de interação social, neste
sentido, a psicomotricidade envolve o desenvolvimento integrado de habilidades motoras
associado aos aspectos emocionais e cognitivos, com finalidade de melhorar expressões
coordenadas dos movimentos durante uma atividade.
Para Levin (2001) o corpo no autismo permanece mudo, silencioso, carente de
qualquer gestualidade, tanto o corpo quanto as posturas, o tônus muscular, os movimentos, o
silêncio, o espaço e o tempo, estão numa relação de exclusão à formação de uma linguagem.
Desse modo, quando as partes do corpo não são percebidas, podem-se observar movimentos e
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melhorando o cognitivo, sendo um fator de grande relevância para a vida de uma criança com
TEA, visto que, segundo Galvani (2002) é por meio da psicomotricidade que ela tem a
percepção do seu corpo e do espaço em que está, além de promover o desenvolvimento em
várias características, como:
• Movimentos repetitivos/estereotipias: movimentos em torno de si mesmos,
causando a dificuldade da relação deste com o mundo exterior, exemplo:
balançam o corpo para frente e para trás.
• A nível social: poderá não mostrar interesse por brincadeiras, e apresentam
resistência a beijos e abraços. Além disso, podem não levantar os braços quando
uma pessoa tentar pegá-lo no colo.
• A nível de comunicação: são desatentos em relação ao ambiente, evitam
contato visual e guiam a mão das pessoas até o que eles desejam.
• A nível da motricidade: descoordenação motora, distúrbios na praxia fina,
déficit na percepção espaço-temporal, caminham sobre a ponta dos pés e poderão
ter um equilíbrio alterado.
• Hipersensibilidade: poderão não tolerar estímulos como músicas, texturas,
novas experiências ou ambientes, aumentando a hiperatividade.
Com base nas considerações feitas acima, salienta-se que a proposta da
Psicomotricidade é contribuir para o desenvolvimento do corpo fragmentado. Com isso, a
criança com Transtorno do Espectro Autista terá a possibilidade de sentir e vivenciar seu
corpo, e também oferecer oportunidades de vivenciar suas próprias experiências.
A partir disso, a Psicomotricidade contribuirá para melhorar o desenvolvimento
psicomotor da criança com TEA, como:
• Promoção de habilidades motoras, através do desenvolvimento da coordenação
motora ampla e fina.
• Percepção do próprio corpo; conceitos das partes do corpo como um todo;
reprodução de movimentos complexos e diferenciados, ter autoconfiança, por
meio, do desenvolvimento do esquema corporal.
Destaca-se que Psicomotricidade auxilia no desenvolvimento global de crianças
com autismo, justificando, que hoje, a criança com atrasos necessita de um bom
desenvolvimento psicomotor, embora tenha se aperfeiçoado mais para uma melhor adaptação
ao meio em que vive. Necessita ter um bom domínio corporal, boa percepção auditiva e
visual, uma lateralização bem definida, faculdade de simbolização, orientação espaço
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4 CONCLUSÃO
meio que o cerca e todos os estímulos necessários e adequados, para evitar em tempo hábil a
progressão do comprometimento.
É importante salientar que este caminho requer paciência, estimulação e
compreensão por parte do psicomotricista, e que pequenos sinais captados possuem um valor
imenso para o desenvolvimento da criança, evitando posteriormente marcantes prejuízos e
déficits nas habilidades motoras, cognitivas, sensórias, emocionais e sociais. Dificultando ou
atrapalhando a execução de atividades básicas do cotidiano e inadaptação psicomotora.
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REFERÊNCIAS
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BRANCO, M. João do Santos - Saúde Mental e Educação. Lisboa: Coisas de Ler, 2010.
GREENSPAN, S.; WIEDER, S. Engaging Autism – Using the Floortime Approach to Help
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HEWITT, S. Compreender o Autismo – Estratégias para Alunos com Autismo nas Escolas
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