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ARACAJU-SE
2022
DENIS DE LIMA SANTOS LOPES
ARACAJU
2022
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RESUMO
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma categoria que engloba uma série de
transtornos globais de desenvolvimento que podem apresentar diversos graus de
complexidade e gravidade, assim, aqueles que possuem seu diagnóstico positivo
apresentam dificuldades em se comunicar e estabelecer interação social com as
pessoas, comportamentos estereotipados e repetitivos. Ocorre que, em razão de tais
dificuldades, as crianças enfrentam problema no seu processo de escolarização,
empreendendo, na maioria dos casos, em evasão ainda no ensino fundamental. Com
isso, o presente artigo possui como objetivo salientar a Psicomotricidade e a
ferramenta do brincar como metodologias psicopedagógicas eficazes ao
desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social da criança com TEA dentro da
matéria da Educação Física. Nesse ínterim, foi empreendida pesquisa exploratória
qualitativa através da coleta bibliográfica, na qual resultou na sapiência que o efetivo
manejo da Psicomotricidade oferta a essas crianças não apenas o desenvolvimento
de competências, mas também minimização da hiperatividade e impulsividade
inerente ao quadro de TEA.
ABSTRACT
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Psychomotricity offers these children not only the development of skills, but also the
minimization of hyperactivity and impulsivity inherent to the ASD framework.
1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
Sob esse aspecto, válido ainda é suscitar a atual conceituação pelo DSM-V
acerca do diagnostico do Transtorno de Espectro Autista (TEA):
centros acadêmicos devem cotar com recursos, estratégias de ensino e parceria com
a comunidade visando que tais crianças tenham oportunidades de ensino isonômicas
(UNESCO, 1994).
Nesse ínterim, têm-se que a educação inclusiva constrói um sistema de
solidariedade entre crianças com necessidades educacionais especiais e aquelas que
não, criando um ambiente de colaboração e um sistema de aprendizagem que afasta
a exclusão (UNESCO, 1994).
Ressalta-se a inserção de tal conceito de modo efetivo nas escolas apenas
foi dado a partir do ano de 1994, através da Declaração de Salamanca, essa a qual
suscitou desafios de atender as individualidades de aprendizagem dos alunos no
ensino regular (BRASIL, 2008).
A partir desse marco se atenta que o sistema legislativo brasileiro aprovou e
modificou uma série de ordenamentos para fazer valer o direito a educação universal
a todos sem nenhuma distinção e, com isso, faz-se necessário salientar a Lei nº
9.394/1996, essa que instituiu as Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e trouxe um
capítulo exclusivo para a Educação Especial (BRASIL, 2022).
Apenas 05 (cinco) anos após, foi promulgado o Decreto n° 3.298/1999 que
regulamentou a Lei nº 7.853/89, que dispõe sobre a Política Nacional para a
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência.
No que cerne a legislações especificas a pessoas dotadas de Transtorno de
Espectro Autista, em 27 de dezembro de 2012 foi aprovada a Lei n° 12.764 que em
seu Art. 1°, §2°, considera para todos os efeitos legais a pessoa com TEA como
deficiente e, dessa forma, garante o direito a diagnóstico precoce, com atendimento e
tratamento multiprofissional, medicamentos pelo Sistema Único de Saúde, o acesso
à educação e à proteção social, ao trabalho e a serviços que propiciem a igualdade
de oportunidades (BRASIL, 2012).
Os alunos com TEA necessitam ser atendidos, de modo a lograr com o seu
direito a educação inclusivo, com um ambiente de ensino estruturado. Assim, os
profissionais devem ser capacitados ao atendimento das crianças com o supracitado
transtorno, respeitando seu tempo de aprendizagem, dificuldade com linguagem e
interação social (RAVAZZI; GOMES, 2011).
Assim, ocorre que deve ser prosperada os mandamentos da própria
Declaração de Salamanca (1994, p. 8), essa que determina que a matriz escolar seja
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adaptada as necessidades dos seus alunos e não ao contrário e, com isso, devem ser
exercitadas habilidades e competências escolares que estimulem as características
essenciais dos alunos para que esses possam se desenvolver.
Nesses termos, ao que condiz com a Educação física, têm-se que essa é de
extrema necessidade ao aluno para que esse estimule a criança a desenvolver a
criticidade, respeito às diferenças, solidariedade e cooperação, sendo essa de
importância excepcional a alunos com TEA (FERREIRA, 2017).
De uma perspectiva da psicologia e do estudo do desenvolvimento infantil,
compreende-se que o ambiente escolar é o campo no qual é materializada a chamada
teoria sociocultural de Lev Vygotsky. Conforme tal teoria fundada pelo psicólogo
russo, a relação da criança com o meio externo é participativa e ativa, trazendo efeitos
de caráter biológico e maturacional, vez que as crianças adquirem seus valores
culturais, crenças e estratégias de solução de problemas por meio do diálogo e
ensinamento de adultos tidos como os mais sábios da sociedade, ora os professores
(SHAFFER, 2012).
Nessa toada, para Vygotsky, o desenvolvimento da cognição humana é
inerente a uma adaptação sociocultural através da aprendizagem adequadamente
organizada a estimular o avanço interno de cada indivíduo (VYGOTSKY, 2007).
Atenta-se ainda que a métrica de turmas escolares com alunos em faixa etária
iguais está associado a capacidade cognitiva do avanço que aquele individuo pode
apresentar em determinada fase, seguindo um espiral crescente (VYGOTSKY, 2007).
Nesses termos, o perpassar de séries acompanha a idade da criança,
trazendo um grupo de competências que podem ser desenvolvidas em conjunto sob
o estímulo de demais indivíduos da mesma faixa etária.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
brasileira apresenta falta de preparo a receber tais alunos, fator que contribui para a
evasão escolar ainda no ensino fundamental.
A educação deve ser inclusiva e tratar com isonomia os seus alunos e, com
isso, assevera-se a necessidade de metodologias pedagógicas especificas e
individualizadas, visto a amplitude de grau de severidade e complexidade da condição
TEA.
Sob essa expectativa, o presente artigo logrou com explicitar as benesses da
Psicomotricidade, em essencial a ferramenta do brincar, como método nas aulas de
Educação Física. Assim, chegou-se ao entendimento de que essa metodologia não
apenas promove o desenvolvimento de capacidades motoras, cognitivas, de
imaginação, criação, criticidade e biopsicossocial, como também oferece estrutura
basilar para demais aprendizagens.
Dessa forma, é indubitável atribuir que a psicomotricidade quando
desempenhada com planejamento e em espiral crescente, concede a mitigação dos
sintomas da própria patologia, como a hiperatividade, impulsividade e déficit da
interação social.
REFERÊNCIAS
APA. DSM-V. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Trad. Maria
Inês Corrêa Nascimento et al. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. Disponível em:
http://www.niip.com.br/wpcontent/uploads/2018/06/Manual-Diagnosico-e-Estatistico-
de-Transtornos-Mentais-DSM-5-1-pdf. pdf. Acesso em: 20/09/2022.
COSTA, C.R; FERREIRA, M.O; LEITÃO, M.C. Aulas de educação Física: inclusão
escolar de estudantes com transtorno do espectro autista. Revista Educação Online,
Rio de Janeiro, n. 26, dez. 2017. Disponível em: http://educacaoonline.edu.puc-
rio.br/index.php/eduonline/article/ view/341/175. Acesso em: 28/09/2022.