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MORRO AGUDO-SP
2022
FAVENI
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
MORRO AGUDO
2022
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
RESUMO- O presente trabalho apresenta o tema: “O Transtorno dos Espectros Autistas”. Além dos pais,
como sujeitos ativos e fundamentais no tratamento dos TEAS, ressalto neste artigo, a extrema
importância da escola, a qual precisa se adequar no convívio de crianças com TEA e a reformulação do
projeto pedagógico para atender da melhor maneira possível estes alunos. No Brasil, há muitas pessoas
com algum tipo de deficiência, mas, mesmo assim, ainda há muita falta de informação sobre o assunto,
fazendo com que parte da população tenha dificuldade em incluir e se relacionar com pessoas com
deficiência. No sistema educacional é necessário ter um olhar inovador sobre uma proposta, que consiga
romper com o ensino tradicional ao qual todos um dia fomos submetidos. A escola precisa também,
passar por uma mudança de postura e não apenas restringir-se a mudanças de procedimento. É
fundamental que as crianças com Transtorno do Espectro Autista sejam incluídas no projeto político
pedagógico da escola, a fim de avaliar seu perfil inclusivo, bem como se o ambiente escolar lhe é
acessível e acolhedor. Desta maneira, é necessária a construção de ambientes e contextos inclusivos e o
desafio de profissionais e para os pais comprometidos e envolvidos, a fim de promover a autonomia e
independência dessas crianças, sempre respeitando suas diferenças e peculiaridades. Uma sociedade
inclusiva deve ser aquela que reconhece, respeita e responde à diversidade humana. Este estudo visa a
destacar a importância do diagnóstico e do processo de reabilitação dos TEA com base nos avanços
científicos na área.
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Palavras-chave: Família. Escola. Inclusão. Transtorno do Espectro Autista.
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limoraes1976@gmail.com
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, há muitas pessoas com algum tipo de deficiência, mas, mesmo assim,
ainda há falta de informação sobre isso, fazendo com que parte da população tenha
dificuldade em incluir e se relacionar com pessoas com deficiência. É necessário ter
um olhar inovador de uma proposta educacional que rompa com o ensino tradicional ao
qual todos um dia fomos submetidos.
Os pais são sujeitos ativos e fundamentais no tratamento das crianças com TEA
(Transtorno do Espectro Autista), além da importância extrema da escola, a qual
precisa se adequar no convívio com estas crianças. É necessário que a família dê
continuidade as técnicas utilizadas nas aulas no ambiente familiar sem abster-se do
apoio emocional de que o filho precisa.
A escola precisa passar por uma mudança de postura e não apenas restringir-se
a mudanças de procedimentos. É fundamental que as crianças com transtorno espectro
autista sejam incluídas no projeto político-pedagógico da escola, a fim de avaliar seu
perfil inclusivo, bem como se o ambiente escolar lhe é acessível e acolhedor.
É necessário a construção de ambientes e contextos inclusivos e o desafio dos
profissionais e pais envolvidos que promovam a autonomia e independência dessas
crianças, respeitando suas diferenças e peculiaridades.
Uma sociedade inclusiva é aquela que reconhece, respeita e responde à
diversidade humana.
Sem falar que a compreensão e busca de estratégias para uma vida plena,
saudável e melhor na vida dos espectros autistas é possível.
Falar em inclusão da criança com transtorno espectro autista, significa
compreender suas dificuldades, permitir que ela faça parte da sociedade e contribuir
para que sua participação social ocorra.
A interação das crianças autistas ocorre de maneira mais lenta para alguns,
pouco mais rápido para outros e é importante e essencial a presença da família, a qual
dá início a esse processo tão importante da socialização e inclusão social.
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A elaboração de estratégias sem dúvida, é fundamental para que as crianças
espectro autistas possam aprender.
É necessário a implementação da Política de Educação Especial na Perspectiva
da Educação Inclusiva das crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista, pois
este é um fator que sem dúvida, contribui positivamente para a construção de um
sistema educacional universal, público, gratuito e de qualidade, onde a diversidade é
um valor democrático a ser cultivado.
A defesa e garantia da cidadania das pessoas com deficiência, buscam na
educação, uma base de construção de uma sociedade inclusiva.
Os procedimentos metodológicos deste artigo científico serão baseados na
Pesquisa Qualitativa Bibliográfica
2 CONCEITOS DE AUTISMO
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O termo “autismo” passou por diversas alterações ao longo do tempo, e
atualmente é chamado de Transtorno do Espectro Autista (TEA) pelo Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) (APA, 2014).
As características do espectro são prejuízos persistentes na comunicação e
interação social, bem como nos comportamentos que podem incluir os interesses e
os padrões de atividades, sintomas que estão presentes desde a infância e limitam
ou prejudicam o funcionamento diário do indivíduo (APA, 2014).
No conjunto de sintomas característicos dos TEAS, destacam-se:
perturbações na linguagem, dificuldade para comunicação e comportamentos
estereotipados e repetitivos.
O autismo pode estar em duas ou até seis pessoas em cada mil, ou seja,
uma pessoa em cada cento e sessenta e seis em pesquisa realizada pelo órgão
norte-americano Center of Diesease Control and Prevention em 2011. (OTILIO,
PAULO ,2013)
Nas últimas décadas, a incidência de casos de autismo tem crescido de
forma significativa em todo o mundo (SCHECHTER; GRETHER, 2008).
Em países como os Estados Unidos, a média de idade das crianças
diagnosticadas tem sido de 3 a 4 anos (CHAKRABARTI; FOMBONNE, 2005).
Considerando-se as taxas de 60/10.000 ou a mais recente taxa de 1% se pode
estimar, que entre 1 a 2 milhões de brasileiros preencham critério para o espectro
autista, sendo de 400 a 600 mil com menos de 20 anos, e entre 120 e 200 mil
menores de cinco anos (IBGE, 2000).
As subcategorias fazem parte do TEA, e o comprometimento pode ocorrer em
três níveis de gravidade. No nível um, o indivíduo exige apoio; no nível dois, exige
apoio substancial; e no nível três exige muito apoio substancial (APA, 2014).
O TEA é considerado um transtorno que vai além da sua complexidade,
distante de ser definido com exatidão, pois não existem meios pelos quais se
possa testá-lo, muito menos medi-lo. Em outras palavras, as pesquisas realizadas
atualmente estão distantes no sentido de apresentarem a “cura” para o autismo,
acompanhando o indivíduo por todo seu ciclo vital.
Em 1952, a Associação Americana de Psiquiatria (APA) publicou a primeira
versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM). Nesse
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caso, os sintomas do diagnóstico de esquizofrenia faziam referência às “reações”
psicóticas em crianças (reação esquizofrênica), não apresentando explicações
específicas sobre o autismo (GRANDIN; PANEK, 2015).
De acordo com Volkmar, McPartland e Reichow (2014), em 1968 foi criada a
segunda edição do DSM. Segundo Grandin e Panek (2015), o termo “reação”
referido no primeiro manual foi eliminado, e a classificação passou a ser
“Esquizofrenia tipo infantil”.
A terceira edição do DSM foi publicada em 1980, listando o autismo infantil
em uma categoria denominada Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD). Em
1987, em sua revisão denominada DSM-III-R, foi abordado o termo Transtorno
Autista.
Critérios e diagnósticos específicos foram implementados e divididos em
categorias, em que o sujeito deveria se enquadrar para obter o diagnóstico
(GRANDIN; PANEK,2015). Dessa maneira, o DSM-III e sua revisão foram um marco
importante em termos de revolução no diagnóstico do autismo, pois passou a ser
uma entidade nosográfica.
Já o DSM-IV-TR (APA, 2002) descreve que os TGD caracterizam -se pelo
comprometimento severo e invasivo em três áreas do desenvolvimento, sendo elas:
habilidades de comunicação; presença de comportamentos, interesses e atividades
estereotipadas, habilidades de interação social recíproca.
O DSM-IV apresenta dezesseis critérios detalhados, agrupados em três
domínios da disfunção. Para um diagnóstico de autismo, seis critérios ou mais
precisavam estar presentes, com pelo menos dois da categoria social e um de cada
uma das demais categorias, sendo elas: prejuízo na interação social amplo e
persistente, podendo haver um fracasso no desenvolvimento de relacionamentos
com seus pares e no uso de comportamentos não verbais (exemplo: contato visual
direto, posturas, gestos corporais e expressão facial); falta de busca espontânea
pelo prazer compartilhado, interesses e atividades estereotipadas.
O conceito de autismo foi modificando-se com base em pesquisas científicas,
as quais identificaram diferentes etiologias, graus de severidade e características
específicas ou não usuais, deixando então de ser considerado um quadro único e
passando a ser visto como uma síndrome. A tendência nas definições atuais de
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autismo é a de conceituá-lo como uma síndrome comportamental, de etiologias
múltiplas, que compromete o processo do desenvolvimento infantil (GILLBERG,
1990; RUTTER,TAYLOR & HERSOV, 1996).
Nessa classificação estão incluídas cinco categorias diagnósticas: Transtorno
Autista, o Transtorno de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno de
Asperger e Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra Especificação, sendo
o autismo o transtorno prototípico desta categoria”.
Não há qualquer tipo de exame específico para o diagnóstico do autismo, o
qual é muito delicado e difícil de identificar, porém os sintomas podem ser
percebidos a partir do 2º ano de vida e observados pela família.
O diagnóstico segundo especialistas é feito por meio de observação de
comportamentos pouco comuns e típicos de crianças autistas, o profissional então
dispõe do tratamento sem a preocupação de rotular um nome para a síndrome.
A criança que apresenta a síndrome do autismo, geralmente tem muita
dificuldade em se interagir com colegas da mesma idade, não são espontâneos,
apresentam dificuldade de imitação e em jogos sociais, bem como
comprometimento acentuado no uso de comportamentos verbais e não verbais,
além da falta de reciprocidade social e emocional.
Além disso, os autistas apresentam atraso na aquisição da fala, uso
estereotipado e repetitivo da linguagem e uma inabilidade em iniciar e manter uma
conversação. Falam sobre si, na terceira pessoa e se preocupam persistentemente
com partes de objetos, em detrimento como um todo. Além destes sintomas,
observa-se insistência na rotina, bem como resistência frente a mudanças.
As características das crianças com autismo de acordo com a idade são as
seguintes:
Entre os seis e doze meses, a criança recusa a introdução de alimentos
sólidos; apresenta dificuldades em sentar-se ou gatinhar; não é afetuosa; pode
mostrar-se hipertônica ou hipotônica; sente dificuldade em articular palavras simples
e não olha nem aponta para os objetos. Aos 12 meses poderão demonstrar um
interesse obsessivo por determinados objetos, revelam comportamentos
estereotipados e repetitivos e até atrasos ao nível da locomoção. Geralmente só a
partir dos 24 meses é que se podem constatar dificuldades de comunicação – verbal
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e não verbal. Depois dos 2 anos de idade a criança autista tem tendência a isolar-
se, a utilizar padrões repetitivos de linguagem, a inverter os componentes das
frases, a não brincar normalmente, etc.
Dos 2 aos 5 anos de idade o comportamento autista tende a tornar-se mais
óbvio.
A criança não fala ou ao falar, utiliza a ecolalia ou inverte os pronomes.
(OLIVEIRA, 2009.p. 15-16.)
Proporcionar à pessoa com autismo uma vida digna: trabalho, saúde, lazer e
integração à sociedade. Oferecer à família da pessoa com autismo instrumentos
para a convivência no lar e em sociedade. Promover e incentivar pesquisas
sobre o autismo, difundindo o conhecimento acumulado. (AMA, 2016,p.1)
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É preciso obter recursos para a aquisição de alimentos, de material pedagógico,
para a conservação dos equipamentos e dos imóveis, além dos programas de
capacitação e motivação dos funcionários.
Ao decorrer desta difícil caminhada, a AMA alcançou o reconhecimento como
instituição de utilidade pública (Utilidades Públicas: Municipal - Decreto n°. 23.103 -
20/11/86, Estadual - Decreto n°. 26.189 - 06/11/86 e Federal – D.O.U 24/06/91).
Foi prestigiada pela sociedade, com prêmios, pelo trabalho bem sucedido, como
o "Prêmio Bem Eficiente", da Kanitz e Associados (1997 e 2005) e o "Prêmio Direitos
Humanos", da Unesco e Poder Executivo Federal (1998), entregue à AMA pelo
presidente Fernando Henrique Cardoso.
Critérios de diagnóstico do Autismo CID – 10 e DSM-V:
O CID-10 foi produzido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e refere-se
à Classificação Estatística Internacional de Doenças. Pelo menos 8 dos 16 itens
especificados devem ser satisfeitos:
• Lesão marcante na interação social recíproca, manifestada por pelo
menos três dos próximos cinco itens: Dificuldade em usar adequadamente o contato
ocular, expressão facial, gestos e postura corporal para lidar com a interação social;
• Dificuldade no desenvolvimento de relações de companheirismo,
• Raramente procura conforto ou afeição em outras pessoas em tempos de
tensão ou ansiedade, e/ou oferece conforto ou afeição a outras pessoas que
apresentem ansiedade ou infelicidade;
• Ausência de compartilhamento de satisfação com relação a ter prazer com a
felicidade de outras pessoas e/ou de procura espontânea em compartilhar suas
próprias satisfações através de envolvimento com outras pessoas;
• Falta de reciprocidade social e emocional.
• Marcante lesão na comunicação: Ausência de uso social de quaisquer
habilidades de linguagem existentes;
• Diminuição de ações imaginativas e de imitação social;
• Pouca sincronia e ausência de reciprocidade em diálogos;
• Pouca flexibilidade na expressão de linguagem e relativa falta de criatividade e
imaginação em processos mentais;
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• Ausência de resposta emocional a ações verbais e não-verbais de outras
pessoas;
• Pouca utilização das variações na cadência ou ênfase para refletir a modulação
comunicativa; Ausência de gestos para enfatizar ou facilitar a compreensão na
comunicação oral.
• Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e
atividades, manifestados por pelo menos dois dos próximos seis itens:
• Obsessão por padrões estereotipados e restritos de interesse.
• Apego específico a objetos incomuns;
• Fidelidade aparentemente compulsiva a rotinas ou rituais não funcionais
específicos;
• Hábitos motores estereotipados e repetitivos;
• Obsessão por elementos não funcionais ou objetos parciais do material de
recreação;
• Ansiedade com relação a mudanças em pequenos detalhes não funcionais do
ambiente;
• Anormalidades de desenvolvimento devem ter sido notadas nos primeiros três
anos para que o diagnóstico seja feito. (AUTISMO CID 10)
A educação especial em geral nas escolas, possui um grande suporte legal que
defende os direitos de uma educação inclusiva de qualidade, porém não são
instrumentos suficientes legais se não são eficazes em sua prática.
Mesmo a escola conhecendo seus deveres e responsabilidades com a criança
com necessidade especial e não havendo um atendimento educacional adequado, a
falta de cumprimento da lei com a criança inserida no ambiente escolar, os pais como
responsáveis por ela, devem buscar o que é direito do aluno. Caso contrário, a inclusão
não poderá se cumprir em sua totalidade.
A escola, a educação especial em geral, possui um forte embasamento legal que
defende os direitos de uma educação inclusiva de qualidade, no entanto não são
instrumentos suficientes legais se não são eficazes em sua prática.
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2.2 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular
de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola
regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. § 2º
O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos,
não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início
na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
específicos, para atender às suas necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível
exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas
deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar
para os superdotados;
III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular
capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na
vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem
capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os
órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade
superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
V - Acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. (PLANALTO, 1996. p. 1.)
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Sentimentos de frustrações e culpa vêm à tona, o que é natural quando os pais
recebem um diagnóstico médico de que o seu filho tem o Transtorno do Espectro Autista
(TEA). A preocupação com o futuro social e escolar do filho, a aceitação pela sociedade, o
medo de que esta aceitação não aconteça são geradores de insegurança e angústia
vivenciados pela família.
Estudos indicam que as dificuldades das crianças com algum transtorno do
desenvolvimento podem ser consideradas como um estressor apenas em potencial,
podendo estes pais sofrer ou não os efeitos de um estresse real. Para estes autores, o
impacto das dificuldades próprias da síndrome sobre os pais vai depender de uma
complexa interação entre a severidade das características próprias da criança e as de
personalidade dos pais, bem como a disponibilidade de recursos comunitários e sociais.
(KONSTANTAREAS, HOMATIDIS & PLOWRIGHT, 1992; SILVA & DESSEN, 2003).
Konstantareas e colaboradores (1992) sugerem uma avaliação sistemática do
estresse percebido, por exemplo, enfocando a forma como estes pais encontram-se frente
à necessidade de lidar com a alta demanda de cuidados solicitados por seus filhos, às
reações negativas da comunidade, aos limitados recursos de apoio que podem contar ou
sentimentos diante de possíveis renúncias quanto à carreira profissional.
As características clínicas da síndrome afetam as condições físicas e mentais da
criança, aumentando a demanda por cuidados e consequentemente, o nível de
dependência de pais e/ou cuidadores.
A relação da criança autista com os familiares e até mesmo na escola é muito
comprometida, pois a criança tem dificuldade em se adaptar ao novo e em fazer
amizades. Daí a importância da especialização do educador sobre a síndrome e a
interação dele com os familiares para buscar uma convivência e aprendizagem mais
significativa de acordo com a realidade da criança.
A mãe muitas vezes acaba cobrando do pai que trabalha o dia todo e chega em
casa cansado, uma atenção maior ao filho, mas isso nem sempre acontece. É um fator de
estresse que acaba afetando as relações entre todas as partes envolvidas, principalmente
relação esposo/esposa.
Deve haver muita união, espírito de solidariedade e cooperação para juntos se
aprofundarem em estudos e pesquisas sobre a síndrome, contar com a ajuda de
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profissionais especializados no assunto para buscar estratégias de uma convivência sadia
e avanço para o filho portador do TEA.
Milgram e Atzil (1988), também descrevem o papel dos pais, que em contraposição
às expectativas das mães, consideram justa sua menor participação nos cuidados gerais
da criança, devido ao peso de suas responsabilidades financeiras e ocupacionais já
desempenhadas junto à família. Porém, outros estudos revelam que estas
responsabilidades tendem a acarretar tensão emocional e financeira significativas,
consequentemente dificultando a contribuição destes para com os cuidados da criança.
Já o que mostrou maior preocupação por parte dos pais na década de 90, foram as
preocupações relativas ao bem-estar de seus filhos, quando os mesmos não puderem
mais prover seus cuidados. Estas preocupações subdividem-se em:
1) preocupação com o futuro de seu filho;
2) dificuldades cognitivas e habilidades de funcionamento independente da criança;
3) aceitação em sua comunidade.
No que diz respeito a renda familiar, gasta-se muito dinheiro com diversas terapias
e eventuais medicações, além do fato de que um dos cônjuges precise reduzir a carga
horária de trabalho ou em outros casos extremos pedir demissão do trabalho para poder
cuidar melhor desta criança.
Hoje na nossa sociedade, ainda é comum a mulher ser a responsável pelos
cuidados básicos dos filhos e, neste caso, não é exceção. Elas que mais perdem
oportunidades profissionais e tendem a se comprometer mais com as necessidades desta
criança. Muitas vezes, o marido a abandona ou se afasta das responsabilidades exigidas
pelo filho especial o que redobra as demandas deste pelos cuidados de sua mãe. Sem
dúvida, um casamento sólido e solidário associado a compreensão da família em seu
entorno fortalecem o relacionamento e tornam os tratamentos mais eficazes e duradouros
para a criança com Autismo.
As emoções e a excitação fisiológica criada por situações estressantes são
altamente desconfortáveis, motivando o indivíduo a fazer algo para seu alívio
(ATKINSONS, ATKINSONS,SMITH & BEM, 1995; LAZARUS & FOLKMAN, 1984).
Lazarus e Folkman identificaram duas formas principais de coping. A primeira inclui
estratégias de definição do problema, geração de soluções alternativas, comparação em
termos de custos e benefícios, seleção e implementação da alternativa escolhida
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(focalizada no problema). Já a segunda, focalizada na emoção, objetiva desenvolver
ações para controlar o estado emocional, bem como impedir que as emoções “negativas”
afetem o engajamento em ações para a solução de seus problemas.
A posição da família do aluno com necessidades educacionaispeciais é apontada
como um obstáculo do processo de inclusão educacional, quando esta dificulta a inclusão
por não reconhecer as possibilidades da criança. (PAULON; FREITAS; PINHO, 2005,
p.26)
De nada adianta a escola cumprir seu papel diante à inclusão, se a família que é
responsável pelo aluno com TEA não demonstrar interesse em colaborar para que de fato
isso aconteça.
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Toda ajuda externa é bem vinda e sem dúvida as crenças de uma força maior, no
caso a fé, são indicadores de que as coisas podem melhorar e até serem aperfeiçoadas,
tendendo a diminuir o nível de estresse e colaborando para uma vida mais dinâmica e
feliz.
4 INCLUSÃO SOCIAL
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e para que isto aconteça, é necessário
uma grande reforma no sistema educacional, o qual inclua mudanças na adequação do
currículo, de tal modo que o aluno com estas necessidades especiais possam participar
inteiramente do processo de aprendizagem oferecido na rede regular de ensino e na sala
de recurso.
É necessário desta maneira, professores qualificados e comprometidos com o
ensino e uma reestruturação física da escola para facilitar a locomoção de todos.
Para que haja uma educação de qualidade e para que a inclusão social ocorra, é
necessário um esforço coletivo, o qual deve passar por uma revisão na postura de
pesquisadores, políticos, prestadores de serviços, educadores, profissionais
especializados que atendam as crianças com necessidades especiais e principalmente
dos familiares.
A família, como um dos primeiros meios de socialização da criança, sem dúvida,
é fundamental no contexto escolar, como facilitadora do processo de inclusão do aluno
com TEA.
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4.2 Alguns métodos eficazes de mediação para pessoas com autismo:
Controle da raiva
Método 1- Acalmando a criança durante a crise
1° Acalmando a criança durante a crise.
2° Abrace
3° Coloque a criança de castigo.
4° Aprenda a identificar a diferença entre crises nervosas reais e falsas.
5° Esteja preparado para futuras crises.
6° Chame a polícia, se necessário.
Terapia comportamental
Terapia que tem como foco a modificação de comportamentos prejudiciais
associados a um distúrbio psicológico.
Exposição com prevenção de respostas.
Confrontar uma situação ou estímulo temido. Ex.: o paciente obsessivo-
compulsivo é instigado a refrear a lavagem de suas mãos após mergulhá-las em água
suja.
Flooding ou Inundação
É uma modalidade de exposição in vivo em que um indivíduo fóbico é exposto ao
objeto ou situação mais temido por um período prolongado sem oportunidade de fugir.
Reforçamento seletivo
Reforço de comportamento específico, muitas vezes mediante o uso de fichas
que podem ser trocadas por recompensas.
Treinamento de Relaxamento
Relaxar diferentes grupos musculares em sequência, imaginar imagens
relaxantes, praticar exercícios de respiração.
É importante elaborar sistemas de comunicação que ajudem a criança, como
placas com desenhos e palavras, para que ela possa indicar o que deseja.
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Ao trabalhar com linguagem, não se deve expor a criança a várias figuras ao
mesmo tempo. A atenção à figura é intencional, e o nível com no máximo quatro figuras
de cada vez. Esse trabalho deve ser estimulado diariamente.
Não se deve conversar com as pacientes em tom e linguagem infantilizados, pois
usar o nome adequado das palavras ajuda a estimular a linguagem e a comunicação.
A discriminação de conceitos básicos (formas, cores, temperaturas), é a melhor
forma de ajudar a desenvolver essa discriminação são as atividades lúdicas, com uso
de fantoches, bonecos, brinquedos coloridos e sonoros, livros de estórias bem
ilustrados, aplicativos interativos para leitores eletrônicos etc
Diariamente devemos explorar bem estes recursos metodológicos.
É preciso um trabalho constante de estimulação para melhorar as funções
cognitivas.
É muito importante uma rotina de casa, pois é pela repetição de atividades
lúdicas, atividades motoras e atividades de estimulação sensorial que a criança vai
desenvolver a aprendizagem, mas não se deve forçar a criança a realizar e repetir
essas atividades, pois precisam ser prazerosas para que elas desenvolvam o interesse,
a atenção e a concentração.
Não devem ser realizados qualquer procedimento (em casa, na escola ou em
ambientes terapêuticos) antes de comunicar à criança, verbal e visualmente,
exatamente o que vai acontecer logo em seguida, como vai acontecer, e o que está
envolvido nesse acontecimento, de modo que não se percam o contato social, o
interesse e a intencionalidade da criança.
Devemos respeitar também o tempo de aprendizagem de cada criança e contar
com a ajuda do Atendimento Educacional Especializado (AEE), fazendo ajustes nas
atividades sempre que necessário e procurar apresentar os conteúdos de maneira bem
visual, para facilitar a compreensão.
O processo de intervenção em crianças com o Transtorno do Espectro Autista
deve envolver uma equipe multidisciplinar constituída por: médicos, fisioterapeutas,
professores/educadores (para melhorar o nível cognitivo, sócio-afetivo e motor);
Terapeutas da fala (para auxiliar na assistência à alimentação, e realizar exercícios
preparatórios de linguagem); psicólogos (como suporte emocional aos pais, assim
como para criar novos canais de comunicação).
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A intervenção deve ser organizada e estruturada no sentido de melhorar a
qualidade de vida da criança com TEA.
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4.4 A inclusão da criança com TEA e suas dificuldades
A instituição escolar não pode exigir tanto rigor e ser tão severa, estipulando
tarefas isoladas, mas deve contribuir significativamente com ações inclusivas para o
aluno, mas adquirindo o ensino como uma concepção de aprendizagem, incluindo
desafios e superações, proporcionando a autonomia.
O apoio educacional desta maneira é essencial para o desenvolvimento de
qualquer criança, proporcionando o desenvolvimento de habilidades e competências e
garantindo um equilíbrio pessoal e bem-estar emocional.
Tudo que for construído no ambiente escolar deverá possuir um conceito de
qualidade. O educador também pode contar com a ajuda de um tutor em classe para
auxílio do seu trabalho e melhor desenvolvimento do aluno.
A Lei n° 12.764 garante que: “Parágrafo único. Em casos de comprovada
necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns
de ensino regular, nos termos do inciso IV do art. 2o, terá direito a acompanhante
especializado.”
A interação e relação entre a família e a escola devem assegurar uma ativa
participação dos pais nas tomadas de decisão e planejamento educacional dos filhos.
Para que o aluno com necessidades especiais tenha seus direitos de
aprendizado garantido e a inclusão social ocorra, é necessário rever as políticas
públicas e o sistema educacional, garantindo também aos educadores uma formação
continuada para que possa atender de maneira eficaz essas crianças.
CONCLUSÃO
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relevantes sobre o tema. Graças a isso, hoje é possível definir características, causas e
diagnóstico padrão que facilitam a compreensão das habilidades necessárias que uma
criança com TEA possui para desenvolver um convívio sadio na sociedade.
A família sem dúvida exerce uma participação ativa e indispensável na vida da
criança, tanto na aprendizagem, quanto na inclusão desta, independentemente do
ambiente em que ela esteja inserida.
A falta de comprometimento e seriedade da família frente à questão de inserção do
filho com autismo, tanto na escola, como na sociedade, traz uma série de prejuízos para o
desenvolvimento mental, social e educacional desta criança.
Sem contar com a auto estima baixa e dificuldade em acreditar no seu potencial,
pois mesmo que a equipe educacional incentive desafios de superação para ele, de nada
adiantará se os pais que estão desde pequeno com a criança não acreditarem na sua
capacidade de desenvolvimento.
A inclusão apresenta muitos desafios e a escola que tem como papel a preparação
do cidadão, não fica de fora diante a isso e sofre também seus desafios internos que
envolvem a estrutura física, apoio familiar, educadores preparados, currículos bem
elaborados, entre outras coisas, de maneira que sua prática traga benefícios ao aluno e
não ao contrário. É de extrema importância que a família participe inteiramente, buscando
desenvolver um trabalho em conjunto com a escola.
O currículo adaptado é necessário e importante na aprendizagem da criança com
TEA e de direito do mesmo.
Sendo assim, é notório que a influência da presença ou ausência, desempenhará
um papel positivo ou negativo que a família definirá no progresso da vida da criança. Para
que esta inclusão de fato aconteça é necessário que a família e a escola desenvolvam
responsabilidades paralelas, mas conjuntas
REFERÊNCIAS
BERESFORD, B. A. (1994). Resources and strategies: How parentes cope with the care of
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