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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CAMPUS ANGRA DOS REIS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E


INSTITUCIONAL

A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO EM AMBIENTE HOSPITALAR E A


IMPORTÂNCIA DO BRINCAR

Angra dos Reis


2020
A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO EM AMBIENTE HOSPITALAR E A
IMPORTÂNCIA DO BRINCAR

Roberta Aparecida da Mata Ferreira1

Resumo
O presente artigo trata da atuação do Psicopedagogo em ambiente hospitalar e permite a
reflexão sobre a importância do brincar nesses espaços, como ferramentas que contribuem
para o desenvolvimento da criança, seja no aspecto físico, cognitivo, afetivo, intelectual,
ou como alívio, no enfrentamento de doenças crônicas causadoras de longos períodos de
internação. Além de apresentar a possibilidade de novas práticas que contribuam para o
surgimento um vasto campo de atuação para os profissionais da educação.
Palavras-chave: Psicopedagogo. Ambiente Hospitalar. Brincar.

1
Pós-graduanda em Psicopedagogia Clínica e Institucional – Universidade Estácio de Sá – 2020
E-mail: robertaferreira@id.uff.br
Introdução

O presente artigo, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, cujo objetivo principal está em
compreender a atuação da Psicopedagogia em ambientes hospitalares, espaços ainda com
pouca atuação destes profissionais no Brasil (Nascimento, 2015), ressaltando suas
contribuições, tanto para o atendimanto de criança/adolescente em idade escolar em
situação de internações clínicas devido a doenças crônicas (como o câncer), quanto para
os profissionais de saúde e familiares que acompanham os pacientes, por meio da inserção
de atividades que envolvam o brincar, como ferramenta para minimizar o sofrimento
daqueles que passam por longos períodos de internação e, também, como proposta para
crianção de espaços educativos que tragam novas práticas para o ambiente hospitalar.
Entre os objetivos específicos está a reflexão sobre: de que forma o psicopedagogo pode
auxiliar aos profissionais de saúde a encontrarem no processo educativo ferramentas que
contribuam tanto para o enfrentamento e compreensão da doença, quanto para o
desenvolvimento físico, cognivo, intelectual, social e afetivo da criança? De que maneira
o brincar pode favorecer ao processo de desenvolvimento de crianças em ambientes
hospitalares? Inicialmente, faz-se necessário abordar o conceito de pesquisa, pois trata-se
de “[...] um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que requer um
tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para
descobrir verdades parciais” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 139). Neste sentido,
utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica, com base em artigos científicos
que abordassem a temática apresentada. Buscou-se apresentar o brincar como uma prátiva
que está relacionada ao desenvolvimento cognitivo, social, intelectual e afetivo do
indivíduo. Em seguida, tentou-se elucidar sobre o que se propões o estudo da
Psicopagadogia e como esta ciência pode contribuir para o acomanhamento de pacientes
que estão inseridos em ambientes não escolares, como hospitais. Partindo da abordagem
de diversos estudos sobre a temática, apresentamos as principais causas das dificuldades
enfrentadas pelas crianças: como distanciamento do meio familiar, amigos, escola, o
desconforto causado pelo enfrentamento da doença e as restrições hospitalares, a
necessidade de ambientes de interação e descontração, como ferramenta para alívio da
dor e das rotinas, entre outros. Por fim, ressaltamos a necessidade de uma interação entre
os profissionais de saúde e educação, em especial o psicopedagogo, como mediador da
relação entre a escola e o ambiente hospitalar, como proposta para possibilitar a
continuidade dos estudos das crianças internadas.

Desenvolvimento

As brincadeiras, que muitas vezes, fazem parte do cotidiano infantil, estão sendo
utilizadas nos diversos espaços onde a criança é inserida como proposta para auxiliar o
desenvolvimento motor, cognitivo, social e afetivo, por meio de atividades que podem
ser recreativas e/ou como proposta educacional.
Atualmente, promovem a abordagem de conteúdos presentes no currículo e, cada
vez mais, podem ser utilizadas não apenas nas séries iniciais. As brincadeiras podem ser
adaptadas a todas as etapas do desenvolvimento de criança e até mesmo em tarefas
voltadas para o ensino de jovens e adultos. Queiros et al (2006, p. 172), afirma que: “[...]
A brincadeira é de fundamental importância para o desenvolvimento infantil na medida
em que a criança pode transformar e produzir novos significados.”
Elas auxiliam aos educandos a melhorar a atenção e interesse pelas atividades a
serem abordadas, contribuem para a coordenação motora, compreensão do tempo e
espaço, aceitação de regras, aprendizado de conceitos, respeito aos limites do
companheiro, raciocínio lógico matemático, além, é claro, da diversão e interação social:
“[...] Ao brincar e aprender, a criança elabora e internaliza habilidades e conhecimentos
socialmente disponíveis.” (Vitorino et al, 2005, p.268).
Ao brincar, a criança interage com os colegas, faz amizades, cria laços e amplia
os seus relacionamentos, antes restrito ao seu grupo familiar. Desenvolve a imaginação e
a criatividade, por meio da criação de personagens fantasiosos, ou daqueles que já fazem
parte do seu conhecimento como figuras que representam, entre outras coisas, heróis
fortes e vitoriosos: “[...] Num passe de mágica se transforma em personagens bons ou
maus, mas geralmente mais forte que elas...” (Moschini, Caierão, 2015, p. 363).
Contudo, ao ser inserida em um contexto que a impede de relacionar-se livremente
com outras pessoas, como internações hospitalares, uma série de restrições poderão
acompanhar a vida dessa criança: “[...]A hospitalização retira da criança todas as suas
fantasias, limita o seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, motor e social, que está
vinculado ao processo de aprendizagem escolar.” (Smerdel, Murgo, 2018, p. 330).
Neste sentido, o presente artigo trata da atuação do psicopedagogo em espaços
não escolares, como os hospitais, partindo da reflexão de como estes profissionais podem
contribuir com a elaboração de novas práticas que auxiliem a aprendizagem das crianças
internadas, utilizando-se do brincar, como ferramenta capaz de promover melhoras tanto
no aspecto clínico, quando no relacionamento entre pacientes, familiares e profissionais
da saúde.
Para isso, buscou-se responder as indagações que nortearam esta pesquisa: de que
forma o psicopedagogo pode auxiliar aos profissionais de saúde a encontrarem no
processo educativo ferramentas que contribuam tanto para o enfrentamento e
compreensão da doença, quanto para seu desenvolvimento da criança? Como os jogos e
brincadeiras podem favorecer ao processo de desenvolvimento infantil em ambientes não
escolares, como os hospitais? Tais questionamentos surgem da compreensão de que:

Trabalhar com os processos de aprendizagem e desenvolvimento da criança


e/ou adolescente, em tratamento no contexto hospitalar, significa tratá-lo
diante do impacto que a descoberta da doença traz a sua vida, tendo em vista
as inúmeras mudanças que tal fato promove ao seu desenvolvimento.
(NASCIMENTO, 2004, p. 49).

Sabe-se que o processo de desenvolvimento infantil perpassa por diversas etapas


nas quais o indivíduo adquire novos conhecimentos, seja em contato com o meio no qual
está inserido, ou pela interação com outros indivíduos no ambiente familiar, escolar e/ou
social. É em contato com o outro que a criança aprende e se desenvolve.
Dentro do ambiente escolar, sabe-se que são apresentados conteúdos elaborados
respeitando-se essas etapas, mas o que se presente aqui é tratar de como se dá o processo
de desenvolvimento e aprendizagem de crianças que estão privadas de frequentar escolas,
devido a longos períodos de tratamento clínico e/ou internações.
Entendemos que a psicopedagogia surge “[...] das necessidades de atendimento
a crianças com ‘distúrbios de aprendizagem’, consideradas inaptas dentro do sistema
educacional convencional, bem como de explicação ao fracasso escolar.”
(NASCIMENTO, 2004, p.49).
Logo, como não pensar nos diversos obstáculos encontrados para o aprendizado
de crianças com doenças crônicas, acidentadas, ou que passam por longos períodos de
acompanhamento devido a distúrbios provocados por traumas de ordem psicoemocional?
Como se dá a entrada de pedagogos, psicopedagogos e professores dentro do ambiente
hospitalar para acompanhar crianças, em idade escolar, que passam por longos períodos
de internação? Os profissionais de educação estão prontos para o enfrentamento das
dificuldades de aprendizagem dessas crianças? São muitos os questionamentos que
surgem, possibilitando a compreensão de que este artigo não esgota as possiblidades de
reflexão sobre a temática.
Entendemos que a internação pode ser um momento traumático para a vida da
criança e do adolescente, uma vez que há o enfrentamento de uma enfermidade que pode
acarretar uma série de complicações, restrições e mudanças em sua vida. Daí a
compreensão de que estes fatores podem, também, causar problemas no aprendizado e no
desenvolvimento desses indivíduos: “[...] Devido ao período de tratamento, a criança e
adolescente perdem o contato com os professores, os colegas de classe, os conteúdos
escolares, gerando um desconforto ao retornar à escola e prejuízos curriculares.”
(Smerdel, Murgo, 2018, p. 330-331).
O psicopedagogo atua tanto na prevenção, quanto nos problemas que possam estar
relacionadas ao processo de aprendizagem (NASCIMENTO, 2004) do educando (seja
ele criança, adolescente, jovem ou adulto). E, tratando-se de um quadro de internação
hospitalar, inúmeros são os elementos encontrados diante dessa nova realidade dos
envolvidos (familiares, crianças, médicos, enfermeiros, entre outros) que podem interferir
no aprendizado da criança, principalmente pela impossibilidade de frequentar a escola e
as atividades regulares, de acordo com sua faixa etária.
No ambiente hospitalar, a atuação do psicopedagogo pode ser tanto clínica quanto
institucional, uma vez que há o entendimento das atribuições de cada uma destas áreas:
“[...]A Psicopedagogia Institucional renova a forma de atuar dentro das instituições nas
quais possa ocorrer a aprendizagem, como no caso de um hospital, levando em conta a
relação existente entre instituição e o aprender.”(Smerdel, Murgo, 2018, p. 333).
Com o olhar voltado para a instituição, o psicopedagogo amplia as possibilidades
de compreensão da relação existente entre os envolvidos no processo de
acompanhamento da criança e poderá elaborar mecanismos que levem tanto para
pacientes quanto para os seus familiares informações sobre regras, rotinas, trocas de
equipe e medicação, refeição, banho, administração de medicação, entre outros.
Já no aspecto clínico, será responsável pelo acompanhamento e análise das
dificuldades encontradas pela criança em seu processo de aprendizagem que podem estar
relacionadas com: o enfrentamento da doença, ansiedade, medo, stress causado pelo
período de internação, o distanciamento do ambiente escolar, dos amigos e familiares.
O psicopedagogo será responsável pela elaboração de atividades que possibilitem
o acompanhamento dos conteúdos escolares, adaptando-os, também, a rotina hospitalar,
uma vez que existe o enfrentamento dos horários de medicação, as mudanças no quadro
clínico da criança, a necessidade de equipamentos de proteção tanto para o profissional
quanto para a criança, ente outros fatores.
Para isso, uma das ferramentas a serem utilizadas por estes profissionais são as
atividades que envolvam brincadeiras e elementos que tragam o lúdico para dentro dos
hospitais.
No Brasil, apesar de ainda ser um campo pouco explorado, em alguns hospitais já
é possível perceber o uso das brincadeiras como forma de proporcionar melhoras no
aspecto emocional, no enfrentamento da doença e para alcançar resultados mais eficazes
durante o tratamento, dando novos aspectos às tarefas consideradas obrigatórias: como
apertar um botão, levantar um bastão, pegar uma bola, repetir frases, receber
medicamento (como em instituições de acompanhamento a criança com câncer, por
exemplo).
Silva e Cabral (2015), trazem uma amostra do quanto a brincadeira se tornou
elemento de importância nestes espaços e dentro do convívio familiar. À princípio,
destacam que, ao serem diagnosticadas com doenças que requerem tratamento
especializado e internações (como o câncer), as crianças perdem toda a liberdade do
brinca, tanto no convívio familiar quanto escolar, devido ao quadro clínico que
apresentam.

A internação causa desconforto para os pequeninos, pois são tirados do meio


social com o qual estabeleceram uma relação de confiança (a família). Além de sair do
ambiente familiar, as crianças são inseridas em um local no qual há pessoas diferentes
daquelas com as quais convivem e, mesmo quando há o acompanhamento de um
responsável da família durante certos procedimentos, é necessário que o profissional de
saúde compreenda como é para uma criança estar nesse ambiente, distante de tudo o que
conhece, sem a liberdade de brincar com colegas, convivendo com o enfrentamento de
uma doença.

Para Vitorino et al (2005):

Ao se promover o desenvolvimento da criança através do brincar e do aprender


cria-se uma rede de mediação social que pode funcionar como mecanismo
protetor para neutralizar as adversidades inerentes à condição de enfermidade
e hospitalização. (p.268)

Dessa forma, o brincar se transforma em coisa séria, pois traz para o ambiente
hospitalar elementos que proporcionam melhoras em seu cotidiano e dos familiares,
através de momentos de descontração e interação.

Amorin (2004), salienta que:

Brincar é um direito de toda a criança, mesmo daquela que se encontra


internada em um hospital. Encontrar-se nessa situação leva a criança sofrer
duplamente, pois além de estar doente, está privada do seu comportamento
típico: o brincar.” (p.76)

Com isso, dentro do hospital, a criança reencontra o prazer do brincar, tendo como
apoio os profissionais de saúde, voluntários, médicos e especialistas de diferentes áreas,
que compreenderam a necessidade de tornar o ambiente hospitalar (em especial o infantil)
mais lúdico e com atividades que possam contribuir para melhoras tanto das crianças
quanto dos familiares que acompanham o tratamento.

Segundo Silva e Cabral (2015):

Na brinquedoteca hospitalar, a criança com câncer tem contato com


brincadeiras que demandam menor esforço físico, como quebra-cabeças,
videogame, jogo no dispositivo de telefonia móvel e desenho, incorporando-
as ao seu cotidiano. Essas brincadeiras são diferentes das que realizavam antes
do adoecimento, mas também são promotoras do desenvolvimento infantil. A
interação social na brinquedoteca hospitalar, nas festas organizadas pelos
voluntários do hospital e na casa de apoio a criança com câncer fez com que
esses espaços adquirissem visibilidade como promotores do desenvolvimento
infantil mediado pelas brincadeiras. (p. 396).

O câncer ainda é uma das doenças que mais restringe a liberdade de seus pacientes,
sejam eles adultos ou crianças. Em ambos os casos, o alívio que as brincadeiras
proporcionam durante o tratamento, trazem também a esperança de poder voltar as suas
vidas e vencer a doença.
As doenças crônicas podem acarretar longos períodos de internação, e por essa
razão, o ambiente hospitalar vem adquirindo as contribuições dos profissionais da
educação, uma vez que é necessário que a criança dê continuidade ao seu processo de
desenvolvimento tanto físico, quando intelectual, cognitivo, afetivo e social.
Visando uma cura efetiva, os hospitais enxergam novas demandas de atuação
de outros profissionais além dos médicos, já que apenas a cura física não estava
sendo eficaz no tratamento terapêutico e que havia a necessidade de um olhar
mais individualizado para cada paciente. (LIMA, NATEL, 2010, p. 130)

Essa ainda é um caminho que vem sendo trilhado, como forma de conquista, tanto
para os educadores, quanto para os educandos, uma vez que abre um novo espaço de
atuação para professores, pedagogos e psicopedagogos, lançando novos desafios de
atuação, abrindo também um vasto campo de pesquisa. Segundo Nascimento, 2004:

Em países como Argentina, Estados Unidos e Canadá, dentre outros, já é de


praxe oferecer atendimento psicopedagógico a este tipo de paciente,
conjuntamente com o atendimento médico-terapêutico tradicional. Tal fato
deve-se à importância já conhecida que o trabalho psicopedagógico pode
promover à criança/adolescente hospitalizado. (p. 49).

Nesse ambiente, no qual há ainda o enfrentamento das regras que são necessárias
para manterem a segurança do tratamento dos educandos, os pedagogos e psicopedagogos
podem elaborar atividades que favoreçam a compreensão das crianças das rotinas a serem
vivenciadas nesses espaços e trazer a compreensão tanto para os educando quando para
os familiares, dos procedimentos, restrições de uma forma diferenciada, educativa,
atrativa e, até mesmo divertida.
Neste sentido, as brincadeiras podem ser ferramentas para fazer com que as
crianças conheçam a doença que estão enfrentando, os mecanismos e procedimentos que
precisam para combate-la.
Em períodos longos de internação, a criança fica distante do ambiente escolar,
mas com a atuação dos profissionais da educação dentro de hospitais, essa distância não
impede que ela dê continuidade ao seu processo de desenvolvimento e acompanhe o
semestre letivo, mesmo que, com algumas adaptações do currículo e dos conteúdos a
serem abordados.
A mediação entre escola e educando, ainda que hospitalizado, se faz necessário
para que a criança não perca o conteúdo abordado no ensino regular, ainda que com as
adaptações que se fazem necessárias para inserção dentro do ambiente hospitalar:

O psicopedagogo deve, então, entrar em contato com a escola, fomentando o


vínculo escola-hospital, auxiliando o paciente no seu processo de
aprendizagem escolar, inclusive depois da alta, realizando o trabalho de
inclusão escolar de crianças pós-hospitalizadas. (NASCIMENTO, 2004, p. 52)

Por meio dessa intervenção, o educando pode sentir-se inserido no contexto


escolar, mesmo estando em tratamento, realizando assim o acompanhamento pelos
responsáveis do seu processo educativo, sem as limitações provocadas pela internação.
Dessa forma, os profissionais de educação, em contato com a escola da criança,
trazem para dentro do ambiente hospitalar a proposta de continuidade das atividades
escolares da criança. Esta ainda é uma tarefa que requer muitos estudos, uma vez que se
entendem as restrições hospitalares necessárias para o cuidado com as crianças.
Assim, entendemos que, apesar de ainda ser um campo pouco explorado no Brasil,
o papel do psicopedagogo dentro do ambiente hospitalar tem grande importância para o
acompanhamento do processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança que
encontra-se internada permitindo, dentre outras coisas, o acompanhamento dos conteúdos
escolares, mesmo que com as adaptações que forem necessárias. Proporcionando o
desenvolvimento de suas habilidades cognitivas, motoras, afetivas, através da inserção de
atividades que envolvam o brincar e, a elaboração de materiais que possibilitem a
compreensão das doenças, dos cuidados necessários para enfrentá-las e a interação entre
os profissionais das diferentes áreas.
Ou seja, além do acompanhamento de médicos, enfermeiros e psicólogos, é
imprescindível a atuação do psicopedagogo no ambiente hospitalar, além de um
estreitamente e estudo de propostas que permitam o acompanhamento da criança pelas
instituições de ensino, a fim de compreender todos os aspectos relacionados aos
impedimentos do processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança hospitalizada
e, desta forma, trazer novos campos de atuação para os profissionais de educação.

Conclusão

O processo de aprendizagem da criança perpassa por diversas etapas nas quais,


em contato com o meio em que estão inseridas (familiar, social e/ou escolar), ocorre a
possibilidade de desenvolver suas habilidades motoras, cognitivas e/ou afetivas. Contudo,
quando hospitalizadas, devido a doenças crônicas, ou da necessidade de longos período
de tratamento, uma série de fatores podem interferir no desenvolvimento destes
indivíduos.
Neste sentido, o presente artigo, com base em uma pesquisa bibliográfica, buscou
refletir sobre a atuação do Psicopedagogo em ambientes hospitalares, a fim de
compreender de que maneira estes profissionais poderiam contribuir com a elaboração de
propostas para auxiliar ao processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança
hospitalizada.
O estudo possibilitou a compreensão da necessidade de interação entre os
profissionais de saúde e educação, além de um estudo sobre mecanismos que possibilitem
que a criança acompanhe os conteúdos abordados pelas instituições de ensino, ainda que
com as adaptações que se fizerem necessárias, levando-se em consideração o quadro
clínico da criança e as restrições hospitalares.
Salientamos a importância do brincar, como ferramenta para alívio do desconforto
que o processo de internação pode causar as crianças. Além de trazer mais interação entre
os envolvidos com o cuidado das crianças.
Foi possível compreender alguns dos fatores que podem estar relacionados as
dificuldades de aprendizagem e desenvolvimento das crianças: como o afastamento de
seu ambiente familiar, amigos, escola, os procedimentos e restrições hospitalares, medo,
angústia, as incertezas quanto a doença, entre outros.
Desta forma, entendeu-se que o papel do psicopedagogo está em trazer para o
ambiente hospitalar novas práticas que possibilitem a criação de atividades que envolvam
o brincar, tanto como ferramenta para alívio dos pacientes em internação, quando para os
familiares e profissionais de saúde. Além da elaboração de materiais que auxiliem a
compreensão das doenças enfrentadas e da necessidade de um estreitamento entre as
relações hospital/ instituição de ensino, a fim de proporcionar aos educandos o
acompanhamento das atividades escolares.
Assim, considera-se que a atuação do psicopedagogo e demais profissionais da
educação dentro do ambiente hospitalar, pode auxiliar as crianças, em idade escolar, a
darem continuidade ao seu processo de desenvolvimento físico, motor, cognitivo,
intelectual e afetivo. Contribuindo, também, para ampliar as possibilidades de atuação
dos profissionais de educação.
Referências:
Professor - Psicopedagogo: o que este profissional faz na escola -
http://www.scielo.br/pdf/pee/v18n2/1413-8557-pee-18-02-0219.pdf (acesso em 25 jan.
2020).

O Jogo “Descubra o animal”: um recurso no diagnóstico psicopedagógico -


http://www.scielo.br/pdf/pe/v12n3/v12n3a13.pdf (acesso em 25 jan. 2020).

Interações entre crianças hospitalizadas e uma psicóloga, durante atendimento


psicopedagógico em enfermaria pediátrica -
http://www.scielo.br/pdf/epsic/v10n2/a14v10n2.pdf (acesso em 25 jan. 2020).

Alternativas para o tratamento em saúde mental. Estratégias psicopedagógicas no


atendimento a jovens portadores de distúrbios emocionais severos -
http://www.scielo.br/pdf/er/n23/n23a08.pdf ( acesso em 25 jan. 2020).

Problemas da Educação: o caso da Psicopedagogia -


http://www.scielo.br/pdf/es/v24n85/a13v2485.pdf (acesso em 25 jan. 2020).

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