FORTALEZA – CEARÁ
2020
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FORTALEZA – CEARÁ
2020
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FICHA CATALOGADA...
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BANCA EXAMINADORA
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AGRADECIMENTOS
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(Paulo Freire)
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RESUMO
ABSTRAT
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................. 15
2 LINGUAGEM ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ............... 18
2.1 Contexto histórico e função social da escrita.............................. 18
2.2 Contexto histórico da infância e Concepção da educação infantil .... 22
2.3 A importância da leitura e escrita na educação infantil com enfoque
na psicogênese.................................................................................. 26
3 A PSICOPEDAGOGIA ..................................................................... 30
3.1 Contexto histórico da psicopedagogia............................................... 30
3.2 Contribuições da psicopedagogia na prevenção de dificuldades
na leitura e escrita ............................................................................. 33
3.3 A intervenção psicopedagógica no processo de leitura e
escrita na educação infantil ............................................................... 36
4 NEUROPSICOPEDAGOGIA............................................................ 41
4.1 O que é Neuropsicopedagogia......................................................... 41
4.2 Como o cérebro aprende? ............................................................... 42
4.2.1 O sistema nervoso ........................................................................... 43
4.2.2 O cérebro ......................................................................................... 44
4.2.3 Plasticidade cerebral ........................................................................ 46
4.3 Contribuições da Neuropsicopedagogia no processo de
intervenção psicopedagógica............ .............................................. 47
5 CONSIDERAÇÕES............................................................................ 50
REFERÊNCIAS................................................................................. 52
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1- INTRODUÇÃO
Dessa forma, essa pesquisa será relevante para a sociedade, pois trará
novos conhecimentos possibilitando dessa maneira, tornar a aquisição da linguagem
escrita leve e lúdica, sem o caráter meramente mecânico e memorístico que na
maioria das vezes é trabalhado em sala de aula.
Essa pesquisa se mostra relevante para as discussões científicas, visto
que, a neuropsicopedagogia é um campo do conhecimento que busca compreender
o funcionamento do cérebro voltado para o processo ensino e aprendizagem, que
tem adquirido cada vez mais espaço no contexto da educação, pois revela qual
metodologia e instrumentos são necessários para estimular atividades cerebrais e
um melhor funcionamento cerebral e como consequência trabalhar as dificuldades
de aprendizagem.
Diante destes levantamentos temos como metodologia a abordagem
qualitativa, aplicado ao método a pesquisa bibliográfica, onde foi feito fichamento e
resenha dos textos selecionados.
A trajetória da pesquisa se apresenta em três seções intitulados: I Linguagem
escrita na Educação Infantil; II A psicopedagogia; III A neuropsicopedagogia.
Na primeira seção foi realizada uma pesquisa teórica sobre o contexto
histórico da escrita e sua função social, contexto histórico e concepção sobre
Educação Infantil. Nesta seção traz, também, uma síntese das contribuições de
psicogêneses da língua escrita, estudada por Ferreiro (1999) e Teberosky (1990).
Em relação a segunda seção faz-se referência a resumo histórico da
Psicopedagogia e suas contribuições na prevenção e intervenção no processo de
leitura e escrita na durante a Educação Infantil. Buscamos como referência teórica
Bossa (2007), Weiss (2002/2015), Fernandez (1991), Pokorsk (2008), entre outros
que se fizeram relevante para este estudo.
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cada letra corresponde a um som individual) e Braile (utilizado por deficientes visuais
que fazem a leitura de pontos em relevo por meio do tato).
Tomamos agora como referencial os estudos de Cagliari (2002), em que ele
aponta sem levar em consideração uma linha cronológica específica, para ele foi
considerado três fases distintas: pictórica, ideográfica e alfabética.
Na primeira fase, a pictórica é caracterizada por desenhos ou pictogramas,
utilizados na escrita por exemplo, do povo asteca e nos dias hoje em algumas
histórias em quadrinho (idem p.106). Estes desenhos e/ou pictogramas não são
associados ao som e somente à imagem.
Na segunda fase, ideográfica a escrita era registrada também por desenhos
chamados ideogramas, contudo esses símbolos foram ao longo do tempo perdendo
seus traços mais representativos a ponto de se tornar convenção de escrita.
Muitas letras do nosso alfabeto, são resultados nessas modificações, por
exemplo, o a letra x representava o peixe; o m era o desenho das ondas da água; o
n era o desenho de uma cobra (CAGLIARI, 2002, p.108).
Na última fase, temos a alfabética, caracterizada pelo uso de letras e
representação fonética, vale ressaltar que esta fase passou por distintas
atualizações até chegar como conhecemos na atualidade. Entre elas o surgimento
de silabários que eram sinais próprios destinados a representar determinada sílaba.
PRIMEIRA FASE
• PICTÓRICA
• Desenhos ou pictogramas
SEGUNDA FASE
• IDEOGRÁFICA
• Ideogramas
TERCEIRA FASE
• ALFABÉTICA
• Letras e representações fonéticas
Própria autoria
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imprensa foi condição sine qua non para a restruturação dessas práticas,
não sendo ela, contudo, a única responsável pela modernização das
condutas (FRANGELLA, 2012, p.57).
A escrita de acordo com Cagliari (2002), “seja ela qual for, sempre foi uma
maneira de representar a memória coletiva religiosa, mágica, científica, política,
artística e cultural” (p.112).
Com todos os avanços obtidos na história da escrita sabemos, que essa
prática ainda é privilégio de poucos. Mesmo aqueles que têm o domínio das letras
não a usam como instrumento de liberdade e criticidade, em alguns casos são
intitulados exclusivamente da cultura escolar, pois ainda não percebem a escrita
como função social. Assim iremos adiante discutir um pouco mais a respeito da
função social da escrita.
Estamos inseridos em uma cultura letrada, em que a escrita está presente
quase que em todos os ambientes, exercendo função social em distintas situações
do dia-a-dia.
A criança naturalmente é sujeito ativo, que interage e constrói conhecimento
na interação com o mundo que a cerca, logo a linguagem escrita faz parte, ou pelo
menos deve fazer parte das práticas escolares dentro de sala de aula. Assim
Frangella (2012) defende: “(...) a escrita precisa antes de mais nada entrar na escola
não como saber escolar, mas como prática social. Desvinculada do contexto, a
escrita torna-se mera codificação gráfica (p.67)”.
Citamos Vygotsky (2001) para reforçar esta ideia, “a história da escrita na
criança começa muito antes da primeira vez que que o professor coloca um lápis em
sua mão (p.143), ou seja, o mundo da escrita é inerente a sala de aula.
A escrita nasce da interação do eu com o outro, logo ela precisa ser
apresentada como função social. Seja ela para expressar sentimentos e/ou
comunicar ideias. Então é inoportuno ensinar técnicas de escrita sem apontar às
distintas situações sociais que são utilizadas.
Para dá legalidade a escrita na educação infantil temos as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2010) que já apontam e
propõem que as práticas pedagógicas da educação infantil, devem ser norteadas
por interações e brincadeiras e que possibilitem às crianças experiências de
narrativas, de apreciação e interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com
diferentes suportes e gêneros textuais orais e escritos;
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considere suas reações, o que aprendem, como aprendem e o que lhes interessa
aprender.
Logo Ferreiro (2011, p.35) diz: “O problema é que a escrita é antes de tudo
representação da linguagem, e tudo o que a afaste da linguagem, convertendo-a em
uma sequência gráfica sem significado, a deforma até caricaturizá-la”.
Ao trabalhar a língua escrita em sala de aula deve-se levar em consideração
a linguagem oral que a criança apresenta, e envolvê-la no processo da
aprendizagem para que se torne significativo e o aluno tenha o prazer em aprender
a escrever.
Com a nova proposta educacional que antecipou a escolarização das
crianças de seis anos no ensino fundamental, a sociedade acadêmica buscou
estudar e discutir sobre a aprendizagem da leitura e escrita antes dos sete anos.
Foi então que a psicogênese ganha destaque por considerar a criança como
construtora da sua aprendizagem, ou seja, seu foco não está em como ensinar e sim
como de fato se aprende, Teberosky (1990) reforça essa ideia ao escrever que “é
aprendendo sobre o aprender da criança que poderá dar um outro sentido ao seu
ensinar “(p.08).
A partir disso, a educação brasileira ganha um novo marco na concepção de
criança e alfabetização, pois nesta nova visão o aluno é visto como uma criança que
procura constantemente compreender a cultura da escrita, formulando hipóteses e
fazendo reflexões diante de práticas sociais em que a escrita começa a ganhar
sentido.
Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1999), em seus estudos defendem o
aprendizado do sistema de escrita não se reduzia ao domínio de correspondência
entre grafema e fonema, mas caracterizava como um processo ativo por meio do
qual a criança, desde seus primeiros contatos com a escrita, constrói e reconstrói
hipóteses sobre a natureza e o funcionamento da língua escrita, compreendida
como um sistema de representação.
Em síntese dar a possibilidade de ensinar a escrita na educação infantil de
forma sistemática, incluindo aspectos relativos à apropriação do sistema alfabético
de escrita, sem desconsiderar os objetos e às atividades no eixo do
desenvolvimento e vivência da infância. Araújo defende:
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3- A PSICOPEDAGOGIA
Logo, a psicopedagogia como vimos até agora pelo seu contexto histórico,
buscou compreender situações ligado a aprendizagem, mas especificamente ao
fracasso escolar. No próximo tópico discutiremos sobre a contribuição da
psicopedagogia na prevenção de dificuldade na leitura e escrita.
Para completar essa ideia reportamos a Bossa (2007), que para ela a
psicopedagogia, no âmbito da sua ação preventiva, preocupa-se especialmente com
a escola. Dedicando-se a áreas relacionadas ao planejamento e assessoramento
pedagógico.
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Jorge Visca (1987, apud WEISS, 2002, p.38) propõem diagnóstico voltado
para a Epistemologia Convergente 2, pois ele defende a ideia de que para ocorrer a
aprendizagem é necessário o envolvimento indissociável do cognitivo, emocional e
social.
TESTES
Escolha de instrumentos
2º sistema de hipóteses
Linha de investigação
ANAMNESE
Verificação e decantação do 2º do sistema de hipótese
Formulação do 3º sistema de hipótese
ELABORAÇÃO DO INFORME
Elaboração de uma imagem do sujeito, que articula a aprendizagem
com aspectos energéticos e estruturais a históricos e históricos que
a condicionam.
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Jorge Visca, argentino, psicólogo por formação, foi o idealizador da chamada Epistemologia
Convergente. Esta vertente teórica constitui-se a partir das contribuições de outras três grandes
linhas de pensamento – a Epistemologia Genética de Jean Piaget; a Psicanálise de Sigmund Freud; e
a Psicologia Social de Pichón Riviere. Seu objetivo era o de propor um modelo que servisse de base
clínica para o processo diagnóstico, o tratamento corretor e por último como processo preventivo.
Para saber mais consulte, VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica – Epistemologia Convergente, Porto
Alegre, Artes Médicas, 1987
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4- NEUROPSICOPEDAGOGIA
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É a especialidade médica que estuda as doenças do sistema nervoso central, periférico e autônomo subdivide-se
em três subespecialidades: (1) a neuropediatria, à qual, dadas as características especiais do sistema nervoso
infantil (...) a do estudo da formação e das primeiras fases do desenvolvimento neuronal; (2) a neurologia clínica
(...) que se ocupa da anatomia, da fisiologia e da patologia do sistema nervoso; (3) a neurocirurgia, conjunto de
técnicas cirúrgicas destinada à reparação de lesões do sistema nervoso , e que, em determinados aspectos,
quando útil para o tratamento de alterações mentais, se vincula à neuropsiquiatria (LIMA, 2015, p. 86).
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4.2.2- CÉREBRO
O cérebro é único órgão que pode melhorar com o tempo, pois quanto mais
for utilizado, melhor seu desempenho. Logo, possibilitar constantes estímulos,
treinos e desafios melhoram as conexões neurais independentemente da idade da
pessoa (FIGUEIREDO 2019).
O controle dos lados do corpo está sob a direção dos hemisférios cerebrais.
O hemisfério esquerdo controla a parte direita do corpo, e o hemisfério direito, a
parte esquerda (LIMA, 2015, p.91). “Eles são grandes sistemas complementares de
tratamento de informação, hiperligados pelo corpo caloso, mas curiosamente
vocacionados para distintas formas do seu processamento e armazenamento”
(FONSECA, 2014, p.237).
No hemisfério direito temos a capacidade de reconhecimento de rostos e
objetos, para Fonseca (2014), é mais centrado na novidade, na globalidade e na
criatividade, que assume a prioridade da aprendizagem (p.237).
No hemisfério esquerdo é o responsável pelo controle da nossa capacidade
de leitura e escuta e nos permite guardar regras gramaticais (FIGUEIREDO, 2019),
já Fonseca diz que é o mais enfocado na rotina, na análise e na complexidade, que
consolida a sua sequencialidade “perfeitológica”
Ambos defendem que existe uma imensa interconectividade entre os dois,
aliás algumas funções atuam em conjunto, como a fala, o hemisfério direito é
responsável pela parte motora e articulação, enquanto o esquerdo pela organização
de todo processo de linguagem. Figueiredo (idem).
O córtex é subdividido em quatro lóbulos:
Para Cassela:
e resistente ao novo modelo de vida social que lhe é apresentado, gerando assim
conflitos e dificuldades em seu processo de interação social e aprendizagem” (LIMA,
2007, p. 06). Além de demorar para solucionar o problema.
A neuropsicopedagogia apodera-se da psicopedagogia, que vice-versa (grifo
nosso), com o intuito de solucionar os problemas de aprendizagem tendo como eixo
norteador o aluno, assim como de buscar a realização de um diagnóstico e
intervenção psicopedagógica, utilizando métodos, instrumentos e técnicas próprias
da psicopedagogia institucional” Idem (p.11).
A intervenção psicopedagógica tende assumir uma linha de ação destinada a
mobilizar aspectos que venham ao encontro das necessidades identificadas. São
produzidas dessa forma aspectos relevantes e críticos que guiam as mudanças
necessárias a serem alcançadas com a intervenção (OLIVEIRA, 2009, p.87).
Acreditamos que a intervenção neuropsicopedagogica atribuída a
psicopedagogia gera um novo resinificado das etapas do desenvolvimentos da
aprendizagem da criança. Visto que, “ultrapassa fronteiras e cria com isso, novas
possibilidades de aprender sobre o aprender, ampliando olhares e oportunizando
novas formas de interrelacionar informações, conhecimentos e saberes”
(BEAUCLAIR, 2014, p. 28).
Precisamos entender que a sociedade hoje, está organizada em um mundo
globalizado e tecnológico, onde as crianças são “bombardeada” a todo momento de
informações, e toda nova informação que o cérebro recebe passa por caminhos
sensoriais gerando uma gama de conecções, que pode possibilitar ao sujeito
aprender. Tão logo, o psicopedagogo em suas intervenções necessita conhecer
como de fato o sujeito aprende, pois ele só aprenderá se consegui estabelecer
relações, reelaborar ações e atribuir significado ao novo conhecimento.
5 CONSIDERAÇÕES
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Liane Castro de. Ler, escrever e brincar na educação infantil: uma
dicotomia mal colocada. Revista Contemporânea de educação. V. 12, n 24, 2017.
Disponível em: Acesso em: 03 abril. 2020
BUJES, M. I. Edelweiss. Escola infantil: pra que te quero?. In. CRAIDY. Carmen,
KAERCHER, Gládis, Educação infantil: pra que te quero, São Paulo: Artmed,
2001, p-13-22.
FRANGELLA. Rita de Cássia. Com a palavra, a escrita In: KRAMER. Sônia et al.
Infância e educação infantil 11.ed. Campinas, SP: Papirus,2012, p. 49-75.
LIMA, I.Leila Barbosa, Neurociência: conhecer para incluir e intervir. In, SANTOS,
G.Cláudia, et al. Inclusão: saberes, reflexões e possibilidades de uma prática em
construção. Fortaleza: EdUECE, 2015, p. 85-102.