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Esta resenha refere-se ao capítulo 04, constante da obra Teorias de Aprendizagem,

intitulado A Teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget, organizada pelo


professor Marco Antônio Moreira, publicada em 1999, em São Paulo (SP), pela
Editora Pedagógica e Universitária.

O referido livro texto, em seu capítulo 06 aborda a teoria de Jean Piaget (1896 –
1980) e fornece ao leitor uma visão geral e incompleta dela, bem como suas
implicações ao ensino e à aprendizagem.

Embora seja antiga a concepção filosófica de que o conhecimento humano é uma


construção do próprio homem, tanto coletiva como individual, neste século, Piaget
se apresenta como o pioneiro do enfoque construtivista à cognição humana. Suas
propostas configuram uma teoria construtivista do desenvolvimento cognitivo
humano. Com importantes trabalhos na década de 20, apenas na década de 70,
Piaget foi "redescoberto". Começa talvez aí a ascensão do cognitivismo e o declínio
do behaviorismo, em termos de influência no ensino/aprendizagem e na pesquisa
nessa área. Tamanha influência piagetiana a fim de se provocar confusão do termo
construtivismo com Piaget.

Ressalta-se que além do enfoque piagetiano, dentre as visões construtivistas,


existem outras, embora este enfoque seja o mais conhecido e influente.

Alguns conceitos-chave de sua teoria, tais como assimilação, acomodação e


equilibração foram abordados ao longo do texto. O "núcleo duro" da teoria de Piaget
está na assimilação, na acomodação e na equilibração, não nos famosos períodos
de desenvolvimento mental.

Há em sua teoria, quatro períodos gerais de desenvolvimento cognitivo, a saber: o


sensório-motor que vai do nascimento ao cerca de dois anos de idade, no qual a
única referência comum e constante é o próprio corpo da criança, decorrendo daí
um egocentrismo praticamente total; deste estágio, característico do recém-nascido,
a criança evolui cognitivamente, passando por outros estágios, até que, no fim do
período sensório-motor, começa a descentralizar as ações em relação ao próprio
corpo e a considerá-lo como um objeto entre os demais. O próximo é o
pré-operacional, que vai dos dois aos seis ou sete anos. Por meio da linguagem,
dos símbolos e imagens mentais, inicia-se uma nova etapa do desenvolvimento
mental da criança, na qual o pensamento começa a se organizar, embora ainda não
reversível. Entre 7 e 8 anos assinala, em geral, o início do período
operacional-concreto e se prolonga aos 11 ou 12 anos. Verifica-se uma
descentração progressiva em relação à perspectiva egocêntrica que caracterizava a
criança até então. operacional-formal; cada qual subdividido em estágios ou níveis.

“Durante este período, a criança ganha precisão no contraste e comparação de


objetos reais e torna-se capaz, por exemplo, de predizer qual o recipiente que
contém mais água.”
Dos onze ou doze anos, inicia-se o quarto e último período de desenvolvimento
mental que passa pela adolescência e prolonga-se até a idade adulta. Este período
tem como principal característica a capacidade de raciocinar com hipóteses verbais
e não apenas com objetos concretos. Trata-se do pensamento proposicional, por
meio do qual o adolescente, ao raciocinar, manipula proposições.

Segundo a Teoria de Piaget, o crescimento cognitivo da criança se dá por


assimilação e acomodação. O indivíduo constrói esquemas de assimilação mentais
para abordar a realidade.

“No caso de modificação, ocorre o que Piaget chama de "acomodação". É através


das acomodações (que, por sua vez, levam à construção de novos esquemas de
assimilação) que se dá o desenvolvimento cognitivo. Se o meio não apresenta
problemas, dificuldades, a atividade da mente é, apenas, de assimilação, porém,
diante deles, ela se reestrutura (acomodação) e se desenvolve.”

A acomodação por ser uma reestruturação da assimilação, não se configura sem


assimilação. O equilíbrio entre assimilação e acomodação é a adaptação à situação.

A "estrutura cognitiva" de um indivíduo é, um complexo de esquemas de


assimilação que, segundo Piaget, tendem a organizar-se segundo os modelos
matemáticos de grupo e rede.

Piaget considera tudo no comportamento (motor, verbal e mental) parte da ação.


Mesmo a percepção é, para ele, uma atividade e a imagem mental é uma imitação
interior do objeto.

“Pode-se falar em ação sensório-motor, ação verbal e ação mental. O pensamento


é, simplesmente, a interiorização da ação (embora, geralmente, acompanhada de
atividade motora residual, como, por exemplo, gestos e movimento dos olhos).”

A teoria de Piaget não é uma teoria de aprendizagem e sim uma teoria de


desenvolvimento mental. Não enfatiza o conceito de aprendizagem mas menciona o
termo "aumento do conhecimento", analisando como isto ocorre: só há
aprendizagem (aumento de conhecimento) quando o esquema de assimilação sofre
acomodação.

De acordo com Piaget, a aprendizagem se configura quando há acomodação.

“A mente, sendo uma estrutura (cognitiva) tende a funcionar em equilíbrio, o que


aumenta seu grau de organização interna e de adaptação ao meio. Entretanto,
quando este equilíbrio é rompido por experiências não-assimiláveis, o organismo
(mente) se reestrutura (acomodação), a fim de construir novos esquemas de
assimilação e atingir novo equilíbrio. Para Piaget, este processo reequilibrador, que
ele chama de equilibração majorante, é o fator preponderante na evolução, no
desenvolvimento mental, na aprendizagem (aumento de conhecimento) da criança.”
O mecanismo de aprender é sua capacidade de reestruturar-se mentalmente em
busca de um novo equilíbrio. O ensino deve, portanto, ativar tal mecanismo.

“Na escola, esta necessidade de compatibilizar o ensino com o nível de


desenvolvimento mental da criança, é, muitas vezes, ignorada. Em termos de
esquemas de assimilação, a questão do ensino envolve três aspectos: os esquemas
de assimilação do aluno, aqueles que se quer ensinar, e os do professor.
Relativamente a esses três aspectos, um conceito interessante é o de ensino
reversível.”

Necessário é ao professor, não se limitar ao conhecimento da matéria de ensino,


mas que esteja muito bem informado a respeito das peculiariedades do
desenvolvimento psicológico da inteligência do educando.

O autor deste texto fornece ao leitor uma visão geral da teoria de Piaget e suas
implicações para o ensino e aprendizagem. Para isso, focalizaram-se apenas os
períodos de desenvolvimento mental e alguns conceitos básicos como assimilação,
acomodação, adaptação e equilibração.

O texto, objeto desta resenha, embora propositalmente superficial, é importante na


medida em que esclarece fatos vivenciados durante a prática pedagógica do
professor e, consequentemente, uma reflexão acerca desta temática, o que nos
permite recomendar sua leitura.

RESENHA
- Título: A Teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget
- Identificação: A Teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget – Capítulo 06 do
Livro de Texto Teorias de Aprendizagem.
- Referência: MOREIRA, M. A. Teorias de Aprendizagem. São Paulo: Editora
Pedagógica e Universitária, 1999

Publicado por: Marcos Fernandes Sobrinho

Esta resenha refere-se ao capítulo 04, constante da obra Teorias de Aprendizagem,


intitulado A Teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget, organizada pelo
professor Marco Antônio Moreira, publicada em 1999, em São Paulo (SP), pela
Editora Pedagógica e Universitária.

O referido livro texto, em seu capítulo 06 aborda a teoria de Jean Piaget (1896 –
1980) e fornece ao leitor uma visão geral e incompleta dela, bem como suas
implicações ao ensino e à aprendizagem.

Embora seja antiga a concepção filosófica de que o conhecimento humano é uma


construção do próprio homem, tanto coletiva como individual, neste século, Piaget
se apresenta como o pioneiro do enfoque construtivista à cognição humana. Suas
propostas configuram uma teoria construtivista do desenvolvimento cognitivo
humano. Com importantes trabalhos na década de 20, apenas na década de 70,
Piaget foi "redescoberto". Começa talvez aí a ascensão do cognitivismo e o declínio
do behaviorismo, em termos de influência no ensino/aprendizagem e na pesquisa
nessa área. Tamanha influência piagetiana a fim de se provocar confusão do termo
construtivismo com Piaget.

Ressalta-se que além do enfoque piagetiano, dentre as visões construtivistas,


existem outras, embora este enfoque seja o mais conhecido e influente.

Alguns conceitos-chave de sua teoria, tais como assimilação, acomodação e


equilibração foram abordados ao longo do texto. O "núcleo duro" da teoria de Piaget
está na assimilação, na acomodação e na equilibração, não nos famosos períodos
de desenvolvimento mental.

Há em sua teoria, quatro períodos gerais de desenvolvimento cognitivo, a saber: o


sensório-motor que vai do nascimento ao cerca de dois anos de idade, no qual a
única referência comum e constante é o próprio corpo da criança, decorrendo daí
um egocentrismo praticamente total; deste estágio, característico do recém-nascido,
a criança evolui cognitivamente, passando por outros estágios, até que, no fim do
período sensório-motor, começa a descentralizar as ações em relação ao próprio
corpo e a considerá-lo como um objeto entre os demais. O próximo é o
pré-operacional, que vai dos dois aos seis ou sete anos. Por meio da linguagem,
dos símbolos e imagens mentais, inicia-se uma nova etapa do desenvolvimento
mental da criança, na qual o pensamento começa a se organizar, embora ainda não
reversível. Entre 7 e 8 anos assinala, em geral, o início do período
operacional-concreto e se prolonga aos 11 ou 12 anos. Verifica-se uma
descentração progressiva em relação à perspectiva egocêntrica que caracterizava a
criança até então. operacional-formal; cada qual subdividido em estágios ou níveis.

“Durante este período, a criança ganha precisão no contraste e comparação de


objetos reais e torna-se capaz, por exemplo, de predizer qual o recipiente que
contém mais água.”

Dos onze ou doze anos, inicia-se o quarto e último período de desenvolvimento


mental que passa pela adolescência e prolonga-se até a idade adulta. Este período
tem como principal característica a capacidade de raciocinar com hipóteses verbais
e não apenas com objetos concretos. Trata-se do pensamento proposicional, por
meio do qual o adolescente, ao raciocinar, manipula proposições.

Segundo a Teoria de Piaget, o crescimento cognitivo da criança se dá por


assimilação e acomodação. O indivíduo constrói esquemas de assimilação mentais
para abordar a realidade.

“No caso de modificação, ocorre o que Piaget chama de "acomodação". É através


das acomodações (que, por sua vez, levam à construção de novos esquemas de
assimilação) que se dá o desenvolvimento cognitivo. Se o meio não apresenta
problemas, dificuldades, a atividade da mente é, apenas, de assimilação, porém,
diante deles, ela se reestrutura (acomodação) e se desenvolve.”

A acomodação por ser uma reestruturação da assimilação, não se configura sem


assimilação. O equilíbrio entre assimilação e acomodação é a adaptação à situação.

A "estrutura cognitiva" de um indivíduo é, um complexo de esquemas de


assimilação que, segundo Piaget, tendem a organizar-se segundo os modelos
matemáticos de grupo e rede.

Piaget considera tudo no comportamento (motor, verbal e mental) parte da ação.


Mesmo a percepção é, para ele, uma atividade e a imagem mental é uma imitação
interior do objeto.

“Pode-se falar em ação sensório-motor, ação verbal e ação mental. O pensamento


é, simplesmente, a interiorização da ação (embora, geralmente, acompanhada de
atividade motora residual, como, por exemplo, gestos e movimento dos olhos).”

A teoria de Piaget não é uma teoria de aprendizagem e sim uma teoria de


desenvolvimento mental. Não enfatiza o conceito de aprendizagem mas menciona o
termo "aumento do conhecimento", analisando como isto ocorre: só há
aprendizagem (aumento de conhecimento) quando o esquema de assimilação sofre
acomodação.

De acordo com Piaget, a aprendizagem se configura quando há acomodação.

“A mente, sendo uma estrutura (cognitiva) tende a funcionar em equilíbrio, o que


aumenta seu grau de organização interna e de adaptação ao meio. Entretanto,
quando este equilíbrio é rompido por experiências não-assimiláveis, o organismo
(mente) se reestrutura (acomodação), a fim de construir novos esquemas de
assimilação e atingir novo equilíbrio. Para Piaget, este processo reequilibrador, que
ele chama de equilibração majorante, é o fator preponderante na evolução, no
desenvolvimento mental, na aprendizagem (aumento de conhecimento) da criança.”

O mecanismo de aprender é sua capacidade de reestruturar-se mentalmente em


busca de um novo equilíbrio. O ensino deve, portanto, ativar tal mecanismo.

“Na escola, esta necessidade de compatibilizar o ensino com o nível de


desenvolvimento mental da criança, é, muitas vezes, ignorada. Em termos de
esquemas de assimilação, a questão do ensino envolve três aspectos: os esquemas
de assimilação do aluno, aqueles que se quer ensinar, e os do professor.
Relativamente a esses três aspectos, um conceito interessante é o de ensino
reversível.”
Necessário é ao professor, não se limitar ao conhecimento da matéria de ensino,
mas que esteja muito bem informado a respeito das peculiariedades do
desenvolvimento psicológico da inteligência do educando.

O autor deste texto fornece ao leitor uma visão geral da teoria de Piaget e suas
implicações para o ensino e aprendizagem. Para isso, focalizaram-se apenas os
períodos de desenvolvimento mental e alguns conceitos básicos como assimilação,
acomodação, adaptação e equilibração.

O texto, objeto desta resenha, embora propositalmente superficial, é importante na


medida em que esclarece fatos vivenciados durante a prática pedagógica do
professor e, consequentemente, uma reflexão acerca desta temática, o que nos
permite recomendar sua leitura.

RESENHA
- Título: A Teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget
- Identificação: A Teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget – Capítulo 06 do
Livro de Texto Teorias de Aprendizagem.
- Referência: MOREIRA, M. A. Teorias de Aprendizagem. São Paulo: Editora
Pedagógica e Universitária, 1999

O desenvolvimento infantil às vezes surpreende pela velocidade com que acontece.


Mas ele normalmente segue uma sequência: você sabe quais são os quatro
estágios de Piaget?

Um belo dia, seu filho de 3 ou 4 anos pega o controle remoto e escolhe sozinho o
desenho favorito na TV. “Como ele aprendeu a fazer isso?”, você se pergunta. E é
bem possível que essa surpresa se repita muitas vezes, já que eles não param de
aprender – mesmo quando não estão sendo formalmente ensinados.
Situação dois: essa mesma criança, tão esperta e tagarela, não entende quando
você tenta explicar o alfabeto, que B com A, faz BA. Por quê?
Em resumo: como as crianças aprendem?
Essa pergunta deu origem a diversas teorias da aprendizagem e do
desenvolvimento infantil. Filósofos, professores, pedagogos, psicopedagogos,
médicos e psicólogos estudam a fundo a cognição das crianças até hoje.
Mães e pais não precisam virar especialistas em teorias do desenvolvimento e da
aprendizagem. Porém, entender alguns conceitos ajuda na compreensão do
desenvolvimento dos nossos filhos e também na conversa com a escola.
“É importante para aqueles que lidam de alguma forma com um ‘ser em formação’
buscar compreender o processo do desenvolvimento humano, e isso vale para os
pais também”, afirma a psicopedagoga Monique Gonçalves.
A mais famosa das teorias do desenvolvimento cognitivo foi desenvolvida pelo
biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980).
Para Piaget, o aprendizado é construído pela criança durante sua relação com
objetos e pessoas. Essa ideia é a base da teoria chamada construtivismo.
Cada nova descoberta é assimilada e acomodada junto ao que a criança já
conhecia do mundo, tornando-o cada vez mais amplo. Gradualmente, as relações
se formam e as coisas começam a fazer sentido na cabeça da criança.
As “ferramentas mentais” para essa construção mudam conforme a faixa etária e
também conforme o ambiente e os estímulos. Assim, o desenvolvimento cognitivo
começa desde o nascimento e se divide em 4 estágios principais: sensorial,
simbólico, concreto e formal. Esses são, portanto, os 4 estágios de Piaget. Vamos
entender melhor cada um deles?
Os 4 estágios do desenvolvimento cognitivo infantil
segundo Piaget

Estágio sensório-motor (0 a 2 anos):

Nessa fase, as crianças aprendem testando seus próprios reflexos e movimentos,


desenvolvendo a percepção do próprio corpo e dos objetos. O entendimento do
mundo se dá por experimentação e interação com o mundo à volta.
Sabe aquela mania de levar tudo até a boca? E de jogar as coisas no chão? São
formas de construir conhecimento nessa fase!

Estágio pré-operacional ou simbólico (2 a 7 anos):

Quando começam a dominar a linguagem e os nossos símbolos de comunicação,


começam também a imitar, representar, imaginar e classificar.
Nessa fase, por exemplo, a palavra carro já pode gerar a imagem mental de um
carro, mesmo que não tenha nenhum na sua frente.
A criança ainda é egocêntrica (se vê no centro de tudo e entende o mundo a partir
da sua própria vivência) e não tem a capacidade de se colocar no lugar dos outros.
Esse é um longo processo!
Faz parte dessa visão egocêntrica achar que a natureza e os objetos agem de
forma independente. Se tropeçou, diz que a calçada é a culpada e não ela própria.
Xinga o brinquedo por ter “se” estragado, ou responde um sincero “não fui eu, foi a
minha mão!”. Também pode confundir realidade e fantasia e ainda ter dificuldade de
distinguir certo e errado.
Brincar de faz de conta, de comidinha, de criar histórias e desenhar fazem parte do
aprendizado nessa f

Estágio operatório-concreto (7 a 11/12 anos):


O egocentrismo diminui e a criança passa a ter maior capacidade de se colocar no
lugar do outro e entender conceitos morais de certo e errado por volta dos 7 anos.
Nessa fase, as crianças apresentam maior capacidade de pensar soluções mentais
para problemas reais. As informações que receberam até aqui começam a se
conectar num raciocínio mais lógico, que considera vários aspectos ao mesmo
tempo.
Conseguem estabelecer relações e agrupar objetos ou símbolos por semelhança ou
diferença. Nesse processo, começa a alfabetização: a letra se liga a um som, e o
“plim” acontece. Outros aprendizados se constroem a partir da observação das
coisas e pela tentativa e erro.
Um exemplo clássico é a compreensão de que dois copos com diâmetros diferentes
– um cheio e outro até a metade – podem ter a mesma quantidade de líquido. É a
noção de espaço e volume se consolidando!
As operações matemáticas vão ficando cada vez mais complexas: se no início
precisam de objetos concretos para somar ou subtrair, em pouco tempo já
conseguem fazer operações com grandes números.

Estágio operatório-formal (a partir de 12 anos):

Aqui, a capacidade cognitiva é muito próxima da dos adultos. O adolescente


consegue fazer deduções e trabalhar com hipóteses mais elaboradas a partir do
pensamento lógico e também do abstrato.
Começa a entender teorias, doutrinas e conceitos, sendo capaz de fazer leituras
críticas do mundo ao redor (e também criticar muito os pais!). Esse processo reforça
a vontade de independência e autonomia, enfim, de assumir suas opiniões,
personalidade e posição no mundo!
Como estimular o desenvolvimento infantil?
Saber o que esperar de cada fase não significa esperar passivamente a formação
das estruturas mentais acontecer.
Um dos nossos papéis como mães e pais, e também da escola, é apresentar o
mundo, um ambiente que estimule perguntas para que elas possam construir o
próprio conhecimento.
Vamos voltar lá no início do texto, quando falamos de uma criança de 3/4 anos.
Como ela aprendeu a mexer no controle remoto? Observando e testando! Percebeu
que você fazia isso, apertou muitos botões errados até descobrir o certo para
assistir ao seu desenho favorito.
O importante para estimular o desenvolvimento infantil é oferecer um ambiente
afetuoso, seguro e com mais coisas interessantes além da TV para ela explorar,
testar e descobrir. Crianças são curiosas e amam aprender!
Algumas crianças até podem desenvolver o interesse e o aprendizado das letras
antes do tempo, mas não há motivos para acelerar o processo ou pular etapas, se
isso não conversa com os interesses dela.
Se ela já acompanha uma história e já tenta contar do seu jeito com apoio das
ilustrações, ela está num ótimo caminho de desenvolvimento.

Como estimular os 4 estágios de Piaget para o desenvolvimento


infantil?

Seguindo os conceitos apresentados por Piaget, podemos estimular o


desenvolvimento infantil por meio de algumas atividades.
Durante o estágio sensório-motor (entre 0 e 2 anos), as atividades que mais
estimulam as crianças são aquelas que envolvem movimentos e o processo da
ação. Sons, sensações, tato e a movimentação corporal chamam muito a atenção
dos pequenos. Por isso, brincadeiras envolvendo dança, música e instrumentos
musicais com os pais são uma boa opção.
Entre 2 e 7 anos, na fase pré-operacional, a imaginação está fluindo como nunca.
Criação de histórias e brincadeiras de faz de conta, transformando objetos, usando
fantoches e fantasias, estimulam o desenvolvimento infantil. Teatro e desenho são
atividades recomendadas para essa fase.
Na janela entre 7 e 12 anos, atividades que estejam mais relacionadas à lógica e ao
pensamento são bem-vindas. As artes ainda são recomendadas, mas passatempos
como xadrez e jogos de tabuleiro mais complexos ajudam no desenvolvimento
cognitivo.
Para os mais velhos, acima dos 12 anos, os estímulos ideais são aqueles que os
ajudam a se expressar: dança, atividades físicas em grupo e cursos mais complexos
de música, teatro e desenho, por exemplo.

E o desenvolvimento infantil em situações de isolamento?

Quando vemos as crianças brincando juntas com os colegas, fica claro o quanto
uma aprende com a outra. Elas pegam a mania de falar como o amigo fala,
descobrem novos gostos – “o fulano me falou de um jogo bem legal, posso baixar?
– e aprendem a ter empatia ao se preocuparem com os amigos.
Mas e as crianças na pandemia? Longe da escola, com aulas virtuais, as crianças
podem perder um pouco do contato com essas experiências e aprendizados.
Primeiro, é preciso lembrar que é uma fase: não sabemos bem quando, mas uma
hora eles vão poder brincar juntos de novo.
A partir daí, vale tentar dar estímulos de outra forma em casa: montando uma
videochamada com os colegas do seu filho, lendo histórias sobre empatia e
companheirismo, brincando junto em família, conversando e mais.

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