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Extensão da Beira

Departamento de Educação
Curso de Licenciatura em Ciências de Educação

Psicologia Infato-Juvenil

2º Ano

Comparação entre três tendências doutrinárias Desenvolvimento Infantil ( Piaget & Wallon
& Freud).

Discente: Agostinho Xavier Massuira Assistente: Msc. Paulo Zebo Bulaque

Beira

Setembro

2021
Teoria de Piaget

Piaget é um integracionista. Ele considera a interacção entre o organismo e o meio na


aquisição do conhecimento. No que se refere à motivação para aprender, portanto, esta
seria um componente com elementos tanto intrínseco quando extrínseco. A teoria
Piagetiana da aprendizagem implica em diferenciar qualitativamente a lógica do
funcionamento mental da criança da lógica do funcionamento mental do adulto.
Investigou através de quais mecanismos, a lógica infantil se transforma em lógica
adulta, isto é o processo de aprendizagem, que se dá por equilibração e desequilibrarão.
Para Piaget a aprendizagem ocorre por constantes equilibrações, ancoragens e
desequilibrações; Equilibração – O organismo procura manter em estado da adaptação
com o meio, agindo no sentido de superar perturbações na relação com o meio.
Desequilibração – Qualquer possibilidade de mudança rompe o estado de repouso ou
equilíbrio gerando desequilibração. A desequilibração exige a assimilação e a
acomodação de novos significados (ou aprendizagem) para que o organismo volte a si
equilibrar.

Etapas do desenvolvimento cognitivo


Segundo Piaget, o desenvolvimento cognitivo passa por quatro etapas distintas: o
sensório motor, a pré-operatória, a operatória – concreta e a operatória formal.

Etapa sensório-motor: vai do nascimento aos dois anos de idade. A criança tem como
base exclusivamente em percepções sensório e em esquemas motores para resolver seus
problemas “tais esquemas, formas de inteligência exteriorizada, vão-se modificando
com a experiência” (idem: 40).Essas modificações evoluem até o aparecimento da
função simbólica até o surgimento da fase pré-operatória. Etapa pré-operatória: dos
dois aos sete anos. É marcado pelo aparecimento da linguagem oral. Que permite surgir
esquemas representativos ou simbólicos e sustentados por conceitos, e pelo animismo e
pela transdedutividade e depende da percepção imediata. “O pensamento pré-operatório
indica, portanto, inteligência capaz de acções interiorizadas, acções mentais,” (ibid:41).
A etapa operatório-concreta: dos sete aos 13 anos. É a etapa da reversibilidade. É
marcada pelo pensamento lógico, objectivo, e reversível, que permite a ideia de
conservação. Porém a criança só consegue pensar concretamente. “o pensamento agora
baseia-se mais no raciocínio que na percepção”. (DAVIS, 1990:44). A etapa
Operatório-formal: A partir dos treze anos o pensamento se tornasse livre da realidade
concreta permitindo o abstracto do pensamento e a construção madura do raciocínio.
Quatro elementos básicos são responsáveis pela passagem de uma etapa de
desenvolvimento mental para a seguinte: a maturidade do sistema nervoso, a interacção
social, a experiência física e a equilibração. a educação é em especial a aprendizagem
tem, no entender de Piaget, um impacto reduzido sobre o desenvolvimento intelectual.
Desenvolvimento cognitivo e aprendizagem não se confundem (…).Mesmo a
aprendizagem sendo um processo considerado secundário e subordinado a equilibração
e a maturação, por Piaget. A escola usa as etapas de desenvolvimento para adequar a
aprendizagem do que a criança está madura para aprender.
Diferença entre outras teorias e Aplicação e implicações da teoria da teoria de
Piaget
A educação considera as etapas do desenvolvimento de Piaget para adequar as técnicas
e o material de ensino, bem como as habilidades e limitações de cada fase. Na fase
sensório-motor a principal característica da criança é a percepção e a motricidade a
escola adapta o conhecimento as maturidades das crianças. Na fase pré-operatória a
escola faz uso d percepções imediatas e do personalismo da criança bem como da sua
competência oral e simbólica Para inserirmos símbolos, significados e conceitos no
ensino, visto que a criança já tem condições e interesses em aprendê-los. Vale dizer que
Piaget não escreveu essa teoria para a educação. Vale dizer que Piaget não escreveu
essa teoria para a educação. Para Piaget a “aprendizagem (…) é encarada como um
processo mais restrito, causado por situações específicas (como a frequência escolar) e
subordinado tanto a equilibração quanto á maturação”.

Teoria de Wallon

Wallon considera uma complexa dinâmica do desenvolvimento infantil onde pode ser
identificada a existência de etapas diferenciadas por necessidades e interesses que lhe
garantem coerência e unidade onde uma etapa e básica e necessária Para o surgimento
da própria. Esse desenvolvimento envolve factores orgânicos e factores sociais que é a
soma da maturidade mais da aprendizagem social e cultural (linguagem/conhecimento)
obedecendo a um ritmo de desenvolvimento, não sequencial e não linear, isto é,
descontinuo. “Wallon vê o desenvolvimento da pessoa como uma construção
progressiva em que se sucedem fases com predominância alternadamente afectiva e
cognitiva”. (idem: 43). Ele considera cinco estágios psicogenéticos, são eles: estagio
impulsivo-emocional, estágio sensório-motor e projectivo, estágio de personalismo,
estagio categonal e estágio da adolescência. Nesses estágios o que é determinante é a
relação acumulo e dispersão da energia.

Estágios psicogenéticos Wallonianos

Estagio impulsivo emocional: abrange o primeiro ano de vida é marcada


principalmente por estados inerentes a emoção, propício para a interacção da criança
com o meio e a realidade exterior, mediada pela afectividade. Estágio sensório-motor e
projectivo: vai até o terceiro ano. É pertinente dizer que nesse estágio o interesse da
criança se volta para exploração sensório-motor do mundo físico. “Outro marco
fundamental deste estágio é o desenvolvimento da função simbólica da linguagem”.
(GALVÃO, 1996: 44). Estágio de personalismo: é o estágio que abrange a faixa dos
três anos aos seis anos de idade, cuja tarefa central é o processo de formação de
personalidade. A formação da consciência de si, que ocorre por meio das interacções
sociais, se orienta o interesse da criança para as pessoas, definindo o retorno da
predominância das relações afectivas. Estágio categorial: ocorre por volta dos seis
anos, quando já consolidada a função simbólica e diferenciada a personalidade, a
criança faz importantes avanços no campo de inteligência: “os processos intelectuais
dirigem o interesse da criança para as coisas, para o conhecimento e conquistas do
mundo exterior, imprimindo a suas relações como o meio, preponderância do aspecto
cognitivo”. (GALVÃO, 1996 :44). Estágio da adolescência: a crise da puberdade vem
romper com a tranquilidade afectiva que marca o estágio categorial e gera a necessidade
de uma redefinição dos contornos da personalidade, o que implica na ressignificação de
questões pessoais, morais e existenciais, numa retomada de predominância afectiva.

Diferença entre outras teorias e Aplicação e implicações da teoria de Wallon na


educação: No que diz respeito à aplicação das teorias da aprendizagem no sentido de
motivar o aluno a aprender, o primeiro aspecto dessa teoria considerada pela escola é o
fato de tanto o factor afectividade quanto o factor cognição contribuem igualmente e
necessariamente para a aprendizagem. Antes apenas os factores cognitivos eram
considerados no que diz respeito à aprendizagem. Outro aspecto muito em voga
ultimamente em educação e que é contribuição de Wallon para a aprendizagem é o fato
desta não ser um processo linear e contínuo, e que mesmo estando orientado em fases a
aprendizagem é um processo descontínuo. A exemplo das teorias de Piaget e de
Wallon, Freud também desenvolve sua teoria considerando a psicogénese do
desenvolvimento humano.

Teoria Freud

Nessa teoria Freud desenvolve noções de instâncias psíquicas onde a energia que
transitam em busca do prazer e da vida é a libido. As instâncias psíquicas do
comportamento humano serão id, ego, e superego e esse comportamento seria também
um dos três níveis dependendo da consciência que o indivíduo tem dos motivos que
determinam seu comportamento, a saber: consciente, subconsciente e inconsciente. A
fala demonstra o nível de consciência que o indivíduo tem de seu objecto de desejo.

Diferença entre outras teorias e Aplicações e implicações de teoria de Freud: A


principal implicação do uso da teoria de Freud na educação é a adequação das fases a
área de erotização na criança. A fase anal a criança aprende pela manipulação, por
exemplo, nessa fase a escola trabalha com massa de modelar por exemplo. A não
aprendizagem e muitas vezes entendida como um mecanismo de defesa da criança que
projecta e transfere a afectividade mal resolvida como os pais no complexo de
Édipo, para os professores ou outras autoridades na escola. Os casos de não
aprendizagem escolar são muitas vezes subentendidos a análise numa perspectiva
psicanalítica. Assim sendo, uma vez atingida a maturidade sexual na puberdade, o
indivíduo segue naquela condição adquirida, salvo uma condição afectiva regressiva.

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