Piaget divide desenvolvimento humano em quatro períodos: sensório motor: pré-
operatório; operações concretas e; operações formais. Sendo ele, esses períodos se sucedem a partir do aparecimento de novas qualidades do pensamento. Cada período tem como característica o que o indivíduo consegue fazer de melhor em cada fase da vida. Esse processo, é comum a todos os indivíduos, sempre nessa sequência e mesmo que o início e o término de um período não aconteçam com exatidão em determinada faixa etária, cada um depende das características biológicas do indivíduo e de fatores educacionais, sociais. O período sensório motor, geralmente acontece na faixa etária de 0 a 2 anos de vida. Esta é a fase da conquista, a qual a criança pela percepção e movimentos, conquista todo o universo que a cerca. Inicialmente, sua vida mental são apenas reflexos, que melhoram com o treino. Quando a criança alcança a capacidade de usar um instrumento como meio para atingir um objeto é um indicio que ela já está próxima da segunda fase, pois já utiliza a inteligência prática ou sensório- motora, que envolve as percepções e os movimentos. O desenvolvimento físico acelerado é o grande suporte para essas novas habilidades. O período pré-operatório, acontece na 1ª infância (2 a 7 anos). Aqui, o que ganha importância é o aparecimento da linguagem, provocando mudanças nos aspectos intelectual, afetivo e social da criança. Com a linguagem, há uma aceleração no desenvolvimento do pensamento. Essa é a fase dos porquês, das interrogações. Nesta fase, a criança é muito egocêntrica, ou seja, está centrada em si mesma, comporta-se como se o mundo girasse ao seu redor. É neste período que acontece a formação da maturação neurofisiológica da criança, permitindo o desenvolvimento de novas habilidades, como a coordenação motora fina. No período das operações concretas (geralmente dos 7 aos 12 anos). O egocentrismo dá lugar a relações com pontos de vista diferentes, porém, lógico e coerente. Isso acontece por conta do surgimento de uma nova capacidade mental: as operações, a qual, a criança é capaz de pensar antes de agir. A criança adquire uma autonomia em relação ao adulto, passando a organizar seus próprios valores morais e escolhem seus grupos de amigos, trazendo implicações, pois se antes, a criança, considerava bastante as opiniões dos adultos, agora passa a bater de frente. Por fim, o período das operações formais (a adolescência)). Aqui ocorre a passagem do pensamento concreto para o pensamento abstrato, lida com conceitos como liberdade e justiça. O adolescente alcança a capacidade de abstrair e generalizar, criando teorias sobre o mundo. Isso acontece por conta da capacidade reflexiva que cada vez mais se distancia do real. O livre exercício da reflexão permite ao adolescente, submeter o mundo real aos sistemas e teorias que o seu pensamento é capaz de criar. Vigostik e a psicologia na teoria da educação. Vigotski nasceu em 1896, na Bielo-Russa, e morreu com apenas 37 anos de idade. Buscou no materialismo dialético uma alternativa para o conflito entre as concepções idealista e mecanicista na Psicologia. Juntamente com Luria e Leontiev, idealizou teorias com temas voltados para a relação pensamento e linguagem, o processo de desenvolvimento da criança e o papel da instrução no desenvolvimento. Sua teoria básica é que a diferença entre os homens dos outros animais são as formas como o homem se relaciona socialmente com outros homens Para Vigotski o homem é um ser ativo, agindo sobre o mundo, através das relações sociais. Vigotski enxergava o desenvolvimento infantil a partir de três aspectos: instrumental, cultural e histórico. O aspecto instrumental diz respeito aos estímulos que são apresentados no ambiente, a qual, o indivíduo o altera e dá um novo sentido comportamental para ele, transformando assim, sua função natural, em mediadora das funções psicológicas complexas. O aspecto cultural é voltado para os meios socialmente estruturados que a sociedade utiliza para designar tarefas que a criança enfrenta durante seu crescimento enfrenta, tendo a linguagem como principal instrumento disponível. Já o aspecto histórico, é necessário que se funda com o cultural, pelo fato que os instrumentos utilizados pelo homem para dominar seu ambiente e seu próprio comportamento, foram criados e modificados ao longo da história. As crianças, sofrem influência dos adultos desde o nascimento, a qual, estes procuram inseri-las em suas relações e cultura. E naturalmente as crianças respondem a tudo isso. No início todos os processos psicológicos são mediados pelos adultos, por isso, são chamados Inter psíquicos, pois acontecem durante a interação das crianças com os adultos. Porém, com o passar do tempo, a criança vai crescendo e esses processos passam a ser executados em seu interior, tornando-os intrapsíquicos. Tudo isso acontece por meio da interiorização das informações, por meios historicamente determinados e culturalmente organizados. Para Vigotski o desenvolvimento da fala é um meio para concentrar o comportamento do outro em função de si. Outro ponto importante para o desenvolvimento da criança é a ação, que se desenvolve independente da fala, mas ao se convergirem, desenvolvem a inteligência. As interações entre fala e ação são o alicerce para o desenvolvimento da criança, pois suas ações e afetam diretamente o adulto, gerando relações sociais. Todos os movimentos e expressões verbais da criança, no início de sua vida, são importantes, afetando o adulto, que os interpreta e os devolve à criança através de uma ação ou com a fala. Com isso, o falar da criança é fundamental no desenvolvimento de suas funções psicológicas.