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Crianças de 4 anos

APRESENTAÇÃO

“Conhecer não é demonstrar nem explicar, é aceder à visão.” Antoine de Saint-Exupéry

O trabalho pedagógico na educação infantil em Diadema está consolidado e embasado na


nossa proposta curricular, de acordo com as diretrizes do MEC para essa modalidade de Ensino.

Teoria e prática devem caminhar juntas para que o olhar do professor ultrapasse o lugar
comum e dê margem para uma grande teia de aprendizagens contínuas e com uma função social
apropriada.

Este documento tenta expressar um movimento que demonstre as características principais


das crianças da faixa etária, em consonância com a matriz curricular de Diadema e algun s bons
exemplos de atividades permanentes, sequências didáticas, atividades sistematizadas e projetos.
CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS AOS 4 ANOS

Para que uma criança se desenvolva adequadamente é necessário:

• Ser acolhida em suas características pessoais, aceitando-se o sexo com que nasceu, e
suas características particulares que, às vezes, incluem necessidades educativas especiais;
• Receber, dos familiares e das pessoas que cuidam dela, tudo o que necessita quanto à
alimentação, higiene, saúde, segurança e afeto;
• Ter seu processo de maturação psiconeurológico respeitado porque dele depende o
surgimento e o desenvolvimento de suas capacidades motoras, intelectuais, sociais,
afetivas e morais;
• Ter oportunidades de vivências físicas, psicológicas e sociais para que possa exercitar
plenamente suas potencialidades;
• Ser estimulada de acordo com o nível de desenvolvimento em que se encontra.

ASPECTOS FÍSICOS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

As seqüências do desenvolvimento físico são as mesmas para todos, mesmo para as


crianças com necessidades especiais, embora o ritmo varie muito de uma para outra.
Muitas mudanças físicas ocorrem sem que o indivíduo precise se esforçar para que elas
aconteçam. É o caso, por exemplo, do crescimento da pele. Outras mudan ças dependem de
oportunidades e de vivências, entre elas está a coordenação motora e a fala.
A alimentação é um dos aspectos mais importantes para o crescimento físico e para um
bom desempenho na aprendizagem da criança. É necessário fornecer alimentos adequados às
necessidades de nutrição específica de cada idade em que a criança se encontra. Os músculos,
os ossos e, em especial, o sistema nervoso sofrem prejuízos significativos se houver má nutrição.
Quando a criança nasce, as estruturas nervosas já devem estar formadas sob o ponto de
vista anatômico. É necessária, ainda, uma evolução funcional que deverá ocorrer principalmente
através da mielinização (maturação) que possibilita o aperfeiçoamento do sistema nervoso central
e torna possível o surgimento e o aprimoramento de diversas capacidades, como andar, falar, ler.
Ao mesmo tempo em que acontece o processo de maturação do sistema nervoso, se realiza o
desenvolvimento psicomotor.
As habilidades motoras são adquiridas em ordem definida, de simples a complexas,
seguindo os princípios cefalocaudal e proximodistal. Depois de adquirir controle de movimentos
separados de braços, mãos e pés, a criança será capaz de coordenar esses movimentos para
caminhar.
Com estes recursos, as primeiras explorações e experimentações tornam-se possíveis. As
vivências deverão aperfeiçoá-los. A influência do ambiente é significativa: quando a criança é bem
nutrida, adequadamente estimulada, tem liberdade física e oportunidades para praticar habilidades
motoras e para brincar, seu desenvolvimento motor provavelmente será normal.
Vygotsky afirma que partindo de estruturas orgânicas elementares (sistema nervoso, órgãos
dos sentidos), a criança constrói funções mentais complexas (prestar atenção, memorizar,
imaginar, raciocinar) à medida que se apropria de instrumentos simbólicos conhecidos nas
interações sociais realizadas em seu meio (família, escola).
As vivências acontecidas nestes contextos oportunizam que a criança experimente e
responda a diferentes situações. Desta forma, poderá aprender, por exemplo, a forma de
memorizar e de raciocinar vigente em determinada cultura. Essas vivências contribuirão para
formar sua personalidade.

ASPECTOS INTELECTUAIS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Piaget afirmou que a atividade intelectual não pode ser separada do funcionamento total do
organismo. Para que ocorra o desenvolvimento cognitivo, é necessário que a criança atue sobre o
meio ambiente. O conhecimento é resultante das ações da criança.
Há três tipos de conhecimento: o conhecimento físico, o conhecimento lógico-matemático e
o conhecimento social.
O conhecimento físico é o conhecimento das características físicas dos objetos e dos fatos:
tamanho, forma, textura, movimento. Este conhecimento é adquirido através do contato, da
observação e da manipulação dos objetos. Os brinquedos se tornam conhecidos através do
brincar.
O conhecimento lógico-matemático é o conhecimento estruturado a partir do pensar sobre
as experiências com objetos e eventos. As ações da criança sobre os objetos é que vão
possibilitar a construção do conhecimento lógico-matemático. Este conhecimento é produto das
experiências que a criança faz com os objetos. Muitas vezes é resultado de relações e
comparações entre os brinquedos. Brincar propicia o desenvolvimento do pen samento lógico.
O conhecimento social é realizado pela criança a partir de suas ações com outras pessoas.
Na interação com outras crianças e com os adultos, surgem as oportunidades para a construção
do conhecimento social. Segundo Piaget, a criança vivencia períodos de desenvolvimento: o
período sensório-motor (zero a dois anos) e o período pré-operacional (dois a sete anos).
No período pré operacional , a criança passa de um nível de inteligência sensório-motora
para a inteligência representacional. “Isto significa que a criança torna-se apta a representar
internamente (mentalmente) objetos e eventos e subseqüentemente torna-se capaz de
(cognitivamente) resolver problemas através da representação”, diz Wadsworth.
Deste momento em diante, o desenvolvimen to intelectual da criança se dá mais na área
simbólica do que na área motora. O desenho realizado pela criança pré-operacional não inclui, no
início, o desejo de representar alguma coisa. O uso precoce do lápis, do giz de cera e do pincel
resulta nas garatujas.
À medida em que se desenvolve, ela se esforça para retratar pessoas, animais e objetos de
forma mais realística. As imagens mentais são representações internas (símbolos) de objetos ou
de experiências perceptivas passadas. Imagens não são cópias de percepções guardadas na
mente. Elas são imitações de percepções e a elas se assemelham.
A linguagem falada é uma forma de conhecimento social. O desenvolvimento da linguagem
falada proporciona à criança, além da possibilidade de um rico intercâmbio sócio-afetivo, a
facilitação do desenvolvimento conceitual que ocorre no estágio pré-operacional.
Piaget classificou as falas das crianças em fala egocêntrica e fala socializada. A fala
egocêntrica se caracteriza pela ausência da verdadeira comunicação: muitas vezes a criança fala
sem ter a intenção de se comunicar, mesmo estando na presença de outras pessoas: são os
monólogos coletivos. A fala socializada é intercomunicativa: as conversas infantis incluem troca
de idéias e a intenção da comunicação.
Para Vygotsky, na interação da criança com as outras pessoas, a linguagem tem especial
importância. A fala (entendida como instrumento ou signo) tem um papel fundamental de
organizadora da atividade prática e das funções psicológicas humanas: atenção, memória,
imaginação. Segundo Vygotsky, o processo de desenvolvimento do pensamento e da linguagem
segue a mesma trajetória das outras funções psicológicas.
O percurso é da atividade social, interpsíquica, para a atividade individualizada,
intrapsíquica. A criança primeiramente utiliza a fala socializada, com a função de comunicar, de
manter um contato social. Mais tarde, ela se torna capaz de utilizar a linguagem como instrumento
de pensamento, com a função de adaptação pessoal.

ASPECTOS SÓCIO-AFETIVOS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Segundo Wallon, o desenvolvimento humano é um processo de individuação crescente que


acontece desde o nascimento, através da interação social. O ambiente no qual a criança está
inserida é seu recurso básico de desenvolvimento.
A atividade da criança é oportunizada tanto pelos recursos materiais disponíveis, quanto pelas
diversas interações que vivencia com outras pessoas. O esforço que a criança faz para
compreender o mundo, atribuindo-lhe significados, obriga-a a exercitar ações cada vez mais
complexas.
Na teoria de Wallon, a dimensão afetiva ocupa lugar central, tanto na construção da pessoa
quanto na construção do conhecimento.
Durante o período personalista (dos três aos cinco anos), a criança começa a se dar conta
de que é uma pessoa particular. Ela sabe que faz parte de uma família e está orientada quanto à
idade, ao número de irmãos e à ordem de nascimento. Torna-se atenta às suas atitudes, ao seu
comportamento. Aparece a necessidade da imitação. Com o eu ainda frágil, precisa da admiração
dos outros para contemplar seus desempenhos e torna-se, em algumas ocasiões, “exibida”.
A prática dos jogos de regras dá à criança oportunidades de aprender a competir, a esperar
sua vez de jogar e a lidar com sucessos e frustrações. Estas são situações lúdicas que devem
proporcionar prazer e desenvolvimento. “... a evolução afetiva e social da criança obedece às leis
do mesmo processo geral, visto que os aspectos afetivos, sociais e cognitivos da conduta são, de
fato, indissociáveis”, afirmam Piaget e Inhelder.
Brincar proporciona muitas aprendizagens sociais e crescimento emocional.
ASPECTOS MORAIS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Promover o desenvolvimento da consciência moral nas crianças tanto interessa a elas


mesmas, quanto a seus pais e à sociedade.

A identificação com modelos positivos, a internalização de boas regras e a disposição para


segui-los são determinantes da conduta humana frente aos outros e diante das leis e costumes
vigentes na comunidade.

A criança não dispõe de uma consciência moral ao nascer, nem sabe quais são os valores
cultivados pela comunidade em que está inserida. É pela convivência com as outras pessoas,
pelos exemplos que irá presenciar e pelas orientações que deverá receber que ela irá estruturar
suas próprias concepções morais que se traduzirão em atitude frente às normas vigentes em seu
meio.

Desde o nascimento a criança encontra-se em processos contínuos de desenvolvimento, e


cada fase é marcada por aquisições significativas que a criança vai incorporando através da sua
relação com o seu meio físico e social.
Um outro ponto a ser destacado, é o conhecimento que o professor deve ter a respeito da
fase em que a criança se encontra, suas necessidades e características de cada idade, e o quanto
ela deve ser estimulada de acordo com a fase de desenvolvimento em que se encontra.

As contribuições de Piaget são fundamentais para a educação da criança, a mesma é vista


como um agente ativo, ou seja, é um ser em constante interação com o mundo dos objetos físicos
e o mundo das relações sociais. Por meio, da ação sobre o seu meio, a criança manipula, explora,
levanta hipótese, observa, empurra, joga, amassa, compara, interage com pessoas é dessa forma
que a criança adquire conhecimento físico, afetivo, cognitivo, emocional e social.

ESCOLA INFANTIL É EDUCAÇÃO

Roselma da Silva Medeiros

Hoje sabemos que a Educação Infantil ganhou espaço no cenário educacional brasileiro.
Este reconhecimento foi consolidado pela Lei de Diretrizes e Bases, de 1996, que definiu
como a primeira etapa da educação básica. O objetivo da educação infantil é oferecer à criança o
passo inicial na construção de seus conhecimentos sistematizados, podendo definir a trilha na
busca da sua condição de cidadão.
Desde o nascimento a criança encontra-se em processo contínuo de desenvolvimento, e
apesar de ser pequena, tem experiências de vida significativas: escuta histórias, participa de
conversas com os parentes e pessoas próximas, observa os pais escreverem, vê televisão,
identifica placas e rótulos, escuta música, e faz várias leituras de sua própria realidade.
Ao entrar na escola a criança já tem muitas experiências e já traz sua bagagem cultural, e
terá o professor como principal apoio para construção do seu conhecimento.
Um dos maiores propósitos da atualidade na educação, é partir do conhecimento prévio que
as crianças possuem, e daí auxiliar na ampliação de sua visão de mundo.
A criança necessita de uma pedagogia que respeite o seu ritmo e suas possibilidades
afetivas e cognitivas. O professor deve atuar como um mediador, que tem que respeitar o
potencial de cada criança e, ao mesmo tempo, desafiá-la, para que ela explore e desenvolva
raciocínios cada vez mais complexos.
Apesar de não conseguir ler e escrever, no início da educação infantil, o professor deve
proporcionar uma aprendizagem significativa, baseada em vários momentos de atividades
linguísticas como: ler textos de boa qualidade, jornais, revistas, fábulas, gibis, poesias, adivinhas,
trava-línguas, músicas, produção de textos coletivos a partir de experiências do grupo, produção
de escritas espontâneas.
A aprendizagem da criança é coisa séria. Ela precisa de uma escola infantil que a trate
como alguém que pensa e que tem possibilidades de crescer, garantindo não só o direito de
brincar e receber cuidados, mas de desenvolver capacidades e de ampliar seus conhecimentos.
Anexo 1 :

ATIVIDADE SEQUENCIADA DE MATEMÁTICA

E.M.

Sequenciada: A Matemática na rotina e a rotina na matemática

Área do conhecimento: Matemática

Faixa etária: 4 anos

Duração:

Periodicidade: 1 vez por semana

Professoras:

Justificativa

Desde pequenas as crianças estão em contato com situações envolvendo conhecimentos


matemáticos. Assim na escola os alunos podem ter a oportunidade de, no decorrer da rotina, construir as
capacidades necessárias para resolução de seus problemas cotidianos (quantificar, registrar, comparar).

Objetivos

-Recitar a sequência numérica em diferentes situações de contagem.

-Realizar contagem em situações nas quais as crianças reconheçam sua necessidade.

-Reconhecer a função social do calendário.

-Perceber algumas regularidades do calendário.

-Comunicar quantidade utilizando a linguagem oral, a notação numérica e/ou registros não
convencionais.

Diferenciar número de letra.

Etapas

1. Observação e marcação dos dias no calendário da classe diariamente. Marcar eventos importantes,
contar quantos dias faltam para que o dia chegue.

2. Tendo a professora como escriba, escrever na lousa a data diariamente.


3. Durante a chamada cada aluno desenha na lousa um símbolo indicando sua presença (risco, círculo).

4. Contar coletivamente o número de alunos correspondendo cada símbolo a um aluno, chamando a


atenção das crianças para os números que estão inseridos em nossa rotina, esperando que ao final do
trabalho os alunos sejam capazes de recitar a sequência numérica até 10 e fazer contagens em
diversas situações.

5. Comparação de quantidade entre meninos e meninas presentes (na lousa, na fila, em jogos).

6. Contar o número de faltas no dia.

7. Situações -problema envolvendo divisão de materiais.

8. Discutir questões como o quanto sobrou e o quanto faltou.

9. Cantar músicas e recitar parlendas que tem a sequência numérica. Sugestões: A galinha do vizinho;
Serra, serra,serrador; 1,2, feijão com arroz; Indiozinhos.

10. Registrar no cartaz as músicas apresentadas e destacar os numerais.

11. Jogos de percurso simples desenhados no chão, sendo a criança um pino humano.

12. Jogar bingo de números de 1 a 10.

13. Jogar dominó.


ATIVIDADES COM CANTIGA

Anexo 2 :

E.M.E.B. _________________________________________________________
NOME: __________________________________________________________
DATA: _______________________ PROFESSORA: ____________________

COLOQUE TÍTULO NA CANTIGA ABAIXO:

_________________________________________________________________

A GALINHA DO VIZINHO
BOTA OVO AMARELINHO

BOTA 1
BOTA 2
BOTA 3
BOTA 4

BOTA 5
BOTA 6
BOTA 7
BOTA 8
BOTA 9

BOTA 10.
Anexo 3 :

E.M.E.B. _________________________________________________________
NOME: ___________________________________________________ _______
DATA: _______________________ PROFESSORA: ____________________

COLOQUE TÍTULO NA CANTIGA ABAIXO:

_________________________________________________________________

CARANGUEJO NÃO É PEIXE


CARANGUEJO PEIXE É

CARANGUEJO SÓ É PEIXE
NA ENCHENTE DA MARÉ
ORA PALMA, PALMA, PALMA
ORA PÉ, PÉ, PÉ

ORA RODA, RODA, RODA


CARANGUEJO PEIXE É.
Anexo 4 :

E.M.E.B. _________________________________________________________
NOME: __________________________________________________________
DATA: _______________________ PROFESSORA: ____________________

LIGUE O NOME DO ANIMAL A SUA FIGURA:

GALINHA

PEIXE
Anexo 5 :

E.M.E.B. _________________________________________________________
NOME: __________________________________________________________
DATA: _______________________ PROFESSORA: ____________________

PINTE O QUADRADINHO ONDE ESTÁ O NOME DO ANIMAL:

CAVALO PEIXE RATO


Anexo 6 :

E.M.E.B. _________________________________________________________
NOME: __________________________________________________________
DATA: _______________________ PROFESSORA: ____________________

PINTE O QUADRADINHO ONDE ESTÁ O NOME DO ANIMAL:

CARANGUEJO SAPO GATO

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