Você está na página 1de 39

Cada um de nós tem uma referencia e

uma experiência do que é a INFÂNCIA!

Considerando nossa história de vida;


O processo cultural que estivemos e estamos
inseridos; O período histórico;
O desenvolvimento humano
é vitalício

Do momento da concepção
ao momento da morte os
seres humanos passam por
complexos processos de
desenvolvimento e
aprendizagem.
O lugar social da criança foi sendo construído ao longo da história da
sociedade!

As fases do desenvolvimento são produtos sociais e históricos. Não é um


fenômeno natural!
Abandonando a concepção linear da história e naturalista da essência humana,
podemos afirmar que não há termo de comparação entre a condição social da
criança da classe popular e a criança idealizada cientificamente pela lógica
higienista.
No entanto, está infância
idealizada não é uma
possibilidade para todas as
crianças.
Ou seja, não consideramos as condições de SER
CRIANÇA. Não a percebemos como sujeitos de direitos!

De uma infância idealizada ou percebemos realmente como esta


infância está sendo vivenciada.
Toda a pessoa, desde que nasce, precisa encontrar um lugar! Precisa ser validada
socialmente. Esta experiência garante um processo de pertencimento e filiação.
Pertencer a alguém, ao um grupo social, a um ambiente,
Compreender a história de cuidado que compõe a história de vida dos
adultos e desta família.

Potencialização de suas competências para o cuidado para que a família


possa exercer suas funções é importante que suas necessidades sejam
também compreendidas e atendidas.

Enriquecer o repertório de interação entre os membros da família e a


criança.
Hereditariedade
Maturação e Ambiente

O desenvolvimento inclui
uma ampla gama de
diferenças individuais que
são influenciadas pela
dotação genética, pela
maturação e pelas
experiências.
Os aspectos do
desenvolvimento
são interligados

 Físico

 Cognitivo

 Psicossocial
FÍSICO
Crescimento do cérebro e do corpo
Capacidades sensoriais
Habilidades motoras
Saúde

COGNITIVO
Mudança e estabilidade nas capacidades mentais:
Aprendizagem
Memória
Linguagem
Pensamento

Criatividade

PSICOSSOCIAL
Mudança e estabilidade nas emoções, na personalidade e
nos relacionamentos sociais.
Período crítico: tempo em que
um determinado evento ou sua
ausência tem maior impacto
sobre o Desenvolvimento

Plasticidade:modificabilidade
ou modelação do cérebro
através da experiência.

Resiliência
Desenvolvimento cognitivo

A cognição inclui diferentes processos


cognitivos que usamos para adicionar novos
conhecimentos e tomar decisões baseadas
nesses conhecimentos.

Os principais são:
Aprendizagem, atenção, memória, linguagem,
emoção, raciocínio e funções
executivas.
Desenvolvimento cognitivo

Aprender envolve mudanças físicas no cérebro.


Segundo Eric Kandel “é nada mais nada
menos do que uma série de alterações que
ocorrem nas células nervosas que compõem
nosso
cérebro”.
Desenvolvimento cognitivo

Tem forte componente hereditário e os fatores


estimulação dos pais, a educação escolar, a
influência dos amigos e outras variáveis fazem
a diferença.
Desenvolvimento cognitivo

A inteligência foi considerada como algo fixado


desde o nascimento, mas agora sabemos que é
influenciada tanto pela hereditariedade quanto
pelo ambiente.
Sete condições para um bom
desenvolvimento

1. Incentivo para explorar o ambiente;


2. Supervisão do desenvolvimento de habilidades cognitivas e
sociais básicas;
3. Elogios às realizações;
4. Orientação para a prática e para a expansão de habilidades;
5. Proteção contra a desaprovação imprópria, provocações e
punições;
6. Enriquecimento da comunicação e responsividade;
7. Orientação e limitação do comportamento.
A Interação Verbal entre
pais e filhos influencia
o desenvolvimento
linguístico e cognitivo
das crianças.
Desenvolvimento das
habilidades motoras:

As crianças variam
em competência,
dependendo da sua
herança genética e
oportunidades para
praticar.
Experiências negativas podem
mudar o cérebro

O cérebro que
absorve uma nova
língua é o mesmo
que absorve traumas,
abusos e ambientes
negativos.
• Prevenção é quando se
intervém antes de surgir o
problema, geralmente com
base em fatores de risco
conhecidos.
• Intervenção é quando se
age para ajudar num
problema já existente.
Iniciando o diálogo...

• Qual o papel dos adultos na constituição da


subjetividade infantil?
• Qual a nossa responsabilidade como adultos ao
exercer a psicologia do desenvolvimento?
Criança, infância e linguagem

• Acriança é um ser que participa da criação da cultura através do


uso
criativo da linguagem na interação com seus pares, adultos e
crianças, mas também com as coisas ou objetos que existem ao seu redor.

• A infância não pode ser compreendida antes da linguagem ou fora dela;

• É na linguagem e pela linguagem que a criança se constitui para si, para


o outro e para o mundo da cultura.
Infância e cultura

• Cultura é, por sua natureza, plural, pois implica a uma infinidade de


sociedades, constituídas por diferentes práticas, costumes, linguagens,
modo de viver. Diferentes culturas.

• Cultura – práticas, fazeres e ações – registros dessas práticas –


materialização da cultura.
Enriquecendo a conversa
• Se a cultura é o elo que nos liga aos outros, seja os nossos contemporâneos, seja os nossos
antepassados – o que está em jogo é pensar como fazemos circular de modo que se torne
um exercício de pertencimento e, ao mesmo tempo, um exercício de comunicação.

• Que elementos da cultura são disponibilizados às crianças? Que elementos as ajudam a


construírem seu pertencimento a uma determinada sociedade?

• Que lugar as crianças ocupam no processo de transformações nos modos de produzir e de


fazer circular a cultura?

• Em que medida as crianças podem ser vistas, de fato, como sujeitos da cultura e não como
depositárias de uma cultura produzida por outrem?
Relações entre aspectos biológicos e
culturais no desenvolvimento da
criança
• Equívoco: pensar um padrão único de desenvolvimento;

• Aprendizado cultural: o universo cultural ativa processos


distintos dando origem a habilidades e conhecimentos
diferenciados;

• Os processos de desenvolvimento não são contínuos e


ascendentes, mas envolvem crises, retrocessos e estagnações.
A cultura infantil: caráter coletivo
• O brincar;
• A imitação;
• A imaginação (o que é a
imaginação?);
• A repetição.
IMPORTANTE...
O LUGAR da criança vai sendo construído desde a gestação...

Desta forma, vínculo familiar e as funções de proteção e cuidado, podem e


devem ser produzidos desde a gestação!

Por isso importante intervenções intersetoriais! Exemplo: aspectos de


saúde e aspectos de convivência e vínculos, construídos e preservados em
conjunto!
AS RELAÇÕES FAMILIARES E INFÂNCIA

A Família é o núcleo primário de relações sociais. E nela que construímos


nossas primeiras experiência de “humanidade”.

Quais as experiências que estão sendo produzidas nos contextos familiares?


Quais humanidades estamos produzindo?

No entanto, a família não é uma “ilha”, ela é um grupo social afetada e


atravessada por inúmeros outros grupos sociais. Inclusive pelas políticas
públicas.
O desenvolvimento infantil...

Diversas teorias que discutem e fazem afirmações


sobre o desenvolvimento infantil!
De maneira geral podemos destacar:

1) ESTÁGIO PRÉ-NATAL: Concepção ao


nascimento;
2) PRIMEIRA INFÂNCIA: de zero a três anos;
3) SEGUNDA INFÂNCIA: dos três aos 06 anos;
4) TERCEIRA INFÂNCIA: dos 06 aos 12 anos
– Adolescência.
Período Pré-natal
(concepção ao
nascimento)
• Concepção;
• Genética x Influencias ambientais;
• Estruturas e órgãos básicos;
• Crescimento físico ;
• Vulnerabilidade à influencias
ambientais;
• Capacidade de aprender e
lembrar;
• O feto responde à voz da
mãe e
desenvolve preferência
por ela.
Aspectos fundamentais a serem
considerados: PRIMEIRA INFÂNCIA

No caso das famílias com crianças na primeira infância é preciso lembrar


que a gestação e a chegada da criança impactam na dinâmica familiar,
nos relacionamentos familiares, na relação entre a família e o contexto
comunitário e social e nos projetos de vida pessoal e familiar.

O manejo e as adaptações necessárias nesse período podem ser ainda mais


desafiantes para famílias em situação de vulnerabilidade social e que
enfrentam a precariedade da renda, a desigualdade de acesso a serviços,
direitos, informações e outros recursos das políticas públicas que atuam no
suporte e apoio ao exercício de sua função protetiva e na promoção do
desenvolvimento infantil.
 O recém-nascido é dependente mas apresenta potencial de crescimento e
desenvolvimento intenso;

 Todos os sentidos funcionam ao nascimento;

 Crescimento físico e desenvolvimento das habilidades motoras são rápidos;

 Capacidade de aprender e de lembrar já está presente nas primeiras semanas


de vida;

 Compreensão e fala se desenvolvem rapidamente; Autoconsciência se


desenvolve no 2o ano – individuação;

 Apego aos pais e a outros;

 Interesse por outras crianças aumenta.


Segunda infância (3 a 6 anos)

 Força e habilidade motora, simples e complexa, aumentam;

 Comportamento é predominantemente egocêntrico, mas a


compreensão da perspectiva dos outros aumenta;

 Ideias ilógicas sobre o mundo, devidas à imaturidade cognitiva;

 Brincar, criatividade e imaginação tornam-se mais elaborados;

 Independência, autocontrole e cuidado próprio aumentam;

 Família ainda é o núcleo da vida, mas outras crianças começam a


se tornar importantes.
Terceira Infância (6 a 11 anos)

 Crescimento físico diminui;

 Força e habilidade física se aperfeiçoam; Egocentrismo diminui;

 Crianças passam a pensar com lógica, embora


predominantemente concreta; Memória e habilidades de
linguagem aumentam;

 aprendizagem da educação formal;

 Aumento do desenvolvimento cognitivo, melhorando a


capacidade de auto-imagem se desenvolve, afetando a
autoestima; amigos assumem importância fundamental.
Importante...
Considerar a linguagem lúdica da criança...

Conforme vai se relacionando com outros, a criança vai


desenvolvendo o seu potencial de comunicação, ou seja, vai
adquirindo linguagem! No entanto, antes de organizar seu
repertório verbal a mesma utiliza-se de linguagem lúdica e
simbólica, para se apropriar dos fatos cotidianos.

Quando a criança brinca, ela está entrando em contato com o


MUNDO, sendo assim, trata-se de uma forma de linguagem que
precisa ser preservada e potencializada.
A qualidade do desenvolvimento cognitivo, físico, motor e
especialmente emocional está vinculado ao ato de brincar!
Quando brinca ela vai conectando-se com o mundo!
Criança que não brinca, não experimenta o mundo! Não faz
descobertas! Não cria! Não se aventura! Não sonha! Não percebe a
sua força e sua potência!
A sociedade contemporânea, tendem a produzir comportamentos sociais, que buscam o
tempo todo um DIAGNÓSTICO, um NOME para uma DOENÇA que justifique
comportamentos DESAPROVADOS

Mais importante que um DIAGNÓSTICO, é a história de vida, é o acolhida, e o lugar que


damos para esta criança em nosso espaço de atendimento. Que ofertamos para esta família,
que precisa encontrar um lugar de escuta e apoio.

É importante diagnosticas, é importante medicar, MAS É IMPORTANTE compreender que


em alguns momentos nos comunicamos de maneira inusitadas e muitas vezes
incompreendidas. Padrões de agressividade, de desatenção... Podem ser “GRITOS” de muitos
SILENCIOS e SEGREDOS encobertos e não ouvidos. E os excessos de medicamentos,
apenas contribuem para a manutenção de muitos silêncios!
ECA – ESTATUTO DA CRIANÇA E
DO ADOLESCENTE

Toda criança e todo adolescente brasileiro tem direito a:

1. Vida e à saúde;
2. Liberdade, respeito e dignidade;
3. Convivência familiar e comunitária;
4. Educação, cultura, esporte e lazer;
5. Profissionalização e proteção no trabalho;

Você também pode gostar