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Psicomotricidade
Material Teórico
A criança e suas capacidades motoras, linguagem e
habilidades manuais
Revisão Textual:
Profa. Esp. Mácia Ota
A criança e suas capacidades motoras,
linguagem e habilidades manuais.
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Unidade: A criança e suas capacidades motoras, linguagem e habilidades manuais
Contextualização
Pense
É possível conhecer uma criança observando-a, colhendo informações sobre os movimentos que ela
executa, de maneira intencional ou reflexa?
Que linguagem ou que tipos de linguagens ela usa que permitem o seu conhecimento? Ela expressa
sua linguagem de maneira a se fazer entender? Como isso se processa? Ou não se processa de
maneira alguma e apenas inferimos informações dedutíveis?
Criança tem habilidades? Ou apenas movimentos reflexos a que denominamos habilidades manuais?
Reflita sobre essas questões, permita-se divagar sobre elas e dentro de um contexto educacional
responda o que você acredita ser a verdade. Ou não há verdades, apenas suposições?
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Como se desenvolvem e aprendem as crianças pequenas
Nesta unidade, estudaremos que no ser humano, do nascer até os 6 anos, ocorrem as mais
potentes e espetaculares mudanças, que se tornam visíveis e fazem parte do dia a dia na vida
de uma criança. Desse modo, crianças se parecem cada vez mais com adultos.
Bassedas, Huguet & Solé (1999) explicam que na educação infantil, o desenvolvimento
acontece no decorrer de 3 etapas. Vamos conhecê-las para entender o que esses autores querem
dizer?
1. Maturação: etapa onde ocorrem mudanças ao longo da evolução, existente no sistema
nervoso central, sendo que o indivíduo se prepara para que todas suas condições e conexões
nervosas cresçam e se adaptem às necessidades futuras do ser humano.
Você sabia que a maturação está ligada, indelevelmente, às mudanças quantitativas?
Isso significa o aumento de peso, dos ossos e da musculatura, assim sendo, está ligada aos
aspectos biológicos, físicos, evolutivos, etc.
Veja a confirmação dessa afirmação, através da explicação do autor abaixo:
“quando falamos de maturação, estamos referindo-nos às
mudanças que ocorrem ao longo da evolução dos indivíduos, as
quais se fundamentam na variação da estrutura e da função das
células.”(Bassedas,p.20,1999)
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Unidade: A criança e suas capacidades motoras, linguagem e habilidades manuais
O primeiro ano nossas vidas compreende uma fase em que o subjetivo predomina, já que
os movimentos são expressões advindas das emoções, das interações, onde os bebês e adultos
formam um canal privilegiado, que também pode ocorrer com outras crianças, porém em menor
escala, já que os encontros nessa fase são mais raros entre crianças.
O diálogo que há entre o bebê e adulto nessa fase se caracteriza de modo afetivo, se dá por
meio do toque corpóreo, pelas expressões com que adultos e crianças trocam experiências, pelo
tom de voz que o bebê aprende a reconhecer rapidamente. Assim, eles aprendem cada vez
que essas modulações de voz e expressão se manifestam a eles; e suas reações se fazem sentir:
criando e imitando o parceiro levantando as pernas, virando a cabeça, esboçando reações de
alegria/dor etc.
Ao mesmo tempo em que há toda uma série de conquistas e expressividade por parte da
criança, ela começa também a conquistar domínio do seu corpo: aprende a virar, rolar, sentar-
se. Todas essas conquistas primárias atendem e preparam a sua locomoção propriamente dita, o
que vai lhe propiciar um grande leque de ações independentes. Locomover-se para uma criança
é uma conquisa extraordinária.
É importante sublinhar que há formas alternativas de locomoção (andar) que pode ser:
arrastar-se, engatinhar.
Um bebê tem um grande tempo à sua disposição, e é grande o tempo que dedica a explorar o
seu próprio corpo: olha suas próprias mãos, leva-as à boca, pega os pés, e diverte-se mantendo-
os presos às suas mãos.
Eles começam a descobrir o mundo exterior quando tocam um objeto que emite um som,
tentando agarrar os móbiles que passeiam sua cama, berço. Seria uma imitação dos movimentos
do móbile?
Essas ações, que procuram descobrir seu próprio corpo, permitem que se desenvolva uma
coordenação sensorial e motora na descoberta do mundo exterior.
Além disso, um grande gesto que vai permitir conquistas no primeiro ano de vida é “gesto de
preensão”, que é o movimento das mãos que opõe o polegar aos outros dedos, utilizado para
segurar, agarrar, manipular, tec..”
A locomoção e a preensão são conquistas importantes que ocorrem neste plano de
motricidade. E sua ação sobre o mundo que se desenrola a sua frente e lhe dá oportunidades
de realizar atividades, que o surpreendem e o desafiam.
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Todo esse aspecto de motricidade e aceitação é algo recente na vida dos bebês e sua aceitação
por pais, educadores, etc.
Costumava-se até bem pouco atrás, manter o bebê em posições rígidas, enrolado em cueiros,
fraldões que o mantinham e o confinavam a uma única posição. Tudo isso sempre foi olhado
como cuidados com a segurança e bem estar do bebê. Ao mesmo tempo em que se revelavam
esses cuidados, impossibilita-se o bebê de se manifestar e interagir com o mundo ao seu redor.
Para o bebê, era muito mais dificil se expressar e desenvolver todas as suas habilidades a fim de
reagir com o mundo de maneira mais livre e consciente.
Andar para uma criança é algo extraordinário – não há um fim específico em andar de um
lugar para outro, porém ela se encanta com a movimentação.
O exercício em si, somado ao amadurecimento do sistema nervoso, permitirá que a criança
alcance logo o estágio de saltar, correr, pular, etc.
Existe uma interligação de funções altamente motivadora para a criança: logo que aprende a
andar, liberta as mãos (que a ajudavam a engatinhar) para em tudo mexer, explorar.
Quando está andando e mexendo em tudo que puder, a criança aperfeiçoa seus movimentos.
É o início da adequação de gestos.
Segurar uma colher ou uma xícara e levá-la a boca, pegar um lápis e uma folha de papel e
criar um risco nela são alguns dos progressos que a gestualidade instrumental manipula objetos
com finalidades culturais, onde só havia um exercício físico. Ex. Pegar uma colher para levar
alimento à boca.
Outra dimensão expressiva do gesto motor são os “atos simbólicos” nos quais a criança imita,
faz de conta. Dar um tchau, mirar e apontar para o céu. Nessas situações, o imitar desempenha
papel fundamental.
A consciência corporal acontece por meio das interações sociais, nas quais ela distingue
a imagem do seu corpo. Então, aprende a reconhecer as características físicas do seu corpo,
fundamental para construir sua identidade.
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Unidade: A criança e suas capacidades motoras, linguagem e habilidades manuais
É válido ressaltar que o bebê é impulsivo e a criança tem maior controle motor. Então, o
repertório infantil e o uso de suas habilidades vai variar conforme a cultura predominante no
seu meio. Ex. Crianças que vivem próximo à beira-rio aprenderão a nadar rapidamente, ao
contrário de uma criança urbana que precisará de uma escola de natação.
Para se comunicar, as crianças utilizam gestos, posturas, um ritmo próprio e essas dimensões,
quase sempre subjetivas, devem ser acolhidas pelo educador de modo a propiciar a crianças o
desenvolver-se de modo a alcançar e se apropriar dos significados que a sua expressão demonstra.
Tudo isso está relacionado à sua cultura, ao seu meio, às manifestações sociais do grupo ao
qual ela pertence e ao qual está intimamente ligado. É preciso deixar claro que as coisas adultas
não são as determinantes para o que as crianças fazem.
Atividades como o banho e as massagens são campos experimentais de primeira grandeza,
onde as crianças podem experimentar sensações.
O cantar e movimentos simultâneos promovem a percepção rítmica do corpo enquanto
linguagem e movimento, além da sonoridade e harmonia.
É importante que a criança descubra, não só em si, como também nos outros a grande
riqueza das expressões. Assim, o professor/educador é modelo e seu repertório corporal e de
gestos são veículos expressivos para a criança. Com isso, é primordial que se tenha um cuidado
muito grande a fim de fazer de sua expressividade algo útil e valioso.
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Então, conhecer jogos e brincadeiras é uma condição essencial do professor/educador para
ajudar a criança a ser expressiva e desenvolver todas suas potencialidades de linguagem e
habilidades manuais.
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Unidade: A criança e suas capacidades motoras, linguagem e habilidades manuais
Equilibrio e coordenação
Explore
Agora, que tal complementar a aprendizagem? Então, assista ao vídeo do youtube – Soltando Pipa:
http://www.youtube.com/watch?v=1Qw8SOxr8V4. Acesso em 25/04/2013 – 15hs
Diferentes movimentos, nos quais, atividades como descer, subir, dançar, cantar, jogar bola,
rodar o bambolê são fundamentais para que a criança crie e perceba diferentes movimentos
corporais, que feitos com todas as crianças, evitam o desenvolvimento de movimentos que são
próprios só de meninas ou só de meninos. Sendo assim, situações como essa evitam estereótipo.
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A percepção espaço-tempo dever ser proposta à criança
para que ela conheça o tempo-espaço e sua atividade lúdica.
Por exemplo: pular corda, que é um jogo muito popular no
Brasil, ensina a criança a perceber a hora de entrar no jogo,
pós o movimento da corda; e, a batida no chão, os sons
emitidos com a velocidade da corda irão lhe proporcionar o
momento correto de “entrar” no jogo.
Os jogos, nos quais, as regras aparecem pela primeira vez devem ser simples, porém
obedecidos. Então, a aprendizagem junto ao respeito às regras irão valorizar sua participação e
formação.
Portanto, as brincadeiras e jogos vão permitir descobertas físicas, prazeres, vergonha, medo,
afeto, respeito e o professor/educador deve estar atento para ajudar a criança a lidar com estas
situações novas, mas que devem ser consideradas naturais.
Assim, desenvolver atividades que exijam diferentes posturas, contenção motora, ou que
exijam posturas diferenciadas em faixas etárias diferentes, deve ser uma preocupação do
educador/professor.
O professor deve estar atento no que se concerne à lateralidade”, isto é, ao uso que se faz
só de um lado do corpo; afinal, após algum tempo, a criança manifesta preferência por um
lado: ser destra ou canhota/ sinistra (direita ou esquerda). Com isso, O professor/educador ao
observar essa tendência deve respeitá-la e jamais reprimi-la.
Foto: sxc.hu
Portanto, o espaço e tempo, onde a criança se desenvolve, devem estar integrados à sua
rotina diária, valorizando as manifestações de motricidade/lateralidade, etc.
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Unidade: A criança e suas capacidades motoras, linguagem e habilidades manuais
Organização do tempo
Todo conteúdo em aprendizagem que envolva tempo e movimento devem ser planejados
para que alcancem o objetivo proposto.
Quando se observa uma criança e seu desenvolvimento, se os movimentos que executa são
saudáveis ou não, é necessário refletir sobre o meio-ambiente onde ela está se desenvolvendo.
Ela fica sentada muito tempo? O mobiliário é adequado à sua idade? Ela faz regularmente
exercícios posturais?
Observar atentamente a criança e o seu grupo faz com que seja possível se obter elementos
de grande valia para sua avaliação/formação.
São consideradas experiências válidas para crianças de zero a três anos: gestos, rítmos
corporais, deslocamentos espaciais sem ajuda e para isso, é necessário oferecer-lhes condições
efetivas para que explorem esses desafios.
Para as crianças de quatro a seis anos, devem ser interligados instrumentos que possibilitem
movimentos, linguagem expressiva e participação em jogos, brincadeiras que envolvam tempo,
movimentos e regras onde surja envolvimento de habilidades motoras e sensoriais diversas.
Desse modo, toda criança, sem exceção, deve ser encorajada a superar-se, ser valorizada em
seus progressos por mínimos que sejam.
Em Síntese
Sob quaisquer circunstâncias, as crianças não podem estar em situações que as comparem, tornando-
as mais ou menos inteligentes, a partir dessa observação, que será considerada sempre canhestra.
Assim sendo, o esforço é coletivo, e o progresso é individual, compará-los seria um esforço inútil.
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Material Complementar
Explore
Como material complementar sugerimos que você leia a matéria da Revista Nova Escola: As crian-
ças têm muito o que aprender na creche.
No site – Acessado em 25/04/2013- às 22h10.
Acesse: http://migre.me/ejXO8
Desse modo, você perceberá que essa matéria mostra a importância da exploração dos
objetos e brincadeiras, pelas crianças, para o desenvolvimento da capacidade de imaginar, que
se insere na cultura e na sociedade e aprender a viver em grupo. Sozinha ou com os amigos, ela
usa todos os recursos de que dispõe para explorar o mundo, ampliar sua percepção sobre ele,
e também sobre si mesma, principalmente quando o brincar envolve o chamado faz de conta.
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Unidade: A criança e suas capacidades motoras, linguagem e habilidades manuais
Referências
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Anotações
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www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil
Tel: (55 11) 3385-3000