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- Hermes Trismegisto
2 - Princípio da Correspondência: "O que está em cima é como o que está embaixo.
O que está dentro é como o que está fora". Para tudo existe uma correspondência
no universo.
3 - Princípio da Vibração: "Nada está parado, tudo se move, tudo vibra". Esse
princípio é de que tudo que move, pois tudo vibra. E podemos afirmar isso, o que
temos são átomos que estão em constante vibração. Esse princípio me lembrou
bastante o conceito de devir de Heráclito, de movimento, de mudança. Através das
vibrações, podemos estar mais próximos da harmonia ou do caos.
4- O Princípio da Polaridade: "Tudo é duplo, tudo tem dois polos, tudo tem o seu
oposto. O igual e o desigual são o mesmo. Os extremos se tocam. Todas as
verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliáveis". Tudo
é polarizado. Existe o escuro e o claro. O frio e o quente. A noite e o dia. A paz e a
guerra. O escuro é a ausência da luz, a doença é a ausência da saúde. Os
extremos se tocam.
5 - Princípio do Ritmo: "Tudo tem seu fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo
sobe e desce, o ritmo é a compensação". Tudo que vai, volta. Toda ação tem sua
reação.
6 - Princípio da Causa e Efeito: "Toda causa tem seu efeito, todo efeito tem sua
causa, existem muitos planos de causalidade, mas nada escapa à lei". Nada é por
acaso, segundo o Hermetismo. As coincidências são acontecimentos que as causas
ainda não foram descobertas. Há um determinismo aqui.
7 - Princípio de Gênero: "O Gênero está em tudo: tudo tem seus princípios
Masculino e Feminino, o gênero manifesta-se em todos os planos da criação".Toda
criação, segundo a sétima lei hermética, deriva de uma foraça masculina e feminina.
Tudo tem gênero.
CORPUS HERMETICUM
- Hermes: “Quero ser instruído sobre os seres, compreender sua natureza, conhecer
Deus".
De repente, tudo se abriu diante do protagonista e ele teve uma visão sem
limites, tornando-se tudo luz. Pouco depois surgiu uma obscuridade dirigindo-se
para baixo, em sua natureza assustadora e sombria. Depois a obscuridade
transformou-se em natureza úmida, agitada e exalando vapor. Um grito de apelo
ecoa daí tal qual uma voz de fogo. Ademais, um Verbo santo cobriu a Natureza,
exalta-se um fogo sem mistura. E esse fogo era leve e vivo; e o ar, por ser leve,
seguia ao sopro e elevava-se ao fogo. E as coisas se moviam a partir do sopro do
verbo. Logo após, Poimandres esclarece a visão e explica que ele é a luz, Noús,
Deus, aquele que existe antes da natureza úmida que apareceu fora da
obscuridade.
“Ora o Noús, Pai de todos os seres, sendo vida e luz, criou um ser humano
semelhante a ele, pelo qual sentiu tanto amor como por seu próprio filho. Pois o ser
humano era muito belo, reproduzido a imagem de seu Pai: pois é verdadeiramente
de sua própria forma que Deus tornou-se amoroso e legou-lhe todas as suas obras.”
A citação anterior de Poimandres lembra bastante o Cristianismo, no qual um Pai
repleto de amor e compaixão cria o mundo e o Homem a sua imagem e
semelhança. Deus seria, portanto, o Sumo Bem, o criador de todo o Universo. Deus
não é formado pela natureza e é mais forte do que qualquer potência humana,
tendo em vista que ele é Ato Puro. Deus é o Bem e o Bem é Deus, não há distinção
alguma. O Bem é inseparável de Deus pois é o próprio Deus. Outra denominação
conhecida de Deus é a de Pai, tendo em vista sua virtude de tudo criar.
Logo, aquilo em que o mundo se move só pode ter uma natureza oposta à
sua para que o movimento seja possível, e o oposto do mundo que é corpo é o
incorpóreo. Temos aqui então um mundo corpóreo que se move devido a algo que é
incorpóreo, que seria Deus. Deus não é físico, material; pelo contrário, o Deus de
Hermes é mental, assim como defende a Primeira Lei Hermética do Mentalismo,
exposta na obra “Caibalion”, “o todo é mental, o universo é mente”. O lugar no qual
se move o universo é um incorpóreo. Mas o que é o incorpóreo? “Um intelecto, que
contém inteiramente a si próprio, livre de todo corpo, infalível, impassível, intangível,
imutável em sua própria estabilidade, contendo todos os seres e os conservando no
ser, do qual são como os raios, o bem, a verdade, o arquétipo do espírito, o
arquétipo da alma”.
Segundo Hermes: “Deus não deixou nenhum lugar ao não-ser, já que todas
as coisas que existem vêm e são a partir de coisas que existem, e não a partir de
coisas inexistentes: pois não é da natureza das coisas inexistentes vir a ser, mas
sua natureza é tal que elas não podem ser qualquer coisa, e em contrapartida as
coisas que são não poderão vir a não ser, jamais”. Essa frase me lembrou bastante
da Ontologia de Parmênides, de seu estudo do ser enquanto ser, que defendia que
o ser é; ou seja, aquilo que é não pode vir a não-ser, podendo ser dito e pensado.
Pelo contrário, aquilo que não é não pode jamais vir a ser. Parmênides é mais um
pensador grego que pode ter sido diretamente influenciado pela filosofia de Hermes.