Você está na página 1de 2

AULA: 19/07/2023 PRÉ-VESTIBULAR = PROEJAI CAP UERJ – FILOSOFIA.

• Os Filósofos “Pré-Socráticos” - Heráclito de Éfeso e Parmênides de Eléia.


Nesta aula, vamos abordar um dos assuntos de tamanha importância e fecundidade na história
da filosofia ocidental, especificamente no contexto do pensamento grego antigo: os filósofos
Heráclito de Éfeso e Parmênides de Eléia, que estabelecem, em conjunto e em conflito, o
primeiro grande confronto de paradigmas que discutiremos neste curso, ou seja, a oposição
entre Mobilismo e Imobilismo.
• Heráclito e o Mobilismo:
Estima-se que Heráclito viveu entre os anos de 530 a.E.C a 470 a.E.C. e que pertenceu a uma
aristocracia de Éfeso. Considerado um dos filósofos pré-socráticos, trouxe diversas
contribuições para a filosofia. Exploremos algumas delas:
Heráclito acreditava que a realidade é como um fluxo permanente e eterno, onde tudo está
em constante Devir. Ele afirmava que “não podemos entrar duas vezes no mesmo rio...”,
pois tanto o rio quanto nós mesmos estamos em constante transformação. Essa ideia do Devir
destaca a impermanência e a dinâmica da existência. Acreditava que o conflito e a
oposição são elementos fundamentais para a organização harmoniosa do universo;
considerando a realidade como uma guerra entre forças opostas, como o dia e a noite, o bem
e o mal. Para ele, essa tensão entre os opostos é necessária para o funcionamento ordenado
do cosmos.
Neste sentido, via o mundo como uma unidade complexa composta por múltiplos elementos.
Defendia que, por trás da aparente diversidade, existe uma unidade subjacente que conecta
todas as coisas. Essa visão enfatiza a interconexão e interdependência de todos os aspectos
da realidade.
Por fim, Heráclito considerava o fogo como um símbolo central em sua filosofia. Ele
afirmava que o fogo era o princípio fundamental [Arché] que governava o universo. O fogo
representava o processo de transformação e mudança constante. Para ele, o fogo
simbolizava a energia vital e a força motriz por trás da transformação de todas as coisas.

• Parmênides e o Imobilismo:
Pouco se sabe acerca da vida deste filósofo, estima-se que viveu entre 500 a.E.C. e 460 a.E.C.
Natural de Eléia, no sul da Itália, atribuem sua origem a uma família abastada. Estudiosos
afirmam que seus primeiros contatos filosóficos foram com a tradição pitagórica.
Em seu poema intitulado "Sobre a Natureza" (que se divide em três partes: o prólogo, o
caminho da verdade e caminho da opinião) explicita sua tese sobre o Imobilismo. Seu
argumento tem início ao estabelecer a distinção entre o "SER" e o "NÃO-SER". Segundo
ele, o ser é aquilo que é real, imutável e eterno, enquanto o não-ser é o oposto, algo que
não existe. Parmênides afirma que o ser é único e imóvel. Qualquer forma de movimento ou
mudança seria impossível, pois implicaria em algo que é, transformando-se em algo que não
é. Para Parmênides, o não-ser é inconcebível e, portanto, não pode haver mudança ou
movimento genuíno.
Indo adiante, recorreu ao uso da lógica para sustentar sua posição: afirma que o ser é
indivisível e não pode ser criado nem destruído. Qualquer mudança ou transformação
significaria dividir o ser em partes, o que contrapõe sua natureza imutável e indivisível.
Esses argumentos de Parmênides são baseados na ideia de que a verdadeira realidade é
imutável e estável, enquanto as mudanças e transformações que percebemos são meras
ilusões. Ele busca estabelecer a primazia do ser imutável como a essência última da
realidade.

QUESTÕES:

Você também pode gostar