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Pré-Socráticos
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Pré Socráticos
Escola jônica: surgida na região da Jônia, atual Turquia, foi palco para
o primeiro filósofo, Tales de Mileto. Também a compuseram os
pensadores Anaximandro, Anaxímenes, ambos de Mileto, e o
filósofo Heráclito, da cidade de Éfeso. Todos esses pensadores
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formularam hipóteses parecidas para o surgimento do universo, sendo
que o arché (princípio ou origem) seria algum elemento específico ou
indeterminável. Para Tales, o arché seria a água; e, para Anaximandro,
o ápeiron – elemento infinito e indeterminado presente em tudo.
Anaxímenes indicava o ar como o princípio, e Heráclito, o fogo, que a
tudo deu origem e a tudo afetou com seu movimento e inconstância.
Sobre Heráclito, vamos nos aprofundar um pouco mais em suas
ideias, a partir do texto a seguir:
Heráclito
Fragmentos
Fragmento 8:
Tudo se faz por contraste; da luta dos contrários nasce a mais bela
harmonia.
Fragmento 88:
Em nós manifesta-se sempre uma e a mesma coisa: vida e morte,
vigília e sono, juventude e velhice. Pois a mudança de um dá o outro e
reciprocamente.
Fragmento 126:
O frio torna-se quente, o quente frio, o úmido seco e o seco úmido.
BORHEIN, Gerd A. (Org.). Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, 1998.
p. 36, 41, 43.
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Escola pitagórica: surgida na região da Magna Grécia, hoje sul da Itália,
foi fundada por Pitágoras de Samos. Pitágoras, importante
matemático e filósofo grego, atribuiu aos números, mais
especificamente ao algarismo um e ao ponto na geometria, a origem
de todo o universo. Os pitagóricos fundaram uma espécie de mística
universal que atribuía a origem, a ordenação da matéria e das almas e
organização universal à matemática.
Parmênides
Uma das traduções possíveis para a palavra "epistéme" é ciência. Porém, não
se trata da conceituação atual de ciência, que decorre, principalmente, dos
séculos XVII e XVIII, quando se desenvolveu o método experimental, com a
aplicação da matemática e de instrumentos tecnológicos aos experimentos
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científicos. Durante a Antiguidade não havia a distinção atual entre o
conhecimento científico e o filosófico.
Fragmentos
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por essa via, o pensamento poderia compreender que o devir é uma
ilusão, pois “o Ser é” e “o não ser não é” .
Fragmento 6:
Necessário é dizer e pensar que só o ser é; pois o ser é, e o nada, ao
contrário, nada é: afirmação que bem deves considerar. [...]
Fragmento 8:
Resta-nos assim um único caminho: o ser é. [...] não sendo gerado, é
também imperecível; possui, com efeito, uma estrutura inteira,
inabalável [...] é, no instante presente, todo inteiro, uno, contínuo.
Que geração se lhe poderia encontrar? Como, de onde cresceria? Não
te permitirei dizer nem pensar o seu crescer do não-ser. Pois não é
possível dizer nem pensar que o não-ser é. Se viesse do nada, qual
necessidade teria provocado o seu surgimento mais cedo ou mais
tarde? Assim, pois, é necessário ser absolutamente ou não ser. E
jamais a força de convicção concederá que do não-ser possa surgir
outra coisa. [...]
Por outro lado, imóvel [...] é sem começo e sem fim; pois geração e
destruição foram afastadas para longe, repudiadas pela verdadeira
convicção. Permanecendo idêntico e em um mesmo estado, descansa
em si próprio, sempre imutavelmente fixo e no mesmo lugar [...]
BORHEIN, Gerd A. (Org.). Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, 1998.
p. 55-56.
Conceito
A palavra dóxa pode ser traduzida por opinião e aparência. Ela
constitui a raiz do termo doxografia, utilizado para nomear textos em
que determinados autores emitem suas opiniões sobre as ideias de
outros pensadores. Boa parte do que se conhece a respeito da obra
dos pré-socráticos, por exemplo, decorre de textos dessa natureza,
escritos por filósofos de diferentes épocas e lugares.
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Já a palavra epistéme, que significa conhecimento ou ciência,
constitui a raiz do termo “Epistemologia”, que designa a área de
estudos filosóficos a que você está se dedicando nessa unidade.