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Trabalho - Ciclo II
Trabalho - Ciclo II
2 VIDA
A doutrina fundamental dessa escola foi a identificação dos quatro elementos com o
quente e o frio, o úmido e o seco. Ela também afirmava que respiramos por todos os
poros do corpo e que o ato da respiração liga-se estreitamente ao movimento
sangüíneo [sic]. O coração, e não o cérebro, era visto como órgão da consciência. Uma
característica mais externa da medicina ensinada pelos seguidores de Empédocles é
que eles continuaram a se apegar a idéias [sic] de natureza mágica (BURNET, 2006,
p. 219).
3 PENSAMENTO COSMOLÓGICO
Estes elementos são para o mundo o que são as cores para o pintor, ou como a água e
a farinha com as quais se faz a massa. Isto significa que tudo provém de sua reunião,
de sua separação e de suas diferentes dosagens. Mas nenhum dos elementos tem a
prioridade sobre o outro, pois, igualmente eternos, eles não derivam um do outro.
Consequentemente, toda mudança acontece graças à combinação ou à dissociação dos
elementos (ALMEIDA, 2021, p. 43).
De acordo com Cruz (2019, p. 14), por influência da mitologia presente no pensamento
grego até aquele momento, o filósofo não apenas listou estes quatro elementos como também
os relacionou com quatro deuses gregos: Zeus, representando o fogo; Hera, como o ar; Nestis,
entendida como a água; e Edoneu, que representa a terra. Há ainda uma outra concepção que,
de acordo com a autora supracitada, acredita que a nomeação dos elementos conforme os deuses
da época aconteceu por conta de que os primeiros pensadores chamavam de deuses aquilo que
eles consideravam como substância primordial, assim como pontua Almeida (2021, p. 25), em
sua obra História da Filosofia Antiga, expondo o pensamento de Burnet: “Para ele, o termo
théos de que se serviam os jônicos para exprimirem a ‘substância primária’ não tem outro
significado se senão o daqueles outros adjetivos divinos”, referindo-se aos adjetivos gregos de
aguéros e athánatos. Também Mora (2001, p. 869) descreve: “para esse pensador, Deus é uma
esfera em todos os lugares sem limites”.
As relações que proporcionam a origem e a separação das coisas, segundo Reale e
Antiseri (2017, p. 60), são representadas por Empédocles através das figuras das forças
cósmicas do amor ou da amizade (philia) e do ódio ou discórdia (neikos). Estas forças motrizes
acontecem uma sobre a outra de tempos em tempos, de modo que nenhuma se deixa dominar
pela outra, apenas acontecem em um espaço de tempo para que as relações de junção e
separação dos elementos possa acontecer.
No entanto, mesmo diante dessa certa “harmonia” que não permite que uma força
sobreponha a outra, pode-se perceber que o que realmente há nelas, e o que proporciona este
movimento, é uma disputa existente entre ambas. E é esta mesma disputa, diz Reale e Antiseri
(2017, p. 60), que proporcionou o surgimento do cosmo e proporciona a sua constante
renovação, pois, segundo os autores, “em cada um desses períodos, tem-se progressivo nascer
e progressivo destruir-se de um cosmo que, necessariamente, supõe a ação conjunta de ambas
as forças” (REALE; ANTISERI, 2017, p. 60).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 REFERÊNCIAS
BURNET, John. A aurora da filosofia grega. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto
- PUC-Rio, 2006.
MORA, José Ferrater. Dicionário de Filosofia, tomo II (E-J). Trad. Maria Stela Gonçalves et
al. Loyola: São Paulo, 2001.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. Filosofia: Antiguidade e Idade Média. Trad. José
Bortolini. São Paulo: Paulus, 2017. Coleção filosofia.