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que essas eram provocadas por alguma coisa que tentavam conhecer.
Por causa das viagens marítimas, da invenção do calendário, da
invenção da moeda, do surgimento das polis, da invenção da escrita e
da política os gregos passaram a perceber que nada ocorria por acaso
e que não existia a interferência de deuses relatados no período
mitológico.
COSMOLOGIA
Arkhé = fogo
O filósofo possuía um caráter altivo e melancólico, recusou-se a intervir na
política, manifestou desprezo pelos antigos poetas, era contra os filósofos
de sua época e até contra a religião.
O pai da metafísica
A via da verdade é o pensamento que Parmênides
identifica com o ser. Mas o ser para existir tem de ser
dito, logo, há uma identidade entre SER, PENSAR E
DIZER. Sendo a verdade exclusiva dos deuses, entre
os mortais há a via da opinião (dóxa), causada pelas
ilusões dos nossos sentidos.
Hoje podemos dizer que a ontologia (estudo sobre o
ser) de Parmênides refere-se a uma lógica material,
como se o discurso estivesse compactado à
experiência física. Assim, podemos ver porque ele
disse que “o ser é, o não ser não é”. O filósofo
apontava para unicidade do ser acreditando que toda
forma de movimento era ilusória (e só Newton, no
séc.XVIII, com a física conseguiu resolver esse
problema!).
Parmênides julgava o ser uno, imóvel, indestrutível,
ingênito (isto é, incriado, não nascido, não gerado) e
eterno. Segundo seu modo de pensar, o não ser, o nada
não existe e não pode ser nem dito nem pensado.
Portanto, o ser não pode ter surgido, porque ou teria
surgido do nada, o que é impossível, ou teria surgido de
outro ser, justificando que o ser já era e sempre será;
logo, é eterno. Nem também o ser pode se movimentar,
pois se se altera (o movimento em grego era tido como
deslocamento, crescimento, diminuição e alteração) será
outro ser, mesmo continuando a ser e, por isso, dois seres
são impensáveis, apenas um ser é pensável. E se não foi
criado, nem gerado, também não pode ser destruído, já
que se destruído, algo ficará e assim permanecerá sendo.
Por mais que se possa acreditar que Parmênides seja
o iniciador da lógica, sua lógica ainda é vinculada à
ontologia, isto é, ao ser, não podendo ser considerada
formal. Em linguagem moderna, poderíamos dizer que
Parmênides fala da MATÉRIA, amorfa, de modo geral
e que tudo o que existe é matéria, não podendo existir
o vácuo nem o vazio. E que apesar das suas mudanças
em vários elementos, substâncias, coisas e pessoas,
ela, a matéria, é o princípio uno e total, causa de toda
a realidade.
Pode-se também pensar que a filosofia de
Parmênides, isto é, a do imobilismo universal ou teoria
do repouso absoluto, foi usada pelas tradições
religiosas (principalmente a cristã) para descrever
Deus e o céu. Notem que, em geral, os mortos são
enterrados com máximas que dizem: “Aqui jaz
(repousa) fulano...”. Deus seria esse princípio Uno e
Todo sem partes divididas ou vazias que deveria ser
compreendido, através do pensamento, como princípio
de todo o conhecimento.
É também interessante notar como a identidade entre
SER e PENSAMENTO e LINGUAGEM, de Parmênides
também associa-se com a tradição do Antigo
Testamento. Neste, Deus se revela como o VERBO.
Em grego, o verbo é o LÓGOS, é palavra, discurso e
razão. E se para Parmênides o lógos é também o
pensar e o ser, então é a divindade que fala e que
fornece a base para conhecermos, isto é, a via da
verdade é a razão, o lógos divino. Por isso,
Parmênides concebe o ser de forma circular, pois é,
entre os gregos, a forma da perfeição.
FIM