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ESTRUTURAL DINÂMICO
1. GENERALIDADES 9
1.1 Sobre a atitude no trabalho ............................................................................... 9
1.2 O que é um método? ........................................................................................ 10
1.3 A experiência humana. Experiência e pensamento.......................................... 12
1.4 Os métodos da filosofia ................................................................................... 13
1.5 Os métodos da ciência...................................................................................... 23
3. A PERGUNTA 49
3.1 Delimitação do problema ................................................................................ 49
3.2 Formulação da pergunta ................................................................................. 50
3.3 Definição do objeto de estudo. O interesse......................................................51
4. A ANÁLISE 57
4.1 Estudo em estática. A Estrutura. Localização “espacial” do Objeto de Estudo .......................57
4.2 Estudo em dinâmica. O Movimento. Localização “temporal” do Objeto de Estudo ..... 60
4.2.1 Estudo de processo ....................................................................................... 61
4.2.2 Estudo de relações ........................................................................................ 67
4.2.3 Estudo de composição .................................................................................. 69
5. A RESPOSTA 77
5.1 Descrição ......................................................................................................... 77
5.2 Resumo ............................................................................................................ 78
5.3 Síntese ............................................................................................................. 78
5.4 Conclusão ........................................................................................................ 79
6. APLICAÇÕES 81
6.1 Informe Final ................................................................................................... 81
6.2 Outras aplicações ............................................................................................. 82
6.3 Consequências.................................................................................................. 82
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 85
PROGRAMA DE TRABALHO................................................................. 87
SEMINÁRIO OFICINA
Primeira Parte
1. GENERALIDADES
1.1 Sobre a atitude no trabalho
Para começar, tentaremos nos colocar de acordo com relação à modalidade
que queremos imprimir ao trabalho que vamos realizar.
Embora apresentemos um programa, a fim de nos organizarmos com relação
aos tempos, a ideia é desenvolvê-lo entre todos de uma maneira muito solta,
que facilite a atitude mental adequada para este tipo de trabalho.
O programa é uma sequência de passos. À medida que transitarmos por
eles, iremos preenchendo-os com conteúdos e com nossas próprias vivências.
Desse modo, o resultado dependerá de nossa contribuição em conjunto.
O enfoque que vamos lhe dar é eminentemente prático e, apesar de usar
algumas explicações que nos servirão de enquadramento, vamos privilegiar o
exercício em cada grupo. Contamos, além disso, com material bibliográfico
que pode ser consultado, mas nesta oportunidade nos interessa, sobretudo,
desenvolver a prática no trabalho com o método.
Com relação à atitude que recomendamos para estes desenvolvimentos, po-
demos fazer três propostas.
Primeiro, vamos propor trabalhar com a técnica conhecida como cerco men-
tal. Isso significa que trataremos de construir uma espécie de ambiente temá-
tico dentro do qual nos moveremos e que obviamente está relacionado com
os temas da oficina. Tentaremos deixar de lado outros temas que possam nos
preocupar, mas que não vêm ao caso.
Essa intenção, que trabalha em copresença, permitirá saber quando estamos em
tema e quando saímos dele. Se sairmos do tema, simplesmente trataremos de
voltar e isso certamente possibilitará que o trabalho tenha melhores resultados.
Em segundo lugar, vamos propor intencionar, entre nós, um sistema de re-
lações com a maior soltura possível. Isso vai facilitar que, nos trabalhos de
grupo, em que vamos tratar de gerar e integrar uma grande riqueza de pon-
tos de vista, não estejam atuando tensões que não sejam próprias do trabalho
proposto. A perspectiva – e a intenção – não é a confrontação de ideias, em
que uma se sobrepõe às demais, mas sim a contribuição de ideias e pontos
de vista com um espírito de confluência e integração. A intenção será, então,
que as diversas exposições feitas por cada um, as diversas propostas feitas por
cada um não estejam pensadas para anular aquela que outro tenha feito, mas
para somar e integrar em um plano maior, com maior amplitude e com uma
visão mais clara, aquilo que se está tratando.
Em terceiro lugar, vamos propor manter uma atenção distensa no trabalho. Este
é um bom momento para trabalhar e exercitar a atenção, porque estes trabalhos
a requerem. Entretanto, não nos referimos a uma atenção tensa, uma atenção
com semblante franzido, mas àquela que nos permita seguir os temas acompa-
nhados de uma espécie de relaxamento mental. Normalmente, temos a concen-
tração associada a tensão, mas esta, além de nos cansar, dificulta o fluir das ideias
e as relações que queremos estabelecer para avançar na compreensão dos temas.
Por último, como esta é uma proposta de oficina de introdução, não é neces-
sário que os participantes tenham profundos conhecimentos sobre o tema.
Se alguém se aproxima pela primeira vez, é tarefa de cada grupo que ninguém
fique fora, perdido nos desenvolvimentos. Se por acaso alguém se perde um
pouco, não há nada de mais, avisa e tratamos de integrá-lo novamente.
Bem, com essas considerações acredito que podemos ir entrando em tema.
A Maiêutica
Não sabemos como foi exatamente, mas segundo a história conta, o primei-
ro a explicar o método que usava para pensar foi Sócrates (século V a.n.e.).
Obviamente, existiram outros antes dele nessa zona do Mediterrâneo que
fizeram contribuições valiosas, tais como Tales, Pitágoras, Heráclito, Parmê-
nides e muitos outros. Mas o primeiro cujo método conhecemos é Sócrates.
Ele, segundo contam, era filho de uma parteira e seu método foi denomi-
nado Maiêutica, palavra grega que pode ser traduzida como “perícia em
partos”. Qual era seu método? Seu método era “a pergunta”. Quando ele
queria chegar à essência de um conceito, o que fazia era perguntar a quem
supostamente sabia do assunto.
Há uma conhecida anedota contada por Platão, um de seus discípulos, que exem-
plifica esse método da pergunta. Sócrates, como sabem, não escreveu, mas Platão
escreveu muito e por isso todo esse conhecimento de sua obra chega até nós.
Em certa oportunidade, Sócrates queria saber o que era a valentia, o que
era em essência a valentia. Então, saiu à praça pública, parou um general do
exército e lhe perguntou:
– Você deve saber o que é a valentia!
– É obvio – disse o general.
– Bem, e o que é a valentia?
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A Dialética
Seu discípulo, Platão (427 - 347 a.n.e.), tomou esse método e o desenvolveu
no que conhecemos como dialética.
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A Lógica
Posteriormente, Aristóteles (384 - 322 a.n.e.) continua o desenvolvimento
da dialética dando-lhe um impulso importante, ao atender ao movimento da
razão, que de uma proposição vai a outra e desta à seguinte. Assim, formula
as leis gerais que, segundo essa concepção, regem o correto raciocínio.
Embora não se possa dizer que inventou a lógica, é ele quem lhe dá a forma
que é praticamente a que conhecemos hoje. A lógica se transforma no méto-
do privilegiado da filosofia, postulando as leis do raciocínio. Entretanto – é
bom esclarecer – não de um ponto de vista psicológico, mas de um ponto
de vista lógico.
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A Escolástica
Avançando na história e entrando na Idade Média, vemos que esse método
da dedução e da prova foi herdado pelas escolas filosóficas, principalmente
pelos escolásticos.
Assim se denominou a escola filosófica mais importante daquela época, que
tomou o método aristotélico no intento de conjugar as verdades reveladas
da Igreja Cristã com a razão.
Nessa corrente dos escolásticos, o mais reconhecido é um italiano chamado
Tomás de Aquino (1225 - 1274).
Nesse momento, a intenção da intelectualidade pretendia integrar o pensa-
mento racional dos gregos com as revelações divinas. Difícil tarefa a que se
propuseram, mas eles tinham que fazer essa correspondência.
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A Dúvida Metódica
Em 1600, aparece algo que revoluciona fortemente o pensamento, tanto
que, de uma ou outra maneira, nos distintos pensadores, continua sendo o
método da filosofia.
Quem o postula é René Descartes (1596-1650), um matemático e filósofo
francês que se preocupa em estudar o que acontece antes de ter a intuição.
Recordemos que, até o começo do Renascimento, o método da filosofia era
discursivo, e atendia ao que acontecia depois da intuição.
A partir de Descartes, o interesse estará posto no que acontece antes.
Ele postula que a experiência caótica, desordenada e pouco confiável que as
sensações nos fornecem deve ser esclarecida através da análise. Quer dizer,
devemos decompor a experiência até encontrar uma evidência que seja clara
e distinta, descartando aquilo que não possui essas características.
Por isso, seu método se desenvolve duvidando ordenadamente e analisando
todo objeto que pareça confuso, até que se converta em uma intuição clara e
evidente. Seu método é pré-intuitivo.
A concepção platônica separava o mundo das sensações do mundo das
ideias, as que eram transcendentes ao objeto. Já para Descartes, as ideias se
encontram no mesmo mundo que a percepção sensível e, então, postula a
imanência do objeto filosófico.
Vejamos brevemente como nos expõe seu método, inspirado na maneira que
os geômetras estudam seus problemas. Descartes, em sua conhecida obra O
Discurso do Método, propõe o seguinte.
* Não admitir como verdadeira coisa alguma que não saiba com evidên-
cia que o é.
* Dividir cada uma das dificuldades que examinarei em tantas partes
quanto for possível e em quantas requeiram sua melhor solução.
* Conduzir ordenadamente meus pensamentos, começando pelos obje-
tos mais simples e fáceis de conhecer, para ir ascendendo pouco a pouco,
gradualmente, até o conhecimento dos mais compostos, supondo inclu-
sive uma ordem entre os que não se precedem naturalmente.
* Fazer em todos recontagens tão integrais e revisões tão gerais, até estar
seguro de não omitir nada.
Em sua busca, ao colocar em dúvida todo preconceito, Descartes conclui que
a única coisa de que não pode duvidar é que pensa e, independentemente
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do que pensa, essa é uma experiência que lhe parece clara e indubitável e, por
isso, dirá: penso, logo existo.
Com isso, a história do pensamento dá um salto fundamental, dando início
ao caminho do idealismo filosófico.
A Dialética de Hegel
Avançando um pouco mais nessa história, encontramos agora a visão de
Hegel (1770 - 1831), considerada a culminação do idealismo alemão.
Em uma de suas obras mais importantes, Fenomenologia do Espírito, explica
que seu propósito é “colaborar para que a filosofia se aproxime da forma de
ciência, despojando-se de seu nome de amor ao saber e seja saber efetivo”.
Para ele, a realidade é o absoluto, que existe em uma evolução dialética de
caráter lógico, racional. Isso ele sintetiza em uma famosa frase que afirma:
“todo o real é racional e todo o racional é real”.
Sua dialética é lógica e se apresenta como superação da lógica formal.
Hegel observa que todas as coisas são contraditórias em si mesmas e que,
enquanto a identidade é a determinação do simples imediato e estático, a
contradição é, em realidade, a raiz de todo movimento e vitalidade.
Seu processo dialético apresenta três momentos: tese, antítese e síntese.
Como tudo é contraditório, da tese devém seu oposto, ou seja, a antítese,
e dela a síntese, entendendo a síntese como um momento onde a tese e a
antítese são conservadas e superadas.
Hegel explica que a evolução das ideias ocorre através de um processo dialé-
tico e este processo não é um passo da mente por vários estágios, mas sim um
movimento do ser. Um conceito enfrenta seu oposto e como resultado desse
conflito surge um superador que se chama síntese e que é mais verdadeiro
que os anteriores.
Com essa concepção, ele explicará de modo sistemático e rigoroso a evolução
dialética da história universal.
Posteriormente, Marx e Engels aplicarão esse conceito aos processos sociais e
econômicos, dando origem ao que se conhece como Materialismo Dialético,
porém afirmando que as ideias são apenas o resultado do determinismo das
condições materiais.
A Redução Fenomenológica
Por último, gostaria que nos detivéssemos brevemente em Husserl (1859 -
1938), discípulo de Brentano e um dos filósofos mais importantes do século XX.
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“regras do correto pensar”, como pretende a lógica, não pode estar funda-
mentado senão na observação da estrutura e dinâmica do próprio pensar.
Em outras palavras, a lógica clássica que fundamenta as leis e os métodos do
quefazer científico, com todas as suas derivações, baseia-se em uma ideia de
“ser” e isso parece uma base pouco consistente.
Tampouco é muito consistente justificar as teorias e os métodos por sua
utilidade. Já mencionamos como o ser humano avançou em sua adaptação
às condições que seu meio natural lhe impunha – a partir da utilidade que
lhe proporcionou a observação e a exposição de hipóteses, teorias e leis à
prova – mas daí derivar a verdade dos princípios em que estas pretendem se
fundamentar é, no mínimo, apressado.
Qual é, então, a estrutura e a dinâmica do pensar em que deveria se basear
uma lógica que pretende ser a fundamentação das leis e métodos que em-
pregamos?
Para responder essa pergunta, vamos descrever de modo geral a estrutura do
pensar, entendendo que uma compreensão mais profunda do tema implica-
ria uma dedicação e um tempo que excedem as pretensões deste seminário.
No entanto, essa visão geral é necessária para fundamentar os passos que
vamos dar.
Quando dizemos que vamos descrever, queremos insistir que não partiremos
de “ideias” sobre o pensar, mas que trataremos de nos localizar dentro do
próprio pensar e, a partir dessa localização particular, apreciar os fenômenos
que se apresentam para nós.
Comecemos, então, dizendo que, quando atendemos aos mecanismos bási-
cos do pensar, à estrutura do pensar, a primeira coisa que observamos é que
pensar é sempre pensar em algo.
Não há pensar sem objeto e não há objeto sem ato de pensá-lo.
Isso define a estrutura essencial do pensar: a estrutura ato-objeto. Porém,
essa não é uma estrutura estática, já que tem uma dinâmica dada em prin-
cípio pela referência do ato ao objeto. Todo ato está estruturalmente ligado
a um objeto e em direção a um objeto. Essa tendência de todo ato a ligar-se
estruturalmente a um objeto chamamos de intencionalidade. O pensar, por-
tanto, tem estrutura e direção.
Entretanto, a referência da consciência a um objeto, esse ato que busca seu
objeto, não ocorre no vazio, mas enquadrado por um interesse.
Por um lado, esse interesse aparece como próprio do ato de consciência.
Interessam-me certas coisas e não outras.
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Os objetos, por outro lado, não têm interesse, não têm intenção, embora
condicionem o interesse que têm para mim. Interessam-me por certas carac-
terísticas que lhes são próprias. Interessa-me “algo” que é do objeto e não só
de minha consciência. Além disso, quando a consciência se dirige aos fenô-
menos, estes, por sua natureza, impõem um limite a esse interesse.
O que observamos, então, é um circuito de ida e volta da consciência ao
mundo e do mundo à consciência. Nessa permanente retroalimentação en-
tre o ato e o objeto, entre a consciência e o mundo, está a estrutura dinâmica
que permite, entre outras coisas, a adaptação crescente ao meio.
Fazendo uma nova digressão, notemos que essa visão nos coloca em uma
situação diferente da que postulam os realistas, empiristas e materialistas,
que partem da aceitação da “realidade” intrínseca do “mundo” e imaginam
a consciência como mero reflexo deste. Nossa visão diferencia-se também da
concepção idealista e racionalista que, em sentido oposto, afirma a suprema-
cia da consciência, negando toda impotância ao mundo.
Pois bem, esse interesse que observamos tampouco está quieto, senão que é
móvel. E não poderia ser de outra maneira, dada a realidade dinâmica que se
observa, tanto no meio quanto na consciência.
Mas, por que o pensamento é dinâmico? Em primeiro lugar, graças à capaci-
dade da consciência de abstrair do transcorrer um momento do pensar e, ao
fixá-lo, determinar o pensamento. Por exemplo, observemos o que acontece
quando queremos atender a um som dentro de um fundo de ruído. Veremos
que nosso corpo tende a ficar quieto, a paralisar-se para que nada interfira na
atenção que agora presto a esse som. Isso que nosso corpo manifesta denota
o trabalho do pensamento, tentando fixar um objeto para apreciá-lo melhor.
Graças a essa capacidade de fixar um interesse em determinado momento,
pode-se desdobrar o pensamento.
Quando se fixa o interesse, determina-se o pensamento pelo menos em dois
sentidos: por um lado, fixando o objeto ao qual se refere e, por outro, fixan-
do um âmbito dentro do qual se localizam as operações.
Se não existisse essa capacidade, não poderia existir o pensar coerente, porque
permanentemente estaríamos saltando de um fenômeno a outro sem possibilida-
de de detê-lo e não poderíamos, portanto, realizar elaborações das experiências,
nem atuar de modo efetivo no mundo. Viveríamos em permanente dispersão.
E como funciona esse interesse? Funciona por diferenciação. Ao fixar um in-
teresse, necessariamente descarto tudo o que não se relaciona com ele. Dessa
maneira, quanto mais diferenças estabeleço, mais diferencio o interesse e o
objeto que se refere a ele.
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Por sua vez, a dinâmica do pensar, esse estabelecer diferenças, leva-me a ob-
servar outros objetos que diferenciei e a estabelecer relações entre esses di-
versos objetos.
Se eu só pudesse diferenciar, não poderia construir nada. Porque tudo se
esgotaria em um processo de infinitas diferenciações. Então, essa capacidade
básica de diferenciar associa-se necessariamente a outra, a de relacionar essas
diferenças.
Essa relação entre diferenças chamaremos de complementação. Comple-
mentação entre diferenças.
Aqui também se estabelecem diferenças, não só entre os termos que compa-
ro, mas também diferenças com outras relações possíveis. Graças a essa capa-
cidade de diferenciar relações, nem tudo está relacionado desordenadamente
por contiguidade. Ou seja, ao comparar, ao relacionar, também estabeleço
diferenças.
Quando Hegel em sua dialética explica que à tese (diferenciação) sucede a
antítese, está fazendo referência a um tipo de relação, a de oposição, mas essa
não é a única relação possível que estabeleço ao pensar.
Por último, essa dinâmica que observo leva-me agora a estabelecer novas
relações, relações entre as relações, que serão, portanto, relações entre dife-
renças de diferenças e que me permitirão compor um todo estrutural que
chamaremos de síntese. Mas essa síntese se dará ponderando, ou seja, dife-
renciando aquilo que não coincide com o âmbito colocado pelo interesse.
Dito de outro modo, a síntese assume as diferenças das relações, mas o faz
ponderando as distintas relações e compondo, assim, estruturadamente, o
fenômeno. Por fim, destacamos que tampouco poderia estruturar o objeto,
se não tivesse a capacidade de diferenciar distintas ponderações possíveis.
Recapitulando, dissemos que o pensar é estrutural e dinâmico; que a estru-
tura ato-objeto reconhece uma direção; que essa direção tende a conectar es-
truturalmente todo ato com um objeto; que esse fenômeno está enquadrado
por um interesse; que esse interesse pode-se fixar graças à capacidade de fixar
um momento no pensar e que isso ocorre por diferenciação. A diferenciação,
em sua dinâmica, leva à relação entre diferenças que, por sua vez, leva à rela-
ção entre relações e à síntese que permite reestruturar o fenômeno.
Essa nova estruturação que faço do fenômeno me permite compreendê-lo
melhor, produzindo um avanço no conhecimento que tenho do mundo ex-
terno e interno. Esse sistema de mecanismos, que na experiência é de grande
complexidade, é o processo que a consciência segue na elaboração do que
chamamos de pensamento.
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Essas leis, assim como seu método, servem para orientar o processo do pen-
samento de um modo ordenado e para dar a visão mais ampla possível de
determinado fenômeno.
As Leis são construções humanas operativas que permitem explicar um fenôme-
no e descrever tendências, predizer. São ideias sistematizadas sobre como as coi-
sas funcionam, regularidades que ocorrem em determinada faixa de fenômenos.
No âmbito das ciências factuais, as Leis provêm da observação de fenôme-
nos particulares que dão origem a hipóteses e teorias que, à medida que são
verificadas por novas experiências, permitem construir uma visão “científica”
do mundo.
Nesse contexto, as hipóteses se definem como afirmações cujo valor de ver-
dade se desconhece no momento em que são enunciadas. Por sua vez, as te-
orias são conjuntos de hipóteses que, sustentadas simultaneamente, preten-
dem explicar o comportamento de certos fenômenos em um âmbito dado.
As leis são construções que tentam explicar o comportamento geral de um
conjunto de fenômenos.
A direção do processo da ciência é, nesse sentido, basicamente indutivo, porque
parte de experiências particulares, procurando generalizar em âmbitos maiores.
As hipóteses, teorias e leis da ciência são explicações provisórias que, de qual-
quer maneira, servem para atuar no mundo dos fenômenos.
As Leis Universais das quais partimos, ao contrário, não se explicam surgin-
do de experiências de natureza particular, mas sim de uma visão totalizado-
ra e da compreensão dos mecanismos do pensar. Elas devem dar conta do
comportamento de todos os fenômenos existentes, contanto que caiam no
campo de nossa consciência.
As Leis Universais se expressam através de quatro enunciados básicos.
Lei de Estrutura: “Nada existe isolado, senão em relação dinâmica com outros
seres dentro de âmbitos condicionantes”.
Lei de Concomitância: “Todo processo está determinado por relações de simul-
taneidade com processos do mesmo âmbito e não por causas lineares do movimen-
to anterior de que procede”.
Lei de Ciclo: “Tudo no Universo está em evolução e vai do mais simples ao mais
complexo e organizado, segundo tempos e ritmos cíclicos”.
Lei de Superação do Velho pelo Novo: “A contínua evolução do Universo mos-
tra o ritmo de diferenças, combinações e sínteses de complexidade cada vez maior.
Novas sínteses assumem as diferenças anteriores e eliminam matéria e energia
qualitativamente não aceitáveis para passos mais complexos.”
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Lei de Estrutura
“Nada existe isolado, senão em relação dinâmica com outros seres dentro de âm-
bitos condicionantes.”
Esta lei indica que não são válidos os estudos que se realizam sobre um obje-
to, se este não é relacionado com outros objetos que estão no mesmo meio,
se não se considera que tanto esse objeto de estudo quanto os outros que se
relacionam com ele estão em movimento e se não são compreendidos dentro
de âmbitos maiores que condicionam seu comportamento.
Esse postulado nos indica que não são válidos os estudos que se realizem de
um objeto isolado de seu contexto. O objeto não é separável de seu âmbito,
porque objeto e âmbito formam uma estrutura indissolúvel; se mudar o âm-
bito, o objeto já não será o mesmo.
A partir dessa perspectiva, os esforços da ciência para compreender os fenô-
menos isolando-os do meio em que se dão aparecem como extremamente
limitados.
Tais esforços foram muito frutíferos em certos campos como a física, a química
e a biologia, mas mostram claramente suas limitações quando aplicados às
chamadas ciências humanas, como a psicologia, a sociologia ou a economia.
A complexidade dos fenômenos humanos, sua essência, mostra que não é
possível explicá-los, se apelarmos a esse recurso de separá-los de seu entorno
para estudá-los e compreendê-los.
A consciência não é uma alavanca ou um músculo que se possa cortar para
estudar. Não podemos entender os mecanismos de consciência quando os
separamos do meio cultural e social onde se dão e, nesse meio, sua relação
com outros elementos é ativa e dinâmica.
Acrescentamos, além disso, que seu meio não é somente espacial, mas tam-
bém e prioritariamente temporal. Entretanto, esta não é uma temporalidade
externa e linear, redutível a datas, mas uma temporalidade interna e estrutu-
ral em que o passado, o presente e o futuro se entrecruzam de modo ativo e
ponderam o aqui e agora de cada momento.
Lei de Concomitância
“Todo processo está determinado por relações de simultaneidade com processos do
mesmo âmbito e não por causas lineares do movimento anterior de que procede.”
Com essa Lei, estudamos as relações de simultaneidade com outros proces-
sos que se desenvolvem no mesmo meio.
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Lei de Ciclo
“Tudo no Universo está em evolução e vai do mais simples ao mais complexo e
organizado, segundo tempos e ritmos cíclicos.”
Com essa Lei, estudamos a dinâmica, o ritmo, o ciclo, o movimento para a
transformação do simples ao complexo.
Como tendência geral, um processo pode evoluir, involuir, cristalizar-se ou
pode produzir um salto de qualidade que transforma radicalmente sua iden-
tidade inicial.
Os processos evolutivos não se desenvolvem em linha reta nem com tempos
ou acelerações constantes. Surgem, crescem, desenvolvem-se, declinam e se
desorganizam, mas ao se desorganizarem dão origem a novas formas que
repetem o mesmo processo em outro nível.
Esses processos não estão desconectados – os elementos progressivos do pas-
so anterior continuam no posterior. Desse modo, os ciclos não são círculos
fechados, eles têm “forma” de espiral.
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A lei de ciclo nos explica a mudança das estruturas. Estruturas que vão mu-
dando, transformando-se, devindo umas em outras, na busca de uma maior
complexidade que lhes permita adaptar-se melhor às mudanças do meio e
assim perpetuar-se no tempo.
Assim, detendo no pensamento a dinâmica da estrutura, poderemos estudar
um momento de processo e analisar os fenômenos de concomitância que
ocorrem dentro dele, mas sem esquecer que se trata apenas de um artifício
na tentativa de compreender.
Ao fazer isso, observamos que os componentes internos não estão quietos. Eles
se movem, mas não de maneira anárquica. Neles também encontramos uma
lógica de transformação que indica que esses primeiros elementos se diferen-
ciam, depois se complementam e finalmente se sintetizam, em um processo
contínuo.
Nesses passos de diferenciação, complementação e síntese encontramos uma
chave na dinâmica do processo, o que dá movimento à estrutura.
Diferenciação significa que aquilo que em determinado momento era ho-
mogêneo, no momento seguinte se desagrega, dando lugar a elementos com
características distintas.
Complementação indica que esses elementos diferenciados tendem a se re-
lacionar, a interagir.
Finalmente, síntese implica que essa inter-relação dá lugar a um novo ele-
mento que não é a simples somatória dos atributos anteriores, mas um novo
elemento qualitativamente diferente. Na síntese, há um salto qualitativo que
faz com que este novo elemento seja mais apto para continuar o processo.
Essa lei nos permite, então, o estudo da composição do objeto, mas não de
maneira estática, fixa, senão com uma dinâmica dada pelos passos descritos.
É nessa necessária tendência de superação em que os elementos que não são
aptos para passos mais complexos são desprezados, e os novos elementos
tornam-se a base dos próximos passos.
No estudo da história, por exemplo, o materialismo proposto por Engels e
Marx postula que o motor da história é a luta de classes, em que opressores e
oprimidos, em contínua dialética, explicam porque esses processos se movem.
Para nós, essa é uma visão “de fora” do processo humano, uma visão que
estuda o processo humano como quem estuda a órbita de um planeta.
Por outro lado, a partir da perspectiva que nos expõe a lei em questão, diría-
mos, mais próximos a Ortega, que o motor da história é a luta geracional que
se trava quando novas gerações de coetâneos lutam para deslocar do presente
social as gerações que estão no poder. Esse fenômeno vital é o que explica
como, para além de qualquer outra consideração, a história humana se de-
senvolve. Não são, então, as “condições objetivas” externas as que determi-
nam o fenômeno, mas sim a luta das distintas subjetividades temporais que
cada geração leva consigo. As gerações são o tempo social em movimento.
No terreno pessoal, também poderíamos ver como essa visão atua. Dessa ma-
neira, alguns podem pensar que a conduta pode ser explicada apenas como
reação diante de estímulos externos, como nos experimentos de Pavlov.
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Esse Método não parte dos princípios da lógica clássica, mas sim dos Princí-
pios que se fundamentam na observação dos mecanismos do pensar.
Então, o fundamento desse método não será uma ideia do “ser”, mas os
mecanismos do pensar, a estrutura dinâmica do pensar.
Os Princípios e as Leis Universais que acabamos de comentar derivam dessa
visão, e agora necessitamos um conjunto de procedimentos que nos per-
mitam de modo ordenado, passo a passo, obter um conhecimento sobre o
mundo e sobre nós mesmos, que integrem essa visão que é essencialmente
Estrutural e Dinâmica.
E são essas características essenciais as que nos levaram a denominá-lo Mé-
todo Estrutural Dinâmico.
Como digressão, digamos que essa denominação não deve ser confundida com
o enfoque estruturalista surgido no século XX que, iniciado pelo linguista Fer-
dinand de Saussure, foi desenvolvido por diversos estudiosos na área das ciên-
cias sociais e teve seu apogeu na etapa posterior à Segunda Guerra Mundial,
com as contribuições de Lévi-Strauss, Lacan e Piaget, entre outros.
Embora resgatemos de sua contribuição a visão dos sistemas e das relações
que se estabelecem dentro dele, esta é uma visão “de fora” do fenômeno e
esse enfoque a diferencia substancialmente da proposta teórica e metodoló-
gica do Humanismo tal como vamos estudar neste seminário, e que certa-
mente leva a consequências muito diferentes.
Voltando a nosso desenvolvimento, destaquemos que, embora com o Méto-
do Estrutural Dinâmico possamos estudar qualquer fenômeno, situação ou
coisa, orientaremos este seminário à sua aplicação no terreno das chamadas
ciências humanas, em que o ser humano é o ator principal.
Como os participantes desta oficina são pessoas aplicadas à ação social trans-
formadora, interessará particularmente o estudo de situações e conflitos so-
ciais com os quais nos encontramos em nosso atuar cotidiano, com a inten-
ção de obter uma visão mais clara dos problemas e das alternativas que sua
formulação nos apresenta.
Então, em um primeiro olhar, o mundo que nos rodeia parece um tanto
caótico, sem ordem, e quando nos dispomos a estudá-lo junto com outros,
vemos que sobre esse mundo podemos ter distintas opiniões, que em alguns
casos poderão coincidir e que em outros serão tão distintas que parecerá que
observamos coisas diferentes.
Também nos encontramos com situações frente às quais não sabemos bem
o que pensar, e isso necessariamente provoca em nós desconcerto ou deso-
rientação.
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Essa síntese implica haver obtido uma nova visão, uma nova experiência do
Objeto de Estudo que agora deverá se apresentar a nós com uma nova clareza.
Embora tenhamos dito no início que necessitaríamos informação para o es-
tudo, será evidente que essa nova clareza não estará dada pela simples acu-
mulação de dados, mas fundamentalmente pelo trabalho de análise e síntese
que realizamos, guiados pelos procedimentos que o Método nos propõe.
A partir da síntese do estudo do objeto e com uma nova compreensão, pode-
remos encarar a resposta à pergunta formulada, e esta será a conclusão a que
chegaremos. Porém, esta já não será uma simples opinião vertida sem maior
reflexão, mas sim o resultado do pensar em conjunto, com rigor e de modo
integral sobre o problema que tínhamos formulado.
Restará, por fim, realizar um Informe Final que, de modo claro e sintético,
expresse o trabalho realizado e possa ser compreendido por um interlocutor
que não tenha participado de seu desenvolvimento.
47
48
3. A PERGUNTA
Antes de começar nossos estudos, devemos parar um momento para definir
com precisão o que vamos estudar.
Esse passo é de fundamental importância, porque a partir dele desenvolve-
remos nosso método.
Todavia, podemos ter isso claro, mas nos depararmos com o fato de que não
temos muita informação, que não sabemos muito sobre o problema. Diante
disso, há pelo menos duas alternativas. Podemos suprir essa falta através da
investigação de alguma fonte ou nos deparar com o fato de que tal informa-
ção não existe.
Se for possível obter as informações, será questão de revisar essas fontes, mas se
não temos nenhuma informação e não é possível consegui-la, será melhor pro-
curar outro problema. Porque, ao começarmos a trabalhar, o método exigirá
informação, então nosso trabalho será interrompido e não poderemos avançar.
Procurar outro problema refere-se, obviamente, ao que vamos realizar no
âmbito deste seminário, em que o mais importante é aprender o trabalho
com o método, e não resolver um problema concreto.
Por último, um problema será de maior interesse na medida em que sua
resolução tiver consequências nas decisões que vamos tomar.
Dizíamos que esta oficina está orientada a trabalhar com conflitos sociais,
como os que encontramos, por exemplo, quando interagimos com algum
grupo humano. Então, a clareza obtida será aplicada nas decisões que toma-
remos e estas poderão, então, ter uma consequência interessante.
Ao finalizar o estudo, pretenderemos ter avançado sobre a clareza que temos
com relação ao problema. Mas os problemas fazem com que nos formule-
mos perguntas. Se não há perguntas, não podemos avançar...
encontrar uma resposta à pergunta, mas nada nos diz sobre como ela surge
no pensamento do investigador.
Por que uma situação se apresenta como um problema? Por que nos pergun-
tamos sobre certas coisas? Esses não são problemas metódicos, mas uma vez
que tenhamos uma pergunta, o método será de grande ajuda para encontrar
as respostas. Sem pergunta, não há método, porque não há onde aplicá-lo.
52
SEMINÁRIO OFICINA
Segunda Parte
SEMINÁRIO OFICINA
Segunda Parte
55
4. A ANÁLISE
Começamos agora a segunda parte deste seminário, no qual desenvolvere-
mos o estudo conforme nos propõe o Método Estrutural Dinâmico e que
dividiremos em duas etapas.
A primeira, que chamaremos de Estudo em Estática, levará a enquadrar
com a maior precisão possível a Estrutura na qual localizamos o Objeto de
Estudo.
A segunda, que chamaremos de Estudo em Dinâmica, é aquela em que
desenvolveremos a Tripla Análise, que é o aspecto essencial do Método Es-
trutural Dinâmico.
“Análise” é uma palavra que, como muitas que usamos nesses temas, provém
do grego e significa distinção e separação das partes de um todo até chegar a
conhecer seus princípios e elementos.
Neste dia nos dedicaremos especificamente a isso.
Por outro lado, e considerando que esse Método parte da observação dos
mecanismos do pensar, veremos que cada etapa do estudo reconhecerá um
momento de diferenciação, um momento de complementação e um mo-
mento de síntese.
Isso que agora é apenas um dado vazio, sem experiência, será compreendido
na medida em que percorrermos os passos do Método, preenchendo-os com
nossas próprias vivências. Assim, será necessário um pouco de paciência para
chegar a uma compreensão acabada do enunciado.
Esquema de estrutura
Chamaremos o âmbito que inclui o Objeto de Estudo de Âmbito Maior.
Esse âmbito é o que lhe dá ciclos e ritmos, porque as variações que se produ-
zem neste afetarão e produzirão modificações no objeto estudado.
No exemplo que usamos de uma mobilização de jovens desempregados em
determinada cidade, se a estudamos conforme o interesse sociopolítico, o Âm-
bito Maior poderia definir-se como “a situação social e política dada nessa
cidade e nesse momento”. Nesse âmbito, então, encontraríamos uma estrutura
que contém diferentes expressões sociopolíticas, dentre as quais nosso Objeto é
um elemento relacionado dinâmica e estruturalmente com os demais.
Esse âmbito não se forma pela simples somatória dos objetos contidos nele, mas
deve ser apreciado como a estruturalidade geral que contém todos esses objetos.
Agora, se ampliarmos a extensão conceitual, veremos que por cima da “si-
tuação sociopolítica dessa cidade” encontramos “a situação sociopolítica do
país a que pertence” e assim poderíamos continuar definindo níveis mais
gerais. Ou seja, por cima ou por fora do Objeto de Estudo podem localizar-se
diferentes níveis do Âmbito Maior, mas para o estudo vamos escolher um
que reflete melhor o nível e a extensão da análise que desejamos desenvolver.
Como consequência da Lei de Estrutura, nosso objeto está integrado a
esse conjunto e o que acontecer nesse âmbito afetará o objeto como parte
desse todo.
Se agora nos localizamos no nível do Objeto, observamos que o mesmo se en-
contra em relação com outros elementos que existem no meio que o rodeia, ele
se encontra em relação com outros objetos que compartilham o mesmo âmbito.
Esses outros objetos mantêm relações de concomitância com o nosso Ob-
jeto. Isso significa que observaremos – quando o colocarmos em dinâmica
– certa relação com o que se produz em uns e outros. Essa relação – que
conecta uns objetos com outros – não estará dada por relações de causalida-
de, mas de concomitância, dado que participam do mesmo Âmbito Maior.
Chamaremos esse nível de Âmbito Médio.
58
Essa síntese, que se produz por relação entre as relações mencionadas, tem
como resultado uma captação direta da estrutura global que surge em nós
pela integração de visões que acessamos através da análise.
Resumindo, se esse trabalho for bem feito, dará como resultado uma visão
totalizadora da estrutura e da localização de nosso Objeto de Estudo nela.
Agora sim, podemos dizer que nosso Objeto é preciso, está fixo e em condi-
ções de ser analisado em dinâmica.
Nesse modelo, seguindo a Lei de Ciclo, veremos que nosso Objeto surgiu
em determinado momento e – seguindo certo ritmo de acelerações e desa-
celerações – vai se transformando, mudando, tornado-se mais complexo,
dando melhores respostas às variações do meio, até chegar a um ponto de
apogeu. Esse é o momento em que nosso Objeto expressa suas qualidades
com maior plenitude.
A partir daí, veremos um declínio. Às vezes esse declínio é lento até sua
dissolução, às vezes culmina de modo abrupto. Chamamos essa unidade de
processo de “ciclo” e poderíamos representá-la com um círculo que, come-
çando em um ponto, desenvolve-se até seu apogeu e declina em uma espécie
de volta à sua origem.
Entretanto, esses ciclos não são fechados – em sua etapa final vão aparecendo
novos fenômenos, novos elementos progressivos que permitem que um novo
ciclo continue depois do anterior, gerando a imagem de uma espiral aberta,
em vez de um círculo que se fecha sobre si mesmo.
Assim, um processo evolutivo nos mostra nosso Objeto em movimento que,
sem perder sua identidade, vai se desenvolvendo, descrevendo ciclos ligados
uns aos outros, em uma tendência superadora de momentos anteriores.
Um exemplo desse tipo de processo são as civilizações que, ao declinar, dão
lugar a novas civilizações qualitativamente mais complexas e com melhor
adaptação às condições que o meio lhes impõe.
No entanto, nem todos os processos seguem essa mesma dinâmica, poden-
do-se observar alguns processos especiais.
Assim, podemos considerar que há processos involutivos quando o objeto,
em vez de avançar para formas mais complexas e de maior adaptação, parece
retroceder para formas já superadas. Poderíamos ter um exemplo disso em
uma sociedade democrática atual que, em vez de avançar para formas de
maior participação e integração social, gerasse movimentos que a fizessem
regressar a formas do tipo feudal, já superadas em etapas anteriores.
Também pode haver processos que tendam a se cristalizar, quando suas mu-
danças vão se tornando lentas, até chegar a um estado em que parece que os
movimentos se detiveram. Poderíamos ver um exemplo disso em sociedades
fechadas que, por diversos motivos, ficaram isoladas e, ao estudá-las, pare-
cem detidas no tempo em comparação com o desenvolvimento de outras
sociedades contemporâneas.
Por último, também vamos considerar a possibilidade de processos de
mudança radical, em que esta é tão profunda que podemos dizer que nos-
so objeto se transformou em outro, perdendo sua identidade de origem.
62
Uma imagem que nos aproxima dessa ideia é uma revolução que gerasse
mudanças tão profundas em uma sociedade, que seria difícil reconhecê-la ao
compará-la com momentos anteriores.
Bem, com essas ideias, podemos começar nossa análise de um Ponto de Vista
Processual, tomando como modelo um Processo Evolutivo.
Para isso, então, devo considerar meu objeto transitando no tempo. Estu-
daremos como surge, como se desenvolve, como se desdobra, até chegar
ao momento de seu apogeu. A partir daí, e com o ritmo que é próprio de
cada processo, poderemos ver como nosso Objeto vai perdendo sua capaci-
dade de adaptação relativa às condições que o meio lhe impõe. Falamos de
adaptação relativa porque o que declina, em princípio, é sua velocidade de
mudança, sua força de adaptação, ainda que em termos absolutos continue
dando respostas de equilíbrio. Essa dinâmica levará a um declínio – lento
ou veloz – que o colocará em situação de ter que produzir as mudanças que
permitam iniciar um novo ciclo com um sistema de respostas mais comple-
xas e eficientes.
Para ordenarmos o estudo e facilitar seu desenvolvimento, vamos utilizar al-
guns esquemas. Isso nos leva a realizar uma pequena digressão para esclarecer
os esquemas que utilizaremos nas três análises que vamos realizar.
A utilização de esquemas, de figuras geométricas, segue a tradição própria de
muitos filósofos que se apoiaram na geometria para fazer suas reduções e se
aproximar da essência dos fenômenos estudados.
Assim, quando queremos apreender o básico das estruturas que se apresen-
tam em diversos campos, recorremos a formas geométricas básicas que, re-
movendo da presença os elementos acessórios, permitem observar as linhas
fundamentais de uma coisa, situação ou fenômeno.
Essa operação de redução era considerada tão importante por alguns filóso-
fos que, por exemplo, Platão havia colocado na entrada de sua Academia um
cartaz que dizia: “Não entre aqui ninguém que não seja geômetra”.
Sem tanta pretensão, vamos utilizar essas figuras para apoiar nossos desen-
volvimentos, destacando que, além de sua utilidade ordenadora, têm um
interesse adicional no fato de que cada esquema apresenta relações a priori
de sua utilização que poderão ser úteis.
Sobre esses esquemas, montaremos distintas escalas.
As escalas são instrumentos de medição que nos servirão para ordenar a aná-
lise. São meros apoios, mas de grande valor no estudo, e apesar de existirem
diferentes tipos de escalas, vamos utilizar um tipo especial que se denomina
escala ordinal.
63
Essa escala é um conjunto ordenado de possíveis valores que podem ser ob-
servados em nosso objeto.
Então, antes de considerar as diferentes observações que posso realizar, defi-
nirei primeiramente os possíveis valores que poderei encontrar.
Uma característica da escala é que deve ser exaustiva. Isso significa que deve
contemplar todas as observações possíveis e nenhuma pode ficar de fora.
Por outro lado, os diferentes valores devem reconhecer uma ordem implíci-
ta. Ou seja, não poderão ser colocados de modo aleatório ou voluntarioso,
senão que cada um deve, necessariamente, ter um valor determinado antes
e outro depois.
Por último, as posições na escala devem ser mutuamente excludentes. Se
uma observação corresponde a uma posição, não pode simultaneamente cor-
responder a outra.
Voltando a nosso desenvolvimento, para estudar esse processo, vamos recor-
rer ao uso de um esquema que nos sirva para ordenar nossas observações.
Esse esquema é uma escala de 4 ou 12 posições possíveis, que montaremos
sobre um círculo para melhor visualização.
4 3
2
1
64
10 9
11
8
12
7
1
6
2
5
3 4
Esquema de relações
Valores superiores
+
5
-
Valores inferiores
Esquema de composição
}
9
} 8 1
7 2
6 3
5 4
}
72
SEMINÁRIO OFICINA
Terceira Parte
Seminário Oficina
Terceira Parte
75
5. A RESPOSTA
Começamos agora a última parte do seminário. Nela, tentaremos encontrar
resposta precisa para a pergunta que formulamos no começo do estudo, mas
faremos isso depois de realizar um trabalho minucioso de discriminação, de
diferenciação de todos os aspectos importantes que o Objeto de Estudo nos
apresenta.
O Objeto do qual partimos está agora mais claro e o trabalho consiste preci-
samente nisto: esclarecer nosso olhar sobre o Objeto.
No começo do estudo nos perguntamos: com qual problema queremos tra-
balhar? E nesse momento vimos que ele era um pouco difuso e, então, o
primeiro trabalho consistiu em esclarecê-lo.
Depois, passamos por uma etapa que nos permitiu compreender o Objeto
em sua estrutura e processo, identificando o momento que nos interessava
investigar para responder à Pergunta. Vimos como esse Objeto de Estudo
estava relacionado com outros objetos dentro de um âmbito condicionante
e, por último, estudamos a composição desse Objeto.
Agora, vamos iniciar o caminho de regresso, para voltar a olhar esse Objeto
e ver como nos aparece. Veremos se continua sendo tão confuso como no
princípio ou se podemos apreciá-lo com mais clareza. Se for este o caso,
poderemos tentar uma resposta à pergunta e com esta uma orientação para
a abordagem do Problema.
Podemos resumir o trabalho realizado conforme os seguintes passos:
* Colocamos um problema.
* Formulamos uma pergunta.
* Definimos um Objeto de Estudo.
* Enquadramos o espaço em que localizamos nosso Objeto.
* Analisamos seu Processo, Relação e Composição.
Estamos agora em condições de continuar nosso estudo, realizando uma
descrição detalhada do que foi feito por cada grupo.
5.1 Descrição
Realizaremos, então, um relato ordenado de todos os passos dados e dos
aspectos analisados. Começaremos com o problema, a pergunta, a definição
do Objeto de Estudo, até chegar, por último, à análise da compositiva.
77
5.2 Resumo
Elaborar um resumo significa destacar os aspectos principais da descrição,
aqueles que são a coluna vertebral do desenvolvimento e que nos permitem
produzir um texto muito menor que o original, sem perder nenhum ele-
mento importante.
Para resumir esse relato extenso, tomaremos os elementos mais significati-
vos. Não modificaremos o relato, mas extrairemos aqueles pontos que po-
dem ser ligados em um relato, sem tantos detalhes.
Se em algum momento não tivermos certeza se algo é primário, retirare-
mos esse dado e veremos se o desenvolvimento mantém sua coerência. Se
o relato mantiver a conexão de uma proposição com a seguinte, sem que se
produzam saltos que o tornem ininteligível, poderemos dizer que esse era
um elemento secundário e não o consideraremos.
Também devemos considerar que o desenvolvimento do resumo deve res-
peitar a sequência e o sentido que a descrição apresenta.
No resumo, então, começamos diferenciando os elementos principais.
Depois, vamos relacioná-los, ver a complementação que existe entre as dife-
rentes partes que o compõem. Para isso, realizaremos um percurso do prin-
cípio ao fim e depois do fim ao começo, destacando agora a relação que há
entre os diferentes elementos considerados.
Feito isso, estamos em condições de ensaiar uma síntese final.
5.3 Síntese
A síntese se define como a composição de um todo pela reunião de suas partes.
Entretanto, essa síntese, diferentemente das anteriores que fizemos e que
foram parciais, pretende dar conta da totalidade do Objeto de Estudo.
A síntese não é um resumo do resumo, mas uma reformulação do Objeto
que estou estudando e que me permite descobrir aspectos que antes não
havia contemplado.
78
5.4 Conclusão
Resta agora elaborar a conclusão, que será a resposta à pergunta com a qual
começamos o estudo.
Essa resposta implicará um salto do Objeto para a Pergunta e certamente
deverá haver uma forte coerência entre ambos, porque a fundamentação da
resposta será a visão que obtivemos do Objeto.
A resposta será, então, a conclusão do estudo realizado e a que nos permitirá
esclarecer o problema proposto.
Com certeza, se seguimos o estilo que pretendemos no decorrer de todo o
trabalho, essa resposta deve ser clara e precisa. Não somos um oráculo e ne-
cessitamos expressar com clareza essa nova visão do problema para que seja
compreensível para nós e para outros.
79
6. APLICAÇÕES
6.1 Informe Final
Já concluímos o trabalho e agora chegou o momento em que cada grupo
o comunica aos demais participantes. Certamente, também nos interessará
fazê-lo chegar a outros que, mesmo que não estejam aqui, possam estar in-
teressados no que estudamos.
Isso poderá ser realizado de diversas formas, mas, para fins operativos e para
não esquecermos de nada importante, vamos sugerir um esquema simples
que recapitula tudo o que foi trabalhado.
Compõe-se de três partes: Introdução, Desenvolvimento e Conclusões.
1o Introdução
Começaremos colocando um breve título que expresse o tema do trabalho.
Depois, exporemos o problema, seu contexto, o enquadramento espaço-
temporal em que se localiza e os motivos que impulsionam a realizar o es-
tudo: por que isso é um problema? Qual a importância de resolvê-lo? Isso
esclarece, explica a outros o que me levou a realizar o estudo, formalizar o
problema e buscar uma solução?
A seguir, formulo a pergunta que quero responder e, em função disso, defi-
no o Objeto de Estudo, explicitando o interesse, ou seja, o sentido em que
observo o Objeto.
Contexto, fundamento, delimitação do problema, formulação da pergunta e
definição do Objeto-Interesse são passos prévios ao trabalho metódico propria-
mente dito, mas sem estes não temos o enquadramento de seu desenvolvimento.
2o Desenvolvimento
Aqui relato brevemente os elementos analisados no estudo em Estática, des-
crevendo os Âmbitos Maior, Médio e Menor.
Depois, o estudo em Dinâmica, descrevendo o Processo e o momento que
estudei, a Relação com outros objetos presentes concomitantemente no Âm-
bito Médio e os elementos em transformação que compõem o Âmbito Me-
nor com seus pontos de conexão com o meio externo.
Por último, apresentamos a Síntese a que chegamos como resultado do estudo.
3o Conclusão
Na Conclusão, com base na Síntese realizada, daremos resposta à pergunta
formulada. Essa resposta, por sua vez, deverá esclarecer o problema proposto.
81
6.3 Consequências
Também será bom observar, ao longo do tempo, se esse modo de encarar o
estudo dos problemas que nos propomos tem alguma utilidade. Se não for
assim, então só teremos que esquecer dele. Entretanto, se notarmos que com
seu uso aumenta nossa compreensão sobre nós e o mundo, então será bom
exercitá-lo e fazê-lo chegar a outros.
Essa metodologia, com todos os seus passos, serve para o estudo e para a
reflexão ordenada, mesmo que não pensemos que seja adequada para encarar
as situações de nosso dia-a-dia.
No entanto, como consequência do trabalho, será interessante observar se
nosso olhar sobre as situações cotidianas começa a se modificar.
Normalmente, tendemos a ver as coisas isoladamente, sem contexto e de ma-
neira estática. Será interessante, então, observar se nosso modo de ponderar
esses fatos cotidianos vai se transformando. Refiro-me a começar a vê-los em
82
83
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Se seguimos corretamente os passos explicados, teremos chegado satisfato-
riamente ao final do caminho.
Em certos casos, ficará claro que teremos que estudar com mais profundida-
de alguns aspectos ou talvez necessitemos contar com mais informação, mas
esperamos que tenha ficado clara a linha geral do trabalho.
Essa linha geral se refere à consideração da existência da estrutura consciên-
cia-mundo (ato-objeto) como o ponto de partida para compreender a visão
do Novo Humanismo. Derivam desta visão uma metafísica, uma lógica, um
conjunto de leis e o Método Estrutural Dinâmico.
Isso forma um corpo teórico e prático, rigoroso e coerente, que espera ser
enriquecido e ampliado pela contribuição de pessoas preocupadas em fazer
avançar a compreensão e o conhecimento sobre o ser humano e o mundo
atual.
Sendo assim, e a partir dos interesses com os quais empreendemos esse semi-
nário, daremos por cumpridos nossos objetivos.
O Método Estrutural Dinâmico, como agora o denominamos, começou a
ser desenvolvido há várias décadas nos grupos de estudo do Novo Humanis-
mo, mas observamos agora um interesse renovado em seu estudo e aplicação
com o surgimento dos Centros de Estudos Humanistas que vão se multipli-
cando em diversos países.
Acreditamos que em pouco tempo esse interesse será ampliado para outros
âmbitos de estudo, necessitados neste momento da contribuição de novas
perspectivas e ferramentas capazes de dar respostas aos complexos problemas
atuais.
Esperamos, então, que esses estudos que empreendemos sejam úteis para
nessa direção.
85
SEMINÁRIO OFICINA
PROGRAMA DE TRABALHO
1. GENERALIDADES
1.1 Sobre a atitude no trabalho
1.2 O que é um método?
1.3 A experiência humana. Experiência e pensamento.
1.4 Os métodos da filosofia
1.5 Os métodos da ciência
3. A PERGUNTA
3.1 Delimitação do problema
3.2 Formulação da pergunta
3.3 Definição do objeto de estudo. O interesse.
Trabalho em grupo. Delimitar o Problema que se vai trabalhar na oficina. Formular a pergunta
e definir o Objeto-Interesse que vai ser estudado.
4. A ANÁLISE
4.1 Estudo em estática. A estrutura. Localização “espacial” do Objeto de Estudo.
4.1.1 O âmbito maior
4.1.2 O âmbito médio
4.1.3 O âmbito menor
Trabalho em grupo. Fixar os âmbitos maior, médio e menor do Objeto de Estudo.
4.2 Estudo em dinâmica. O movimento. Localização “temporal” do Objeto de Estudo.
4.2.1 Estudo de processo
4.2.1.1 Descrição de diferentes tipos de processo
4.2.1.2 Diferenciação: diferentes momentos de um processo
4.2.1.3 Complementação: a relação entre diferentes momentos. Esquemas de 4 e 12 passos.
4.2.1.4 Síntese: localização temporal do Objeto de Estudo. Visão de nosso objeto em processo.
4.2.1.5 Trabalho em grupo. Localizar o início, apogeu e declínio do processo estudado.
Fixar o momento que se deseja estudar. Construção do esquema do processo.
88
5. A RESPOSTA
5.1 Descrição. Descrição ordenada da situação estudada, compreendendo todos os aspectos
analisados.
5.2 Resumo. Resumo dos aspectos relevantes do estudo. Problema, Pergunta, Objeto de Estudo,
Enquadramento e Tripla Análise, conforme Pontos de vista de Processo, Relação e Composição.
Percursos ascendentes e descendentes através do estudo, mantendo o Interesse fixo.
5.3 Síntese. Apresentação da nova visão do Objeto de Estudo.
5.4 Conclusão. Elaboração da Conclusão como Resposta à Pergunta inicial.
Trabalho em grupo. Descrever, resumir e sintetizar o trabalho realizado. Formular as conclusões
do estudo.
6. APLICAÇÕES
6.1 Informe Final. Pautas para a preparação de um Informe Final.
6.2 Outras aplicações
6.3 Consequências
Trabalho em grupo. Preparar o Informe Final.Trabalho conjunto.Apresentação em reunião conjunta
do Informe Final de cada grupo.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
7.1 Considerações dos participantes sobre o trabalho realizado
7.2 Considerações finais
89
GUIA DE OFICINA
A PERGUNTA
DELIMITAÇÃO do Problema: Definir o tema, os alcances e a
estrutura do problema. Indicar sua importância e as possíveis conse-
quências de sua resolução.
Formulação da Pergunta
Formular a pergunta que melhor expresse o aspecto que se quer esclarecer
do problema proposto.
93
A ANÁLISE
Estática: Localização Espacial do Objeto de Estudo
FIXAR O ÂMBITO MAIOR: Precisar e descrever o alcance do âmbito
que dá ciclos e ritmos.
Âmbito Maior
Âmbito MÉdio
Âmbito Menor
94
A ANÁLISE
Dinâmica: Localização Temporal do Objeto de Estudo.
Tripla Análise Metódica. Exercício do Ponto de Vista.
ESTUDO DE PROCESSO: Completar o esquema de 4 ou 12 passos e
fixar o momento a ser estudado.
4 3
4
4 3
3
1
2
1 2
1 2
10
9
11 10 9
11 8
8
12 12
7
7
1
1 6 6
2
5
2 3 4
5
3
4
95
+
5
-
ESTUDO DE COMPOSIÇÃO: Completar o esquema, fixando os 6
componentes e os 3 pontos de contato externo.
} 8
9
1 }
7 2
6 3
5 4
}
96
A RESPOSTA
Resumo: Mencionar os aspectos relevantes do estudo conforme foi
desenvolvido.
97
INFORME FINAL
TÍTULO:
LOCALIZAÇÃO ESPACIAL:
RELAÇÕES DINÂMICAS:
98
COMPOSIÇÃO DINÂMICA:
SÍNTESE:
CONCLUSÃO (RESPOSTA):
FONTES DE CONSULTA:
AUTORES:
LUGAR E DATA:
99
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Apresentamos a seguir uma lista básica de autores e obras que podem ser
consultadas pelos interessados em aprofundar algum dos temas propostos
ao longo do seminário.
Aquino, Tomás de. Suma Teológica
Aristóteles. Metafísica
Bunge, Mario. A ciência, seu método e sua filosofia
Descartes, René. O Discurso do Método
Ferrater Mora, José. Dicionário de Filosofia
García Morente, Manuel. Lições preliminares de Filosofia
Hegel, Georg Wilhelm Friedrich. Fenomenologia do Espírito
Heidegger, Martin. Ser e Tempo. A pergunta pela coisa
Hume, David. Tratado da natureza humana
Husserl, Edmund. A filosofia como ciência estrita. Meditações cartesianas
Kant, Immanuel. Crítica da razão pura
Klimosky, Gregorio. As desventuras do conhecimento científico
Marías, Julián. História da Filosofia
Ortega y Gasset, José. Em torno a Galileu. A História como sistema
Platão. Diálogos
Silo. Contribuições ao pensamento. Quarta carta a meus amigos. Apontamentos
de Psicologia
Xirau, Ramón. Introdução à história da Filosofia
100