Brasília-DF.
Elaboração
Alessandro Martins
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
CONCEITOS E DEFINIÇÕES .................................................................................................................. 11
CAPÍTULO 1
MOTIVAÇÃO........................................................................................................................... 11
CAPÍTULO 2
ORDEM DE APROXIMAÇÃO ................................................................................................... 18
CAPÍTULO 3
DECOMPOSIÇÃO DE DOMÍNIOS ............................................................................................ 23
CAPÍTULO 4
MÉTODO DO PONTO MÉDIO E DO TRAPÉZIO........................................................................... 26
UNIDADE II
MÉTODOS NUMÉRICOS........................................................................................................................ 32
CAPÍTULO 1
MÉTODO DE SIMPSON............................................................................................................ 32
CAPÍTULO 2
MÉTODO DOS COEFICIENTES INDETERMINADOS...................................................................... 37
CAPÍTULO 3
FÓRMULAS DE NEWTON-COTES .............................................................................................. 39
CAPÍTULO 4
MÉTODO DE ROMBERG.......................................................................................................... 43
CAPÍTULO 5
QUADRATURA GAUSS-LEGENDRE............................................................................................. 46
CAPÍTULO 6
MÉTODO DE MONTE CARLO................................................................................................... 51
UNIDADE III
MÉTODOS COMPOSTOS....................................................................................................................... 56
CAPÍTULO 1
MOTIVAÇÃO........................................................................................................................... 56
CAPÍTULO 2
REGRA TRAPEZOIDAL COMPOSTA............................................................................................ 58
CAPÍTULO 3
SEGUNDA REGRA DE SIMPSON................................................................................................ 66
UNIDADE IV
COMPARAÇÃO DE MÉTODOS E ERROS................................................................................................ 70
CAPÍTULO 1
CASO DE ESTUDO................................................................................................................... 71
CAPÍTULO 2
SOLUÇÕES PELOS MÉTODOS APRESENTADOS.......................................................................... 75
CAPÍTULO 3
COMPARAÇÃO DE SOLUÇÕES E ERROS.................................................................................. 81
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 87
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e
reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio.
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas
conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
A Unidade III complementa a Unidade II, pois entrega mais duas regras que na
verdade são desdobramentos de regras anteriores. Nessa unidade são vistos alguns
Métodos Compostos, ou seja, métodos já descritos anteriormente que são aplicados
em subdivisões do intervalo desejado com o objetivo de melhorar a precisão do cálculo
da integral. A Regra Trapezoidal Composta e a Regra de Simpson Composta mostram
como essa forma de cálculo pode melhorar consideravelmente a solução sem adicionar
grande complexidade ao processo.
A Unidade IV encerra esse estudo com uma Comparação dos Métodos e um estudo sobre
os erros cometidos pelas aproximações interentes aos métodos. Nessa Unidade é visto um
Estudo de Caso em que diversos métodos são empregados e comparados, alem de outras
soluções pelos métodos apresentados e uma comparação de soluções e erros.
8
Objetivos
» Compreender os conceitos básicos da Integração Numérica, sua relação
com as soluções analíticas e com os outros elementos do cálculo.
9
CONCEITOS E UNIDADE I
DEFINIÇÕES
Nesta Unidade, serão vistos os primeiros elementos associados à Integração Numérica,
sua motivação ou origem, seus conceitos principais e suas particularidades de uso e
aplicação com a formalização do conceito de Ordem de Aproximação e Decomposição
de Domínios. A unidade complementa esse momento inicial com dois exemplos bem
usuais e clássicos de métodos de Integração Numérica: o método do Ponto Médio e o
Método do Trapézio.
CAPÍTULO 1
Motivação
11
UNIDADE I │ CONCEITOS E DEFINIÇÕES
O Cálculo Integral surgiu bem antes do Cálculo Diferencial (THOMAS et al., 2012. p. 417).
A ideia da integração teve origem em processos de somas recorrentes, somatórios,
relacionados com a obtenção de certos comprimentos, áreas e volumes.
A diferenciação (ou derivada) foi criada bem mais tarde e foi resultado de problemas
sobre tangentes a curvas e de questões sobre máximos e mínimos de funções. Somente
mais tarde foi possível comprovar que a integração e a diferenciação estão relacionadas
entre si, sendo cada uma delas operação inversa da outra (EVES, 2011, p. 417).
Ano Evento
1666 Ano milagroso da ciência, Isaac Newton desenvolve o Cálculo Diferencial e Integral.
1676 Gottfried Willhelm Leibniz desenvolve o Cálculo Diferencial e Integral com uma simbologia diferente da utilizada por Newton
e sem conhecer seu trabalho.
1684 Leibniz faz sua primeira publicação sobre o assunto no periódico mensal Acta Eroditorum com o título Nova methodus pro maximis
ET mínimos, itemque tangentibus, qua Nec irrationales quantitaes moratur (Um novo método para máximos e mínimos e também
para tangentes que não é obstruído por quantidades irracionais).
1686 Newton publica Philosophiae naturalis principia mathematica (Princípios matemáticos da filosofia natural), obra que contém,
além de Cálculo, Fundamentos da Física.
Fonte: Gayo, p. 150.
12
CONCEITOS E DEFINIÇÕES │ UNIDADE I
Para reforçar a ideia anterior, vamos pensar em como calcular a derivada de uma
função. Temos duas situações a considerar: a) a função é dada explicitamente como
um f(x); ou b) a função não é dada, apenas pares de pontos (x,f(x)) estão disponíveis (o
gráfico da função).
Olhando com certa atenção, é possível ver que o 2o caso se resume ao 1o, pois, dados
os valores da função em um conjunto de pontos, é sempre possível determinar outra
função de ajuste (em geral um polinômio) e usar essa função ajustada para obter a
derivada da função original desejada. Os algoritmos de ajuste de curvas não fornecem
uma grande dificuldade ao processo, e polinômios são facilmente deriváveis.
Retomando a integral, podemos definir a integral de uma função f(x) no intervalo [a,b]
b
ou simplesmente S � f x dx como sendo a área limitada entre o eixo x e a função
a
f(x) nos limites [a,b]. Graficamente, temos:
Existe uma relação única entre a integral e a derivada formalizada como o Princípio
Fundamental do Calculo (STEWART, 2013, p. 350). Definindo a função primitiva
como F(x), é possível calcular sua derivada F’(x) = f(x), válida para todos os elementos
b
x em um intervalo [a,b]. Assim, temos f x dx F b F a , ou seja, a integral de
a
uma função f(x) depende dos valores de sua primitiva nos pontos a e b, ou seja F(a) e
F(b), sobre certas condições.
13
UNIDADE I │ CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Como dito anteriormente, calcular F’(x) dada F(x), ou seja, calcular a derivada, não
é um problema dos mais complexos, porém o inverso é, por vezes, impossível, ou
seja, nem sempre podemos obter a primitiva F(x), dado que temos apenas a F’(x). Em
alguns casos, nem a f(x) é disponível, como ocorre quando os valores dessa função são
obtidos por decorrência de processos experimentais. Sem a f(x), não é possível obter a
F(x); sem essa função, não tem como calcular a integral analiticamente.
x3 x3
Por exemplo: a integral analítica de x 2 dx c , pois é derivada de c x2 .
3 3
b b3 a 3
A solução para um dado intervalo (a,b) dessa integral é dada por ax 2 dx .
3 3
2 2
Infelizmente, existem diversas funções importantes, como e − x , cujo calculo e x dx � não
2
pode ser obtido pelo mesmo princípio, pois e − x não possui primitiva.
Quando temos f(x) ou F(x) como funções simples, por exemplo, polinomiais, não existem
dificuldades nos cálculos. O real problema ocorre em algumas situações em que a função
f(x) primitiva não pode ser determinada. Isso pode ocorrer em alguns casos, como : a)
quando a função F(x) não existe analiticamente; isso surge, por exemplo, quando seu
desenho é feito com base em dados discretos obtidos de experimentos; b) a função f(x)
pode até existir, mas sua obtenção (com base na F(x)) envolve grande esforço analítico.
Outro caso a ser destacado é quando o objetivo é obter o resultado da integral, e não a
função f(x) em si. Diversas situações computacionais ocorrem nesse contexto, e, em se
tratando de computação, os processos de aproximação e cálculos são, em geral, mais
rápidos que os analíticos.
Por exemplo, uma aplicação real da integral seria para calcular a área de plantio de
uma região de terreno com a forma da figura abaixo.
14
CONCEITOS E DEFINIÇÕES │ UNIDADE I
Note que f(x) – g(x) é o comprimento do segmento de reta vertical que conecta os
extremos g(x) até f(x).
Espessura da Fatia
Área da Fatia
Considerando que a primeira fatia tem início na posição x=a e que a última fatia
ba
termina na posição x=b e definindo a espessura da fatia como x e fazendo
n
com que o número n de fatias cresça, ou seja, n , conseguimos que a espessura da
fatia fique cada vez mais fina, ou seja, tenda a zero ( x dx 0 ), o que nos fornece a
integral abaixo para o cálculo dessa cubatura:
n n b
V lim Vi lim A x * x A x dx
n n a
i 1 i 1
Quando a figura cujo volume que se deseja calcular pode ser decorrente da rotação
de uma curva em torno de um eixo (ou aproximada por esse método), a solução da
Cubatura torna-se bem simples. Vejamos no exemplo.
15
UNIDADE I │ CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Solução: quando uma função é rotacionada em torno de um eixo, a forma geral para o
cálculo do volume do sólido obtido é dada pela equação:
b
V * f x dx
2
2
V * x 6 dx
1
x7 2 27 17 127
V * * 57u.v unidades de volumee
7 1 7 7 7
16
CONCEITOS E DEFINIÇÕES │ UNIDADE I
Para saber mais sobre como as integrais numéricas são aplicadas, veja o
exemplo disponível no artigo: RESENDE, P. C.; MELO, N. R.; CAMPOS, G. L.;
SANTOS, M. G. Métodos Numéricos de Integração Aplicados no Cálculo de
Campos Magnéticos Gerados por Linhas de Transmissão. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.29069/forscience.2017v5n3.e295.
17
CAPÍTULO 2
Ordem de aproximação
p x k 0ak * x k
n
a0 x(a1 x a2 x x an 1 xan )
Interpolar significa determinar uma função que assume valores conhecidos em certos
pontos chamados nós de interpolação. De uma forma geral, o conjunto de funções
interpoladoras é determinado por um número finito de parâmetros (nos polinômios,
são os seus coeficientes) que deverá ser igual ao número de condições impostas
(número de nós), para que haja apenas uma solução. Assim, dado um conjunto de
18
CONCEITOS E DEFINIÇÕES │ UNIDADE I
n pontos, xi , yi i 1 definimos como Polinômio Interpolador, o polinômio de grau
n
menor ou igual a n-1 que os interpola, ou seja, passa por todos esses pontos.
Fonte: autor.
y p x a0 a1 x1 a2 x 2 a3 x3
19
UNIDADE I │ CONCEITOS E DEFINIÇÕES
1 = a0
6 a0 a1 a2 a3
8 a0 3a1 9a2 27 a3
Em outras palavras, uma regra de integração diz-se de grau de exatidão (ou ordem de
aproximação) N se integrar, exatamente, todos os polinômios de grau menor ou igual
a N e existir pelo menos um polinômio de grau N + 1 que não é integrado exatamente
por essa regra.
ab ba k
xk cos , k 0,1, , n
2 2 n
Essa seleção de pontos distribui uniformemente o erro no intervalo [a,b] para qualquer
função f(x) contínua no intervalo.
20
CONCEITOS E DEFINIÇÕES │ UNIDADE I
Figura 10. Polinômio Interpolador gerado com os nós de Chebyshev de 10o Grau.
21
UNIDADE I │ CONCEITOS E DEFINIÇÕES
22
CAPÍTULO 3
Decomposição de domínios
Por outro lado, decompor esse domínio original em domínios menores permite que
o sistema se torne muito mais simples, sendo computacionalmente rápido de ser
resolvido. Ao final, unem-se as soluções obtidas.
23
UNIDADE I │ CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Umas das estratégias adotada para a solução de problemas de integração por métodos
numéricos consiste em dividir em regiões a função que se deseja integrar, dentro dos
limites desejados. Como no exemplo da Figura 11, para fazer uma integral de x=a até
x=b, é possível dividir o domínio em n=3 partes. Assim, calcula-se de x=a até x=x2,
x=x2 até x=x4 e de x=x4 até x=b. Ao final, somam-se os resultados. Esse princípio pode
ser aplicado com n assumindo valores bem maiores (obtendo, assim, intervalos ou
subdomínios cada vez menores), até o limite de precisão desejada do processo.
Intuitivamente, esse princípio pode ser aplicado a integrais mais complexas, em duas
ou mais dimensões. O resultado que se obtém ao final da divisão são pequenas figuras
geométricas simples, como quadrados. Daí decorreu o nome antigo para integral –
quadradura.
Solução: 1o Passo: representar graficamente as funções nos fornece uma visão real da
área S a ser calculada. Nessa observação, vemos que uma divisão do domínio apenas
por segmentação do eixo x não resolve o problema, pois a função y2=x assume dois
valores no intervalo [0,4].
24
CONCEITOS E DEFINIÇÕES │ UNIDADE I
3o Passo: obtendo esses limites, é possível observar que a área S pode ser calculada
como a soma de 3 subáreas:
Área1 : x 2 1 dx
0
3
4
Área 2 : 2 x dx
0
Área3 x 1 dx
1
Obtendo, assim:
25
CAPÍTULO 4
Método do ponto médio e do trapézio
Uma situação consideravelmente mais complexa era obter a área de figuras curvas. O
método da exaustão para esses casos consistia em inscrever ou circunscrever a figura
com polígonos e então crescer o número de lados deles até atingir a forma original. A
figura abaixo ilustra a situação.
A área desejada era obtida intuitivamente, visto que o conceito de limite ainda não era
de conhecimento na época, por A lim An .
n
Esse mesmo princípio também foi usado para calcular áreas abaixo de funções
matemáticas, com o emprego de retângulos cada vez mais finos.
26
CONCEITOS E DEFINIÇÕES │ UNIDADE I
Figura 16. (a) Usando a extremidade esquerda; e (b) usando a direita como altura do retângulo.
É possível demonstrar que a soma dos retângulos, tomados pela direita, Rn (situação
(b) na Figura 16), é dada pela fórmula:
Rn
n 1 2n 1
6n 2
Situação semelhante ocorre com os retângulos, tomados pela esquerda, Ln, em que
obtemos:
1
A lim Rn lim Ln
n n 3
27
UNIDADE I │ CONCEITOS E DEFINIÇÕES
É possível mostrar que, quando a base do retângulo tende a zero, o resultado da soma
dos retângulos tomados à esquerda se iguala à soma dos retângulos tomados à direita,
de modo semelhante ao limite de Rn e Ln.
É possível demonstrar que os pontos laterais do retângulo (esquerdo e direito) são casos
especiais, pois qualquer ponto nesse intervalo pode ser tomado para efeito de cálculo, ou
seja, podemos tomar a altura do i-ésimo retângulo com valor da função f em qualquer
28
CONCEITOS E DEFINIÇÕES │ UNIDADE I
*
valor do i-ésimo subintervalo como o valor de f em qualquer posição xi no i-ésimo
subintervalo ( x1 , x2 , xn são chamados pontos amostrais), conforme indica a figura 19
* * *
abaixo.
A lim f x1* x f x2* x f xn* x lim f xi* x
n n
i 1
b
Quando escrevemos f x dx lim f xi* x , fica formalizada a definição da
a n
i 1
Integral Definida da f(x) no intervalo (a,b), se a f(x) é contínua nesse intervalo, ou seja,
b
a f x dx
i 1
f xi x � x f x1 f xn
ba 1
em que x exi xi 1 xi = ponto médio xi 1 , xi
n 2
29
UNIDADE I │ CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Para deduzir esse método, vamos adotar que x1=a, x2=b e h=b-a e usar a simbologia de
que yi = f(xi). Com essas definições, vamos obter a equação da reta que liga f1 a f2, que
nada mais é que um polinômio de 1o grau em x. Vamos usar, para isso, a fórmula de
Legendre para esse cálculo. Teremos, assim:
p1 x y1 L1 x y2 L2 x
y L x y L x dx
b
1 1 2 2
a
b b
y1 L1 x dx y2 L2 x dx
a a
A1 y1 A2 y2
30
CONCEITOS E DEFINIÇÕES │ UNIDADE I
Em que:
x x1 x2
2
b x x1
A1 dx
a x x
2 1 2h x1
x x
2
h2 h
2 1
2h 2h 2
b x x2 h
A2 dx
a x1 x2 2
31
MÉTODOS UNIDADE II
NUMÉRICOS
Na Unidade II, veremos um grupo de métodos numéricos mais elaborados que os
anteriores e que fornecem resultados mais exatos para as integrais. Entre os métodos
aqui apresentados, veremos um grupo de métodos pertencentes às Fórmulas de
Newton-Cotes (Capítulo 3), família de métodos que partem do princípio de que o
intervalo de integração pode ser particionado em divisões iguais para que o polinômio
interpolador possa ser calculado.
Fazem parte desse grupo o Método de Simpson, visto no Capítulo 1, o Método dos
Coeficientes Indeterminados, Capítulo 2, e, no Capítulo 4, o Método de Romberg.
Fora desse padrão (de espaçamento constante para a tomada dos pontos amostrais da
função f(x)), temos, no Capítulo 5, a Quadratura Gauss-Legendre e, no Capítulo 6, o
Método de Monte Carlo.
CAPÍTULO 1
Método de Simpson
Observe na Figura 21 abaixo como a função (na cor vermelha) fica muito mais bem
representada pelos segmentos de curvas em azul. Note que a diferença entre as áreas da
função em vermelho e das curvas de ajuste em azul é bem pequena se comparada com,
por exemplo, o Método dos Trapézios, que faria a ligação direta entre os pontos P0 e P2.
32
MÉTODOS NUMÉRICOS │ UNIDADE II
A curva de ajuste vai passar pelos pontos P0,P1 e P2, ou seja, (-h,f(-h)), (0,f(0)) e
(h,f(h)), ou, mais genericamente, (xi-1,f(xi-1)), (xi,f(xi)) e (xi+1,f(xi+1)). Essa curva é uma
parábola e tem equação geral da forma y = Ax2 + Bx + C, sendo a área de interesse
limitada por x = -h até x = +h.
Podemos demostrar que a integral da parábola da Figura 22, devido à simetria, é dada
por:
Ax Ax
h h
2
Bx C dx 2 2
C dx
h 0
Ah3 h
2
Ch 2 Ah 2 6C
3 3
33
UNIDADE II │ MÉTODOS NUMÉRICOS
Lembrando que a solução anterior precisa ser atrelada aos pontos, pois essa parábola
obrigatoriamente passa por P0(-h,f(-h)), P1(0,f(0)) e P2(h,f(+h). Assim, temos as seguintes
equações:
y 0 A h B h C Ah 2 Bh C
2
y1 = C
y 2 Ah 2 Bh C
em que y 0 f h ; y1 f 0 e y 2 f h
E obtemos:
y 0 4 y1 y 2 2 Ah 2 6C
Essa fórmula também é válida quando a posição horizontal da parábola muda, ou seja,
deslocando-a de x=-h até x=h para x=x0 até x=x2, basta alterar os limites de integração.
De modo semelhante, podemos escrever que a área da parábola que passa por P2, P3 e
P4 (de x=x2 ate x=x4) é dada por:
h
y 2 4 y3 y 4
3
Se o princípio for ainda mais ampliado e com ele calculadas todas as áreas das
parábolas no intervalo (a,b) com n/3 divisões, ou seja, n pontos amostrais, teremos:
b h h h
f x dx 3 y
a 0 4 y1 y2
3
y2 4 y3 y4 yn2 4 yn1 yn
3
h
y0 4 y1 2 y2 4 y3 2 y4 2 yn2 4 yn1 yn
3
ba
em que n é par e x
n
34
MÉTODOS NUMÉRICOS │ UNIDADE II
Outro método para obter a Regra de Simpson é utilizando a fórmula de Lagrange para
o polinômio de 2o grau.
x x
n
j 0 j
Lk x
jk
, Forma Geral de Langrange para o polinômio de ordem k
n
j 0 ( xk x j )
jk
p2 x
x x1 x x2 f x x x0 x x2 f x x x0 x x1 f x
x0 x1 x0 x2 0 x1 x0 x1 x2 1 x2 x0 x2 x1 2
x2 x2
I f x dx p2 x dx
x0 x0
x x1 x x2 f x
0
x2 x2 x0 x1 x0 x2 dx
I f x dx
x0 x0
x x0 x x2 f x x x0 x x1 f x
1
x1 x0 x1 x2 x2 x0 x2 x1 2
Procedendo a algumas mudanças de variáveis e executando a integral nos limites
estabelecidos, obtemos:
h
I f x dx f x0 4 f x1 f x 2
x2
x0 3
1 x
f 1 4 f 1.1 2 f 1.2 4 f 1.3 2 f 1.8 4 f 1.9 f 2
2
1 x
dx S10
3
0.1 1 4 2 4 2 4 2 4 2 4 1
0, 693150
3 1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2
Comparando esse resultado com as aproximações pelo método do Ponto Médio (M10
≈0,692835) e dos Trapézios (T10 ≈0,693771), verificamos que Simpson fornece uma
aproximação muito melhor que as anteriores. De fato, o método de Simpson tem uma
relação com os métodos anteriores e pode ser também obtido pela média ponderada
dos Métodos dos Trapézios e do Ponto Médio. Assim, temos:
1 2
S 2 n Tn M n
3 3
35
UNIDADE II │ MÉTODOS NUMÉRICOS
b a f 4 ,
5
1
Es h5 f 4
90 2880
36
CAPÍTULO 2
Método dos coeficientes
indeterminados
Para definir o Método dos Coeficientes Indeterminados para o cálculo de integrais por
métodos numéricos, vamos considerar x0,x1,...,xn, (n+1) pontos obtidos no intervalo
(a,b). O Método consiste em obter os pesos Aj da fórmula de quadratura:
n
I Q f Aj f x j f x dx
b
a
j 0
de modo que IQ(f) tenha grau de precisão r ≥ n, ou seja, a integral pelo Método dos
Coeficientes Indeterminados IQ é igual à integral exata do polinômio Pk (IQ(Pk) = I(Pk)),
para k=0,1,...,n em que Pk é um polinômio de grau k.
Pk x 0 1 x 2 x 2 n x n um polinômio de grau k
I Q Pk I Q 0 1 x 2 x 2 n x n 0 I Q 1 1 I Q x 2 I Q x 2 n I Q x n
I ( Pk ) I 0 1 x 2 x 2 n x n 0 I 1 1 I x 2 I x 2 n I x n
I Q x k I x k , k 0,1, , n
A0 A1 An b a
n
x 2 b (b 2 a 2 )
I Q x Aj x j I x xdx
b
j 0
a 2 a 2
(b 2 a 2 )
A0 x0 A1 x1 An xn
2
37
UNIDADE II │ MÉTODOS NUMÉRICOS
n
x 3 b (b3 a 3 )
b
I Q x 2 Aj x 2j I x 2 x 2 dx
j 0
a 3 a 3
(b3 a 3 )
A0 x02 A1 x12 An xn2
3
� � � � � �� = � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �
n
x n 1 b (b n 1 a n 1 )
A x I x
b
IQ x n
j
n
j
n
x dx n
j 0
a n 1 a n 1
n (b n 1 a n 1 )
n n
A x A x A x n n
n 1
0 0 1 1
ba
1 A0 (b a )
2 2
1 1 1
x
0 x1 x2 xn A1 2
(b a )
3 3
x02 x12 x22 xn2 A2
3
n
x0 x1n x2n xnn An n 1 n 1
(b a )
n 1
b n n
I n f I Pn f xi * li x dx li x dx f xi
b
i 0
a a
i 0
Ai
Assim, os pesos também podem ser dados pelas integrais de Lagrange li(x).
38
CAPÍTULO 3
Fórmulas de Newton-Cotes
A forma geral para essa família de fórmulas para integrar uma função f(x) em um
intervalo [a, b] segue, em linhas gerais, os seguintes passos:
1. dividir em n partes iguais o intervalo (a,b), h = (b-a)/n, obtendo assim
a=x0, x1=x0+h, x2=x1+h, ...,xn=b;
2. calcule o valor da f(x) nos pontos obtidos em (1) como fn = f (xn);
3. em seguida, encontre funções simples que se aproximem da função
tabulada em (2), nada mais simples do que polinômios;
4. integre esses polinômios interpoladores para aproximar a área sob a
curva;
5. estime o erro cometido no processo;
6. obs1.: para encontrar essas funções simples de ajuste, use polinômios
de interpolação (PI) como os de Lagrange ou Gregory-Newton, por
exemplo;
7. obs2.: as fórmulas resultantes são chamadas de fórmulas de Newton-
Cotes somente quando o espaçamento entre os pontos é constante;
8. obs3.: note que o problema de resolver a integral, com esse processo,
torna-se o problema de encontrar o PI que melhor se adéqua a f(x), ou
seja, gera o menor erro possível.
As fórmulas de Newton-Cotes podem ser “fechadas” se o intervalo [x0, xn] estiver incluído
no ajuste ou “abertas” se os pontos [x1, x(n-1)] forem usados e seus extremos x0 e xn não
forem usados. Se a fórmula usa n pontos (fechada ou aberta), os coeficientes dos termos
somam n-1. Com essa divisão, podemos classificar as Fórmulas de Newton-Cotes:
1. Fechadas:
exige-se que x0 = a, xn = b.
Exemplos: Regra do Trapézio, Regra de Simpson Simples, Regra de
Simpson Composta e Regra de Boole.
2. Abertas:
39
UNIDADE II │ MÉTODOS NUMÉRICOS
40
MÉTODOS NUMÉRICOS │ UNIDADE II
Nesse caso, o polinômio de interpolação de Lagrange por meio dos pontos (x1,f1) e
(x2,f2) é dado por:
x x x
p1 x * f 2 f1 f1 1 * f1 1 * f 2
h h h
xn
f x0 L0 x f x1 L1 x f xn Ln x dx
x0
L0 x dx f x0 L1 x dx f x1 Ln x dx f xn
xn xn xn
x 0 x 0 x 0
b xn
f x dx f x dx A * f x A * f x A * f x
a x0 0 0 1 1 n n
Lembrando que:
xn
Ak Lk x dx
x0
E que:
x x
n
j 0 j
Lk x
jk
, Forma Geral de Lagrangge
n
j 0( xk x j )
jk
Uma fórmula de Newton-Cotes de grau n pode ser construída para qualquer n. Porém,
para n grandes, a regra pode apresentar o Fenômeno de Runge (LOPES; COSTA,
2017), em que erros aumentam exponencialmente para n elevados. Outros métodos
como a Quadratura de Gauss-Legendre e a Quadratura de Clenshaw-Curtis com pontos
espaçados de maneira desigual (preferencialmente acumulados nas extremidades
41
UNIDADE II │ MÉTODOS NUMÉRICOS
do intervalo de integração) são mais estáveis e muito mais precisos, e, em geral, são
preferidos no lugar de Newton-Cotes.
Se esses métodos não podem ser utilizados, porque o integrante é dado em uma grade
igualmente distribuída, o Fenômeno de Rungue pode ser minimizado utilizando uma
regra composta, ou seja, utilizando o mesmo método em subintervalos de (a,b).
nh n
In ci yi
d n i 0
N dn c0 c1 c2 c3 c4 c5 c6 c7 c8
1 2 1 1
2 6 1 4 1
3 8 1 3 3 1
4 90 7 32 12 32 7
5 288 19 75 50 50 75 19
6 840 41 216 27 272 27 216 41
7 17280 751 3577 1323 2989 2989 1323 3577 751
8 28350 989 5888 -928 10496 -4540 10496 -928 5888 989
Fonte: próprio autor.
42
CAPÍTULO 4
Método de Romberg
f x dx
a
Vamos chamar de I(h) a aproximação dessa integral pelo método dos trapézios
ba
composto e usar uma largura de malha constante igual a h, sendo h para algum
Ni
Ni inteiro, obtendo assim:
h Ni ba
I h f a 2 f x j f b , com N i
2 j 2 h
É possível provar que, se a f(x) é analítica em (a,b), então a função I(h) admite ser
representada da forma:
I h I 0 I 2 h 2 I 4 h 4 I 6 h6
Em especial verificamos que o valor exato da integral desejada é dado por Io quando h
tende a zero.
b
f x dx lim I h I
a h 0
0
Dessa base surge a ideia central do método de Romberg, que consiste em usar a
extrapolação de Richardson (RICHARDSON, 1910; RICHARDSON; GAUNT, 1927)
para construir um método de maior ordem com base no método dos trapézios, para o
intervalo qualquer (a,b).
43
UNIDADE II │ MÉTODOS NUMÉRICOS
Vamos usar como exemplo a construção do método de quarta ordem. Para tal, vamos
desenvolver duas expansões de I em função de h e h/2.
I h I 0 I 2 h 2 I 4 h 4 I 6 h6
2 h h h
2 4 6
I h I0 I2 I4 I6
4 16 64
h
4I I h
2 I h 4 5I h6
I 0 4 6
3 4 16
h
I h f a f b
2
h ab
I h / 2 f a 2 f c f b , sendo c
4 2
Obtendo, assim:
h
4I I h
2 h
f a 4 f c f b
3 6
R1,1 I h
h h
R2,1 I R3,1 I
2 4
h
Rn ,1 I n 1
2
Observando os termos envolvidos em Rk,1, é possível notar que são os mesmos de R(k-1,1),
com a inclusão dos pontos centrais. Sendo assim, obtemos a fórmula de recorrência:
k 2
1 h 2 h
Rk ,1 Rk 1,1 k 1 f a 2i 1 k 1
2 2 i 1 2
44
MÉTODOS NUMÉRICOS │ UNIDADE II
4 Rk ,1 Rk 1,1
Rk ,2
3
Os resultados de Rk,2 são os valores obtidos pelo método de Simpson Composto quando
aplicado a uma malha de 2k-1+1 pontos. De modo análogo, é possível obter os valores de
Rk,j pela quadratura de ordem 2j, resultando assim na fórmula de recorrência:
Rk , j 1 Rk 1, j 1
Rk , j Rk , j 1
4 j 1 1
Solução:
h
R1,1 I h f a f b
2
h ab
R2,1 I h / 2 f a 2 f c f b , sendo c
4 2
32
1 2 2 2
R3,1 R31,1 31 f a 2i 1 31
2 2 i 1 2
1
1 2 2 2
R3,1 R2,1 2 f a 2i 1 2
2 2 i 1 2
1 1 2 1
R3,1 R2,1 f a 2i 1
2 2 i 1 2
1 1 1 3
R3,1 R2,1 f f
2 2 2 2
Ou seja,
2
e
x2
dx 16, 475543 com aproximação de ordem 8, ou seja, R4,4
0
45
CAPÍTULO 5
Quadratura Gauss-Legendre
Sempre que for possível escolher os pontos, esse método terá melhor resultado. Isso
ocorre se a função f(x) for dada explicitamente em vez de simplesmente ser tabulada
nos valores xi igualmente espaçados. Escolhendo os intervalos nos quais a amostra é
testada, o procedimento produz aproximações mais precisas (mas é significativamente
mais complicado de implementar) com o mesmo número de pontos adotados nos
casos de Newton-Cotes.
A integral utilizando essa técnica parte da ideia de, utilizando n pontos, aproximar
a integral de f(x) no intervalo [-1,1] usando um polinômio de Legendre de ordem
n. Assim, espera-se que f(x) ≈ pn(x), em especial no intervalo [-1,1]. O resultado do
método fornece uma ordem de exatidão que é 2n-1.
ba ba
x *z
2 2
ba
derivamos, obtemos x dt
2
ba
e definindo F t f x t
2
b 1
obtemos f x dx F t
a 1
Ou seja,
b ba ba ba
f x dx 2 *
1
f *z dz
a 1
2 2
46
MÉTODOS NUMÉRICOS │ UNIDADE II
Então, o que o método propõe é que a equação abaixo seja resolvida para um dado
número n de pontos prefixados:
f t dt w j * f t j
1 n
1 j 1
Observações:
2. estudos mostram que esse problema sempre tem solução, e que ela é
única se t0<t1<...<tn-1;
2
wj
1 t * P t
2
2 ´
j n j
f x dx W f t W f t
1
1 0 0 1 1
Então, o problema passa a ser determinar (W0,t0) e (W1,t1), de modo a obter a maior
precisão possível. Como exemplo, vamos determinar o método para o caso de o
polinômio ter grau até 3. Assim:
F t t k , k 0,1, 2, 3
F t dt W F t W F t
1
e impondo que 1 0 0 1 1
Calculando, temos:
para k 0 F t 1
1dt 1 1 2 W0 *1 W1 *1
1
1
47
UNIDADE II │ MÉTODOS NUMÉRICOS
para k 1 F t t
1 t2 1 1 1
tdt
1
0 W0 * t0 W1 * t1
2 1 2 2
para k 2 F t t 2
1 t3 1 1 1 2
1
t 2 dt W0 * t02 W1 * t12
3 1 3 3 3
para k 3 F t t 3
1 t4 1 1 1
1
t 3dt 0 W0 * t03 W1 * t13
4 1 4 4
W0 W1 2
W0 * t01 W1 * t11 0
2
W0 * t02 W1 * t12
3
W0 * t03 W1 * t13 0
Cuja solução é:
3
t0 0, 5774 W0 1
3
3
t1 0, 5774 W1 1
3
Os valores dos pares (W0,t0), (W1,t1) e ... (Wn-1,tn-1) são mais facilmente obtidos via
tabela, como a tabela abaixo, que lista os nós e os pesos da quadratura de Gauss-
Legendre para n=1, 2, 3, 4 e 5.
48
MÉTODOS NUMÉRICOS │ UNIDADE II
n tj Wj
1 0 2
2
3
± 1
3
3
8
0
9
3 5
±
5 9
4
18 + 30
(3 2 6 / 5) / 7
36
18 − 30
(3 2 6 / 5) / 7
36
5
128
0
225
1 10 322 + 13 70
52
3 7 900
1 10 322 − 13 70
5 2
3 7 900
Fonte: próprio autor.
b a * n ! * f 2 n , a b
2 n 1 4
En
( 2n !)3 * 2n 1
5
Exemplo: calcular I 2 x3 3 x 2 6 x 1 dx utilizando a quadratura de Gauss-
1
Legendre com n=2.
Solução
ba a b 5 1 1 5
xi ti ti xi 2ti 3
2 2 2 2
49
UNIDADE II │ MÉTODOS NUMÉRICOS
ba 5 1
F ti f xi f xi F ti 2 f 2ti 3
2 2
x4 5
5
2 x 3 3 x 2 6 x 1 dx x 3 3 x 2 x 517, 5 5, 5 512
1
2 1
Como dito anteriormente, o método fornece uma ordem de exatidão que é 2n-1, ou
seja, com n=2 pontos é possível aproximar com exatidão polinômios de grau 2*2-1 = 3,
como o exemplo anterior comprova.
50
CAPÍTULO 6
Método de Monte Carlo
Essa ideia de Ulam pode ter sido fundamentada em um artigo escrito por Lord Kelvin
dezenas de anos antes, que já utilizava esse princípio em uma discussão sobre a
solução das equações de Boltzmann.
Fonte: autor.
51
UNIDADE II │ MÉTODOS NUMÉRICOS
P X , Y estar no círculo P X 2 Y 2 1
Área do Círculo
Área do Quadrado 4
Então, espera-se que, se uma grande quantidade de números aleatórios for gerada, a
proporção de pontos que ficam dentro do círculo será próxima a π/4. O trabalho de
Paula (2014) fornece a tabela abaixo como resultado para os cálculos, comprovando
que o método converge para a solução correta.
Fonte: autor.
52
MÉTODOS NUMÉRICOS │ UNIDADE II
Para introduzir o conceito, vamos supor que queremos calcular a integral da função
f(x) no intervalo [0,K]. O valor da integral corresponde à área sob o gráfico da função,
como mostra a figura 27 abaixo.
Note que: a) o intervalo pode ser facilmente generalizado; b) a função y=f(x) se estende
para antes e depois do intervalo [0,K], ou seja, a figura representa apenas um recorte.
É intuitivo que, quanto maior for o número de pontos gerados aleatoriamente, mais
o valor obtido pelo método se aproximará do valor exato da integral. Essa variante do
método é conhecida como Hit or Miss (Acertou ou Errou), fazendo alusão ao fato de o
ponto sorteado cair abaixo da f(x) (Acertou) ou acima dela (Errou).
Outra variante do uso do MMC, chamada de Método das Médias Simples, para o
cálculo de integrais se baseia no Teorema do Valor Médio. Segundo esse teorema, a
área abaixo de uma curva pode ser escrita como:
1 N
Fn b a * * f xi
N i 1
53
UNIDADE II │ MÉTODOS NUMÉRICOS
Essa segunda abordagem tem como suporte o erro obtido com o emprego do MMC
usando Médias Simples. Por ser um método probabilístico, a avaliação do erro possui
alguns complicadores. O que se usa como base é considerar que o valor da integral
calculada pelo método, IN, tem 68% de chance de atender à relação I-σm < IN < I+σm,
em que I é o valor exato da integral. Então, torna-se desejável reduzir o valor de σm do
melhor modo. É possível mostrar que:
m �
N
2 � f 2 � f 2
1 N 1 N
f * f xi e f * f xi
2 2
N i 1 N i 1
Expondo de outra forma, o objetivo é identificar uma p(x) tal que a relação f(x)/p(x)
seja a mais uniforme possível (ou seja, quase constante), pois, nesse caso, a variância é
drasticamente reduzida. A melhor escolha para a p(x) é uma função que consiga imitar
f(x) com baixo custo computacional e que, além disso, atenda aos requisitos para ser
uma função de probabilidade no intervalo [a,b].
54
MÉTODOS NUMÉRICOS │ UNIDADE II
Matematicamente, temos:
b b f x
� f x �� dx �
p x
I � dx p x
a a
b
A PDF da p(x) deve satisfazer a condição dx p x 1 no intervalo a < x < b.
a
f x b
Definindo x* , temos I dx x* p x
p x a
1 N
f xi
IN
N
px
i 1 i
Para validar o método, vamos considerar que queremos obter os xi de acordo com a
distribuição uniforme (pois queremos seguir uma função f(x) com esse aspecto, nesse
exemplo). Para isso, vamos utilizar p(x) = 1/(b-a):
1
p x �
ba
b a N
IN
N
f x
i 1
i
As notas de aula do professor Antônio Carlos Roque da Silva Filho, para o curso
de Física Computacional da USP, fornecem uma abordagem mais completa
sobre o MMC e suas aplicações em outras situações, além do Cálculo de
Integrais. Essa visão complementa e ajuda a entender melhor como o método
é usado nesse contexto especial. O material está disponível em http://sisne.org/
Disciplinas/Grad/FisComput/metodo-de-monte.pdf.
55
MÉTODOS UNIDADE III
COMPOSTOS
A Unidade III trata de um desdobramento dos métodos numéricos, um recurso muito
usado quando ocorre um efeito de borda indesejável conhecido como Fenômeno
de Runge (LOPES; COSTA, 2017), em que o erro de aproximação do polinômio
interpolador aumenta exponencialmente quando o número de intervalos n cresce.
CAPÍTULO 1
Motivação
O matemático alemão Carl David Tolmé Runge (1856-1927), quando estudava problemas
de oscilação nas bordas de um intervalo, que ocorre quando se usa interpolação
polinomial com polinômios de ordem elevada, verificou que certo fenômeno ocorria.
É atribuído a esse pesquisador a descoberta do problema de precisão nas bordas dos
intervalos de integração quando se eleva a ordem do polinômios interpoladores. Observe
graficamente o fenômeno de Runge na sequência de gráfico da figura 28.
56
MÉTODOS COMPOSTOS │ UNIDADE III
Para evitar esse problema, existem pelo menos duas soluções. A primeira é não usar
polinômios de ordem maior (entre grau 3 e 4 parece ser um bom limite, segundo a
teoria) e dividir o intervalo [a,b] em N subintervalos, e, para cada um destes, fazer um
ajuste, o que veremos nos capítulos que seguem. A segunda opção é usar os Nós de
Chebyshev (SECCHI, 2019; SCARPELLI, 2007).
57
CAPÍTULO 2
Regra Trapezoidal Composta
f 2
Ets h3 , sendo o valor entre a,b que torna máximo f 2
12
Podemos observar que, como mostra a figura abaixo, quando o intervalo (a,b) contém
uma forte variação na f(x), essa aproximação da Regra dos Trapézios Simples fornece
uma grande imprecisão.
f x dx L f x x
a n
i 1
i 1
b n
f x dx Rn f xi x
a
i 1
58
MÉTODOS COMPOSTOS │ UNIDADE III
1 n n
x n
f xi 1 f xi
b
f x dx f xi 1 x f xi x
a 2 i 1 i 1 2 i 1
b x
f x dx T
a n
2
f x0 2 f x1 2 f x2 2 f xn 1 f xn
ba
em que x exi a ix
n
59
UNIDADE III │ MÉTODOS COMPOSTOS
4 1/ 2
Exemplo: estimar o valor da integral 1 x 2 dx utilizando a Regra do Trapézio
0
Simples (com 2 pontos) e a regra do Trapézio composta (com 3 pontos e com 9 pontos).
Solução:
i X
1/ 2
y 1 x2
0 0,0 1,00000
1 0,5 0,89445
2 1,0 0,70711
3 1,5 0,55475
4 2,0 0,44722
5 2,5 0,37138
6 3,0 0,31623
7 3,5 0,27473
8 4,0 0,24254
Fonte: próprio autor.
I ≈. 2,48508
I ≈2,1269
I ≈2,0939
Solução
60
MÉTODOS COMPOSTOS │ UNIDADE III
Os extremos dos intervalos em x seriam: x0=1.0, x1=1.2, x2=1.4, x3=1.6; x4=1.8 e x5=2.0.
1
dx M 5 x f 1.1 f 1.3 f 1.5 f 1.7 f 1.9
2
1
x
1 1 1 1 1 1
0, 691908
5 1.1 1.3 1.5 1.7 1.9
1 1 1 1 1 1
0.1 0, 695635
1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
61
UNIDADE III │ MÉTODOS COMPOSTOS
3o Passo: pelo Teorema Fundamental do Cálculo, o valor exato da integral é dado por:
1 2
dx ln x ln 2 ln1 0, 693147
2
1 x
1
N Ln Rn Tn Mn
5 0,745635 0,645635 0,695635 0,691908
10 0,718771 0,668771 0,693771 0,692835
20 0,705803 0,680803 0,693303 0,693069
Fonte: Stewart, 2013, p. 459.
Fazendo Et erro do Método dos Trapézios e Em erro do Método do Ponto Médio (El e Er
erros pelas aproximações laterais):
b b
Et � f x dx� Tn � � e � Em � f x dx � M n
a a
N El Er Et Em
5 -0,052488 0,047512 -0,002488 0,001239
10 -0,025624 0,024376 -0,000624 0,000312
20 -0,012656 0,012344 -0,000156 0,000078
Fonte: Stewart, 2013, p. 459.
62
MÉTODOS COMPOSTOS │ UNIDADE III
(representado pela área rosa) é consideravelmente menor que o erro do Método dos
Trapézios (representado pela área em azul).
Figura 34. Estimativas de erro para os Métodos dos Trapézios e Ponto Médio.
É possível estabelecer um Limitante Superior de Erro para os dois métodos. Para tal,
vamos considerar que a segunda derivada da f(x) é limitada por um valor máximo K,
ou seja, f 2 x K para a x b .
K * b a K * b a
3 3
Etc e EM
12n 2 24n 2
Utilizando esse resultado e aplicando aos dados do exemplo, obtemos (obs.: fn(x)
denota a derivada de ordem n da função) para o Método do Trapézio:
1
f x
x
1
f 1 x
x2
2
f 2 x
x3
Considerado o intervalo 1 x 2, o ponto máximo da f 2 x ocorre em x 1, logo,
2 2
f 2 x 2 2
x 3
1
Assim, assumindo K=2, a=1, b=2 e n=5, temos como limitante superior de erro do
Método dos Trapézios.
63
UNIDADE III │ MÉTODOS COMPOSTOS
K * b a 2 * 2 1
3 3
1
Et 0, 006667
12n 12 5
2 2
150
Exemplo: obtenha o valor de n a fim de garantir que, nas aproximações pelo Método
2 1
dos Trapézios Composto e pelo Método do Ponto Médio, a integral dx tenha
1 x
precisão não inferior a 0,0001.
K b a 2 2 1
3 3
Et 0, 0001
12n 2 12 n
2
2 1
n2 n n 40.8
12 0, 001 0, 006
Então, n=41 nos fornece um valor para garantir a precisão desejada. Fazendo o mesmo
para o Método do Ponto Médio, obtemos:
K b a 2 2 1
3 3
Em 0, 0001
24n 2 24 n
2
2 1
n2 n n 29
24 0, 001 0, 0012
Esses resultados nos mostram que, para uma mesma precisão, o Método do Ponto
Médio, nesse caso, permite-nos trabalhar com um número menor de intervalos, sendo,
assim, computacionalmente mais eficiente.
A dedução das fórmulas da estimativa da integral pelo Método dos Trapézios e pelo
Método do Ponto Médio e os limitantes de erro podem ser obtidos por outros processos
mais genéricos, que servem de base para a produção de métodos mais refinados, como
veremos mais adiante.
64
MÉTODOS COMPOSTOS │ UNIDADE III
65
CAPÍTULO 3
Segunda Regra de Simpson
A Segunda Regra de Simpson ou ainda Regra dos 3/8 de Simpson utiliza um polinômio
de 3o grau para interpolar o intervalo segmentado da função a ser integrada. Lembre-se
de que a 1ª Regra de Simpson utiliza um polinômio de 2o grau (uma parábola) para fazer
a interpolação e, por isso, precisa de 3 pontos (nós) para os cálculos. Adotando aqui um
polinômio de 3o grau, são necessários 4 pontos para esse ajuste de interpolação sobre a
função desejada.
n pares de
subt=intervalos, ou Obs.: a cada par de
seja, a metade do
subintervalos, temos
número de subdivisões
M 3 pontos para ajustar
n=m/2
subintervalos uma parábola (P2(X))
66
MÉTODOS COMPOSTOS │ UNIDADE III
Partindo do conceito básico de aproximar a integral de uma função f(x) por outra
função polinomial, nesse caso, P3(x), um polinômio de 3o grau, temos a relação:
b b x3
I f x dx ~ P x dx
a a x0 3
Por simplicidade, vamos assumir que a=x0=0 e x3=b=3, ficando, assim, x1=1,x2=2. Esse
polinômio P3(x) pode ser obtido por diversos métodos. Lagrange e outros fornecem
soluções para isso. No método de Simpson Composto, desenvolve-se a expressão do
polinômio P3(x) pela fórmula de Gregory-Newton, obtendo:
3 z z 1 2 z z 1 z 2 3
I h yo z * yo * y0 * y 0 dz
2! 3!
0
com yo y1 y 0; 2 yo y 2 2 y1 y 0; 3 yo y3 3 y 2 3 y1 y 0
3h
I y0 3 y1 3 y 2 y3
8
Propagando essa ideia para uma situação com m divisões (todas iguais, sendo m
múltiplo de 3), como indica a figura abaixo, obtemos:
3h 3h 3h
I y0 3 y1 3 y2 y3 y3 3 y4 3 y5 y6 yn3 3 yn2 3 yn1 yn
8 8
8
I1 I2 In
3
67
UNIDADE III │ MÉTODOS COMPOSTOS
Obtendo, assim:
3h
I y0 3 y1 3 y2 2 y3 3 y4 3 y5 2 y6 3 yn2 3 yn1 yn
8
E * f IV , a b
80m 4
I zi yi ci
0 10 -437,19 1
1 9 -337,89 3
2 8 -244,20 3
3 7 -156,41 2
4 6 -74,88 3
5 5 0,00 3
6 4 67,73 2
7 3 127,71 3
8 2 179,19 3
9 1 221,20 1
Fonte: próprio autor.
c * y
i 0
i i 1.443, 56
Sabendo que:
3h
I y0 3 y1 3 y2 2 y3 3 y4 3 y5 2 y6 3 y7 3 y8 y9
8
68
MÉTODOS COMPOSTOS │ UNIDADE III
E percebendo que:
3h 9 3 1
I ci yi I * 1.443, 56 I 541, 34
8 i 0 8
1
3
e x 1 dx utilizando o 2o método de Simpson.
Adote m=3 subintervalos.
Solução:
b a 4 1
h h 1
m 3
I xi yi ci
0 1 1,0744 1
1 2 2,3884 3
2 3 3,4529 3
3 4 4,2691 1
Fonte: próprio autor.
3 *1
I 1.0744 3 * 2.3884 3 * 3.4529 4.2691
8
3
I 22, 8675 8, 5753
8
69
COMPARAÇÃO DE UNIDADE IV
MÉTODOS E ERROS
Na Unidade IV, é feita uma consolidação dos métodos estudados, iniciando por um caso
de estudo no Capitulo 1, e, em seguida, no Capítulo 2, são vistas soluções pelos métodos
apresentados e, no Capítulo 3, um estudo da comparação de soluções e erros.
Cabe destacar que as técnicas aqui estudadas não esgotam o tema. Existem outras técnicas
disponíveis, algumas clássicas, como a função de Moore (MOORE, 1966), e outras mais
recentes, como o método de integração de Bedregal-Bedregal (NOBREGA, 2010).
70
CAPÍTULO 1
Caso de Estudo
nh n
In ci yi
d n i 0
Para N=2, obtemos a Regra do Trapézio Simples, apoiada em 2 pontos da f(x), a saber
(x1,f(x1)) e (x2,f(x2)), ou, por simplicidade, (x1,f1)e (x2,f2) e m=1.
x2 1h
f x dx 2 1 f
x1 1 1 f2
12 12
Para N=3, assim como anteriormente, teremos a regra de Simpson Simples, apoiada
em 3 pontos da f(x), a saber (x1,f(x1)) , (x2,f(x2)) e (x3,f(x3)), ou, por simplicidade, (x1,f1),
(x2,f2) e (x3,f3) e m=2, ou seja, m=N-1.
x3 1h
f x dx 3 1 f
x1 1 4 f 2 1 f3
71
UNIDADE IV │ COMPARAÇÃO DE MÉTODOS E ERROS
Para N=5, conforme descreve Ueberhuber (1997, p. 100), temos a regra de Boole.
x5 2h
f x dx 45 7 f
x1 1 32 f 2 12 f3 32 f 4 7 f5
+27 f5 + 216 f 6 + 41 f 7 ]
+3577 f 7 + 751 f8 ]
72
COMPARAÇÃO DE MÉTODOS E ERROS │ UNIDADE IV
N=10
x10 9h
f x dx [2857 f1 f10 15741 f 2 f9 1080 f3 f8
x1 89600
19334 f 4 f 7 5778 f5 f 6 ]
N=2
x3 3h
f x dx 2 f
x0 1 f2
b a f ( 2) .
3
1
O limite de erro é dado por E P3 h3 f 2
4 36
N=3
x4 4h
f x dx 3 2 f
x0 1 f 2 2 f3
7 b a 4
5
28 5 4
O limite de erro é dado por E P3 h f f .
90 23040
N=4
x5 5h
f x dx 24 11 f
x0 1 1 f 2 1 f3 11 f 4
19 b a 4
5
951 5 4
O limite de erro é dado por E P4 h f f .
144 90000
73
UNIDADE IV │ COMPARAÇÃO DE MÉTODOS E ERROS
N=5
x6 6h
f x dx 20 11 f
x0 1 14 f 2 26 f3 14 f 4 11 f5
41 7 6
O limite de erro é dado por E P5 h f .
140
N=6
x7 7h
f x dx 1440 [611 f
x0 1 453 f 2 562 f3 562 f 4
453 f5 611 f 6 ]
5257 7 6
O limite de erro é dado por E P6 h f .
8640
N=7
x8 8h
f x dx 945 [460 f
x0 1 954 f 2 2196 f3 2459 f 4
74
CAPÍTULO 2
Soluções pelos métodos apresentados
75
UNIDADE IV │ COMPARAÇÃO DE MÉTODOS E ERROS
7
Exemplo: calcule o valor da aproximação da integral x 2 dx usando a regra do
1
trapézio repetida, considerado 6 subdivisões. Nesse mesmo caso, estime o erro
máximo inerente ao cálculo e estime quantas subdivisões são necessárias para que
esse erro seja inferior a 0,001.
Solução
b a 7 1
a. Calculando h , obtemos h=1.
n 6
Lembrando que xi = xi-1+h = x0+i*h.
h n 1
ITR f x0 f xn 2 * f xi
2 i 1
h 1 1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2 2 2
2 x0 x6 x1 x2 x3 x4 x5
11 1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2 2 2 1, 00159
2 10 76 2 3 4 5 6
b a 7 1
3 3
4
ETR * 6x x 1 *6 3
12n 2 12 * 62
c. Para obter o número de subdivisões para que o erro seja inferior a 0,001:
b a 7 1
3 3
7
x
2
Exemplo: calcule o valor da aproximação da integral dx usando a regra do
1
trapézio repetida, considerado 10 subdivisões. Nesse mesmo caso, estime o erro
máximo inerente ao cálculo.
Solução
b a 7 1
a. Calculando h , obtemos h=0,6.
n 10
Lembrando que xi = xi-1+h = x0+i*h.
76
COMPARAÇÃO DE MÉTODOS E ERROS │ UNIDADE IV
h n 1
ITR f x0 f xn 2 * f xi
2 i 1
h 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
2 x0 x6 x1 x2 x3 x4 x5 x6 x7 x8 x9
11 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2
2
2
2
2
2
0, 9134
2 10 76 1, 6 2, 2 2, 8 3, 4 4 4, 6 5, 2 5, 8 6, 4
b a 7 1
3 3
4
ETR * 6x x 1 * 6 1, 08
12n 2 12 *102
7
Exemplo: calcule o valor da aproximação da integral x 2 dx usando a regra de
1
Simpson repetida, considerado 10 subdivisões. Nesse mesmo caso, estime o erro
máximo inerente ao cálculo.
Solução
b a 7 1
a. Calculando h , obtemos h=0,6.
2n 10
Lembrando que xi = xi-1+h = x0+i*h , e, nesse caso, obrigatoriamente,
m=2n=10.
m
1
m
2 2
ISR f x 0 f x m 2 x 2i 4 x 2i 1
i 1 i 1
m
1
2
1 1 1 1
x f x f x f x f x 2, 2
i 1
2i 2 4 6 8 2
2
2
3, 4 4, 6 5, 82
0, 3701
m
Sabendo que 1 4, esse somatório calcula os índices PARES do intervalo
2
77
UNIDADE IV │ COMPARAÇÃO DE MÉTODOS E ERROS
m
2
1 1 1 1 1
x f x f x f x f x f x 1, 6
i 1
2i 1 3 5 7 9 2
2
2
2, 8 4 5, 2 6, 42
2
0, 642
m
Sabendo que = 5, esse somatório calcula os índices IMPARES do intervalo
2
Logo,
0, 6 1 1
ISR 2 2*0, 701 4*0, 6427 0, 8657
3 1 72
b a 7 1
5 5
6
ETR *120 x x 1 *120 0, 5184
2880n 4 2880 * 54
Exemplo: calcular e x sen x 2 dx utilizando a quadradura de Gauss-Legendre.
0
Compare a solução com os três primeiros métodos de Newton-Cotes (com m=6
pontos).
Solução
ba ba
x *z
2 2
ba ba 0 0
x *z *z x z 1
2 2 2 2 2
ba 0
Fz f x f x F z f z 1
2 2 2 2
n=2 tj F(z) Wj
3
i=0 − 7,1605 1
3
3
i=1 + 22,8236 1
3
Fonte: autor.
78
COMPARAÇÃO DE MÉTODOS E ERROS │ UNIDADE IV
Sabendo que o valor exato é de 30,4239, verificamos que o erro cometido é de |30,4239
– 29,9841| = 0,4398.
nh n
In ci yi
d n i 0
Obtendo, assim:
h
I1 y 0 y1
2
h
I2 y 0 4 y1 y 2
3
h
I3 y 0 3 y1 3 y 2 y3
3
I1
6*2
3 2 4,1881 5, 7157 7, 8105 10, 9866 16, 2081 25,1407 30, 8816
Regra de 1/3 de Simpson
I2
6*3
3 (4 4,1881 7, 8105 16, 2082 2 5, 7157 10, 9866 25,1407 30, 4337
79
UNIDADE IV │ COMPARAÇÃO DE MÉTODOS E ERROS
I1
6 *8
3 3 4,1881 5, 7157 10, 9866 16, 2082 2 * 7, 8105 25,1407 30, 4455
Sabendo que o valor exato é de 30,4239, verificamos que os erros cometidos são:
80
CAPÍTULO 3
Comparação de soluções e erros
A comparação entre as soluções aqui apresentadas pode ser realizada por diversos
aspectos, como:
81
UNIDADE IV │ COMPARAÇÃO DE MÉTODOS E ERROS
Regra do Trapézio
Trapézio Composto
Regra de Simpson
Os exemplos de cálculos que são apresentados a seguir fornecem outra visão para essa
comparação de erros e soluções.
82
COMPARAÇÃO DE MÉTODOS E ERROS │ UNIDADE IV
x4
Exemplo 01: calcular 0 4 x sen x dx com E < 10-2 usando uma das três
2
Solução
1o Passo: para resolver esse cálculo, é preciso inicialmente identificar qual das fórmulas
(do grupo de 03 propostas) fornece o menor valor de N, ou seja, o menor número de
intervalos que atendam ao limite de erro proposto. Para isso, é preciso calcular as
derivadas da f(x) e localizar os valores de θ para erro máximo no intervalo.
x4
f x x 2 sen x
4
f 1 x x 3 2 x1 cos x
1 3
Regra e de Simpson: f 4 x 6 sen x / 2
3 8
12 N 2
*f 2
2
10 N
12 *102
* 3 2 2 sen
90, 37 N >
Logo, N=91.
2
* f 4 2
10 N * 6 sen / 2 5, 87 N >
180 N 4
180 *10
Logo, N=6 (precisa ser múltiplo de 2).
80 N 4
*f 4
2
10 N
80 *102
* 6 sen / 2
7,19 N >
Logo, N=9 (precisa ser múltiplo de 3).
83
UNIDADE IV │ COMPARAÇÃO DE MÉTODOS E ERROS
2o Passo: escolhida a Regra de Simpson Simples, pois exige o menor esforço, seguem
os cálculos:
ba 0
h h
N 6 6
I xi yi
0 0 0,000
1 π/6 0,7929
2 π/3 2,2633
3 π/2 4,9894
4 2π/3 10,0628
5 5π/6 19,0979
6 π 34,2219
I * 0, 0 4 * 0, 7929 2 * 2, 2633 4 * 4, 9894 2 *10, 0628 4 *19, 0979 34, 2219
6*3
I = 27, 6451
x4
Exemplo: verificar o erro cometido no cálculo da integral 0 4 x sen x dx
2
Solução
a. Solução Exata
x4 x5 x3
0 4
x 2
sen x dx cos x 27, 6364
20 3 0
Obs. 2.: veja também que polinômios de ordem par fornecem melhores
resultados que os de ordem impar.
84
COMPARAÇÃO DE MÉTODOS E ERROS │ UNIDADE IV
b a f 2
3
1 3 2
1 E P1 h f 8,0621x10-03
24 24
b a f 2
3
1
2 E P2 h3 f 2 8,7063x10-7
12 12
b a f 4 1,9590x10-6
5
1 5 4
3 E P3 h f
90 2880
b a f 4 8,7368x10-11
5
3
4 E P4 h5 f 4
80 6480
b a f 6 1,8782x10-10
7
8 7 6
5 E P5 h f
945 1935360
275 7 6
6 E P6 h f 1,0303x10-13
12096
Fonte: próprio autor.
1
Exemplo 03: calcular a integral e x dx usando o método dos trapézios e o método de
2
0
Romberg e verificar a precisão relativa dessas opções.
Solução
85
UNIDADE IV │ COMPARAÇÃO DE MÉTODOS E ERROS
Comentários:
86
Referências
BUSLENKO, N. P. G.; SHVIDER YU, A. S.; SRAGIVICH. The Monte Carlo Method.
Oxford: Pegomom Press, 1966.
87
REFERÊNCIAS
88
REFERÊNCIAS
THOMAS, George B. et. al. Cálculo volume 1. 12. ed. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2012.
89