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18/12/2021 14:38 Pequeno glossário heideggeriano

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Pequeno glossário
Dezembro
heideggeriano
Newton Gomes Pereira  LEIA
16 de julho de 2021

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RIA/EDICO

ES/CULT-

276/)

ASSI

NE
35

Compreensão, existência, fenomenologia: entenda conceitos fundamentais na (HTTPS://


obra de Heidegger (Foto: Reprodução)
 
WWW.CUL
 
TLOJA.CO
Compreensão
 
M.BR/CAT
 
EGORIA-
A compreensão é um existencial decisivo do ser-aí. Heidegger
afasta esse existencial de um conhecimento teórico, de uma
PRODUTO/
mera faculdade do ser-aí. Na verdade, a compreensão é
associada ao “em-virtude-de-quê” uma ação (ou omissão) é
REVISTA-
realizada. Assim, compreensão vem vinculada ao sentido,
dentro da tradição hermenêutica. Em outras palavras: ao
existirmos, abrimos campos de sentido em virtude dos quais CULT/EDIC
algo aparece enquanto algo, ou seja, compreendemos. Desse
modo, o ser-aí pratica uma ação: ela deve fazer sentido para OES/ASSI
ele.  
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COM
Existência
  PRE

 
(HTTPS://
Segundo Heidegger, ser-aí é o que somos em termos de
existência. Só o ser-aí “existe” na análise heideggeriana, WWW.CUL
porque o existir do ser-aí é o ek-sistir, ou seja, o projetar-se
em suas possibilidades, lançar-se para fora [ek] de si. TLOJA.CO
Assim, ser-aí é o único ente que ek-siste. Os outros entes são,
mas não “existem”. A pedra é, mas não existe. O triângulo é,
M.BR/PRO
mas não existe. Deus é, mas não existe. A existência
[Existenz] em Heidegger tem um caráter eminentemente
dinâmico, jamais estático. Afirmar que ser-aí existe é DUTO/CUL
ressaltar que, em essência, ser-aí é movimento, é ek-stasis,
pois está perpetuamente saindo de si mesmo para projetar- T-276-
se e, nesta dinâmica, transcender. Ser-aí está condenado a
lidar com o seu ser. Ele pode tentar se esquivar desta DEZEMBR
condição, pode viver autêntica ou inautenticamente, mas está
sempre mergulhado no turbilhão da existência. O ser-aí não
O-2021/)
pode ser considerado categorialmente, pois a categoria é
imutável. O ser-aí não pode ser tema de uma definição
conceitual, pois não pode ser acessado pela questão que baliza
a metafísica – “O que é isto? – “tóde tí;”. O ser do ser-
aí aponta para seus modos de ser: os existenciais. O ser-aí não
tem nenhuma determinação prévia e isso é o mesmo que
afirmar que ele é indeterminado ontologicamente.   (https: (https: (https:
//revist //revist //revist
  acult.u acult.u acult.u
ol.com ol.com ol.com
 
.br/ho .br/ho .br/ho
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Fenomenologia me/ca
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me/ca me/ca
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tegori tegori tegori
 
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  a/edic a/edic a/edic


oes/cu oes/cu oes/cu
Desde meados dos anos 1910, Heidegger se apropriou da lt- lt- lt-
fenomenologia de Edmund Husserl de modo absolutamente 275/) 274/) 273/)
peculiar. Seu interesse nunca foi estabelecer os atos
intencionais de consciência (sujeito) que constituem
VER TODAS +
fenômenos (objetos), mas sim entender a fenomenologia
( H T T P S : / / R E V I S TAC U L T. U O L . CO M . B R / H O M E / E D I CO
como um método – o único – por meio do qual podemos
tornar manifesto (legein, de onde vem logos) aquilo que se
mostra (phainomenon), a partir de si mesmo. Heidegger se
interessa em fazer a análise dos atos intencionais do ser-aí a ARTIGOS
partir de seus correlatos. O fundamental é que Heidegger quer RELACIONADOS
encontrar e analisar o correlato para o ser-aí prático no
cotidiano – e não para uma consciência intencional. Mas qual PEQUENO
GLOSSÁRIO
seria esse correlato? Não pode ser coisa (como na metafísica
FOUCAULTIANO
aristotélica, na qual a substância é suporte – substrato –
 hipokeimon – de qualidades). Nem mesmo objeto, que só
pode surgir na relação sujeito – objeto (ciência moderna). GLOSSÁRIO WALTER
BENJAMIN
Heidegger conclui que o correlato deve ser buscado no modo
dinâmico como o ser-aí lida com utensílios, com outros
seres-aí, consigo mesmo. A inspeção fenomenológica revela PEQUENO
GLOSSÁRIO
que o sentido de um utensílio é dado não pela sua finalidade,
FANONIANO
mas sim pela rede utensiliar que possibilita o surgimento dos
utensílios: A carteira do estudante só adquire sentido a partir
PEQUENO
da sala de aula na qual ela se encontra e pode desempenhar
GLOSSÁRIO
alguma função.  BEAUVOIRIANO

 
PEQUENO
  GLOSSÁRIO
JUNGUIANO
 Hermenêutica
 
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A hermenêutica surge no século 19, com o teólogo e tradutor


TV CULT
Schleiermacher, como a arte/teoria da compreensão de textos
escritos. Posteriormente, com Dilthey, ela se torna o estudo do
método das ciências humanas, tais como teologia, história,
filologia, teoria literária. Para Dilthey, as ciências humanas, O que é fascism…
fascism…
embora dependam, em certo sentido, das descobertas
empíricas das ciências naturais, devem seguir métodos e
propósitos completamente distintos. Basicamente, afirma
Dilthey, enquanto as ciências naturais operam de acordo com
a categoria de causalidade, que nos leva a descobrir as leis
racionais e universais que descrevem os fenômenos da
natureza, as ciências humanas, por partirem das
manifestações do mundo da vida, das Erlebnisse (vivências),
integram a própria interpretação hermenêutica em suas
(https://revistacult.uol.com.br/ho
tentativas de compreender os eventos humanos. Resumindo:
me/lugar-de-fala-cult/)
as ciências naturais buscam a explicação dos eventos da
natureza, enquanto as ciências humanas evidenciam a
compreensão, o sentido, dos feitos humanos. Temos aí o
círculo hermenêutico, que exerceria influência decisiva na
trajetória filosófica de Heidegger nas décadas de 1910 e 1920.
(https://revistacult.uol.com.br/ho
No entanto, na apropriação heideggeriana em Ser e Tempo, a
me/onde-vende-revista-cult/)
hermenêutica tem um sentido eminentemente prático – a
hermenêutica é o modo como existimos. Somos seres
hermenêuticos, pois ao existirmos já sempre
estamos lidando com nosso ser, com o ser de outros seres-aí e
com o ser dos utensílios que utilizamos. Para Heidegger,
somos hermenêuticos porque, quando nos projetamos no
mundo, projetamo-nos compreensivamente, ou seja, já
sempre nos acompanha uma pré-compreensão do ser, ou (http://sescsp.org.br/exposicoes?
seja, uma compreensão, de início e na maioria das vezes, não utm_source=cult&utm_medium=
tematizada, não explicitada do ser.  banner&utm_campaign=forte&ut
m_content=200)
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Linguagem
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TWITTER
 

Heidegger afirma no texto Carta sobre o Humanismo (1946) que Tweets por ‎@revistacult


“a linguagem é a morada do Ser”. Tal frase só pode ser
compreendida se tivermos em mente que o filósofo, a partir Cult
@revistacult
de meados dos anos 1930, pretende levar a linguagem
filosófica às últimas consequências, aproximando-a e "Introdução à obra de Melanie Klein"
abordará o desenvolvimento das
afastando-a da linguagem poética. Assim, o segundo
ideias psicanalíticas de Klein a partir
Heidegger resgata o sentido original da linguagem das leituras de Freud e da
como lógos, mas aqui na acepção primeira de légein como observação e análise de crianças
recolha, coleta, reunião (a acepção antropológica de “falar” é pequenas. Inscrições em
cultloja.com.br/produto/introd…

importante, mas seria derivada). Reunir significa aqui


corresponder à verdade do ser como alétheia, ou seja,
como des-velamento dos entes na Clareira. A linguagem, em Incorporar Ver no Twitter
termos de lógos, é a morada do ser justamente porque
permite o des-ocultamento dos entes por meio do discurso –
mas um discurso desprovido da racionalidade técnica, um
discurso que resista a ser enquadrado nos termos
da theoria conceitual metafísica. Heidegger, em suma, propõe
um pensamento que recupere a essência esquecida da
linguagem. Segundo Heidegger – e, em outro sentido,
Nietzsche – haveria um forte diálogo entre filosofia e poesia
no alvorecer da palavra dos pré-socráticos e dos poetas
trágicos gregos. Assim, Heidegger propõe uma meditação,
uma reflexão, da co-pertença entre ser e linguagem, entre
poesia e filosofia, entre logos e discurso, entre a Verdade do
Ser e a História do Ser, que resgate a
capacidade revelatória da palavra e da linguagem. 

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Ser e Ente
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Em Ser e Tempo, Heidegger mostra que a resposta para a


questão sobre o sentido do ser, que é o grande tema de seu
pensamento até a década de 1930, só pode ser dada por uma
ontologia fundamental, ou seja, o questionamento de ser que
evita a sua entificação – ser não é ente.  O caminho para a
colocação correta da questão exige uma pesquisa prévia sobre
um ente privilegiado, justamente este ente que nós sempre
somos, o ser-aí, justamente porque ele é o único ente para o
qual ser pode ser questão, ainda que essa inquirição seja feita
de modo ambíguo, confuso e não explícito em uma pré-
compreensão.  

A radicalidade dessa pesquisa leva a dois resultados


correlacionados: 1) a chamada “diferença ontológica”,
segundo a qual não é possível entender a distinção entre ser e
ente como a distinção entre dois entes; 2) destruição da
metafísica, pois a metafísica, desde seu surgimento com as
reflexões de Platão e Aristóteles, tende sempre a entificar o
ser, o que Heidegger chama de “esquecimento do ser”.  

Ser-aí (Dasein)
 

É o ente em torno do qual gira a obra Ser e Tempo (1927). Ser-


aí não é exatamente o ser-humano, ou melhor, não é o
humano em termos biológicos, portanto, não pode ser
entendido apenas como “vida”. Na obra Ser e Tempo,
Heidegger tem
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acordodo ser-aí porque
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este é o único ente para o qual o sentido do ser podee, ao continuar navegando, você concorda
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se tornar questão. Assim, há articulação direta

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entre a pergunta sobre o sentido do ser e o único ente que


realiza essa pergunta – o ser-aí. Daí a
relação incontornável entre ontologia fundamental e analítica
existencial (a análise dos modos de ser do ser-aí). Só pode
haver descrições (e não definições) do ser-aí. Em Ser e Tempo,
Heidegger afirma que o ser-aí é o ente que eu mesmo
sou a cada vez, ou seja, ele é marcado pela
singularidade. Logo ser-aí não é conceito, nem essência, nem
universal, nem determinação. Além disso, ao ser, o ser-aí se
relaciona necessariamente com seu ser, por isso, eu mesmo
sou responsável por tudo o que acontece comigo. Isso é o
mesmo que afirmar que o ser-aí sempre coloca em jogo seu
ser. Como consequência dessas observações, temos:
a) (Radicalidade Ontológica) O ser-algo do ser-aí só pode ser
entendido a partir da sua existência, ou melhor, a essência
do ser-aí é existir, logo b) (Negatividade Ontológica
Fundamental) Ser-aí é poder-ser. O ser-aí não é o que é, mas
sim ele é seu poder-ser, o que é o mesmo que dizer que ser-
aí sempre se põe em questão. Em outras palavras, ao ser-
aí sempre falta algo: ser-aí é a sua possibilidade.  

Ser-no-mundo
 

Segundo Heidegger, o ser-aí é essencialmente um existente.


Ele é perpassado pela indeterminação ontológica, pois
nenhuma essência o determina. Na verdade, sua essência é
articulada pelos seus modos de ser – os existenciais. O ser-
aí sempre se antecipa e se projeta para fora; o ser-aí é
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projetado além-de-si para o espaço aberto. Logo,
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mundo.  Assim, não há ser-aí e mundo – Mundo
com estas condições. é

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18/12/2021 14:38 Pequeno glossário heideggeriano

caráter, é traço do ser-aí e aparece de acordo com três


vertentes: 1) a mundanidade do mundo circundante
[mundanidade do Umwelt], ou seja, os modos por meio dos
quais ser-aí lida com entes sem o caráter da existência, a
partir de uma perspectiva prática (como martelar um prego,
fazer compras, instalar um aplicativo no celular, limpar o
quarto); 2) Cotidianidade mediana (existência imprópria).
O ser-aí precisa do mundo para suprir sua vacuidade, dado
que é esvaziado, não é preenchido por essência alguma. Daí a
absorção no impróprio, ou seja, nas sedimentações históricas
do mundo, que fornecem as orientações historicamente
sedimentadas da existência. No entanto, há sempre no ser-
aí um foco que pode quebrar a estrutura das sedimentações –
a propriedade. A propriedade é uma possibilidade aberta
pelo ser-aí de se projetar no mundo de modo a manter-se na
negatividade que o constitui (nada); 3) O ser-em. É o espaço
existencial (não é, de modo algum, interioridade) que
se vincula à morada na Terra. A morada implica
familiaridade – deixo me absorver em contextos de ação
orientados. O ser-no-mundo é familiarizar-se com o mundo.
Assim, não apenas o mundo atenua nossa indeterminação
ontológica como também – e isso é decisivo – o mundo
sequestra nossa possibilidade de lidarmos de modo originário
com nossa negatividade. Temos, respectivamente, a
tranquilização e a alienação.  

Técnica 
 

 
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O segundo Heidegger se afasta dos problemas colocados na


obra Ser e Tempo e passa a enfatizar a liberação do
pensamento de sua instrumentalização pela lógica das
tecnociências, que só fazem expandir sua influência por todo
o mundo, tornando-o inabitável. No lugar do
pensamento calculatório, que visa a medir e quantificar para
mais bem dominar, Heidegger ousa propor um pensamento
que não se deixe enquadrar nos ditames da tecnociência. Ao
lado da poesia, o pensamento livre do domínio tecnocientífico,
caso seja possível, é a forma mais elevada de agir, pois não se
utiliza das categorias classificatórias da metafísica. Esse
pensamento é ético porque se coloca a serviço de compreender
a relação do homem com a essência da técnica, sem se render
à compartimentalização da linguagem em áreas pré-definidas
de racionalidade. Heidegger propõe, assim, que o
pensamento: 1) Resgate a lucidez socrática da autorreflexão:
Afinal, o que estamos fazendo? 2) Esteja aberto para
responder ao apelo do Ser, esteja atento para a Verdade do Ser
e para o esquecimento do Ser, cuja história é a Metafísica. 

Virada ou Viragem
 

A Viragem (Kehre) no pensamento de Heidegger teria


ocorrido, de acordo com os comentadores, em algum
momento entre os anos seguintes à publicação de Ser e
Tempo e meados da década de 1930. A partir de sua
confrontação com o pensamento de Nietzsche e de suas
releituras da poesia romântica de Hölderlin. A partir da
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Viragem, temos o segundo Heidegger, que radicaliza
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seu projeto de destruição com da metafísica
estas condições.com o intuito de

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pensar o ser em termos de sua verdade. Tal projeto já aparece


em Ser e Tempo, mas vinculado à analítica existencial do ser-
aí como abertura para o ser. O segundo Heidegger passa a
entender a analítica existencial como projeto fracassado
porque ainda estaria excessivamente presa a uma linguagem
metafísica. Os temas principais das reflexões pós-Viragem são
a crítica da Vontade da Vontade nietzschiana, o entendimento
da filosofia e da poesia como modos de dizer o ser e,
finalmente, o confrontamento com o pensamento e a ação
cada vez mais dominados pela técnica no mundo
contemporâneo, no qual predomina o que Heidegger chama de
errância do ser. 

Newton Gomes Pereira é professor titular de Filosofia da


Universidade São Judas Tadeu, doutor em filosofia pela USP,
pós-doutor em Filosofia pela UNICAMP, especializou-se no
pensamento político de Hannah Arendt e na primeira filosofia
de Martin Heidegger

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