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FILOSOFIA – 10º ANO

LÓGICA PROPOSICIONAL

Escola Secundária Afonso Lopes Vieira – 2020/2021


Professor Paulo Ramalho
(adaptado de Aires Almeida da SPF e APF)
LÓGICA PROPOSICONAL

• A lógica proposicional é parte da lógica formal na qual se os


argumentos são avaliados quanto à sua quanto à sua forma lógica a
partir de determinadas regras formais da dedução.
• A lógica proposicional permite-nos avaliar como válidos ou inválidos
argumentos dedutivos cujas proposições recorrem às chamadas
conetivas proposicionais.
• Na lógica proposicional, as conectivas são cinco: negação (“não”),
conjunção (“e”), disjunção (“ou”), condicional (“se”) e bicondicional (“se
e só se”). A conetiva “ou” tem duas variações: disjunção inclusiva “∨” e
disjunção exclusiva “ ⩒” // “v”.

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LÓGICA PROPOSICONAL
Proposições Simples e Complexas

Proposições Simples Proposições Complexas


para os nossos propósitos iremos para os nossos propósitos iremos
considerar complexa uma proposição que
considerar simples uma proposição contenha qualquer uma das cinco
que não contenha qualquer conectivas conectivas que iremos estudar:
proposicional (ou elemento de
conexão) ■ negação – (não)
■ conjunção – (e)
■ disjunção (exclusiva e inclusiva) –
(ou)
■ condicional – (se…então)
■ bicondicional – (se e só se)

AiresAlmeida da SPF e APF


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LÓGICA PROPOSICONAL
Proposições Simples e Complexas: Exemplos

Proposição simples Proposições complexas


■ Sócrates é filósofo. ■ Sócrates não é filósofo.
■ Sócrates é grego. ■ Sócrates é filósofo e é grego.
■ Sócrates é filósofo ou é grego.
■ Se Sócrates é filósofo, então é grego.
■ Sócrates é filósofo se, e somente se, é
grego.

AiresAlmeida da SPF e APF


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LÓGICA PROPOSICONAL
Conetivas Proposicionais

Na lógica proposicional há cinco conectivas proposicionais: negação (“não”), conjunção (“e”), disjunção (“ou”),
condicional (“se”) e bicondicional (“se e só se”). Cada conectiva tem um símbolo próprio, como indicado no quadro
abaixo. A conetiva “ou” tem duas variações: disjunção inclusiva “∨” e disjunção exclusiva “ ⩒” ou” V”.

Designação Símbolo
Negação ¬P
Conjunção P∧Q
Disjunção inclusiva P∨Q
P⩒Q
Disjunção exclusiva
P∨Q

Condicional P→Q

Bicondicional P↔Q
AiresAlmeida da SPF e APF
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LÓGICA PROPOSICONAL
Formalização de Proposições I: as variáveis proposicionais e o dicionário.

Em lógica a formalização é a representação da forma lógica de uma proposição — ou, quando é


o caso, de um argumento. A formalização é, assim, uma espécie de radiografia da estrutura lógica
da proposição ou do argumento, revelando apenas o que interessa.

Ao processo inverso — de partir de uma fórmula para reconstruímos a proposição expressa


na linguagem natural — chama-se interpretação de fórmulas.

Se prestarmos atenção ao quadro anterior também ficamos a compreender melhor por que razão
se diz que as letras P, Q, etc., são variáveis proposicionais: elas podem representar qualquer
proposição, cabendo-nos a nós estabelecer qual, recorrendo a um dicionário.

Por sua vez, os símbolos ¬, ∧,∨, V, → e ↔ são constantes, representando cada um deles sempre a
mesma conetiva.

AiresAlmeida da SPF e APF


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LÓGICA PROPOSICONAL
Formalização de Proposições II: as variáveis proposicionais e o dicionário.
É importante realçar que as conectivas não representam apenas aquelas palavras exatas, destacadas no quadro anterior, mas qualquer palavra
ou expressão que operem do mesmo modo. Assim, uma conjunção tanto pode ser expressa na linguagem natural pela palavra “e” como pela
palavra “mas” ou por expressões como “tanto... como...” e outras. Eis alguns exemplos.

Designação Exemplo Dicionário Formalização

Proposição simples Sócrates é filósofo. P: Sócrates é filósofo. P

Negação Sócrates não nasceu no Porto. P: Sócrates nasceu no Porto. ¬P


P: Sócrates é grego.
Conjunção Sócrates é grego e filósofo. P∧ Q
Q: Sócrates é filósofo.
P: O Rui compreendeu a matéria.
Disjunção inclusiva O Rui compreendeu ou decorou a matéria. P∨ Q
Q: O Rui decorou a matéria.

P: O Ricardo nasceu em junho.


Disjunção exclusiva “O Ricardo nasceu em junho ou em julho”. P∨ Q
Q: O Ricardo nasceu em julho.

P: A arte é bela.
Condicional Se a arte é bela, então tem valor. P→Q
Q: A arte tem valor.

P: A arte tem valor.


Bicondicional A arte tem valor se e só se for bela. PQ
Q: A arte é bela.

AiresAlmeida da SPF e APF


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LÓGICA PROPOSICONAL
Formalização de Proposições: exemplo I.

“A Ana estuda e, se estiver com atenção, não terá problemas com o teste.”
1. usam-se as letras P, Q, R, etc., (final do alfabeto),
maiúsculas para representar proposições simples. Estas
letras chamam-se letras ou variáveis proposicionais
P, Q…….. Etc.

2. estabelece-se um dicionário em que se indica que


1e 2.
proposição simples corresponde a que variável
proposicional Dicionário:

P= ……. P: A Ana estuda.

Q= ……., etc. Q: A Ana está com atenção.

3. formaliza-se a totalidade da proposição complexa com R: A Ana tem problemas com o teste.
as variáveis correspondentes às proposições simples
que constituem + a indicação das conetivas
proposicionais + a indicação do âmbito ou alcance das
conectivas utilizando parêntesis (no caso de proposições 3.
com 2 ou mais conectivas proposicionais)
Ex. P ∧ (Q → ¬ R)
P ∧ (Q → ¬ R)
Conjunção, condicional e negação

AiresAlmeida da SPF e APF


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LÓGICA PROPOSICONAL
Formalização de Proposições com várias conectivas: exemplos II.
Os parêntesis delimitam o âmbito (ou alcance) da conetiva que imediatamente os antecede. Na primeira coluna indica-se a negrito a conectiva que tem
maior âmbito. A conetiva principal, ou de maior âmbito, é aquela que se aplica a TODA a proposição. A função principal dos parêntesis é evitar ambiguidades e indicar qual
a conetiva com maior âmbito. Por ordem crescentes usam-se os seguintes parêntesis: parêntesis curvos ( ), retos [ ] e chavetas { }: “{[ ( )]}”.

Na formalização de uma proposição complexa com mais do que uma conectiva é muito importante estarmos atentos ao âmbito de cada conectiva e
conseguir determinar o que cada uma das conectivas está a abarcar. Nos exemplos que seguem surge a vermelho a conetiva com maior âmbito.

Conectivas Exemplo Dicionário Formalização


Não é verdade que, se a Ana estuda, tem boa nota P: A Ana estuda.
Negação e condicional. ¬ (P → Q)
no teste. Q: A Ana tem boa nota no teste.
P: A Ana estuda.
Condicional e negação Se a Ana estuda, não terá problemas. P→¬Q
Q: A Ana terá problemas.
P: Sócrates é grego.
Conjunção, conjunção Sócrates é grego, filósofo e muito inteligente. Q: Sócrates é filósofo. P∧ Q∧ R
R: Sócrates é muito inteligente.
P: A Ana estuda.
Conjunção, condicional e P ∧ (Q → ¬ R)
AAna estuda e, se estiver com atenção, não terá Q: A Ana está com atenção.
negação
problemas com o teste. R: A Ana tem problemas com o teste.
P: A arte tem valor.
Bicondicional, conjunção e
A arte tem valor se e só se emocionar e não for Q: A arte emociona. P  (Q ∧¬ R)
negação
feia. R: A arte é feia.
P: Trabalhas muito.
Disjunção, conjunção e Q: Tens talento. (P ∨ Q) ∧ (R → S)
Trabalhas muito ou tens talento e, se tiveres sorte,
condicional R: Tens sorte.
terás sucesso.
S: Tens sucesso.

AiresAlmeida da SPF e APF


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LÓGICA PROPOSICONAL
As Conectivas Proposicionais: regras e tabelas de verdade das conectivas proposicionais.

Cada conectiva proposicional possui uma regra que permite determinar as circunstâncias em que uma
proposição complexa (com pelo menos uma conetiva) é verdadeira e em que circunstâncias é que a
mesma é falsa.

As tabelas de verdade são um método de representar visualmente e calcular, de uma forma


relativamente simples, em que circunstâncias uma dada proposição é verdadeira e em que
circunstâncias ela é falsa.

Numa tabela de verdade:


- Na coluna da esquerda são apresentadas todas as combinações de valor de verdade das
proposições simples.

- Na coluna da esquerda é apresentada a aplicação da(s) regra(s) da conetiva(s) que integra(m) a


proposição complexa.

AiresAlmeida da SPF e APF


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LÓGICA PROPOSICONAL
As Conectivas Proposicionais: regras e tabelas de verdade.

Negação “¬”

A negação de uma proposição tem o valor de verdade oposto ao da proposição original. Se uma
proposição P é V, a sua negação é F. Se uma proposição P é F a sua negação é V.

P ¬P
Imaginemos a fórmula proposicional ¬P, em que P significa “Portugal é uma monarquia.” Em
V F
que condições a fórmula ¬P é verdadeira e em que condições é falsa? A tabela seguinte
apresenta todas as circunstâncias possíveis na coluna da esquerda e que, neste caso, são
apenas duas: P é verdadeira ou P é falsa. Assim, quando P é verdadeira, a sua negação, ¬P, é
F V falsa; e quando P é falsa, a sua negação, ¬P, é verdadeira, como se verifica na coluna da
direita.

AiresAlmeida da SPF e APF


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LÓGICA PROPOSICONAL
As Conectivas Proposicionais: regras e tabelas de verdade.

Conjunção “∧” - (Têm que ser ambas V)

Uma conjunção é verdadeira se, e somente se, as suas proposições simples forem ambas V. Em todas as
outras combinações a conjunção é F.

PQ P∧ Q

VV V
Imaginemos a proposição expressa pela frase “O Mónaco é um estado e uma cidade”.
Neste caso, encontramos duas proposições simples, que podem ser representadas pelas
VF F
variáveis P e Q, respetivamente, as quais estão ligadas por uma conectiva, a conjunção.
Temos também aqui de considerar todas as combinações possíveis de valores de verdade
FV F
de P e Q. Assim, como se vê na coluna da esquerda, podem ser ambas verdadeiras, pode
a primeira ser verdadeira e a segunda falsa, pode a primeira ser falsa e a segunda
FF F verdadeira e podem ambas ser falsas, num total de quatro combinações.

AiresAlmeida da SPF e APF


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LÓGICA PROPOSICONAL
As Conectivas Proposicionais: regras e tabelas de verdade.

Disjunção inclusiva “v” - (não podem ser ambas F)

Uma disjunção inclusiva é verdadeira se, e somente se, pelo menos uma das proposições disjuntas for V
(não exclui a possibilidade de ambas serem V).

PQ P∨Q

VV V
Imaginemos a proposição expressa pela frase “O Mónaco é um estado ou uma cidade”.
VF V
Verifica-se que a disjunção é verdadeira desde que uma das proposições que a compõem
seja também verdadeira.
FV V

Dito de outro modo uma disjunção inclusiva só é falsa quando as duas proposições
FF F
componentes são falsas.

AiresAlmeida da SPF e APF

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LÓGICA PROPOSICONAL
As Conectivas Proposicionais: regras e tabelas de verdade.

A disjunção exclusiva “v” - (não podem ser ambas V ou ambas F)

Uma disjunção exclusiva é verdadeira se, e somente se, apenas uma das proposições disjuntas for
verdadeira (exclui a possibilidade de ambas serem V ou ambas F).

Nota: A disjunção exclusiva pode simbolizar-se assim ⩒ ou assim V.

PQ P⩒Q

VV F

VF V
Imaginemos a proposição “O Ricardo nasceu em junho ou em julho”. Neste exemplo é fácil
FV V de compreender que se trata de uma disjunção exclusiva, uma vez que, exclui a
possibilidade de ambos os pólos da disjunção serem verdadeiras. O Ricardo não pode ter
FF F nascido em dois meses.
AiresAlmeida da SPF e APF

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LÓGICA PROPOSICONAL
As Conectivas Proposicionais: regras e tabelas de verdade.

Condicional “→”

Uma proposição condicional é falsa se, e somente se, a antecedente (condição) for V e a consequente F.

Imaginemos uma condicional, como “Se a Ana tirar onze valores no exame de Filosofia, então
passa de ano”. Numa condicional chama-se antecedente à proposição que está associada ao “se”,
ao passo que se chama consequente à proposição associada ao “então”, mesmo que este esteja
PQ P→Q
subentendido e independentemente de qual surge em primeiro lugar — por exemplo “A Ana passa
de ano, se tirar onze valores no exame de Filosofia” exprime exatamente a mesma proposição,
sendo a antecedente e a consequente exatamente as mesmas.
VV V
Observando a tabela, talvez cause alguma surpresa a condicional ser verdadeira quando a
antecedente (representada por P) é falsa e a consequente (representada por Q, depois da seta) é
VF F verdadeira. Mas, se pensarmos no exemplo acima, vemos que não é pelo facto de a antecedente
ser falsa que a condicional é falsa também. Imaginemos que a Ana não tirou onze valores no
exame de Filosofia, caso em que a antecedente é falsa, mas tirou antes dezassete. Neste caso, a
FV V Ana não tirou onze no exame de Filosofia e, mesmo assim, passou de ano. Portanto, o facto de a
antecedente ser falsa, não implica que a condicional seja falsa também.

FF V Resumindo: uma condicional só é falsa quando a antecedente (a que vem antes de →) é


verdadeira e a consequente (a que vem depois de →) é falsa.
AiresAlmeida da SPF e APF
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LÓGICA PROPOSICONAL
As Conectivas Proposicionais: regras e tabelas de verdade.

Bicondicional “↔ “ (têm que ser ambas V ou ambas F)

Uma proposição bicondicional é verdadeira quando, e só quando, as proposições que a compõem têm o mesmo valor de
verdade.

PQ P↔Q

Imaginemos a bicondicional “A Ana passa de ano se e só se tiver pelo menos onze


VV V valores no exame de Filosofia”.

VF F Neste caso, percebemos facilmente que, diferentemente da condicional, a proposição


é falsa quando a primeira componente (aqui não há antecedente nem consequente) é
FV F falsa e a segunda verdadeira.

Resumindo: uma bicondicional só é verdadeira quando ambas as proposições têm o


FF V
mesmo valor de verdade.
AiresAlmeida da SPF e APF
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LÓGICA PROPOSICONAL
Tabelas de Verdade / Inspetor de Circunstâncias aplicadas a proposições complexas com parêntesis.
Na lógica proposicional o método da tabela de verdade ou inspetor de circunstância permite, a partir das regras das conetivas
proposicionais, representar visualmente o valor de verdade de uma dada proposição complexa (coluna do lado direito da tabela de
verdade) para todas as combinações possíveis de valor de verdade das proposições simples que compõem uma proposição
complexa (coluna do lado esquerdo da tabela de verdade). Quando uma proposição é complexa começa-se por determinar, com
base na regras das respetivas conetivas, o valor de verdade, da conetiva com menor âmbito até à conetiva com maior âmbito que
determina para cada circunstância o valor de verdade final da proposição complexa em causa. Repara no seguinte exemplo:

PQR P  (Q ∧ ¬ R)
VVV V F V F F
VVF V V V VV
VFV V F F F F
VFF V F F F V
FVV F V V F F

FVF F F VV V
FFV F V F F F
FFF F V F F V
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LÓGICA PROPOSICONAL
Avaliação / Classificação das Proposições Complexas.

As proposições complexas podem ser avaliadas como: tautologias, contradições ou contingências. Esta classificação resulta da
aplicação do método das tabelas de verdade / inspetor de circunstância a uma dada proposição.

Uma proposição é uma tautologia se for V em todas as possíveis combinações de valores de verdade das suas
Tautologia:
proposições simples.

Uma proposição é uma contradição se for F em todas as possíveis combinações de valores de verdade das
Contradição:
suas proposições simples.

Uma proposição é contingente se poder ser V ou F, consoante as combinações dos diferentes valores de
Contingência:
verdade das suas proposições simples.

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LÓGICA PROPOSICONAL
Tabelas de Verdade / Inspetor de Circunstâncias aplicadas a argumentos dedutivos.
Na lógica proposicional o método da tabela de verdade ou inspetor de circunstâncias permite, a partir das regras das conectivas
proposicionais, determinar se um dado argumento dedutivo é válido ou inválido. Para tal temos de construir uma tabela de verdade
do seguinte modo:

- Na coluna do lado esquerdo colocamos as proposições simples que compõem o argumento dedutivo e todas as cominações de
valor de verdade possíveis das mesmas.

- Na coluna(s) do lado esquerdo colocamos, por ordem, cada uma das premissas do argumento, separadas por colunas ou por
vírgula.

- Na última coluna colocamos a conclusão do argumento antecedida do símbolo de conclusão “”.

Repara no exemplo que se segue para o argumento dedutivo: “P→ Q, P, Q”

PQ P →Q P ∴Q

VV V V V

VF F V F

FV V F V

FF V F F
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LÓGICA PROPOSICONAL
Validade ou invalidade de um argumento dedutivo a partir do método das Tabelas de Verdade / Inspetor de Circunstâncias

Na lógica proposicional o método da tabela de verdade ou inspetor de circunstâncias é possível determinar, a partir
da forma do argumento e das regras das conectivas proposicionais, se um dado argumento é válido ou inválido
(i.e. se a conclusão se segue com necessidade lógica das premissas ou não) sendo que:

Um argumento dedutivo é válido se não houver qualquer circunstância (linha da tabela de


verdade) em que as premissas sejam todas Verdadeiras e a conclusão Falsa.

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LÓGICA PROPOSICONAL
Validade ou invalidade de um argumento dedutivo a partir do método das Tabelas de Verdade / Inspetor de Circunstâncias.

Argumento Dedutivo A: “P→ Q, P, Q”

PQ P →Q P ∴Q
Justificação:
VV V V V
O argumento dedutivo A é válido, uma vez que, não existe qualquer
VF F V F
circunstância (linha da tabela de verdade) em que as premissas sejam todas
FV V F V Verdadeiras e a conclusão Falsa. Como veremos mais à frente este argumento
FF V F F tem a forma válida conhecido por modus ponens.

Argumento Dedutivo B: “P → Q,  P,  Q”

Justificação:
PQ P→Q ¬P Q O argumento dedutivo B é inválido, uma vez que, há uma
VV V F V circunstância (4ª linha da tabela de verdade) em que as premissas
VF F V F
são todas Verdadeiras e a conclusão Falsa. Neste caso, a conclusão
não se segue com necessidade lógica das premissas. Como
FV V F V
veremos mais à frente este argumento incorre na falácia da
FF V V F negação do antecedente.

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LÓGICA PROPOSICONAL
Formas Válidas / Regras de Inferência na Lógica Proposicional.
Na lógica proposicional existem algumas formas lógicas válidas que são usadas como regras de inferência válida. Algumas têm uma
designação em latim (modus ponens, modus tollens) e outras o nome do lógico que as descobriu (Leis de De Morgan).
Designação Forma Lógica Exemplo
P
Negação dupla Não é verdade que o conhecimento não vem da experiência. Logo, o conhecimento vem da experiência.
∴P
P→Q
Modus ponens Se Deus existir, a vida tem sentido. Ora, Deus existe. Logo, a vida tem sentido.
P
∴Q
P→Q
Modus tollens ¬Q Se Deus existir, a vida tem sentido. Dado que a vida não tem sentido, segue-se que Deus não existe.
∴¬P
P→Q
Contraposição Se Deus existir, a vida tem sentido. Portanto, se a vida não tiver sentido, Deus não existe.
∴ ¬Q→¬P
P∨ Q
Silogismo
¬P Deus existe ou a vida é absurda. Ora, Deus não existe. Daí que a vida seja absurda.
disjuntivo
∴Q
P→Q
Silogismo hipotético Q → R Se a arte agrada, então é bela. Se é bela, tem valor. Logo, se a arte agrada, tem valor
 P →R

¬ (P ∨ Q) Não é verdade que a arte é bela ou provocatória. Logo, a arte não é bela nem é provocatória.
∴ ¬P∧ ¬Q
Leis de De Morgan
. ¬(P ∧ Q) Não é verdade que a democracia e a ditadura sejam boas. Assim, ou a democracia não é boa ou a ditadura não é
∴ ¬P ∨ ¬Q boa
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LÓGICA PROPOSICONAL
Principais Falácias Formais.

Uma falácia formal é um erro de raciocínio que parece ter uma forma válida mas de facto não tem. Na lógica formal
as principais falácias formais são a falácia da afirmação do consequente (que parece obedecer ao modus
ponens) e a falácia da negação do antecedente (que aparentemente obedece à forma válida modus tollens).
Repara:

Nome Forma Lógica Inválida Exemplo

P→ Q
Se Deus existir, a vida tem sentido. Dado
Q
Falácia da afirmação da consequente que a vida tem sentido, segue-se que
P
Deus existe.

P→ Q Se Deus existir, a vida tem sentido. Dado


Falácia da negação da antecedente P que Deus não existe, segue-se que a vida
 Q não tem sentido.

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