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Linguagem e Comunicação - Exercícios

1. Que motivos terão fundamentado a distinção proposta por Austin entre enunciados
constativos e enunciados performativos? Apresente um exemplo que ilustre cada um
destes tipos de enunciados.

Nos seus estudos da Pragmática, John Austin, filósofo da Linguagem, propôs a distinção
entre enunciados constativos e enunciados performativos com base na variedade de funções
que os enunciados podem desempenhar na comunicação. Os enunciados constativos, segundo
o autor, são aqueles que podem ser avaliados em termos de verdade ou falsidade e têm um
caráter descritivo. Por exemplo, a frase “Batizei o meu neto com o nome de Nabucodonosor” é
um enunciado constativo, pois descreve uma ação que pode ser avaliada mediante a chave
dicotómica verdadeira ou falsa.
Por outro lado, os enunciados performativos têm um caráter ativo e contratual, e a sua
realização resulta numa mudança no estado-de-coisas. Um exemplo de enunciado
performativo é “Eu te batizo com o nome de Nabucodonosor”, pois a realização deste
enunciado não apenas descreve, mas também realiza a ação de batizar.
No entanto, Austin reconheceu posteriormente que a distinção entre enunciados constativos
e performativos não é tão inequívoca quanto inicialmente proposto. Ele observou que os
enunciados constativos também podem ser considerados performativos em certos contextos,
pois eles também podem realizar ações de fala, como afirmar, sugerir, entre outros. Além
disso, ambos os tipos de enunciados estão sujeitos ao que Austin chamou de “Princípio da
felicidade”, que se refere à ideia de que um enunciado só é bem-sucedido se satisfizer certas
condições contextuais, incluindo a sinceridade do falante.
Portanto, a distinção proposta por Austin entre enunciados constativos e performativos é
mais uma questão de ênfase do que uma divisão absoluta.

2. Por que razão as expressões em (1) e (2), não sendo frases, podem corresponder a
enunciados? Justifique a resposta.

(1) Até que enfim!


(2) Meu Deus!

Uma frase é caracterizada estruturalmente por uma sequência de palavras definidas de


acordo com as regras gramaticais presentes numa língua, enquanto um enunciado consiste na
realização de uma frase em contexto comunicativo. Assim, uma frase corresponde a uma
construção linguística abstrata e um enunciado à aplicação dessa construção.
As expressões elencadas em (1) e (2) são frases não estruturadas ou frases mínimas, uma
vez que se encontram elipsados elementos estruturais que as tornem gramaticais. Contudo, elas
configuram-se como enunciados pois transmitem um significado completo dentro de um
contexto comunicativo específico.
No caso do enunciado (1), a expressão poderá corresponder a um segmento pertencente a
uma frase hipotética “Até que enfim (que chegaste a horas)!”. Num contexto comunicativo, é
possível extrair o seu significado, uma vez que o enunciado é produzido numa realidade
comunicativa onde os elementos omitidos são subentendidos pelos interlocutores. No caso do
enunciado (2), verifica-se uma situação semelhante ao ocorrido na expressão (1).

3. Considere os seguintes enunciados:

(3) O professor, muito irritado, mandou-a sair.


(4) Saia imediatamente!
(5) Exijo que saia imediatamente.

3.1. Identifique qual(is) correspondem a enunciados constativos e qual(is) correspondem


a enunciados performativos. Justifique a sua resposta.

O enunciado (3) é um exemplo de um enunciado constativo, uma vez que é avaliado em


termos de veracidade ou falsidade e tem um carácter descritivo. Possui valor verdadeiro ao
cumprir cumulativamente as premissas de que o professor estava de facto muito irritado e deu
a ordem de saída e tem valor falso se, pelo menos uma das premissas – o sentimento de
irritabilidade ou da ordem de saída, for falsa.
Os enunciados (4) e (5), por sua vez, caracterizam-se por serem enunciados performativos,
uma vez que realizam uma mudança de estado-de-coisas, sendo avaliáveis, não de acordo
como o seu valor de verdade, mas de acordo com as condições de felicidade ou infelicidade.
Eles são felizes se o efeito do interlocutor for ao encontro do pretendido ao proferir o
enunciado ou infelizes caso o interlocutor não aceda à imperiosidade presente nos enunciados.

3.2. Identifique o verbo ilocutório presente nos exemplos.

No exemplo (3), não existe nenhum verbo ilocutório explícito. Contudo, infere-se que o
verbo ilocutório é diretivo, uma vez que o verbo mandar exprime uma ordem.
No exemplo (4), existe implicitamente um verbo ilocutório que é ordenar, uma vez que a
força ilocutória é uma ordem, implícita na forma imperativa do verbo sair. Se explícito, o
enunciado poderia ser reformulado como “Ordeno que saia imediatamente”.
No exemplo (5), existe um verbo ilocutório diretivo explícito que é o verbo exigir.

4. Atente na seguinte narrativa.

O António e a Júlia, que são gémeos, estavam sentados no relvado, a fazer um


piquenique.
- Tira daqui o fiambre e passa-me a manteiga – pediu o António.
A Júlia fingiu não ouvir e continuou a mordiscar uma maçã.
- Já te disse que tires daqui o fiambre e me passes a manteiga! – insistiu asperamente.
- Não és meu pai para falar assim comigo! – retorquiu ela e pegou noutra maçã.

4.1. Identifique os enunciados constativos presentes no excerto.


Os enunciados constativos presentes no excerto são: “O António e a Júlia, que são
gémeos, estavam sentados no relvado, a fazer um piquenique.”; “A Júlia fingiu não ouvir e
continuou a mordiscar uma maçã.” e “Ela pegou noutra maçã”.

4.2. Identifique os enunciados performativos.


Os enunciados performativos presentes no excerto são: “- Tira daqui o fiambre e passa-
me a manteiga – pediu o António.”; “- Já te disse que tires daqui o fiambre e me passes a
manteiga” – insistiu asperamente.” e “Não és meu pai para falar assim comigo! – retorquiu
ela”.

4.3. Identifique as diferenças entre os dois enunciados do António.


Quer o primeiro, quer o segundo enunciado do António são atos ilocutórios diretivos.
O primeiro enunciado tem a força ilocutória de um pedido e configura um ato
performativo primário, uma vez que se encontra implícito o verbo pedir. Se explícito, o
enunciado poderia ser reformulado da forma: “Peço-te que tires daqui o fiambre e me passes
a manteiga”.
No segundo enunciado já se verifica a força ilocutória de uma ordem, patente num ato
performativo explícito no verbo ilocutório dizer, que é utilizado para reforçar a ordem.

4.4. Identifique o(s) atos ilocutórios presentes nesses enunciados.


Quer o primeiro, quer o segundo enunciado do António são atos ilocutórios diretivos.

4.5. Identifique o(s) atos(s) perlocutório(s) dos mesmos enunciados.


A intenção comunicativa presente nos dois enunciados do António é a mesma – fazer com
que a Júlia tire o fiambre e passe a manteiga ao António. Na primeira situação, o ato
perlocutório consiste em obter a cooperação da Júlia, fazendo com que ela aceda ao pedido.
Na segunda situação, uma vez que o objetivo ilocutório não foi alcançado, o ato perlocutório
é o de aumentar a pressão sobre a Júlia para que cumpra com a ordem expressa pelo António.
Portanto, temos um primeiro ato perlocutório de cooperação e um segundo ato perlocutório
de exercer pressão.

4.6. Caracterize os enunciados do António em termos de felicidade ou infelicidade.


Justifique.
Os enunciados do António são infelizes. No caso dos enunciados do António, as
condições de felicidade não são satisfeitas porque a Júlia não reconhece a autoridade ou a
legitimidade do António para lhe fazer pedidos ou ordens; não se sente influenciada ou
pressionada pelos seus enunciados; e não realiza as ações que ele pretende. Assim, os
enunciados do António não atingem os seus objetivos perlocutórios, que são obter a
cooperação e a submissão da Júlia. Isto pode ser observado no comportamento da Júlia, que
fingiu não ouvir o pedido do António e continuou a mordiscar uma maçã; e que retorquiu que
ele não era seu pai para falar assim com ela e pegou noutra maçã.

5. Quais as máximas conversacionais que foram violadas, em cada um dos exemplos


seguintes. Inclua uma breve explicação em cada caso.

(6) A – Estás com pressa?


B – Hoje está um lindo dia.
(7) A – Quanto pesas?
B – Um metro e meio.
(8) A – Já telefonaste à Joana?
B – Bem, peguei no auscultador, coloquei-o junto ao ouvido, ouvi o sinal,
marquei o número, 21 4534468, e falei com a Joana.
(9) A – O que é que fizeste hoje?
B – Fiz as minhas coisas.

No exemplo (6) foi violada a máxima de relevância, uma vez que a resposta do alocutário
não é pertinente em relação ao objetivo da conversa. Pretende-se que se estabeleça uma
relação de pertinência entre os dois enunciados.
No exemplo (7) foi violada a máxima da qualidade, uma vez que a resposta do alocutário é
falsa ou ilógica em relação ao que foi questionado. Pretende-se que a contribuição seja
verdadeira e baseada em provas adequadas.
No exemplo (8) foi violada a máxima da quantidade, uma vez que a contribuição foi mais
informativa do que a requerida. Pretende-se que a contribuição seja tão informativa quanto
possível, nem mais, nem menos.
No exemplo (9) foi violada a máxima da quantidade, uma vez que a contribuição foi menos
informativa do que o necessário, sendo vaga e imprecisa. Pretende-se que a contribuição seja
tão informativa quanto possível, nem mais, nem menos. Neste caso, a máxima violada foi a
mesma do que no exemplo (8), mas pelo motivo inverso.

6. A violação das máximas conversacionais pode ter um valor comunicativo intencional.


Comente, reportando-se aos exemplos acima.

A violação das máximas conversacionais pode ter um valor comunicativo intencional,


através da introdução de implicações conversacionais. Com estas, o interlocutor transmite, de
forma subentendida, uma mensagem ao seu alocutário.
Nos exemplos (6) e (9), existe uma clara atitude de evasão da resposta direta à pergunta. No
exemplo (6), pode configurar-se um caso em que o alocutário está com pressa e não quer
admitir. No exemplo (9), a vontade implícita do alocutário pode ser de não pretender discutir
com o locutor o que fez durante o dia.
Nos exemplos (7) e (8), tanto a resposta irrelevante à questão, como a resposta
excessivamente detalhada, podem ser dadas de forma irónica ou sarcástica. Na primeira
situação (7), o alocutário pode estar a transmitir uma mensagem implícita de que o locutor não
necessita de obter a resposta à questão. No segundo caso (8), o alocutário pode estar a
transmitir a eventual mensagem de que, efetivamente, efetuou a chamada telefónica.

7. O que se entende por verbos ilocutórios? Inclua alguns exemplos.

Um verbo ilocutório é um verbo que torna explícito o ato ilocutório que está a ser
praticado. Os verbos ilocutórios são utilizados para expressar ações que estão a ser realizadas
na comunicação. Alguns exemplos de verbos ilocutórios são: avisar, declarar, aconselhar,
perguntar, ordenar, afirmar.

8. Observe o enunciado apresentado em (10) e responda às questões seguintes:

(10) A comida está fria!

8.1. O enunciado (10) pode ser interpretado como correspondendo a dois tipos de atos
ilocutórios. Identifique-os, justificando a sua resposta.

O enunciado acima representa um ato ilocutório primário assertivo, uma vez que,
recorrendo ao verbo ilocutório implícito afirmar, poderemos enunciar, de forma explícita, da
seguinte forma “Afirmo que a comida está fria!”, que é suscetível de ser avaliada de acordo
com a verdade ou falsidade. Contudo, também representa um ato ilocutório secundário
diretivo, uma vez que, implicitamente, trata-se de uma tentativa de o interlocutor praticar uma
ação – por exemplo, reaquecer a comida.

8.2. Podendo provocar diferentes reações no ouvinte, o enunciado (10) pode realizar
diferentes atos perlocutórios. Justifique a sua resposta.

Ao proferir o enunciado (10), o locutor pode provocar diferentes reações no ouvinte, tendo
em conta vários contextos. Um ato perlocutório corresponde ao efeito da prática do ato
ilocutório sobre o alocutário.
No exemplo acima, se o ouvinte for o cozinheiro, o ato perlocutório pode ser caracterizado
pela manifestação de tristeza ou deceção por não corresponder às expetativas do locutor. Se o
ouvinte for, por exemplo, o empregado de mesa, o ato perlocutório pode ser realizado pelo
retorno do prato à cozinha para ser reaquecido ou refeito.

9. Comente brevemente a seguinte afirmação:

(11) As relações de poder e distância/proximidade entre locutor e interlocutor(es)


determinam a força ilocutória do enunciado. (Duarte, 2000:349)

A força ilocutória de um enunciado é a capacidade ou intenção que é dada num ato


ilocutório, mediante os seus intervenientes, com o objetivo da realização do ato perlocutório
pelo alocutário.
As relações de poder e distância/proximidade são fatores que influenciam a força ilocutória
do enunciado. Numa estrutura hierarquizada, pode ser enunciado, por parte de um superior
hierárquico, um ato ilocutório diretivo de ordem enquanto, no sentido inverso, pode ser
enunciado um ato ilocutório diretivo de pedido, revelando a deferência ao seu superior.
Nas relações de distância/proximidade, a força ilocutória do enunciado é gradativa,
mediante a relação de intimidade que se estabelece entre as pessoas.

10. Os atos ilocutórios (12) e (13) podem ser ambíguos e causar efeitos perlocutórios
diferentes. Comente.

(12) Não achas que está frio aqui na esplanada?


(13) Tenho muita vontade de tomar um café.

No enunciado (12), o ato ilocutório pode causar vários efeitos perlocutórios diferentes,
nomeadamente o de responder diretamente à questão colocada, o de entrar para o café devido
ao frio no exterior ou o de expressar desagrado ou simpatia pelo início da conversa.
No enunciado (13), o ato ilocutório é expressivo, embora que, implicitamente, existe um
ato ilocutório diretivo, na medida em que pretende ter, no alocutário, o ato de oferecer um café
ao locutor e, eventualmente na sequência, de conversar.

11. Qual dos seguintes atos ilocutórios pode ser considerado uma declaração? Justifique a
sua resposta.

(14) Pedro, estás despedido.


(15) Ontem, despedi o Pedro.

O ato ilocutório que pode ser considerado uma declaração é o expresso pelo enunciado
(14), uma vez que produz um novo estado de coisas – a partir da enunciação, o Pedro passou a
estar despedido do trabalho.

Por sua vez, o enunciado (15) corresponde a um ato ilocutório assertivo porque pode ser
avaliado em termos de verdade ou falsidade. O enunciado poderia ser expresso do seguinte
modo: “Afirmo que ontem despedi o Pedro”, sendo que o ato de dizer não é o mesmo do que o
ato de fazer.

12. Identifique, justificando, o tipo de ato ilocutório que reconhece em cada um dos
enunciados que se seguem:

(16) A Maria é uma rapariga cheia de qualidades.


O enunciado (16) é um ato ilocutório assertivo. O locutor está a descrever um estado de
coisas ou uma situação, neste caso, as qualidades da Maria. O enunciado pode ser avaliado em
termos de verdade ou falsidade.
(17) E se fôssemos tomar uma bebida?
O enunciado (17) é um ato ilocutório diretivo. O locutor pretende alterar o estado de coisas,
ao influenciar o alocutário através de um pedido, neste caso, ao acompanhá-lo a tomar uma
bebida.

(18) São quatro e meia.


O enunciado (18) é um ato ilocutório assertivo. O locutor está a descrever um estado de
coisas ou uma situação, neste caso, a hora atual. O enunciado pode ser avaliado em termos de
verdade ou falsidade.

(19) A bolsa ou a vida!


O enunciado (19) é um ato ilocutório diretivo. O locutor pretende alterar o estado de coisas,
ao influenciar o alocutário através de uma ameaça, para que lhe dê a bolsa.

(20) Juro ser-te fiel até que a morte nos separe.


O enunciado (20) é um ato ilocutório compromissivo. O locutor está a comprometer-se com
uma ação futura, neste caso, através do juramento de fidelidade.

(21) Que bem que me está a saber este café!


O enunciado (21) é um ato ilocutório compromissivo. O locutor está a comprometer-se com
uma ação futura, neste caso, através do juramento de fidelidade.

(22) O Colombo fica perto da estação do Colégio Militar.


O enunciado (22) é um ato ilocutório assertivo. O locutor está a descrever um estado de
coisas ou uma situação, neste caso, a localização do Colombo.

(23) Tens horas?


O enunciado (23) é um ato ilocutório diretivo. O locutor pretende alterar o estado de coisas,
ao influenciar o alocutário através de um pedido, para que lhe informe das horas.

(24) Detesto que me mandes calar!


O enunciado (24) é um ato ilocutório expressivo. O locutor pretende expressar um
sentimento, neste caso, a aversão a ser mandado calar.

(25) O senhor está preso em nome da lei!


O enunciado (25) é uma declaração. A partir do momento em que o locutor profere o
enunciado, altera o estado de coisas, declarando que alguém está preso.

13. Leia a afirmação apresentada em (26) e responda às questões seguintes:

(26) A mesma frase pode estar na origem de tantos enunciados quantas as situações em
que é usada.

13.1. Distinga os conceitos de frase e enunciado.


Uma frase é uma unidade linguística que possui uma estrutura gramatical completa. Ela é
autónoma do ponto de vista sintático e pode ser composta por uma ou mais palavras. Uma
frase não depende do contexto ou da situação em que é usada.
Um enunciado é o resultado da produção discursiva num contexto particular. Ele é
dependente do contexto e da situação, e a sua interpretação pode variar dependendo desses
fatores.

13.2. Apresente um exemplo em que uma mesma frase corresponda a dois enunciados
distintos. Comente-o.
A frase “Está frio”, por exemplo, pode dar origem a dois enunciados distintos, dependendo
do contexto.
Se alguém disser “Está frio” num dia de inverno, ao sair à rua, essa pessoa pode estar a
fazer uma constatação sobre o tempo, ou seja, um ato ilocutório assertivo.
No entanto, se a mesma frase for dita numa sala onde a janela está aberta e a pessoa sente
frio, “Está frio” pode ser um pedido indireto para que alguém feche a janela, ou seja, um ato
ilocutório diretivo.
Portanto, a mesma frase pode dar origem a enunciados diferentes dependendo do contexto e
da situação em que é usada.

14. Em que circunstâncias podemos dizer que a sequência em (27) corresponde a uma frase
ou a um enunciado?

(27) Está uma tarde linda!

A sequência “Está uma tarde linda!” pode ser considerada uma frase e um enunciado,
dependendo do contexto.
Pode ser considerada uma frase porque tem uma estrutura gramatical completa e faz sentido
por si só. Não depende de nenhum contexto ou situação específica para ser compreendida.
Pode ser considerado um enunciado, quando é usado numa situação de comunicação
específica. Neste caso, estaremos perante um ato ilocutório assertivo, uma vez que descreve a
realidade de um estado de coisas.

15. Que informação está implícita nos enunciados seguintes?

(28) Eu ainda sou mais velho que ele.


A informação que está implícita no enunciado (28) é que o locutor, sendo mais velho do que
o alocutário, detém um maior grau de autoridade, exigindo, pela parte do alocutário, respeito e
algum grau de deferência.

(29) Queres mais um bocadinho de bolo?


A informação que está implícita no enunciado (29) é que a pessoa a quem a pergunta é
dirigida já comeu bolo e o locutor está a oferecer mais.

(30) Já não gosto de livros policiais.


A informação que está implícita no enunciado (30) é que a pessoa mudou os seus gostos,
revelando que neste momento não gosta de livros policiais.

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