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Instituto Federal de Alagoas – IFAL

Campus Arapiraca
Docente: Alisson Lima alisson.lima@ifal.edu.br Disciplina: Pragmática Curso:
Letras Português Nota:___________ Discente: Analiel Pedro Pereira Gomes;
Pedro Pereira Lima Neto

II Avaliação de Pragmática

01.Defina pressuposição, de acordo com Levinson (2007) e explique se há


ou não pressuposição entre os pares de sentença abaixo, usando os testes
propostos pelo autor.

R. Para Levinson pressuposição é um fenômeno linguístico que está, a


primeira vista, baseada de maneira muito próxima à estrutura linguística efetiva
das sentenças, que insurge a partir de relações entre sentenças, estando
atrelado ao nível dos implícitos da linguagem, esse tipo de inferência
pragmática não pode ser considerada, num sentido estrito, como semânticas,
pois é muito sensível a fatores contextuais. Na pressuposição os efeitos
pressupõem causas, o sentido de pressuposição, ao contrário, restringe-se a
certas inferências ou suposições pragmáticas que, pelo menos, parecem estar
embutidas nas expressões linguísticas e podem ser isoladas para testes.

a) João adorou ter conseguido um emprego.


João conseguiu um emprego.
Não é pressuposição
b) Sandra, você parou de vender perfumes?
Sandra vendia perfumes.
É pressuposição
c) Se Paulo parou de fumar...
Paulo fumava.
É pressuposição
d) O inventor da penicilina ainda é vivo.
Alguém inventou a penicilina.
É pressuposição
e) José acha que Maria saiu.
Maria saiu.
Não é pressuposição

02.De maneira geral, explique a teoria dos atos de fala, proposta por Austin,
citando e exemplificando os principais conceitos dados pelo autor.

R. A partir da preocupação de Austin em elucidar o fenômeno "Do ato de


fala total, na situação de fala total", ele, a partir de seus estudos e investigações
sobre as condições de verdade para assim compreender a linguagem, daí
surgiu sua inclinação para pesquisar sobre os atos de fala. Austin constatou
que, primeiramente, algumas sentenças declarativas, ao afirmar ou dizer
alguma coisa, na verdade, elas não estão necessariamente tendo a intenção de
serem verdadeiras ou falsas, elas estariam, nesse caso, formando uma classe
especial usada para, ao invés só de dizer coisas, descrever o estado de coisas,
mas sim ativamente, segundo Austin, para fazer coisas, como podemos ver em:
Eu declaro guerra a Zanzibar ou confiro-lhe o título de Sir. Walter.

Em continuidade, nos são apresentados, por Austin, sentenças


peculiares e especiais que ele nomeia de performativas e contrasta-as com as
constatativas (denominação que ele deu às declarações, asserções e
enunciações correspondentes). Nem verdadeiras nem falsas podem ser as
performativas (ao contrário das constatativas), em acordo com Austin, por
sua natureza especial às questões de verdade ou falsidade não surgem, mas,
ainda assim, podem dar errado. Então foi proposto pelo teórico a tarefa de
catalogar todas as maneiras pelas quais elas podem dar errado ou serem
infelizes, usando a sua terminologia.
Baseando-se nas maneiras diferentes em que uma performativa pode
dar errado, Austin se ocupou de produzir uma tipologia do que ele chamou de
condições de felicidade, que seriam as condições nas quais as
performativas teriam de cumprir para que pudessem ter sucesso, ou serem
“felizes”, ele as dividiu em três categorias principais:

A. (i) Deve existir um procedimento convencional que tenha um efeito


convencional.

(ii) As circunstâncias e as pessoas devem ser adequadas, conforme no


procedimento.

B. O procedimento deve ser executado (i) corretamente e (ii)


completamente
C. Muitas vezes, (i) as pessoas devem ter os pensamentos , sentimentos e
intenções requeridos conforme especificado no procedimento, e (ii) se a
conduta consequente é especificada, então as partes relevantes devem
ater-se a essa conduta.

Em seguida, acontece um movimento de bifurcação entre as


performativas e constatativa para a teoria dos atos ilocucionários, onde
diversas performativas e constatativas são apenas casos menores especiais. O
foco do interesse de Austin está neste ato ilocucionário. Em verdade, o ato de
fala finda por se referir excepcionalmente ao movimento de declarar alguma
coisa, oferecer algo, prometer e assim por diante; ao proferir uma sentença,
valendo-se da força da convenção associada a ela.

Por fim, existem também, para além dos atos ilocucionários, os atos
locucionário e perlocucionários, que se caracterizam por enunciar uma
sentença com referências e sentidos determinados; e causar efeitos diversos ao
público por meio da forma a qual se enuncia determinada sentença (efeitos
esses que estão dentro das circunstâncias da enunciação), respectivamente.

03.Explique o que são e dê as condições de felicidades para cada ato


ilocutivo abaixo:

R. As Três categorias de condições de felicidade são:

A. deve existir um procedimento convencional que tenha um efeito


convencional. As circunstâncias e as pessoas devem ser adequadas, conforme
especificado no procedimento

B. O procedimento deve ser executado, corretamente e completamente.

C. Muitas vezes, as pessoas devem ter os pensamentos, sentimentos e


intenções requeridos conforme especificado no procedimento, se a conduta
consequente é especificada, então as partes relevantes devem ater-se a essa
conduta.

a) o ato ilocutivo de prometer

Deve existir um alguém que prometa, ao qual tem que ter em vista uma
pretensão futura (uma promessa)

b) o ato ilocutivo de desculpar

Deve ter ao menos uma pessoa que se desculpe com um outro, que
deve aceitar o pedido

c) o ato ilocutivo de saudar

Quem fala deve estar chegando a um determinado local de encontro,


(tendo este sido marcado anteriormente ou não) com pelo menos uma
pessoa.
d) o ato ilocutivo de nomear

Quem profere deve ser portador de algum poder sobre o objeto e ou


pessoa ao qual será nomeado.

e) o ato ilocutivo de protestar

Deve haver pelo menos uma motivação para que, pelo menos uma
pessoa, tenha ficado inconformada.

04.Explicite os possíveis atos envolvidos nas sentenças abaixo.

a) Desculpe-me, eu preciso ir.

Ato locucionário pois está fazendo uma declaração; pedir licença.

b) Por favor, você pode me emprestar uma caneta.

Ato ilocucionário pois é um pedido; pedir um favor.

c) Eu te imploro que fique

Ato perlocucionário pois é um ato que busca convencer o indivíduo a


ficar; pedir perdão.

d) Cuidado, tem uma pessoa no caminho.

Ato Ilocucionário pois busca informar ao indivíduo que tem uma pessoa
no caminho; chamar atenção.

e) Eu vou apagar o seu nome da lista.

Ato Perlocutório pois está ameaçando o indivíduo referente.


05.Apresente, em linhas gerais, a teoria da estrutura conversacional e os
principais conceitos envolvidos, comentando de que maneira a teoria proposta
por Searle é diferente da de Austin.

R. A teoria da estrutura conversacional de Searle, trata, de maneira sucinta,


as questões relacionadas a um diálogo intersubjetivo entre dois falantes, em
que aconteça fora de ambientes e contextos institucionais específicos, tais
quais sala de aula, tribunais, palestras e afins.

Os principais conceitos relacionados à teoria em questão são os turnos de


fala; os pares de adjacência e a organização geral. Que tratam,
respectivamente, do seguinte: nos turnos temos a questão da alternância de um
falante A para outro, B, em uma conversa, essa ordem pode ser quebrada
quando há sobreposição de fala, ou seja quando A interrompe a fala de B ou o
contrário; os pares de adjacência são enunciações emparelhadas sendo
protótipos de pergunta-resposta, cumprimento-cumprimento,
desculpa-minimização e assim por diante, esses pares se relacionam
intimamente com a alternância dos turnos de fala, como uma espécie de
técnica para selecionar-se um falante seguinte; já na organização geral,
diferente dos conceitos anteriores que são organizações locais, aqui falamos de
um fator totalitários que tem sob sua óptica o todo, como exemplos podemos
citar Sessões de abertura, chamado e resposta e etc.

Bom trabalho!

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