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Graduando no curso de licenciatura em Letras Português do Instituto Federal de Alagoas -
Campus Arapiraca
Em sequência a autora nos traz as noções mercadológicas que permeiam a
produção das obras; iniciando com uma discussão sobre a diferenciação social e
divisão do trabalho intelectual, para poder adentrar mais e falar sobre as noções de
mercado em si, onde esse ponto sobre, em convergência com o anterior, começa
mostrando a emergência de autores tido como “doutos” e como isso vai afetar a
produção literária em relação a produção intelectual, para por fim falar das questões
de mercado e todas as suas implicaturas tanto para os autores quanto para a
sociedade em geral.
a socióloga francesa aborda, no decorrer do capítulo, questões sobre as
instituições relacionadas à literatura, auxiliando no pensar sobre o “recrutamento
social do escritor”, o que será perpassado por questões de diversos universos,
incluindo-se condições de escolarização e letramento em cada país, assim como
relações de etnia e gênero.
Quando Sapiro fala sobre o recrutamento social do escritor ela também traz
um apanhado histórico referente ao gradual aumento da população de escritores,
com base em dados concretos sobre o gradual aumento dessa população e o que
levou a isso.
E a partir do supracitado ela apresenta também uma profunda discussão
sobre as questões de gênero e como as mulheres escritoras eram tidas e vistas pela
sociedade, sendo estigmatizadas, zombadas de “preciosas ridículas”, não sendo
consideradas relevantes e excluídas do pólo erudito, apesar de suas enormes
bagagens intelectuais e capital cultural.
Sapiro encerra o capítulo com tópicos acerca de questões técnicas e formais,
referente ao desenvolvimento profissional do escritor, das instituições que circundam
o meio da vida literária e suas estruturas, o meio acadêmico de produção intelectual
acerca do meio literário; e em última instância ela discorre sobre a estrutura das
relações medida das reputações e análise de redes que fornece uma ferramenta que
ajuda a descrever a estrutura das relações no meio literário, por onde circula e ao
que ela se liga.
Esse segundo capítulo da obra de Sapiro esclarece e amplia a nossa visão
acerca da produção literária, nos elucida questões que vão além daquilo que nossos
olhos leem, mostra o extenso universo que existe para a produção de determinadas
obras; estão presente ali diversas instituições que regem, legitimam e controlam
isso; acima de tudo é um capítulo que nos põe a refletir sobre as questões históricas
sobre esses processos de produção, de seus problemas, e defeitos e méritos, e
como o mundo se pôs diante disso, como a sociedade está para isso e como é a
nossa resposta para essas questões.