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Algumas considerações sobre o uso do imperativo no português L1 e L2

Adriana Ferreira de Sousa


(PUC-Rio)

I. Introdução

Para expressarmos a noção de ordem, pedido, conselho, instruções, etc, em português,


utilizamos vários meios muito mais eficazes do que as categorias lingüísticas que o
imperativo pode oferecer.
O fato de se querer ensinar os valores das formas verbais de maneira simplificada implica
no desenvolvimento de um grave problema a ser analisado no processo de
ensino/aprendizagem de uma língua. Isso ocorre porque estaríamos, de certa maneira,
descartando a complexidade das funções discursivas dessas formas.
No caso do imperativo, podemos verificar que são vários os recursos, explícitos e
implícitos, utilizados pelo falante para exprimir os diversos aspectos que esse modo verbal
apresenta.
O usuário de uma língua, portanto, deve ser capaz de usá-la para construir textos que
possam realizar ações, transformar situações e modificar as relações entre locutor,
interlocutor e mundo.
Segundo Fonseca (1991), devemos estar atentos para o fato de não entendermos, ou melhor
não transformarmos esse pensamento em um neobehaviorismo. Dessa forma, acreditamos
que devemos, primeiramente, refletir sobre as semelhanças e diferenças entre a Teoria
Comportamental e a Teoria doa Atos de Fala, que tratam a linguagem do ponto de vista
social, para que possamos tecer algumas considerações sobre o emprego do imperativo. No
caso dessa comunicação, discorremos sobre esse assunto com o objetivo de, mais adiante,
apresentarmos os recursos utilizados pelo falante de português L1, para usar o imperativo,
e algumas situações reais desse uso relacionadas ao ensino de português L2

II. Semelhanças e diferenças entre a Teoria Comportamental e a Teoria dos Atos de


Fala

A Teoria Comportamental surgiu num momento histórico em que o "significado" era visto
como algo não passível de ser analisado cientificamente. Acreditava-se, segundo Kempson
(1980), que a tarefa do cientista era a de acumular fatos sem qualquer teoria preconcebida e
esperar que uma cuidadosa triagem dos fatos levasse, no devido tempo, à teoria correta.
Com essa ênfase à coleta de dados, a ciência era defendida pelo seu método objetivo, não
sendo influenciada por fatores subjetivos como opinião, suposição ou intuição. Uma
conseqüência dessa preocupação com a objetividade foi que os construtos teóricos abstratos
só eram tolerados como científicos se pudessem ser definidos em termos de eventos
observáveis.
Nessa época, os EUA saem vitoriosos da "guerra fria", e, a partir daí, os sentimentos que
passam a dominar o país são o nacionalismo e o ufanismo. Houve nesse momento uma
grande imigração e um grande desenvolvimento da tecnologia. Tudo que era produzido no
país era muito valorizado, pois eles precisavam adquirir uma identidade própria.
Com isso, começaram a dar uma maior importância aos índios americanos, e os
antropólogos, por sua vez, passaram a ir às aldeias para tentar resgatar, conhecer e registrar
as culturas indígenas, antes que essas acabassem em decorrência da evolução. Dois desses
antropólogos, Bloomfield e Harris, perceberam que havia uma barreira quase intrasponível
para conhecer as culturas: a língua. Eles descobriram que através do Inglês não
conseguiriam conhecer aquelas culturas, e passaram, então, a estudar as línguas usadas nas
tribos com um enfoque diferente do da lingüística. Propuseram, dessa forma, uma teoria
que se baseava no fato de que todos os atos humanos seriam respostas a estímulos
anteriormente dados. O estímulo era o enunciado e a resposta o significado. Portanto, só um
ato social fisicamente realizado pelo outro daria significado ao estímulo.
Bloomfield sugeriu que o significado de uma forma lingüística teria que ser analisada em
termos dos elementos importantes da situação na qual ela foi proferida. Ele analisou essa
situação em três partes constituintes: A= estímulo do falante; B=proferimento (=resposta do
falante e estímulo do ouvinte) e C=resposta do ouvinte.
O fato, por exemplo, de proferirmos um enunciado como "Estou com frio", numa sala em
que está ligado um potente ar condicionado, implicaria, segundo essa teoria behavorista
proposta por Bloomfield, que alguém ao ouvir esse enunciado desligaria o ar. O ato de
desligar o ar condicionado daria significado ao estímulo verbal proferido.
A proposta dessa teoria foi baseada numa sinceridade comunicacional de uma cultura (a
indígena) bem diferente da nossa. Uma cultura muito mais sincera e ingênua. Portanto, eles
não contaram com a possibilidade de o ouvinte não agir de acordo com a intenção do
falante. Ao ouvir o enunciado ‘Estou com frio’, o ouvinte poderia ter dado um agasalho
para a pessoa ou fingir não ter ouvido e, daí, não ter nenhuma reação. Isso quer dizer que
eles não previram a possibilidade de um mesmo estímulo provocar respostas diferentes.
Há, dessa forma, na Teoria Comportamental, um grave problema que consiste em não
admitir que a resposta esperada, mesmo em situações muitos semelhantes, é tão individual
quanto os pensamentos, e, portanto, imprevisível. O que na verdade exige respostas
comportamentais são enunciados que exprimem ordem e algumas outras formas
performativas. E essas respostas só serão dadas se ouvinte e falante fizerem parte do
mesmo universo de discurso.
Porém, não podemos deixar de reconhecer que, apesar de não ter sido bem recebida em sua
época, pois o que estava em voga era o Estruturalismo de Praga, a proposta teórica para dar
conta do significado lingüístico, apresentada por Bloomfield e Harris, foi a primeira a
colocar em prática a questão comunicacional da língua.
Dentro dessa perspectiva, de se estudar a linguagem como forma de praticar o ato social,
dois também americanos, Austin e Searle, a partir da década de 30, passaram a desenvolver
uma teoria sobre os atos de fala, baseada no fato de que o uso da língua corresponde a
determinados atos sociais. A linguagem é então vista como forma de ação, distinguindo-se
em três tipos de atos: locucionários, ilocucionários e perlocucionários.
O ato locucionário consiste na emissão de um conjunto de sons, organizados de acordo com
as regras da língua. É o próprio ato físico de produção de um enunciado.
O ato ilocucionário é aquele que atribui a esse conjunto de sons uma determinada força: de
pergunta, de asserção, de ordem, de promessa, etc.. Segundo Searle (1975), esse ato pode
ser realizado de forma explícita (isto é, através do uso de performativos 1 ) ou de forma
implícita(sem o uso do performativo).

1
Entenda-se por ato de fala performativo o ato social que só se realiza linguisticamente. É preciso que o enunciado seja dito jpara o ato
se realizar. Ex.:Eu vos declaro marido e mulher.
O ato perlocucionário é aquele destinado a exercer certos efeitos sobre o interlocutor:
convencê-lo, assustá-lo, agradá-lo, etc., efeitos que podem realizar-se ou não.
É importante deixar claro que, apesar de Austin ter dividido em três o que ele considera
como tipos de atos de fala, num enunciado ou num texto há sempre um objetivo principal e
as ações de locução, ilocução e perlocução irão se dar ao mesmo tempo. Elas não são partes
separadas de um enunciado, portanto não se excluem.
Acreditamos, então, que a interpretação desses conceitos deve ser revista. Na verdade, não
temos diferentes tipos de atos de fala num enunciado mas diferentes características que
unidas entre si vão constituir o significado do enunciado, de acordo com o contexto em que
foi proferido. E esse significado, por sua vez, irá variar não só de acordo com cada situação
mas com cada relação existente em cada situação.
Ressaltamos, ainda, que, na Teoria dos Atos de Fala, a ilocução é o foco de atenção. Um
certo mínimo de condições deve existir para que uma ilocução tenha sucesso. Se uma
pessoa qualquer, por exemplo, que não seja um padre, excomunga alguém, o ato de
excomungação não é executado, pois aquele que proferiu o enunciado não tem condições
apropriadas para realizar o ato social.
Segundo Levinson (1983), “Austin produced a tipology of conditions wich performatives
must meet it they are to succed or be happy. He called these conditions felicity conditions.”
(Levinson, p.229)
Dentre os cinco tipos de atos ilocucionários que Searle propõe (representativo, diretivo,
comissivo, expressivo e declarativo), os enunciados que exprimem os atos de pedido são
inseridos nos diretivos.
Um último aspecto a ser considerado na teoria de Searle diz respeito aos atos diretos e
indiretos. Os atos de fala diretos são realizados através de formas lingüísticas
especializadas para tal fim. Um enunciado como ‘Quando será a festa do departamento de
Letras?’, por exemplo, seria classificado como um ato de pergunta. Por sua vez, os atos
indiretos são realizados através do recurso a formas típicas de outro tipo de ato. Neste caso,
o nosso conhecimento de mundo nos permite perceber a força ilocucionária do ato. Ao
fazermos, por exemplo, a pergunta ‘Você bebe?, não estamos querendo saber se a pessoa
bebe refrigerantes mas se ela bebe algum tipo de bebida alcoólica.
Se levarmos em conta que a Teoria dos Atos de Fala dá importância, na construção do
significado de um enunciado numa dada situação, às expressões fisionômicas e aos gestos,
por exemplo, podemos então incluir o silêncio como uma característica fundamental para a
produção dos atos de fala. No velho e conhecido ditado ‘Quem cala consente’, temos a
prova concreta de que o silêncio não fala mas significa, e que passa pelas palavras
mediando as relações entre linguagem, mundo e pensamento.(Cf. Orlandi, 1993)
Uma expressão fisionômica, por exemplo, irá tomar sentido, dessa forma, não como algo
implícito, não-dito, que de alguma forma irá remeter ao dito, mas como algo que significa
no silêncio e que busca nesse mesmo silêncio um sentido para continuar significando algo
numa relação de independência com o dizer.
Se o silêncio é visto dessa forma, ele, então, faz parte da constituição do sujeito e do
sentido, portanto, não pode ser deixado de lado no estudo dos atos de fala.
Tanto a Teoria Comportamental quanto a Teoria dos Atos de Fala, cada uma a sua maneira,
tratam a linguagem de um ponto de vista social. Não podemos esquecer que foram dois
antropólogos que buscaram dentro do comportamento social de uma comunidade, uma
teoria que desse conta do problema do significado. Apesar de não terem ido muito longe,
eles foram pelo menos um pouco mais além na busca do significado. Foram os primeiros a
tratarem a língua como troca de mensagem. E, portanto, se a proposta deles foi “tão
massacrada” por muito tempo, hoje devemos repensá-la. A problemática do esquema
estímulo-resposta deve ser vista com outros olhos.
Será que não estamos nos contradizendo ao afirmar, ao mesmo tempo, que é um absurdo o
esquema apresentado por eles e que é através dos gestos, das expressões fisionômicas, do
silêncio que significa, que encontramos respostas (verbais ou não-verbais) para um
diferente tipo de estímulo?
Não estamos com esse questionamento, querendo afirmar que existe um novo tipo de
behaviorismo, mas tentando mostrar que não podemos descartar toda a teoria como se a
mesma não nos servisse mais.
Dessa forma, entendemos que não só as duas mas toda e qualquer teoria é sempre um ponto
que tece outro ponto e se redefine a cada leitura.

III. Os recursos utilizados no uso do imperativo em português L1

As gramáticas de cunho tradicional do Português, em sua grande maioria, não apresentam


de maneira satisfatória o emprego do imperativo em diferentes contextos. Vejamos o que
alguns autores afirmam:

“ o modo imperativo impõe o processo verbal ao ouvinte, assumindo atitude ativa; é o


modo do mando.” (GRIFO NOSSO) (Luft, p. 129,1989)

“ imperativo – exprime ordem, pedido, convite, conselho, súplica, etc. ...Cumpre apenas
acrescentar... que o infinitivo pode substituir o imperativo nas ordens instantes.”(Bechara,
p. 104;279, 1994)

“ Com este modo, dirigimo-nos a uma ou mais pessoas, para manifestar o que queremos
que ela faça, ou elas façam. Existem, para o imperativo duas formas: a afirmativa e a
negativa. (Rocha Lima, p. 129, 1994)

Dentre as gramáticas analisadas podemos destacar a Gramática da Língua Portuguesa, de


Celso Cunha (1980), que aponta vários “substitutos” (termo utilizado pelo autor), para
exprimir o imperativo, tais como:
a) frases nominais: Fogo! (= Atire!)
b) presente para atenuar a rudeza da forma imperativa: Você vai com ele. (= Vá com ele!)
c) futuro do presente simples para atenuar ou reforçar o caráter imperativo (de acordo com
a entonação): Você virá comigo. (= Venha comigo.)
d) imperfeito do subjuntivo que transforma a ordem numa simples sugestão em frases
interrogativas: Se falasses mais baixo!? (= Fala mais baixo!)
e) infinitivo: Não pisar na grama. (= Não pise na grama.)
f) gerúndio: Andando (= Ande!)
g) perífrase formada de ir ou vir (no imperativo) e do verbo principal (no infinitivo):
Não venha me dizer que está saindo novamente do emprego. ( a perífrase ressalta o sentido
do verbo)
h) frases de entoação interrogativa: Quer ficar quieto? (= Fique quieto.)
Cunha (1980) ainda faz importantes observações sobre o imperativo afirmando que a
eficácia desse modo verbal “está sempre condicionada ao tom de voz, que é, nas formas
afetivas da linguagem, um elemento essencial”, e que devemos ressaltar, no sentido de
enfraquecer a noção de mando, “o emprego de fórmulas de polidez ou de civilidade, tais
como: por favor, por gentileza, tenha a bondade, etc..(op. cit., 455;456).
Ao refletir sobre os apontamentos que Cunha (1980) faz, podemos, então, tecer algumas
considerações sobre modalização e modalidade para que possamos mostrar que existe uma
hierarquia no emprego do imperativo. Ou seja, ao analisarmos um enunciado que tem como
objetivo transformar uma situação, mudando o comportamento do interlocutor, temos que
levar em conta todos os elementos que fizeram parte do processo de enunciação, uma vez
que só assim poderemos compreender as diferentes atitudes que cada interlocutor terá
numa situação específica.
Segundo Pinto(1994), existem dois tipos de modalização, a da enunciação, que é o nome
dado às operações enunciativas que visam atender ao objetivo comunicacional, e a do
enunciado, que é o valor que o emissor atribui aos estados de coisas2 que descreve ou
alude em seus enunciados e/ou aos participantes desses estados de coisas. O referido autor
aponta vários tipos de dispositivos de modalização, no entanto, só nos é pertinente aqui
citar as modalidades diretiva e deôntica (op. cit. pp.83-138),.
A modalidade diretiva é utilizada nos enunciados em que o receptor tenha que, no futuro,
apresentar um comportamento solicitado pelo receptor. Esse comportamento, segundo
Pinto (1994), pode ser através de uma resposta verbal ou de qualquer tipo de resposta, no
caso de enunciados imperativos.
A modalidade deôntica manifesta-se em enunciados com modalização diretiva e se referem
“ao grau de liberdade com que podem ser cumpridos”(op. cit. p. 97).
Pinto (1994) afirma que a produção de enunciados com modalidade diretiva com valor de
imperativo vai ser basicamente feita com todos aqueles meios apontados por Cunha
(1980), reforçando a idéia de que nesses enunciados “à medida que decresce o poder de
imposição detido ou pretendido pelo emissor, aumenta o arbítrio do receptor, e que vai da
expressão da ordem, aos requerimentos e pedidos, à sugestão, ao conselho, aos pedidos de
informação e à interpelação, pura e simples.’(op. cit. 92)
Os exemplos abaixo ilustram a hierarquia, citada acima, no emprego do imperativo.

1) Você pode não falar tudo hoje. (=Fale se quiser.)

2) Você não pode falar tudo hoje. (=Não fale tudo hoje.)

No exemplo 1, temos um enunciado que expressa uma não obrigatoriedade de realização do


ato, é facultativo. No exemplo 2, o enunciado apresenta uma modalidade de obrigação.
Essa diferença de significado é apontada pela simples mudança de lugar do item lexical
não no sintagma.
Para o aluno de português L1, essa mudança de sentido é percebida facilmente, no entanto
um aluno de português L2 poderá, dependendo do nível, ter dificuldades para perceber que
existem nestes exemplos diferentes maneiras de se usar o modo imperativo (facultativo e

2
Estados de coisas são, segundo Pinto(1994), certos tipos de contruções lingüística utilizadas com o sentido de “povoar”o universo do
discurso que se vai construindo de seres e/ou objetos aos quais se faz referência, e a respeito dos quais “se diz alguma coisa”.
obrigatório) e que essa sutileza da língua pode ser feita com uma simples mudança de
colocação de um item lexical.

III. O imperativo no ensino de português L2

Os livros didáticos destinados ao ensino de português como L2, em sua grande maioria,
não apresentam a complexidade do uso do imperativo em situações reais de comunicação.
Alguns apontam somente a alternância entre as formas do imperativo tu e você para
demonstrar as diferenças entre o registro formal e o coloquial.
Muitas vezes ocorre de os alunos, em sala de aula, questionarem qual seria a melhor
maneira de solicitar uma informação na rua, pedir para chamarem uma pessoa ao telefone
ou, ainda, marcar um encontro com uma namorada(o). Nesse momento, o professor deve
estar preparado para explicar os vários recursos que o usuário da língua utiliza, em
situações diversas, para que o seu interlocutor compreenda a natureza do seu ato e para
que o comportamento solicitado seja realizado adequadamente.
Meyer (1996) aponta para o fato de que no português do Brasil os atos de fala são
preferencialmente indiretivos e que o estrangeiro “desprovido de intuição lingüística que
lhe permita perceber o tipo de ato social embutido em um enunciado indireto” pode reagir
de forma socialmente inadequada”.
O enunciado “Aparece lá em casa!” é um bom exemplo. O estrangeiro pode entender que
ele tem que ir a casa de seu amigo, e vai. Ao chegar lá, seu amigo lhe diz: “Que surpresa.
Você por aqui?!” Isso prova que nem sempre se quer dizer exatamente o que se diz.
Um outro exemplo é o uso da expressão então tá, tão freqüentemente utilizado no Brasil.
Essa expressão ao ser dita em uma conversa telefônica ou face-a-face tem por objetivo pôr
fim ao discurso, para finalizar um assunto e começar outro ou terminar toda a conversa. Ou
seja, seria o mesmo que dizer, dependendo da situação, Chega! Cale a boca! Vá logo
embora!. O estrangeiro não conhecendo os possíveis valores dessa expressão, em uma
dada situação, poderia continuar falando e, conseqüentemente, ser chamado de
inconveniente ou, até mesmo de chato.

IV. Considerações finais

Todas as considerações feitas neste trabalho, ainda iniciante, tiveram por objetivo
apresentar a complexidade que envolve o emprego do imperativo em situações de uso. É
necessário ressaltar que apenas tivemos a pretensão de discorrer, em linha gerais, sobre a
literatura em torno do tratamento dado às estratégias utilizadas pelo falante de uma língua
para expressar a noção de ordem, pedido, conselho, sugestão etc. Essa pretensão expressa,
certamente, a nossa preocupação em ampliar os horizontes sobre o assunto em questão.
Ao discutirmos esse tratamento, chegamos a conclusão premente de que, enquanto
professores de português L1 ou L2, devemos nos preocupar com os vários aspectos que
interagem numa situação de comunicação e, dessa forma, repensar os nossos procedimentos
metodológicos relativos ao ensino do emprego do imperativo.
Referências Bibliográficas

BECHARA, E. (1994) Moderna Gramática Portuguesa. 35a ed., Moderna, São Paulo.

CUNHA, C.(1980) Gramática da Língua Portuguesa.7a ed., FENAME, Rio de Janeiro.

FONSECA, F. I. (1991) Gramática e Pragmática – Estudos de Lingüística Geral e de


Língüística Aplicada ao Ensino de Português. Porto Editora, Porto.

KEMPSON, R. (1980). Teoria Semântica. Zahar,R.J.

ORLANDI, E. P.(1993). As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. 2a ed., Editora


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LEVINSON, S.C. (1983). Pragmatics. Cambridge, University Press, Cambridge.

LUFT, C. P. (1989). Moderna Gramática Brasileira. 9a ed., Globo, São Paulo,.

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ROCHA LIMA, Carlos Henrique da. (1994) Gramática normativa da língua portuguesa.
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