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ICONICIDADE E MARCAÇÃO

Vinícius de Oliveira do Carmo Lima

RESUMO: O trabalho a seguir tem como finalidade apresentar os conceitos de


iconicidade e marcação antes vistos nos artigos apresentados em sala de aula,
com objetivo de apresentar estudos de diferentes víeis de pensamento para
que possa ter um melhor aprofundamento e esclarecimento do assunto. Além
de, apresentar os problemas que foram enfrentados pelos lingüistas no
desenvolvimento e apuração da teoria. O método utilizado será por meio da
analise dos textos que foram apresentados, com enfoque no texto
“Pressupostos teóricos fundamentais

PALAVRAS-CHAVE: Estudo; iconicidade; lingüistas; desenvolvimento

INTRODUÇÃO

O principio da iconicidade surge do funcionalismo lingüístico que se baseia em


na diferença das abordagens formalistas utilizadas no estruturalismo e no
gerativismo, principalmente por considerar a linguagem como um instrumento
de interação social e indo além da estrutura gramatical. Sendo assim, o
principal objetivo desse estudo é apresentar as diferentes analises sobre o
tema de forma a apresentar de forma mais aprofundada um dos temas que fez
grande diferença para a continuidade do funcionalismo. Na primeira seção será
feito o estudo sobre o fenômeno de analise a ser apresentado, no tópico 1.1
será feito um estudo sobre a visão da gramática tradicional em relação ao tema,
no tópico 1.2 será feito o estudo sobre a perspectiva gerativa em cima do
assunto analisado, no tópico 1.3 encerra-se a primeira seção com a abordagem
funcional. Na segunda seção terá a apresentação da teoria adotada pelos
funcionalistas para que pudesse surgir o conceito de iconicidade e marcação.
Na terceira seção se aproxima da conclusão, onde será apresentada a
problemática verificada de acordo com os estudos realizados. Expostas todas
as seções, se tem as considerações finais como conclusão do tema.

Estudante de graduação no curso de Letras Português e suas Literaturas pela


Universidade Federal do Espírito Santo,vini_ocl@hotmail.com.
1. O FENÔMENO DE ANALISE

As posições do Funcionalismo e da Teoria da Variação sobre a relação entre


forma e função (significado) na linguagem são aparentemente irreconciliáveis.
Assim, para os funcionalistas, o código lingüístico é basicamente icônico (Givón,
1990). O conceito de iconicidade remonta, embora não se reduza aos seus
termos, ao preceito de Aristóteles: o pensamento reflete a realidade e a
linguagem reflete o pensamento. De acordo com a sua versão mais radical e
idealizada, existiria uma correspondência biunívoca e não- arbitrária, que se
traduz pela fórmula: uma forma-uma função. Para os variacionistas, ao
contrário, os sistemas lingüísticos são inerentemente variáveis. A alternância
entre duas (ou mais) formas para expressar um mesmo significado (mesmo
conteúdo proposicional ou mesmo valor verdade) é parte da estrutura das
línguas. Apesar desta aparente contradição, no entanto, os dois modelos
podem ser conciliados. Na verdade, isto é o que vem ocorrendo, a partir de
versões mais moderadas.

A) presente do indicativo:

=> Se você insiste, eu conto.

B) futuro do subjuntivo:

=> Se você insistir, eu conto.

C) imperfeito do subjuntivo:

=> Se você insistisse, eu contava.

1.1 A VISÃO DA GRAMÁTICA TRADICIONAL

A visão da gramática como entidade autônoma e a concepção de língua


comosistema autocontido, sem interferência de fatores externos, têm sido
adotadas e difundidasdesde a Antigüidade Clássica até os dias atuais pela
Gramática Tradicional e pelascorrentes lingüísticas vinculadas ao pólo
formalista. No entanto, estudos têm demonstradoque a língua pode refletir, de
alguma forma, a estrutura da experiência humana. Nestetrabalho, discute-se a
questão da iconicidade a partir da visão funcionalista de linguagem.Para isso,
efetuou-se um levantamento da relação entre grau de explicitude e
realizaçãomorfológica de SNs na função de sujeito (entidade sintática) e
também um levantamentoda freqüência de ocorrência de orações paratáticas,
de orações hipotáticas, de oraçõesencaixadas e de orações independentes em
um corpus formado por narrativas orais,narrativas escritas, elocuções formais e
trabalhos acadêmicos.
1.2 A PERSPECTIVA GERATIVA

No que se refere à criatividade exclusivamente humana no uso da


linguagem, o gerativista enfatiza que os falantes são capazes de compreender
e produzir frases/sons/palavras jamais ouvidas ou pronunciadas anteriormente
e esse fato independe do nível de escolaridade: de analfabetos a pessoas
altamente cultas, isto é, todos possuem o potencial para formular sentenças
das mais simples às mais elaboradas. Em linhas gerais, como bem aponta
Kenedy, 2013b, p. 128, “a criatividade é o principal aspecto caracterizador do
comportamento linguístico humano, aquilo que mais fundamentalmente
distingue a linguagem humana dos sistemas de comunicação animal”.

Em linhas gerais, o conceito da GU, contribui para a explicação da


universalidade sintática das línguas, pois representa o estágio inicial da
aquisição da linguagem é permeado pela ativação dos princípios gerais. À
medida que o ambiente linguístico (no qual a criança está inserida) fornece as
informações necessárias, os parâmetros específicos de uma determinada
língua são formatados e assimilados até atingir o estágio estável: conforme
Chomsky (1981), é nessa fase que a Língua-I se estabelece na mente das
pessoas, a qual corresponde a uma realidade de caráter individual, interno e
cognitivo, além de também ser conhecida como competência, pois é de ordem
gramaticalmente abstrata. A contraparte mencionada pelo gerativista (embora
não seja o foco do estudo) é a Língua-E que, por sua vez, diz respeito a uma
realidade de caráter coletivo, externo e sociocultural que também é conhecido
como desempenho no uso do saber linguístico em situações
sociocomunicativas reais. Em consonância com a propositura de Chomsky
(1986), é de suma importância a correlação entre essas duas dimensões
linguísticas, haja vista que o aparato estrutural dos princípios linguísticos
universais (a forma linguística) possibilita a materialização da língua num dado
ato sociocomunicativo (a função linguística).

1.3 A ABORDAGEM FUNCIONAL

Em linguistica, iconicidade é definida como a correlação natural entre forma e


função,entre código linguistico(expressão) e seu designatum(conteúdo). Os
linguistas funcionais defendem a ideia de que a estrutura da lingua reflete, de
algum modo, a estrutura da experiência. Como a linguagem é uma faculdade
humana, a suposição geral é que a estrutura linguistica revela as propriedades
da conceitualização humana do mundo ou as propriedades da mente humana.
As discussões em torno da motivação entre expressão e conteudo na
lingua remontam a antiguidade clásssica, coma a famosa polêmica que dividiu
os filosofos gregos em convencionalistas e naturalistas. Enquanto os primeiros
dendiam que tudo na lingua era convencional, com um resultados do costume
e da tradição.

2. A TEORIA ADOTADA

Uma categoria é caracterizada como [+marcada]ou[–marcada] de


acordo com a sua complexidade estrutural, freqüência e complexidade
cognitiva. A natureza marcada ou não-marcada de uma categoria depende dos
contextos social, comunicativo e neurobiológico – os assim chamados “campos
substantivos”. A oposição entre categorias [+ marcadas] e [– marcadas]
permite estabelecer uma hierarquia entre as formas morfossintáticas: PI, FS e
IS. A correlação entre as formas do esquema condicional e os conteúdos
codificados revela a atuação do princípio icônico das marcas, segundo o qual,
categorias estruturalmente marcadas são substantivamente marcadas.

Um segundo princípio icônico, o da quantidade, confirma a motivação


icônica na distinção entre as três categorias: a informação menos preditível é
codificada com mais material. Observa-se que a quantidade crescente de
material fônico e a carga maior de acentuação acarretam um aumento da
perceptibilidade entre PI (acréscimo zero), FS (acréscimo de acentuação tônica)
e IS (acréscimo acentuação tônica e de sílaba). A este aumento de marcas
sonoras no código relaciona-se iconicamente uma gradação decrescente
quanto à preditabilidade dos eventos codificados: PI codifica eventos reais (i.e.,
tidos como ocorrentes na realidade) logo, mais facilmente preditíveis e
accessíveis cognitivamente; FS codifica eventos potenciais - nem reais nem
irreais (isto é, tidos como não ocorrentes mas passíveis de ocorrer) logo,
medianamente preditíveis e accessíveis cognitivamente; e, finalmente, IS
codifica eventos irreais (i.e., tidos como não-ocorrentes nem passíveis de
ocorrer) logo, de difícil preditibilidade e accessibilidade.

a) real – pres ind:

(10) Se [=já que] a gente quer fazer o bem, tem que escutar...

b) potencial (provável) – pres ind:

(11) O que é importante do ponto de vista do político, eu penso que é o


seguinte: é o povo estar bem... (Se) (por acaso) Eu estou (PI) num
regime socialista, comida e bebida, o povo está contente.
c) potencial (possível) - fut subj:

(12) Eu digo: “Ó fulano, (...) se você for (FS) um professor, tem

noventa por cento de condições de sobreviver.

d) irreal (improvável) - impf subj:

(13) Se [domingo que vem] tivesse um tempo legal até assim,

depois do trabalho, fazia um passeio.

e) irreal (impossível) - impf subj:

(14) Se eu nascesse e não morresse ia dar coisa ruim

3. PROBLEMATICA VERIFICADA NOS ESTUDOS REALIZADOS

A problematica analisada é visto na forma que dificilmente se encontra formas


de analisar os principios da iconicidade e marcação de outras perspectivas,
visto que surge de uma abordagem funcionalista que se deu inicio logo após o
fim do estruturalismo e do gerativismo, incorporando partes das teorias de
forma a considerar que a lingua varia de acordo com o falar do individuo e do
meio social a qual ele esta inserido.Algumas das Observações que se seguem
apresentam nitidamente um caráter de hipóteses investigativas, cuja
comprovação ou refutação não cabem nos propósitos deste trabalho, em que
Procuramos tão somente situar o ptoblema teórico em questão. Um aspecto
importante a se observar é que parece existir uma variação de perspectiva no
percurso da análise dos fenômenos da iconicidade, conforme o nível lingüístico
em que estes fenômenos se localizam.Enquanto as motivações de ordem
fonética, sintática e morfológica invocam um conceito de iconicidade, vale dizer:
correspondendo a uma similaridade entre o objeto representado e o
representâmento do signo—, os casos de motivação semântica convergem
para uma semelhança situada no nível dos interpretantes, isto é, no plano das
imagens(ou“ícones mentais”)evocadas pelaspalavras.Aceitando-se esta
interpretação, cabe observar que a iconicidade é aqui considerada como um
componente intrínseco dos símbolos. A metáfora pode ser assim entendida
como potencializadora de um caráter icônico inerente, em certa medida, aos
signos verbais em geral e,portanto, preexistente nos signos que participam do
paralelismo semântico em que ela se baseia
REFERÊNCIAS

- ANTONIO, Juliano Desiderato.MANIFESTAÇÕES SINTÁTICAS DO PRINCÍPIO DA ICONICIDADE


NAFALA E NA ESCRITA: UMA ANÁLISE FUNCIONALISTA DAREALIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE
SNs NA FUNÇÃO SINTÁTICA DESUJEITO E DA FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA DE ORAÇÕES.Alfa,
São Paulo, 52 (1): 195-214, 2008

- GRYNER, Helena.Variação e iconicidade: a representação morfossintática de uma hierarquia


semântica.Rev. Est. Ling., Belo Horizonte, v.7, n.2, p.139-160, jul./dez. 1998

- CUNHA, Maria angélica Furtado da Cunha. Presupostos teóricos fundamentais (cap. 2 pag. 21)

- FERRAZ, Expedito Junior.A ICONICIDADE, DA SEMIÓTICA À LINGÜÍSTICA: SITUAÇÃO DO


PROBLEMA.UFPB

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