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3 - fundamentos epistemológicos
Anna Christina Bentes e Fernanda Mussalim / Contexto
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objeto da relação epistemológica) e procura saber como é que esse conhecimento é
adquirido, ao passo que a linguística cognitiva interessa-se pelo conhecimento
através da linguagem e procura saber como é que a linguagem contribui para o
conhecimento do mundo. Quanto à questão da aquisição da linguagem, embora
ainda não tenha construído uma teoria explícita, a linguística cognitiva possui
elementos que lhe permitem rejeitar a tese gerativista de que a aquisição da
linguagem envolve mecanismos e condicionamentos que são específicos da
linguagem. Em particular, os estudos de linguistas cognitivistas que têm
demonstrado que a conceptualização de domínios abstratos é feita, geralmente, em
termos metafóricos a partir de domínios concretos e familiares (tais como o
domínio espacial) constituem um bom elemento de uma futura teoria não-
autonomista da aquisição da linguagem.
Ainda em oposição à gramática gerativa, a linguística cognitiva procura
demonstrar que os alegados fenómenos "formais" que estiveram no centro da
formação da teoria gerativa envolvem fatores semânticos e funcionais. Quer isto
dizer que para a linguística cognitiva a linguagem deve ser explicada em termos
semânticos e funcionais (perspectiva que ela partilha, aliás, com outras teorias
linguísticas pragmática e funcionalmente orientadas), e, portanto, uma sintaxe
formal e autónoma revela-se pouco adequada.
A linguística cognitiva é cognitiva no mesmo sentido que o são outras ciências
cognitivas (Psicologia Cognitiva, Neurociência, Inteligência Artificial,
Antropologia, Filosofia, etc.): também ela assume que a nossa interação com o
mundo é mediada por estruturas mentais. Mas é, por natureza, mais específica, já
que se ocupa unicamente da linguagem como um dos meios de conhecimento.
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incontornável: não podemos, pela sua relevância para a
compreensão das questões humanas, escapar de estudá-las (não
podemos contorná-las no sentido de desviar delas; e não dispomos
de qualquer teoria capaz de contorná-las (no sentido de traçar uma
linha teórica que as contenha). (FARACO, 2005, p. 214)
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Nesse sentido, percebemos alguns pontos convergentes na obra de Vygotsky e
de Bakhtin, porém não se pode afirmar que tenha havido um encontro na vida
desses dos dois autores. Mas Freitas (1997), em Bakhtin, dialogismo e construção
do sentido, escreve sobre a obra deles e salienta um dos pontos a que referimos.
Ela destaca que o outro é peça importante e indispensável de todo o processo
dialógico que permeia ambas as teorias.
Bronckart (2009, p. 13) tem como base a teoria desses dois autores,
entendendo as condutas humanas como ações situadas cujas propriedades
estruturais e funcionais são, antes de mais nada, um produto da socialização.
A palavra interacionismo originou-se de interação. De acordo com Morato
(2004), o interacionismo, no âmbito da linguística, marcou a metade do século XX
como uma reação das posições teóricas externalistas contra o psicologismo que
impregnava a ciência da linguagem naquela época. A mesma autora sustenta que
podem ser considerados interacionistas aqueles domínios da linguística que se
baseiam numa posição externalista sobre a linguagem. Entre essas vertentes, ela
destaca: a sociolinguística, a pragmática, a psicolinguística, a semântica
enunciativa, a análise da conversação, a linguística textual e a análise do discurso.
Pode-se afirmar que o termo partiu de uma conceituação ampla e se manteve
ampla. Sobre isso, Morato (2004) esclarece que é preciso situar o que se entende
por “linguagem” e por “social” em determinada construção teórica. Daí obtém-se a
base necessária para se identificar o tipo de interacionismo que se reivindica ou
anuncia. Dessa forma, entendemos que definir os limites entre um interacionismo
e outro é um terreno escorregadio, porque não é apenas a relação entre indivíduo e
sociedade, ou entre reflexão e ação, ou entre linguagem e cognição, ou entre
locutor e interlocutor que está em jogo, mas a forma como se entende interação e
como ela origina a vertente a se estudar. Em linhas gerais, essa abordagem coloca o
conhecimento sócio-culturalcognitivo que se constrói e se expressa nas interações
face a face como foco central de análise. Tal conhecimento está na base das
interpretações sobre a situação comunicativa, dos papéis desempenhados e dos
enunciados produzidos pelos participantes. (SCHIFFRIN, 1994 apud OLIVEIRA,
2009). Outra linha é a etnografia, a qual é constituída do estudo das formas
costumeiras de viver de um grupo particular de pessoas associadas de alguma
maneira. Segundo Paraná (2005), essa abordagem surgiu por volta do final do
século XIX e início do século XX, tendo como objetivo revelar o significado
cotidiano no qual as pessoas agem, assim como encontrar o significado das suas
ações. Uma informação relevante é que a etnografia assume o seu significado a
partir do interacionismo simbólico, que é uma das principais escolas de
pensamento da sociologia. A última abordagem é o Sócio-interacionismo ou
Interacionismo social; e sobre esta trataremos mais detalhadamente. Essa teoria
parte de um materialismo dialético, apoiando-se na concepção de um sujeito
interativo que elabora seus conhecimentos sobre os objetos, em um processo
mediado pelo outro. Assim, tal concepção entende que o conhecimento se dá a
partir das relações sociais, sendo produzido na intersubjetividade e marcado por
condições culturais, sociais e históricas.
Nesse sentido, Vygotsky considera que tudo nasce da interação com o outro, a
criança, antes de controlar o próprio comportamento, começa a controlar o
ambiente com a ajuda da fala. Esta é tão importante quanto a ação para atingir um
objetivo, de acordo com a perspectiva deste teórico. Ele postula que quanto mais
complexa é a ação exigida pela situação e menos direta a solução, maior é a
importância que a fala adquire na operação como um todo.
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O autor também destaca que essa unidade de percepção, fala e ação provoca a
internalização do campo visual. A partir disso, este teórico investigou a fala
egocêntrica de crianças envolvidas em atividades e concluiu que a fala egocêntrica
está ligada à fala social das crianças através de muitas formas de transição. De
acordo com o autor, primeiramente, a linguagem tem uma função interpessoal, à
medida que a criança recorre verbalmente ao adulto para resolver um problema.
Em seguida, a linguagem adquire uma função intrapessoal, no momento em que a
fala socializada é internalizada, a partir daí, as crianças passam a apelar a si
mesmas, além de realizar uso interpessoal da linguagem.
Então, para Vygotsky (1998), a história do processo de internalização da fala
social é também a história do intelecto prático das crianças. Ele postula que os
processos elementares são de origem biológica, enquanto as funções psicológicas
superiores são de origem sociocultural. E do entrelaçamento dessas duas linhas,
nasce a história do comportamento da criança, na concepção desse estudioso. Por
isso, Vygotsky (ibid.) considera a história natural do signo como estudo
fundamental para a história do desenvolvimento das funções psicológicas
superiores e concebe o uso de instrumentos e a fala humana como as raízes do
desenvolvimento.
A abordagem sociointeracionista exerce uma grande influência sobre o
quadro teórico que trataremos a seguir.
Em continuidade aos princípios do interacionismo social, Jean-Paul
Bronckart desenvolve o Interacionismo sociodiscursivo. Essa abordagem tem
muitos elementos em comum com a abordagem anterior, tanto que é considerada
um prolongamento dela, adotando três princípios gerais. De acordo com Bronckart
(2006, p. 9), o primeiro princípio defende que o problema da construção do
pensamento consciente humano deve ser tratado paralelamente ao da construção
do mundo dos fatos sociais e das obras culturais. É por isso que ele considera os
processos de socialização e individuação como vertentes indissociáveis do
desenvolvimento humano. O segundo princípio trata do questionamento das
Ciências Humanas, o qual deve apoiar-se na filosofia (de Aristóteles a Marx) e
preocupar-se ao mesmo tempo com questões de intervenção prática. O terceiro
princípio fundamenta-se nas problemáticas centrais de uma ciência do humano,
acreditando que elas implicam relações de interdependência entre os aspectos
psicológicos, cognitivos, sociais, culturais, linguísticos, e também os processos
evolutivos e históricos. No entanto, é necessário apontar o que diferencia uma
abordagem da outra. Sendo assim, Bronckart concebe a linguagem como
instrumento fundador e organizador de processos psicológicos superiores (como
percepção, cognição, emoções e sentimentos). Com isso, esclarece que a abordagem
do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD) tem como unidades de análise a
linguagem, as condutas ativas e o pensamento consciente. Dos três aspectos
mencionados, a linguagem destaca-se como o elemento central na abordagem do
ISD e, por conseguinte, para uma ciência do humano. Inclusive, o ISD defende que
os signos da linguagem fazem parte da gênese da constituição da consciência.
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estudadas como um conjunto de práticas materiais que produzem as relações de
produção. O aparelho repressivo do Estado (ARE) funciona como repressor das
instituições como escola e religião que se veem subordinadas a ele. O projeto da AD
se inscreve num objetivo político e a Linguística oferece meios para abordar a
política. Althusser designa um determinado momento histórico, um estado de
relações como aliança entre as classes sociais de uma comunidade, uma vez que
visa à definição de uma ciência da ideologia que não fosse ideológica. Diversos
teóricos das inúmeras áreas contribuíram para definir o vocábulo, ideologia, bem
como a finalidade da AD diante da intepretação dos discursos oriundos de vários
segmentos da sociedade.
Para o estruturalismo saussuriano, a autonomia da linguagem é unanime, não
é apreendida na sua relação com o mundo, mas na estrutura interna de um sistema
fechado sobre si mesmo. Na dicotomia de Saussure, a língua/ fala é concebida
como abstrata e sistêmica, de modo que difere da concepção de Pêcheux apesar de
se nortear através da dicotomia saussuriana. Entretanto, não concebe nem o
sujeito, nem os sentidos como individuais, mas como históricos e ideológicos. De
acordo com a concepção estruturalista, cada elemento adquire sua identidade fora
de si, por sua vez definem os elementos. Lacan faz uma releitura da teoria de Freud
a partir da descoberta do inconsciente como uma cadeia de significantes, pois o
sujeito sofre uma alteração substancial, uma vez que seu estatuto de homogênea
passa a ser questionado. Deste modo, o inconsciente é o lugar desconhecido, uma
vez que impera o discurso do pai, da família, da lei, entre outras. Relação que
define o sujeito e ganha identidade. Lacan define que o sujeito substancializado
não está onde é procurado, no consciente. Apoia-se na teoria de Jakobson por meio
da teoria da comunicação, uma vez que cria mecanismo que exemplifique um
sistema composto de elementos – remetente, destinatário, código, mensagem,
contexto, canal. Tais meios que forma um circuito comunicativo entre emissor e
receptor. O sujeito não é livre para dizer o que quer, mas é levado, sem que tenha
consciência do fato.
A especificidade da AD é o núcleo que se ocupa do estudo da língua como se
fosse apenas conjunto de regras, não considera a língua enquanto conjunto
histórico e social. A partir de gêneros discursivos, alguns elementos contidos nos
discursos serão analisados, tanto no âmbito gramatical, semântico. Entre outras
áreas capazes de refletir a língua como objeto de estudo.
Há o objetivo de explicar o modo que a AD se difere dos campos das ciências
humanas, entende-se que a palavra discurso observa o modo que a língua funciona.
Para entender a área da Linguística, Análise do Discurso, campos como o histórico,
antropológico, sociológico, cognitivo, entre outros falam sobre este campo. A
analista do discurso Sírio Possenti discorre neste capítulo com o objetivo de expor
aspectos da concepção de discurso, bem como a ótica da ruptura. O vocábulo
ruptura é compreendido no texto que há uma quebra com a ideologia à medida que
se instaura uma problemática diante da cientificidade. Ainda menciona cientistas
de campos distintos como uma linguística, liderada por Saussure, a psicanálise por
Freud e a Física de Copérnico.
A AD é uma teoria que tem a função de analisar conteúdo por meio da
filologia cuja função se deve a hermenêutica, portanto, da interpretação. O
rompimento da AD com a linguística reivindica uma semântica como um de seus
componentes que são rompidos com a AD. A filologia é considerada a mais difícil
arte de ler, pois o filólogo tem a função de conhecer a significação que é conservada
por meio da escrita. Quanto ao âmbito da ruptura, a análise do discurso não é anti-
linguística, pelo contrário, não há esta área sem a linguística, ela reconhece sua
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especificidade, mas limita o domínio, uma vez que não aceita uma palavra em seu
sentido óbvio, tem a finalidade de verificar o que ocorre nas entrelinhas, portanto,
implícito no discurso do emissor. Para a pragmática, a AD tem a intenção de se
desvencilhar deste campo, visto que para a pragmática o sujeito é consciente e
dotado de um saber e não desconhece um quadro social no interior do qual a
interlocução se dá. Como consequência desse rompimento, há a ruptura com outro
campo, a psicologia, pois a AD considera o sujeito quanto o discurso é afetado pelo
inconsciente e pela ideologia, concepção desconsiderada pela psicologia.
Para Análise do Discurso (AD) francesa, o texto não é uma unidade de análise,
uma vez que decorre decorre o fato de que cada texto é parte de uma cadeia. Teoria
que leva em consideração os conhecimentos conhecimentos prévios dos locutores e
interlocutor. No entanto, o sentido de uma palavra pode ser substituído substituído
por outra, no interior da FD (Formação Discursiva). No interdiscurso que é uma
das principais príncipais características da AD, há diversos nomes como: polifonia,
dialogismo, heterogeneidade, intertextualidade. O verbete “interdiscurso” é
entendido como um conjunto de unidades discursivas com as quais um discurso
entra em relação explícita ou implícita. Em suma, a AD rompe com a concepção de
sujeito uno, livre, este ramo da linguística depende das demais áreas, visto que não
é ciência, é o reconhecimento do interdiscurso do qual produz conhecimentos.
Diversas áreas contribuíram para definir ideologia. A Análise do Discurso
(AD) francesa tem contribuído por meio das ideias, crenças e valores que se
materializam no discurso e na língua/linguagem de forma geral. A ideologia se
apresenta como falsa consciência, ou seja, uma visão invertida da realidade, uma
vez que um determinado grupo tem a função de difundir ideias e valores através de
determinado seguimento social. Na filosofia a partir de Marx e Engels, este campo
desenvolveu a noção de ideologia e buscava refletir sobre o funcionamento social e
suas transformações históricas, de modo que o tipo de leitura dependia da leitura e
interpretação como fato social do interlocutor. Em analogia ao sujeito e aos fatos
sociais, a história é um desenvolvimento de ideias, de modo que a ideologia é
constituída pelo processo de afinidades sociais.
Para Émile Durkheim, a ideologia é considerada como o conhecimento da
sociedade, que é impregnado de subjetividade, diferente do científico. Segundo
Chauí, de acordo com a concepção marxista, tem o sujeito como participante do
processo social. O sujeito vê, reage diante dos fatos sociais de dominação e
subordinação. Outro filósofo contribui para definir o conceito de ideologia, ele
afirmou que as bases da teoria marxista de criação ideológica estão relacionadas
aos problemas de filosofia da linguagem, pois a palavra é um fenômeno ideológico,
uma vez que atua por analogias. Althusser demonstra o lugar das manifestações
das ideologias através dos aparelhos ideológicos de estado. Para Eagleton, o
filósofo afirma que a ideologia é uma questão de discurso e através da linguagem
surti efeitos discursivos concretos, por sua vez, a significação se volta para práticas
sociais. Já Pêcheux diz que as palavras recebem sentido da formação discursiva na
qual são produzidas e o discurso é reconhecido por meio da formação discursiva
que o domina e é considerado como sujeito.
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• Preocupações com a semântica, na década de limitações da Linguística
tornaram as 1960, insustentáveis.
• Semântica estrutural desenvolveu princípios e métodos para estudar o plano
do conteúdo, delimitado por Hjelmslev.
• Contribuições da foram indicar a pequenas, mas necessidade de romper as
barreiras entre a frase e o texto e o enunciado e a enunciação.
• Se a Semiótica tem por objeto o texto, dentro do âmbito da comunicação,
faz-se necessário definir o que é texto.
• Primeira definição de texto: um todo de sentido, objeto da comunicação
estabelecida entre um destinador e um destinatário.
• Primeira definição coloca o texto como objeto de significação. Para
desvendar essa significação, é preciso realizar uma análise interna e estrutural do
texto.
• Segunda definição: texto é um objeto de comunicação, cultural, inserido
numa sociedade e determinado por formações ideológicas.
• Segunda definição implica exame das condições sócio-históricas de
produção e recepção dos textos, remetendo a uma análise externa de seu conteúdo.
• Métodos de análise interno e externo são muitas redutores ou limitados,
vezes vistos como corruptores dos textos.
• Semiótica tem se esforçado para realizar a análise tanto da organização
interna do texto quanto dos mecanismos relacionados a sua enunciação.
• Texto estudado pela semiótica pode ser verbal, não verbal ou sincrético.
Diferentes possibilidades da manifestação textual tendem a convocar análises
especializadas em linguagens específicas, o que faz com que se perca a
possibilidade de comparação entre expressões distintas.
• Semiótica concebe plano do conteúdo como percurso gerativo do sentido.
• O percurso gerativo do sentido pode ser resumido em cinco apontamentos:
• 1) sua direção é sempre do mais simples e abstrato ao mais complexo e
concreto;
• 2) é dividido em três níveis, cada qual com sua própria gramática, mas
dependente dos demais;
• 3) o nível fundamental ou estrutura fundamental consiste no
estabelecimento de uma oposição semântica mínima;
• 4) o nível narrativo ou das estruturas narrativas é constituído a partir de um
sujeito, e estabelece os actantes narrativos e o desenvolvimento da narrativa;
• 5) o nível do discurso é aquele em que a estrutura narrativa é assumida pelo
sujeito da enunciação.
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• Oposição fundamental, assumida como valores narrativos, é recoberta
figurativamente por temas e figuras.
• Dois actantes do enunciado elementar: sujeito e objeto, em relação
transitiva.
• Enunciados de estado: sujeito está em junção (conjunção ou disjunção) com
o objeto.
• Enunciados de fazer: transformação do estado do sujeito em relação ao
objeto por meio de alguma ação.
• Programa narrativo é ação principal: programa de base.
• Programa narrativo auxilia a ação principal: programa de uso.
• Programas narrativos que atuam sobre objetos valor representados por
categorias da competência do sujeito (querer, dever, saber, poder) são modais.
• Programas narrativos que atuam sobre objetos valor representados por
valores materiais ou imateriais são descritivos.
• Programas que têm atores diferentes para enunciados de fazer e de estado
são transitivos.
• Programas que têm o mesmo ator para enunciados de fazer e de estado são
reflexivos.
• Programas aquisitivos transitivos são programas de doação.
• Programas aquisitivos reflexivos são programas de apropriação.
• Programas privativos transitivos são programas de espoliação.
• Programas privativos reflexivos são programas de renúncia.
• Cada programa narrativo pressupõe um outro. A doação de alguns pode ser
espoliação de outros.
• Se dois sujeitos atuam em relação a um mesmo objeto-valor, e a apropriação
de um corresponde à espoliação do outro, e vice-versa, teremos uma relação sujeito
– antissujeito.
• Essa relação é muito comum nos contos populares e nas histórias de heróis.
SOFISMO
A realidade não pode ser apreendida, não pode ser significada.
O real é “aquilo que se manifesta para nós como tal no discurso” (p. 452).
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colete negro para algemar cidadãos apanhados de surpresa em suas casas
e escritórios, além de carregar computadores e pilhas de documentos.
Promovidas com previsível espalhafato, essas ações costumam receber
nomes poéticos, como Operação Pasárgada, destinada a apurar fraudes em
prefeituras, ou sensacionalistas, como a Operação Sanguessuga, que
investigou desvios na compra de ambulâncias, ou mesmo de
inspiração infantil, como Pinóquio, em torno de crimes ambientais. [...]
Época, 14 jul. 2008, p. 41
Não há lugar para o “ter sentido”, mas para o “fazer sentido”, que se
estabelece a partir de consensus três caminhos em busca da “verdade”
REALISMO
Há a verdade, que prevalece sobre o consenso.
No sofismo, há uma oposição entre aquilo que é dito e aquilo que não é dito;
não há espaço para a verdade (ou, melhor dizendo, a verdade é o consenso), pois a
linguagem só trata “do que é”.
No realismo, há oposição entre aquilo que é verdadeiro e aquilo que é falso –
é possível a linguagem dizer algo que não é.
MENTALISMO
Realismo e mentalismo são primos carnais. A diferença reside no “tipo de
entidade extralinguística que se supõe em cada caso constituir o significado
das expressões” (p. 463).
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No mentalismo, entre a linguagem e o real, há a alma (ou a mente). O “mundo
das ideias” de Platão, onde se encontram as essências que orientam nossa
observação das coisas do mundo, é substituído pelo intelecto humano.
A mente humana é capaz de promover sentidos universais, pois filtra as
imperfeições decorrentes das percepções individuais.
O raciocínio é a poderosa ferramenta que orienta o conhecimento. A lógica
determina as formas de raciocínio “perfeitas”.
B está contido em A.
c pertence a B.
Logo, c pertence a A
apresentar a realidade
(objetivismo)
exprimir o pensamento
(mentalismo)
agir no mundo,
"influenciar" as pessoas
(perspectiva sociocultural)
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