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SANTARÉM – PA
2022
Gerativismo e Linguística cognitiva: convergências e divergências
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Palestra: Painel temático IV: Linguística Cognitiva. Dra Claudete Lima. Sala virtual de Teoria linguísticas. Em
02/05/2022.
Como exemplo desse entendimento de metaforização da língua, pode-se
levantar aqui expressões comuns do dia a dia como: “vou aguardar sua resposta” ou
“guarda esse conceito”, conceptualizando os termos resposta e conceito (que são
ideias, nos casos) como quem aguarda ou segura um objeto (ideias são objetos); ou
“eu dei o recado aos alunos”, compreendendo que comunicar é transferir uma
posse; ou ainda na expressão “estou de saco cheio”, compreendendo o termo saco
como metáfora para mente, entendida como recipiente, que não suporta mais
determinada situação.
Concluindo, a Linguística Cognitiva, em relação à teoria gerativa,
considera os aspectos socioculturais na construção das representações mentais no
processo de aquisição de linguagem, pois para ela o conhecimento linguístico
emerge e se estrutura a partir do uso da linguagem; não admite o conceito de
modularidade da linguagem, pois não se trata de um processo separado de outras
faculdades cognitivas; contesta a concepção de que a linguagem é gerada por um
sistema inato de regras racionais, uma vez que a estrutura gramatical de uma língua
reflete diferentes processos de conceptualização. E ao focar seus esforços no
estudo da interação entre a língua e as estruturas cognitivas a nova teoria abre
espaço para um recente e importante braço de tendências de estudos linguísticos
cognitivistas. Assim, aspectos linguísticos até então não observados, pela
complexidade de análise que apresentam, foram promovidos a objetos de estudos,
já que podem dispor de teorias que viabilizam suas investigações.
Referências: