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Universidade Federal de Alagoas-UFAL


Curso: Letras (Português)
Aluna: Débora Tomaz de Melo Sandes
Disciplina: Teoria Linguística 2
Professora: Débora Raquel Hettwer Massmann

RESUMO: O QUE É LINGUÍSTICA

ORLANDI, Eni Puccinelli. O que é linguística, 2 ed. São Paulo: Brasiliense, 2009.
(Coleção primeiros passos; 184)

A linguagem é uma forma de obter poder, e o fascínio humano pela Linguagem


existe desde sempre, vários povos em diferentes épocas se dedicavam a linguagem.
Os pensadores na Grécia antiga, já havia discutiam se as palavras imitam as coisas ou
se os nomes são apenas dados, ou então debatiam sobre a própria organização da
linguagem. Os antigos hindus, por motivos religiosos, também haviam feitos estudos
rigorosos de linguagem. Já na Idade Média, os Modistae construíram uma teoria geral
da linguagem, partindo da autonomia da gramática em relação à lógica. A Linguística só
se tornou uma ciência no começo do século XX, definindo-se como ciência humana. A
linguagem verbal, oral ou escrita é o objeto de estudo da Linguística, e os signos e
outras formas de linguagens fazem parte da Semiologia. Há dois momentos que
marcam a Linguística, o surgimento das gramáticas gerais (século XVII) e as
gramáticas comparadas (século XIX). A escrita simbólica que foi desenvolvida também
no (século XIX) que contribuiu para que a Linguística se torne ciências, utilizava
símbolos, para descrever a própria língua (Metalinguagem). Há às duas tendências
principais nos estudos linguísticos: o Formalismo, que tem relação entre linguagem e
pensamento, e o Sociologismo, que relaciona a linguagem e sociedade. A Linguística
como a conhecemos, teve inicio a partir do Curso da linguística geral de Ferdinand de
Saussure, que possui quatro diferentes níveis: a Fonologia, a Sintaxe, a Morfologia e a
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Semântica. A partir do estudo de Saussure a Linguística ganhou um novo objeto


específico: a Língua, conceituado como um sistema de signos. A organização da
língua, que hoje conhecemos como estrutura tem o funcionalismo como uma forma de
estruturalismo, pois a mesma considera as funções da Linguagem no processo
comunicativo, sob os aspectos: fônicos, gramaticais e semânticos. Existe mais de um
funcionalismo, há as funções constitutivas que constitui: expressiva, fática, conativa,
referencial, metalinguística e poética. Essa forma de funcionalismo trás relação entre a
Linguística e a Literatura. Outra forma de estruturalismo é o distribucionalismo, baseado
no trabalho de L. Bloomfield, que tem como objetivo, detectar unidades e estabelecer
classes de equivalência entre elas, por meio da comparação dos contextos em que
ocorrem. Os Círculos Linguísticos, também foram importantes para o desenvolvimento
da Linguística, eles eram formados por estudiosos que discutiam a linguagem por vários
aspectos, alguns Círculos que ocorreram em Moscou, Praga, Copenhague e Viena. A
teoria da gramática gerativa foi criada por Noam Chomsky, que ia contra o
estruturalismo que até então dominava os estudos linguísticos. Está gramatica,
dedicava-se ao estudo na sintaxe, e tendo um conjunto de regras que produzem as
frases da língua, Chomsky define a língua como um conjunto infinito de frases. Depois,
Chomsky adaptaria a sua teoria e para uma nova gramática: a Transformacional, tendo
inicialmente que conciliar as regras sintagmáticas e de transformação nas frases da
língua. A Linguagem não pode limitar-se a teorias inflexíveis, pois a linguagem está em
constante mudança, variando de acordo com localização social e espacial, há relação
entre linguagem e sociedade, mas há discordância entre qual a natureza dessa relação,
portanto surgiram duas metodologias: a Sociolinguística que tem a sociedade como
causa e a linguagem como reflexos dela; e a Etnolinguística na posição contrária, ou
seja, a linguagem não é um reflexo, mas uma causa. E se de um lado a linguagem é o
reflexo e do outro é a causa, há uma outra possibilidade: a sociologia da linguagem,
onde não há separação entre ações linguísticas e ações sociais. Há também outras
teorias que levam em conta a relação entre linguagem/sociedade, e que entre elas está
à pragmática, que consiste no estudo das relações entre os signos e seus usuários.
Outra teoria é a enunciação, onde o sujeito da linguagem é o centro da linguagem, e
que a enunciação é um fenômeno social e não individual, de acordo com o pensamento
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de V. Voloshinov. Já Análise de Discurso, tem como premissa que a relação da


linguagem com a exterioridade é primordial, e as condições de produção do discurso
são: o falante, o ouvinte, o contexto da comunicação e o contexto histórico-social
(ideológico), representadas então por formações imaginárias. É através da noção de
sujeito, a ideologia e a de situação social e histórica que análise de discurso reflete
sobre as questões de poder e das relações sociais. As tecnologias de linguagens
também passaram a fazer parte do objeto de reflexão sobre a linguagem, sendo
incluídas em diferentes teorias. Sendo assim, a presença do digital no campo das
ciências da linguagem está tanto no domínio da inteligência artificial resultando
pesquisas formalistas ou cognitivistas, como no campo das tecnologias da informação,
desencadeando os estudos funcionalistas e comunicacionais. Portanto, o interesse das
tecnologias de linguagem na área da linguística, é vasto, assim as consequências, e
podem ser vistos nas práticas que daí derivam. Os caminhos para se pensar a
linguagem são variados, e que não precisa se comprometer rigidamente com métodos
ou disciplina. Pois a plasticidade da linguagem, não permite que se aprisione em
inflexíveis grades analíticas ou em categóricos lances teóricos. Saussure trouxe uma
visão sobre a linguagem, que ela não é só ordem e princípio de classificação, como o
homem, ela também é feita de suas ilusões e de seus mistérios. A Linguística é uma
ciência complexa e recente, e que a mesma deve ser observada por várias óticas, e
que ao longo do tempo, vários estudiosos trouxeram diferentes teorias acerca da
construção da linguagem.

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