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INTRODUÇÃO

A compreensão acerca das distintas concepções de língua e seus respectivos


modelos teóricos fornece subsídios para o desenvolvimento de trabalhos e pesquisas
situados em diversos contextos. Seja no âmbito da pesquisa académica, seja na prática
de ensino, esse conhecimento se faz necessário na medida em que fornece o alicerce
para o desenvolvimento da análise linguística diferentes níveis e frente a objectivos
distintos, como também deve oferecer subsídios para a prática de ensino e
aprendizagem de línguas.
Nesse sentido, os estudos linguísticos dão subsídio às diversas práticas que
envolvem a análise e o estudo da língua. No entanto, existem diversas propostas
teóricas, situadas no âmbito da linguística, que adoptam concepções de língua distintas,
posto que buscam compreendê-la segundo variados percursos. Além disso, os modelos
teóricos, denominados gramáticas, surgem com base nesses estudos, apresentam
variados pontos de vista acerca do funcionamento ou da realidade da língua e possuem
objectivos distintos.

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SISTEMA LINGUISTICO BREVE HISTORIAL
Antes de definir amplamente o conceito de língua, é interessante que possamos
estabelecer qual é a origem etimológica do mesmo. A este respeito, deve salientar-se
que vem do latim, e mais exactamente a palavra "língua" que descreve o órgão que
temos no interior da boca e usamos tanto para almoçar quanto para conversar.
O interesse pela linguagem é muito antigo, expresso por mitos, lendas, cantos,
rituais ou por trabalhos eruditos que buscam conhecer essa capacidade humana
(FIORIN, 2005, p.12). Inicialmente, os primeiros estudiosos da linguagem, como os
hindus, gregos e latinos, tiveram preocupações que visavam estabelecer as regras de uso
de uma determinada língua, buscando enumerar as categorias gramaticais.
Na Idade Média, acreditava-se que a estrutura gramatical das línguas era una e
universal, o que levava à concepção de que as regras da gramática seriam independentes
das línguas que as realizavam.
Em 1660 surge a Gramática de Port Royal, de Lancelot e Arnaud, que serviu de
modelo para um grande número de gramáticas do século XVII.
Nela se estabelece que a linguagem se funda na razão, sendo a imagem do
pensamento e que, assim, os princípios de análise podem servir a qualquer língua.
A partir do século XIX, observa-se o interesse pelas línguas vivas, pelo estudo
dos diversos falares, o que contribui para o desenvolvimento das gramáticas
comparadas, bem como da Linguística Histórica.
Dessa forma, as pesquisas em linguagem deixam de ser tão abstractas,
passando a considerar os factores históricos, sociais e culturais como influenciadores
das manifestações linguísticas.
É no início do século XX, com a divulgação dos trabalhos de Ferdinand de
Saussure que os estudos sobre a linguagem adquirem carácter científico.

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CONCEITO DE LÍNGUA
Denomina-se língua ao sistema linguístico empregado por uma determinada
comunidade para a comunicação entre seus membros. Os membros desta comunidade
conhecem as regras e os elementos que formam o sistema anteriormente mencionado, e
mediante estes recursos finitos que possuem, é possível criar uma vastíssima (por não
dizer infinita) quantidade de mensagens.
Uma determinada língua é um fenómeno em constante evolução que pode ser
descrito desde vários pontos de vista. Um é aquele que se desembocam as gramáticas,
que partem das regras que conformam desta língua tomadas em um instante
determinado; assim, por exemplo, é possível fazer uma descrição do português tal qual
se conhece na actualidade.
A outra perspectiva de estudo é a que toma em conta a evolução histórica, isto
é, como os elementos e regras de um determinado idioma variam com o tempo; neste
tema cabe destacar que uma determinada língua é um fenómeno em constante mutação.
A linguística é a disciplina encarregada de decifrar as características que
compõe às línguas em geral.
Muitas propostas ocorreram desde a publicação do Curso de Linguística Geral,
que foi o ponta pé inicial para o desenvolvimento da reflexão sobre a língua
propriamente dita.
Não obstante, um deles, esboçado por Noam Chomsky, se destaca actualmente
por sua simplicidade e sua capacidade descritiva: a gramática universal.
A gramática universal é um conjunto de regras e elementos comuns a todas as
línguas e que estão estabelecidas na própria natureza do homem. Isto significa que a
capacidade da linguagem é intacta e que se coloca como manifesto em um idioma em
particular.
Assim, todas as línguas existentes compartilhariam uma série de princípios.
Para finalizar, cabe uma especial menção a enorme importância cultural que
supõe o uso de tal ou qual língua, na medida em que é o factor aglutinante de um
determinado grupo social. Esta relevância tem seu lugar a duvidosas implicações
políticas.

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DIFERENÇA ENTRE LÍNGUA E LINGUAGEM
Linguagem é toda forma que o ser humano usa para se comunicar. A
linguagem inclui a língua que, por sua vez, é um sistema convencionado pelos homens e
utilizados por grupos.
Um desses sistemas convencionados é a Gramática, ou seja, as regras que
estabelecem o uso de uma língua.
Portanto, a diferença entre língua e linguagem é:
• A língua é um conjunto organizado de elementos desenvolvido pelos
humanos e comum a um grupo. Por exemplo: pessoas que falam francês
ou aquelas que aprenderam a se comunicar em Libras.
• A linguagem, por sua vez, é qualquer forma de expressão. Por exemplo:
dança, imagem, música.

Tipos de Linguagem
Existem diferentes tipos de linguagem, que vamos descrever abaixo:

Linguagem verbal e não - verbal


A linguagem verbal é aquela que utiliza palavras para transmitir uma
mensagem.
A linguagem não - verbal é aquela que utiliza imagens, sinais, gestos, entre
outros para transmitir uma mensagem.

Linguagem Mista
A linguagem mista, por sua vez, é uma combinação das linguagens verbal e
não-verbal, ou seja, além de palavras, ela faz uso de recursos visuais.

O SISTEMA DA LÍNGUA
A fundação da Linguística moderna por Ferdinand de Saussure é reconhecida
desde o início do século XX com a publicação do Curso de linguística geral. Ao longo
do seu estudo, o caminho feito por Saussure em sua especulação analítica sobre a
linguagem se caracteriza pela delimitação de um sistema onde nenhum termo ou
elemento linguístico pode ser definido por si mesmo, mas somente em relação aos
outros termos do sistema.

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Este sistema a que se refere Saussure é o sistema da língua. “Será que a
linguística encontra diante de si, como objecto primeiro e imediato, um objecto dado,
um conjunto de coisas evidentes, como é o caso da física, da química, da botânica, da
astronomia, etc.” (SAUSSURE in BOUQUET; ENGLER, 2002, p. 23).
Outras ciências trabalham com objectos dados e que
se pode considerar, em seguida, de vários pontos de vista; em nosso
campo nada de semelhante ocorre. [...] Bem longe de dizer que o objecto
precede o ponto de vista, diríamos que é o ponto de vista que cria o
objecto (SAUSSURE, 1972, p. 15).

É do ponto de vista da língua que Saussure cria o objecto da Linguística. Fazer


uma escolha por um objecto de estudo, levando em conta o carácter científico da
Linguística, não fecha o estudo linguístico em um só objecto e sim mantém aberta a
dialéctica característica das dicotomias saussurianas.
A língua e fala, significante e significado, sintagma e paradigma, a
arbitrariedade, a teoria do valor, entre outros conceitos, não se misturam, mas se
relacionam para fazer existir o movimento do sistema da língua. É o movimento do
sistema linguístico o que interessa à Linguística enquanto uma ciência da língua.
Se a linguagem fosse tomada como ponto de partida, não seria possível uma
delimitação. A linguagem corresponde a um sistema amplo, sem contorno, sem limite
entre os elementos que a constitui. “Multiforme e heteróclita, a linguagem não se deixa
classificar a nenhuma categoria dos fatos humanos, pois não se sabe como inferir sua
unidade” (SAUSSURE, 1972, p. 17). Ampla, cobiçada por diversas áreas do
conhecimento, a linguagem alcança domínios além dos da Linguística. Tomar a
linguagem para estudo científico e estrutural seria enlouquecer nas diversidades infinitas
de seus domínios.
É por acreditar que não se pode abarcar o todo da linguagem que Saussure
delimita a língua e atribui a ela a característica de ser o produto social que a Linguística
deve estudar.
Descrever a língua enquanto um sistema linguístico – seu funcionamento,
regras e movimentos – permite pensar sobre o funcionamento de outros sistemas, como
o da escrita. É com o intuito de desenvolver a maneira como se estrutura a escrita
enquanto sistema linguístico, que se torna importante falar de que forma o movimento
do sistema da língua acontece.

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Como delimitar, então, a língua?
A noção de sistema está presente em todo o estudo de Saussure. Foi tentando
mostrar de que forma a língua se organiza, que Saussure postulou que nada existe de
forma isolada na língua. Nenhum termo existe por si mesmo, mas numa relação de não
coincidência com os termos vizinhos, assumindo significações e valores diferentes de
acordo com o movimento do sistema.
Às unidades do sistema da língua, Saussure vai chamar de signos, unidades
linguísticas constituídas pela união de dois termos: O significante (imagem acústica) e o
significado (conceito), “os termos implicados no signo são ambos psíquicos e estão
unidos, em nosso cérebro, por um vínculo de associação” (SAUSSURE, 1972, p. 80),
pois cada parte do signo embora seja profundamente distinta, é necessária uma a outra e,
quando unidas no interior da língua, tornam-se concretas, definidas.
A associação que constitui o signo é formada a partir de uma combinação
arbitrária. Em outras palavras, o que faz um significante unir-se a determinado
significado, e vice-versa, e não a possíveis outros, é uma convenção social. Não há elo
natural entre eles, não há nada do conceito na imagem acústica ou da imagem acústica
no conceito que o represente, é arbitrário.
A palavra arbitrário requer também uma observação.
Não deve dar a ideia de que o significado dependa da livre
escolha do que fala [...]; queremos dizer que o significante é
motivado, isto é, arbitrário em relação ao significado, com o
qual não tem nenhum laço natural na realidade (SAUSSURE,
1972, p. 83).

A LINGUA COMO UM SISTEMA DE SIGNOS


Sem o recurso dos signos, seriamos incapazes de distinguir duas ideias de
modo claro e constante. Tomado em si, o pensamento é uma nebulosa onde nada está
necessariamente delimitado. Não existem ideias preestabelecidas, e nada é distinto antes
do aparecimento da língua (SAUSSURE, 1972, p. 131).
Não há vida para os signos fora do sistema, assim, pois, num estado de língua,
tudo se baseia em relações, que se dão em dois eixos: o eixo sintagmático e o eixo
paradigmático (ou associativo). De que forma então, funcionam tais relações? As
relações sintagmáticas são baseadas no carácter linear da língua. Há uma ordem na

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cadeia sintagmática. Os sintagmas se compõem de duas ou mais unidades consecutivas
que se movimentam por uma relação de oposição, pois um termo só adquire seu
significado quando posto numa relação de oposição entre o termo que o antecede e o
que o precede.
De um lado, no discurso, os termos estabelecem entre
si, em virtude de seu encadeamento, relações baseadas no
carácter linear da língua, que exclui a possibilidade de
pronunciar dois elementos ao mesmo tempo. Estes se alinham
um após outro na cadeia da fala. Tais combinações, que se
apoiam na extensão, podem ser chamadas de sintagmas
(SAUSSURE, 1972, p. 142).
Vale ressaltar que estas relações, sintagmáticas e paradigmáticas, acontecem
juntas. Não há como manter a linearidade do sintagma, sem o rompimento das
possibilidades associativas que existem no paradigma, assim como não há outra forma
em que o paradigma se faça presente, embora sua existência esteja garantida na
ausência, senão através do sintagma.
É no funcionamento do sistema linguístico, através das relações sintagmáticas
e associativas como produtoras de sentidos, que surge a teoria do valor, um dos
conceitos fundamentais do pensamento de Saussure. A teoria do valor é uma forma de
pensar a significação a partir do movimento do signo linguístico dentro do
funcionamento do sistema da língua.
A noção de valor está na relação de oposição entre os signos dentro do sistema,
constituindo o sentido da língua.

“No interior de uma mesma língua, todas as palavras que


exprimem ideias vizinhas se limitam reciprocamente: sinónimos como
recear, temer, ter medo só têm valor próprio pela oposição; se recear não
existisse, todo o seu conteúdo iria para os seus concorrentes”
(SAUSSURE, 1972, p. 135).

Não há identidade possível para o signo quando tomado de forma isolada. Dois
signos podem ter a mesma significação, mas não o mesmo valor. Os valores são
definidos como puramente diferenciais, “definidos não positivamente por seu conteúdo,
mas negativamente por suas relações com os outros termos do sistema. Sua
característica mais exacta é ser o que os outros não são” (SAUSSURE, 1972, p. 136). A

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escolha que o ser falante faz por um determinado signo exclui, num determinado
momento, outros signos possíveis de serem utilizados.

A ESCRITA ENQUANTO SISTEMA


Toda a história se funda a partir da escrita. Segundo Higounet (2003), o
homem primitivo, diante da necessidade de marcar sua existência, recorreu ao mundo
dos símbolos e, através de desenhos em pedras, madeiras e tantos materiais, fixou suas
experiências ao longo do tempo. Entretanto, “os mais simples traçados desenhados pelo
homem em pedra ou papel não são apenas um meio, eles também encerram e
ressuscitam a todo momento o pensamento humano” (HIGOUNET, 2003, p. 10).
Na antiguidade, com a escrita pictográfica, um só símbolo podia descrever ou
representar um fato, uma palavra ou um acontecimento. O homem primitivo escrevia
nas paredes das cavernas como uma forma de expressão, de registro – uma forma de
transmitir mensagens através de desenhos, traços e marcas. A escrita ultrapassa o tempo
e o espaço, permitindo que algo se consolide e se transmita fazendo história. “A lei
escrita substituiu a lei oral, o contrato escrito substituiu a convenção verbal, a religião
escrita se seguiu à tradição lendária” (HIGOUNET, 2003, p. 10).
O reconhecimento da escrita, entretanto, começou a existir a partir do momento
em que foi elaborado um conjunto organizado de signos e sinais gráficos por meio dos
quais se tornou possível materializar e fixar algo do pensamento. Foi com o
aparecimento das palavras e seus elementos formadores, as letras, que a escrita tomou
corpo. Para que haja escrita, “É preciso inicialmente um conjunto de sinais que possua
um sentido estabelecido de antemão por uma comunidade social e que seja por ela
utilizado” (FÉVRIER apud HIGOUNET, 2003, p. 11).
O pensamento é uma nebulosa e só ganha existência no ato de sua expressão
seja na forma falada ou na forma escrita. Não é possível separar o pensamento das
palavras.
Por si só o pensamento é pura abstracção que só tem existência
linguisticamente quando percebido pela consciência, ou seja, quando se torna signo.
Nos Escritos de linguística geral (BOUQUET; ENGLER, 2002), Saussure
sugere que não é o pensamento que cria o signo, mas o signo que determina
primordialmente o pensamento.

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Sem o recurso dos signos, seriamos incapazes de distinguir
duas ideias de modo claro e constante. Tomado em si, o
pensamento é uma nebulosa onde nada está necessariamente
delimitado. Não existem ideias preestabelecidas, e nada é distinto
antes do aparecimento da língua (SAUSSURE, 1972, p.130).

Ao sistema de signos Saussure deu o nome de língua. Articulando som e


sentido, significante e significado, surgiram as palavras, os signos. Para Saussure, é a
língua que instaura a escrita, dá um lugar à escrita, um lugar de representação. E o
pensamento, além de sair da condição de massa amorfa e ganhar uma forma a partir da
língua, passa a ter materialidade com a escrita, já que, ao contrário da fala, por essência
fugidia, a escrita tem a função de tornar fixo e sólido algo do pensamento.

A LÍNGUA COMO SISTEMA DE REGRA


Para entendermos o que Saussure propõe quando afirma que a língua é um
sistema de signos, vejamos com Borba (1998, p.29) apresenta os conceitos de sistema e
estrutura:
Dizemos que um conjunto de objectos constitui um sistema quando esses
mesmos objectos se aproximam por terem alguns traços em comum e se organizam
seguindo determinados princípios de tal modo que o resultado seja um todo coerente.
O que caracteriza o sistema é o arranjo de seus componentes e, depois, os
princípios que determinam tal arranjo. Digamos que a esse arranjo se dê o nome de
estrutura; então, uma estrutura vem a ser a disposição dos elementos dentro do sistema,
o que vale dizer que ela é fundamental para a existência do sistema.
Podemos perceber que a língua é definida como um sistema por ser composta
por elementos que se organizam de acordo com determinados princípios e regras de
funcionamento, ou seja, ela possui uma estrutura material.

A Materialidade da Linguagem
Um exemplo clássico para compreender a língua como uma estrutura é sua
comparação com o jogo de xadrez. Nele, cada peça constrói sua identidade, adquire um
valor, a partir da relação que estabelece com as outras peças. Na língua, as unidades
linguísticas também se definem a partir das relações que estabelecem com as outras
unidades.

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Na língua, podemos pensar, por exemplo, que, para formarmos frases, sempre
recorremos às mesmas regras e procedimentos: escolhemos palavras e as combinamos
em determinada sequência.
O valor que cada palavra pode assumir varia de acordo com a posição que essa
palavra ocupa em relação às demais. Entretanto, as estruturas essenciais da língua
precisam ser respeitadas.
Observe os exemplos:
A palavra azul pode assumir diferentes funções como:
O céu está azul. (A palavra azul caracteriza o céu, exercendo a função
sintáctica de predicativo do sujeito).
Já em: O azul não me cai bem. Fico pálida. (A palavra azul aparece
substantivada, executando a função de um nome).
Nos dois casos, entretanto, apesar da observada variação com relação a função
sintáctica da palavra azul, existe uma organização das sentenças que as identificam
como pertencentes à língua portuguesa. Nelas encontramos inicialmente um sujeito,
seguido de um verbo e posteriormente de um predicado. Temos, portanto, várias
possibilidades dentro de uma mesma estrutura básica.
Devemos ainda observar que, os estudos de Saussure propiciaram quatro
diferentes níveis de análise que abordam diferentes aspectos da materialidade da
linguagem: a fonologia (estudo das unidades sonoras), a sintaxe (estudo da estrutura das
frases), a morfologia (estudo da forma das palavras) e a semântica (estudo dos
significados).
Concluindo, como observa Marcuschi (2008, p.32):
O estruturalismo saussuriano voltava-se para a análise
do sistema da língua como um conjunto de regularidades que
subjazem à língua enquanto interioridade e forma, sendo que a
variação ficava por conta das realizações individuais. Saussure
não nega que as línguas variam, mas a língua, sob o aspecto da
variação, não é o objeto científico como tal.

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CONCLUSÃO
Devido a complexidade do tema em questão, procuramos abordar diversos
temas com ênfase no estruturalismo, tendo em conta que a concepção que temos hoje de
linguística, surgiu no início do século XX, em 1916, com a publicação de um livro
intitulado Curso de Linguística Geral. Essa obra foi atribuída ao suíço Ferdinand de
Saussure. Em suma podemos sim concluir que a língua é um sistema cujas partes podem e
devem ser consideradas em sua solidariedade sincrónica.
A língua é um sistema supra-individual utilizado como meio de comunicação
entre os membros de uma comunidade”, portanto “a língua corresponde à parte
essencial da linguagem e o indivíduo, sozinho, não pode criar nem modificar a língua”
(COSTA, 2008, p.116).
Cada língua apresenta uma estrutura específica e esta estruturação é
evidenciada a partir de três níveis: o fonológico, o morfológico e o sintático, que
constituem uma hierarquia com o fonológico na base e o sintático no topo. Portanto,
cada unidade é definida em função de sua posição estrutural, de acordo com os
elementos que a precedem e que a seguem na construção.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA, M.A. Estruturalismo. In: MARTELOTTA, M.E. (Org.) et al. Manual de


Linguística. São Paulo: Contexto, 2008.

SAUSSURE, F. Curso de Linguística Geral. Trad. De Antônio Chelini, José Paulo Paes e
Izidoro Blikstein. São Paulo: Cultrix, 1995.

ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática metódica da língua


portuguesa. 43. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
______. Gramática metódica da língua portuguesa. 6. ed. São Paulo: Saraiva,
1952.
CHOMSKY, Noam. Aspectos da teoria da sintaxe. Tradução José Antonio
Meireles e Eduardo Paiva Reposo. 2. ed. Coimbra: Armênio Amado, 1978.

BOUQUET, S. Introdução à leitura de Saussure. São Paulo: Cultrix, 1997.

HIGOUNET, C. História concisa da escrita. São Paulo: Parábola, 2003.

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. Tradução de Michel Lahud


e Yara Frateschi Vieira. 8 ed. São Paulo: Hucitec, 1997.

COSTA, M. A. Estruturalismo. In: MARTELOTTA, M. E. Manual de


linguística. São Paulo: Contexto, 2009. P.113-126.

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AGRADECIMENTO

A Deus pelo dom da vida e da Sabedoria

Por nos permitir e nos dar forças para que

Dia após dia estejamos em pé e motivados

Para continuarmos a aprender.


PENSAMENTO

“o homem que não lê,


Não pensa”

(Ferdinand Saussure)
ÍNDICE
INTRODUÇÃO.................................................................................................. 6

SISTEMA LINGUISTICO BREVE HISTORIAL ............................................ 7

CONCEITO DE LÍNGUA ................................................................................. 8

DIFERENÇA ENTRE LÍNGUA E LINGUAGEM ....................................... 9

Tipos de Linguagem ................................................................................... 9

Linguagem verbal e não - verbal ................................................................ 9

O SISTEMA DA LÍNGUA ................................................................................ 9

A LINGUA COMO UM SISTEMA DE SIGNOS ...................................... 11

A ESCRITA ENQUANTO SISTEMA ............................................................ 13

A LÍNGUA COMO SISTEMA DE REGRA ................................................... 14

A Materialidade da Linguagem .................................................................... 14

CONCLUSÃO.................................................................................................. 16

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 17


REPÚBLICA DE ANGOLA
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO OMBAKA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EN LINGUÍSTICA PORTUGUÊSA

SISTEMA LINGUÍSTICO
❖ A LINGUA COMO UM SISTEMA DE REGRAS

Elaborado por: Grupo nº6


Turma: A / Tarde
1º Ano
Disciplina: Introdução ao Estudo de Linguagem

DOCENTE
Msc. Albino Soares Baião Canzamba

BENGUELA 2021/2022
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO OMBAKA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EN LINGUÍSTICA PORTUGUÊSA

A LINGUA COMO UM SISTEMA DE REGRAS

Integrantes do Grupo:
 Felicia Fausta Vassembika Manuel
 Pedro Tchimuco
 Rosa Milena Caliango Vasco

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