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MINISTÉRIO DA SAÚDE

COLÉGIO WILIETE
ENFERMAGEM GERAL

TRAUMA CRÂNIO
CEFÁLICO
ELABORADO POR: GRUPO 2

DOCENTE
________________________

BENGUELA / 2022
MINISTÉRIO DA SAÚDE
COLÉGIO WILIETE
ENFERMAGEM GERAL

TRAUMA CRÂNIO CEFÁLICO


Elementos do Grupo:
 Florentina Graciana Simão
 Gabriel Manuel Chimuenho
 Isabel Ruth Domingos
 Isabel Silvia
 Joaquina Chimuno
 Jorge Simões
 Julieta Horácio
 Maria Falima
 Mariquinha Pinto

Classe: 12ª
Turma: B
Turno: Noite
Disciplina:
Curso: Enfermagem Geral
DOCENTE
___________________
Cemilia Loneke

BENGUELA, MAIO 2022


AGRADECIMENTOS
Inicialmente agradeçemos a Deus e ao divino Espírito Santo, que nos
iluminaram e guiaram ao longo dessa empreitada e nos mantiveram firme e
determinados para executar um bom trabalho.
À nossa família, que tèm nos apoiados ao longo desta caminhada. Em especial,
aos nossos pais e irmãos que nos tèm acompanhado, ajudado, aconselhado e incentivado
em todos os momentos das nossas vidas.

iii
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho a nossa estimada professora da Disciplina, que muito
contribui para a nossa formação académica, e a todos que deram seu contributo para
concretização do presente trabalho cíentifico e toda comunidade estudantil.

iv
PENSAMENTO
“Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um
tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de
fome.”
Mahatma Gandhi

v
INTRODUÇÃO
O Traumatismo Cranioencefálico (TCE) é uma lesão cerebral causada por
agressão gerada por forças externas contra a cabeça atingindo couro cabeludo, crânio,
meninges, encéfalo e/ou nervos cranianos. Este trauma pode ocasionar somente uma
alteração no nível de consciência ou levar a comprometimento das habilidades
cognitivas, físicas e comportamentais. O TCE pode ser classificado de acordo com o
mecanismo de lesão, sendo classificado em três categorias: fechado, penetrante e
explosivo. O TCE fechado é causado pelo impacto contundente ou por deslocamento
cerebral, ambos podem gerar contusões locais focais ou difusas em outras regiões do
cérebro. O TCE penetrante é causado pela penetração de um corpo estranho no
parênquima cerebral, a laceração dos tecidos pode causar danos focais, hemorragia,
edema cerebral e isquemia. Já o TCE explosivo é uma terminologia utilizada na
classificação de vítimas de TCE relacionadas às guerras do século 20.

Quanto à severidade da lesão, o TCE pode ser classificado em leve, moderado e


grave de acordo com a Escala de Coma de Glasgow (ECG), a duração da perda de
consciência e da amnésia pós-traumática e pelas alterações nos exames de imagem.

As vítimas sobreviventes de TCE frequentemente apresentam dano


neurofisiológico que resulta em incapacidade física, comprometendo o trabalho e as
atividades sociais . O traumatismo cranioencefálico constitui como um dos principais
problemas de saúde pública e social no mundo e suas características epidemiológicas
variam de acordo com cada população.

Verifica-se que as lesões Cranioencefálicas são os tipos de trauma vistos com


maior frequência nos Serviços de Emergência. Muitos doentes com lesões cerebrais
graves morrem antes de chegar ao hospital, quase 90% das mortes pré-hospitalares
relacionadas ao trauma envolvem lesão cerebral.

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TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO (TCE)
O trauma cranioencefálico consiste em lesão física ao tecido cerebral que,
temporária ou permanentemente, incapacita a função cerebral. O diagnóstico é
suspeitado clinicamente e confirmado por imagens (primariamente TC). Inicialmente, o
tratamento consiste em suportes respiratório e manutenção adequada de ventilação,
oxigenação e pressão arterial (PA).

Com frequência, a cirurgia é necessária em pacientes com lesões mais graves


para a colocação de monitores a fim de medir a elevação da pressão intracraniana,
descomprimir o cérebro se a pressão intracraniana estiver aumentada ou remover
hematomas intracranianos. Nos primeiros dias após a lesão, é importante manter a
perfusão e oxigenação cerebral adequadas e prevenir complicações de alteração do
sensório. Subsequentemente, muitos pacientes requerem reabilitação.

TCE - Definição

O trauma cranioencefálico (TCE) é causado por uma agressão ou por uma


aceleração ou desacelaração de alta intensidade do cérebro dentro do crânio. Esse
processo causa comprometimento estrutural e funcional do couro cabeludo, crânio,
meninges, encéfalo ou de seus vasos.

O TCE é um trauma que não apresenta origem degenerativa ou congênita, e


pode causar diminuição ou alteração de consciência, resultando em alterações que
afetam diretamente o funcionamento físico, cognitivo (memória, aprendizado e
atenção), comportamental ou emocional.

Epidemiologia

O traumatismo cranioencefálico é a principal causa mundial de


morbimortalidade em indivíduos com idade inferior a 45 anos, e atinge mais
comumente a faixa de idade dos 15 aos 24 anos. Esse trauma é mais predominante no
sexo masculino, e compromete os homens duas ou três vezes mais que as mulheres. Nas
vítimas de trauma, o TCE está presente em 40%, desses indivíduos 20% acabam
falecendo no local ou nas primeiras 24 horas de internação e 80% na primeira semana
após o acidente. Em Angola, a incidência de TCE vem crescendo a cada dia, os
indivíduos que sobrevivem muitas vezes acabam evoluindo para sequelas graves.

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SINTOMAS DE TRAUMATISMO CRÂNIOENCEFÁLICO
Inicialmente, a maioria dos pacientes com traumatismo cranioencefálico
moderado ou grave perde a consciência (normalmente por alguns segundos ou minutos),
embora alguns pacientes com lesões mais leves tenham apenas confusão mental ou
amnésia (a amnésia normalmente é retrógrada, o que significa a perda de memória de
segundos a algumas horas antes da lesão). Crianças jovens podem simplesmente tornar-
se irritáveis. Alguns pacientes apresentam convulsão, normalmente na primeira hora ou
dia.

Após esses sintomas iniciais, os pacientes devem estar totalmente acordados e


alertas ou a consciência e a função podem ser alteradas em algum grau, variando de
confusão leve a estupor e coma. A duração da falta de consciência e da gravidade da
obnubilação são aproximadamente proporcionais à gravidade da lesão, porém não são
específicas.

Os sintomas de vários tipos de trauma cranioencefálico podem se sobrepor


consideravelmente.

Causas

O TCE tem como causa acidentes de trânsito (automobilísticos, ciclísticos,


motociclísticos, atropelamentos), quedas, agressões, lesões por arma de fogo,
catástrofes, esportes entre outros. Dentre esses, os acidentes de trânsito são os principais
causadores de trauma cranioencefálico, tendo uma porcentagem em torno de 60% a
70%.

Em todo o mundo, o trauma cranioencefálico (TCE) é uma causa comum de


mortes ou deficiência.

Em geral, os hematomas subdurais agudos estão associados a alterações na


orientação, nível de excitação e/ou cognição. Estão comumente associados ao aumento
da pressão intracraniana (PIC), mesmo quando pequenos, devido a contusões cerebrais
subjacentes e edema. Os sintomas incluem:

 Cefaleia
 Convulsões
 Hemiparesia

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Sintomas de PIC aumentada

 Pupilas assimétricas, reflexos de tronco encefálico anormais e coma por


compressão do tronco encefálico decorrente de herniação uncal;
 Contusões e hematomas intracerebrais podem causar deficits neurológicos focais
como hemiparesia, diminuição progressiva na consciência ou ambos;
 A diminuição progressiva da consciência pode resultar de qualquer aumento do
pressão intracraniana (p. ex., hematoma, edema, hiperemia).

A disfunção autonômica decorrente da lesão do hipotálamo e de outras estruturas


subcorticais vitais pode causar:

 Hiperatividade simpática com hipertensão e taquicardia;


 Miocardiopatia neurogênica com alterações isquêmicas e redução da função
cardíaca;
 Lesão renal aguda com deterioração da função renal;

O aumento da pressão intracraniana algumas vezes provoca vômitos, mas os


vômitos são inespecíficos. Classicamente, a PIC muito elevada se manifesta como uma
combinação dos seguintes (chamada tríade de Cushing):

 Hipertensão (em geral, com aumento da pressão de pulso);


 Bradicardia;
 Depressão respiratória;

Fratura da base do crânio pode resultar em:

 Extravasamento do líquido cerebrospinal pelo nariz (rinorreia liquórica) ou


orelhas (otorreia liquórica);
 Sangue atrás da membrana timpânica (hemotímpano) ou da orelha externa se a
membrana timpânica foi rompida;
 Equimose atrás da orelha (sinal de Battle) ou na área periorbital (olhos de
guaxinim);
 Perda de olfato e audição, geralmente imediata, embora essas perdas só sejam
percebidas depois de o paciente recuperar a consciência;

Algumas vezes, a função do nervo facial ocorre imediata ou tardiamente. Outras


fraturas na caixa craniana são, às vezes, palpáveis, especialmente por laceração do

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couro cabeludo, como depressão ou deformidade sobressalente. No entanto, o sangue
sob a gálea aponeurótica pode mimetizar deformidade em degrau.

Sintomas a longo prazo

A amnésia pode persistir e pode ser tanto retrógrada quanto anterógrada (para
eventos posteriores à lesão). Síndrome pós-concussão, que é comum após concussão
modera a grave, inclui cefaleia persistente, tontura, fadiga, dificuldade de concentração,
amnésia variável, depressão, apatia e ansiedade. Normalmente, o olfato (e, às vezes, o
paladar), algumas vezes a audição ou raramente a visão são alterados ou perdidos. Os
sintomas normalmente se resolvem de forma espontânea após semanas ou meses.

Uma amplitude de deficits cognitivos e neuropsiquiátricos pode persistir após


trauma cranioencefálico grave, moderado e até mesmo leve, especialmente se a lesão
estrutural tiver sido significante. Os problemas comuns são:

 Amnésia;
 Mudanças comportamentais (p. ex., agitação, impulsividade, desinibição, falta
de motivação);
 Labilidade emocional;
 Distúrbios do sono;
 Diminuição da função intelectual.

Estado Vegetativo

Estado vegetativo persistente pode seguir trauma cranioencefálico que destrói as


funções cognitivas da parte frontal do cérebro, mas poupa o tronco cerebral. A
capacidade da atividade de autoconsciência mental é ausente; no entanto, reflexos
motores e autônomos e ciclos normais de acordar-dormir são preservados.

Poucos pacientes recuperam a função neurológica normal quando o estado


vegetativo persistente dura 3 meses após a lesão e quase nenhuma recuperação ocorre
após 6 meses.

A função neurológica tende a melhorar por pelo menos dois anos após a trauma
cranioencefálico, mais rapidamente durante os primeiros 6 meses.

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TIPOS DE TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO
O TCE está dividido em três tipos:

 Trauma craniano fechado;


 Trauma Com Abaulamento No Crânio;
 Fratura exposta.

O trauma craniano fechado se caracteriza por uma fratura sem desvio na


estrutura óssea, ou por não apresentar ferimento na calota craniana (exemplo figura ao
lado). Na fratura com abaulamento, o osso fraturado se encontra afundado no crânio,
podendo causar compressão ou lesão cerebral. E na fratura exposta, geralmente ocorre
uma laceração do couro cabeludo e músculos pericrânios, existindo comunicação direta
entre a parte externa do crânio com o parênquima cerebral (tecido responsável pela
função cerebral).

Tipos Comuns De Trauma Cranioencefálico

Concussão

Define-se concussão como a alteração pós-traumática transitória e reversível no


status mental (p. ex., perda de consciência ou memória, confusão mental) que dura de
segundos a minutos e, por definição arbitrária.

Não existem lesões cerebrais estruturais graves e resíduos neurológicos sérios na


concussão, embora a incapacidade temporária possa decorrer de sintomas como
náuseas, cefaleia, tontura e distúrbios de memória [síndrome pós-concussão), bem como
dificuldade de concentração (síndrome pós-concussão] que, em geral, desaparece em
semanas. Entretanto, pensa-se que várias concussões podem causar encefalopatia
traumática crônica, que resulta em disfunção cerebral grave.

Contusões encefálicas

Contusões (hematomas no cérebro) podem ocorrer com lesões abertas ou


fechadas e podem prejudicar a grande amplitude de funções cerebrais, dependendo do
tamanho e do local da contusão. Contusões maiores podem causar edema cerebral
generalizado e aumentar a pressão intracraniana. As contusões podem aumentar nas
horas ou dias após a lesão inicial e causar deterioração neurológica; cirurgia pode ser
necessária.

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Lesão axonal difusa

A lesão axonial difusa (LAD) ocorre quando a desaceleração rotacional gera


forças que resultam em rupturas generalizadas de fibras axoniais e da bainha de mielina.
Algumas lesões LAD também podem resultar de lesão cerebral mínima. Não existem
lesões cerebrais graves; porém, pequenas hemorragias petequiais na massa branca são
normalmente observadas em TC e exame de histopatologia.

A LAD é, às vezes, definida clinicamente como perda de consciência, durando


menos 6 h na ausência de uma lesão focal específica. A LAD normalmente consiste em
lesão subjacente na síndrome do lactente sacudido.

Hematomas

Hematomas (coleção de sangue dentro ou em volta do cérebro) podem ocorrer


com lesões abertas ou fechadas e podem ser:

 Epidural;
 Intracerebral (intraparenquimatoso);
 Subdural

A hemorragia subaracnóidea (sangramento no espaço subaracnóideo) é comum


no traumatismo cranioencefálico (TCE), embora a aparência na TC não seja a mesma da
hemorragia subaracnoidea aneurismática. O sangue da hemorragia subaracnoidea não se
acumula em um hematoma discreto.

Hematoma subdural é acúmulo de sangue entre dura-máter e máter aracnoide.


Hematomas subdurais agudos são resultados da laceração da veias corticais ou avulsão
das pontes das veias entre córtex e seios durais.

Hematomas subdurais agudos ocorrem frequentemente nos pacientes com traumatismo


craniano causado por quedas ou acidentes com veículos motorizados.

Contusões cerebrais subjacentes

O edema ou hiperemia (aumento do fluxo sanguíneo devido ao aumento do


número de vasos sanguíneos) pode ocorrer como hematoma que comprime o tecido
cerebral, resultando em sinais de aumento da pressão intracraniana. Quando tanto
compressão como edema ocorrem, a mortalidade e morbidade podem ser significantes.

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Um hematoma subdural crônico pode aparecer e produzir sintomas
gradualmente ao longo de muitas semanas após o trauma. Hematomas subdurais
crônicos ocorrem com mais frequência em pacientes alcoólicos e idosos
(particularmente naqueles tomando fármacos antiplaquetas ou anticoagulantes ou
naqueles com atrofia do cérebro). Estes podem tanto considerar a lesão na cabeça
relativamente trivial e até se esquecer dela. Em comparação ao hematoma subdural
agudo, edema e aumento da PIC são incomuns.

Hematomas epidurais (coleções de sangue entre crânio e dura-máter) são menos


comuns que hematomas subdurais. Hematomas epidurais que são grandes ou que se
expandem rapidamente são normalmente causados por sangramento arterial,
classicamente devido aos danos causados na artéria meníngea por fratura óssea
temporal. Sem intervenção, pacientes com hematomas epidurais arteriais podem
rapidamente deteriorar e morrer. Hematomas pequenos, epidurais venosos, são
raramente letais.

Hematomas intracerebrais são acúmulo de sangue dentro do próprio cérebro. No


cenário traumático, eles resultam da coalescência das contusões. Ainda não se definiu
exatamente quando uma ou mais contusões se tornam um hematoma. Pressão
intracraniana aumentada, herniação e insuficiência do tronco cerebral podem se
desenvolver subsequentemente, especialmente com lesões no lobo temporal ou
cerebelo.

Fraturas cranianas

Lesões penetrantes, por definição, envolvem fraturas. Lesões fechadas também


podem causar fraturas cranianas, as quais podem ser lineares, com depressão óssea ou
cominutiva. A presença da fratura sugere que uma força agravante está envolvida.

Embora muitos pacientes com fraturas lineares simples sem deficiência


neurológica não tenham alto risco de lesão intracraniana, pacientes com qualquer fratura
associada a comprometimento neurológico apresentam maior risco de hematomas
intracranianos.

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CLASSIFICAÇÃO DO TCE

O Trauma Cranioencefálico (TCE) é o tipo mais comum de Trauma e, na


maioria dos casos, o paciente vai a óbito antes mesmo de chegar ao hospital. Estima-se
que cerca de 90% das mortes em ambiente pré-hospitalar se devem a lesões cerebrais.

Por outro lado, entre aqueles pacientes que sobrevivem, uma alta taxa acaba
ficando com sequelas, que afetam suas atividades sociais e profissionais.

Aproximadamente 80% dos indivíduos com TCE são classificados como vítimas
de trauma leve, 10% como trauma moderado e 10% trauma grave.

Escala de Coma de Glasgow (GCS)

A Escala de Coma de Glasgow consiste em um sistema de pontuação rápida e


reprodutível para ser usado durante o exame inicial para estimar a gravidade do TCE. É
baseada na abertura do olho, resposta verbal e melhores respostas motoras. Uma
pontuação de 3 pontos indica potencialmente uma lesão fatal, principalmente se ambas
as pupilas falharem ao responder às respostas de luz e as respostas oculovestibulares
estiverem ausentes. Pontuações iniciais maiores tendem a prever melhor recuperação.
Por convenção, a gravidade da lesão cerebral é inicialmente definida pelo GCS:

 Pontuação GCS de 14 a 15 consiste em trauma cranioencefálico leve;


 Pontuação GCS de 9 a 13 consiste em trauma cranioencefálico moderada;
 Pontuação GCS de 3 a 8 consiste em trauma cranioencefálico grave.

A predição da gravidade do trauma cranioencefálico e do prognóstico pode ser


refinada considerando-se também achados em TC e outros fatores. Alguns pacientes
com início de trauma cranioencefálico moderada pioram e alguns pacientes com início
de trauma cranioencefálico leve deterioram. Para lactentes e crianças jovens, utiliza-se a
Escala de Coma Modificada de Glasgow para Lactentes e Crianças. Como a hipóxia e
hipotensão podem diminuir o GCS, os valores após a reanimação de lesão
cardiopulmonar são mais específicos para disfunção cerebral do que valores
determinados antes da reanimação. Da mesma forma, sedativos e paralisantes podem
diminuir os valores de GCS e devem ser evitados antes da avaliação neurológica
completa.

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Classificação

Os TCEs são classificados de acordo com a gravidade da lesão. Dessa forma, é


adotado como parâmetro a Escala de Coma de Glasgow (GCS).

Escala de Coma de Glasgow

Escala de Coma de Glasgow

Escala de Coma de Glasgow para crianças

Através dessa escala pode-se classificar o TCE como:

 Leve (ECG 14 a 15);


 Moderado (ECG 9 a 13);
 Grave (ECG 3 a 8).

Os traumas de crânio considerados leves totalizam metade dos casos e


frequentemente tem uma boa evolução e recuperação. No TCE leve não ocorre perda de
consciência e os pacientes apresentam leve alteração mental, juntamente com dor de
cabeça e tontura, mas esses sintomas tendem a desaparecer com o tempo. O TCE

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moderado geralmente ocorre em vítimas de politraumas, apresentam perda de
consciência e alterações neurológicas reversíveis. No TCE grave os pacientes se
apresentam inconscientes e com perda neurológica, esses indivíduos geralmente estão
em coma, e na maioria das vezes apresentam comprometimento de outros órgãos e em
torno de um quarto desses pacientes apresentam lesão cirúrgica.

Mecanismo, morfologia anatômica ou gravidade

Exemplo Hematoma Subdural

O TCE pode ser se classificado de acordo com seu mecanismo, morfologia


anatômica ou gravidade:

- Mecanismo: classifica-se o trauma em fechado (contuso) ou penetrante. O


trauma fechado pode estar associado a acidentes de trânsito, quedas e agressões; e o
penetrante geralmente está relacionado com ferimentos causados por armas de fogo ou
arma branca. A lesão fechada é comum em crianças.

- Morfologia Anatômica: são divididas em lesões extracranianas, intracranianas


e fraturas do crânio. Extracranianas laceram o couro cabeludo, causando sangramento e
hematomas, como por exemplo, o hematoma subdural. Intracranianas podem ser focais
ou difusas. E as fraturas do crânio podem ser lineares, cominutivas, e com afundamento.

- Gravidade: é verificada através da escala de coma de Glasgow (ECG), e o


objetivo é registrar o nível de consciência de uma pessoa após um TCE, avaliando a
resposta verbal, motora e abertura dos olhos.

Lesão Encefálica Primária E Secundária

A lesão primária ocorre no momento do trauma, resulta em lesão mecânica


direta e pode ser causada pelo mecanismo de impacto ou pela aceleração e
desaceleração do cérebro dentro do crânio.

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A lesão secundária é definida como uma resposta fisiológica que inicia após o
momento do acidente. Essa reação fisiológica pode apresentar alterações sistêmicas e
desordens dentro do crânio, causando hipoxemia (deficiência anormal da concentração
de oxigênio no sangue arterial), hipercapnia ou hipocapnia (aumento ou queda da
concentração de gás carbônico do sangue), hipotensão arterial (queda da pressão arterial
média), aumento da pressão intracraniana, alterações de temperatura e do metabolismo.

Quadro Clínico

O indivíduo vítima de TCE muitas vezes apresenta alteração de consciência, e


dependendo da extensão e gravidade da lesão, pode evoluir para o coma, podendo
permanecer nesse estado por horas, dias ou semanas. Esses indivíduos após saírem do
coma, normalmente se apresentam confusos e com dor de cabeça. Pessoas que sofreram
TCE podem ter alterações motoras, posturais, sensitivas, de linguagem, comunicação,
visão, audição, transtornos de personalidade, intelecto, crises convulsivas, incontinência
urinária ou fecal, complicações devido a permanência prolongada no leito, entre outras.
Existem três categorias que dividem as incapacidades resultantes provenientes do TCE,
são elas:

 Físicas;
 Cognitivas;
 Comportamentais/Emocionais.

As físicas são variadas, podendo ser motoras, visuais, posturais, ente outras. As
cognitivas geralmente afetam a memória, capacidade de aprendizado e atenção. E as
alterações comportamentais/emocionais incluem comportamento imaturo, perda da
autoconfiança, desmotivação, irritabilidade e agressividade.

Os pacientes de TCE podem apresentar mais de uma alteração no seu quadro


clínico e a gravidade do trauma vai determinar se haverá ou não seqüelas significativas.
No trauma cranioencefálico leve, alguns padrões de alterações podem estar presentes na
fase pós-aguda, mas não significam que serão seqüelas permanentes. Muitos destes
pacientes não apresentam alterações de memória, aprendizado e atenção, mas podem
enfrentar dificuldades para retornar as suas atividades diárias.

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TRATAMENTO DA TCE
O tratamento do TCE inicia na cena do trauma, que exige nesse momento
organização e conduta de qualidade. É importante que ocorra transporte correto da
vítima e uma admissão adequada no hospital. Esses passos contribuirão para realizar um
diagnóstico correto, estabelecer um prognóstico e uma conduta terapêutica eficaz e de
qualidade. Inicialmente o tratamento será clínico e/ou cirúrgico, em seguida, após o
quadro clínico do paciente se estabilizar, começarão as terapias para reabilitação.
Pacientes com TCE são acompanhados por uma equipe multidisciplinar, incluindo
médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais e
fonoaudiólogos. A abordagem do tratamento deve ser global, tendo como objetivo
alcançar o maior grau de funcionalidade, proporcionando a esses indivíduos maior nível
de independência e qualidade de vida.

18
CONCLUSÃO
Faz- se necessário o desenvolvimento de estratégias para minimizar o impacto
de suas consequências à população e à sociedade, e ainda mais importante é sensibilizar
pessoas e estimular campanhas para a conscientização da população com relação à
gravidade destes eventos, quase que em sua maioria preveníveis.

Diante do trabalho exposto, houveram algumas dificuldades relacionadas a


fundamentação e à encontrar meios acertivos para o atendimento à pacientes que
apresentam TCE, devido a inconsistência dos mesmos, prontuários incompletos e
avaliações clínicas não satisfatórias, e vale salientar que, para que haja um bom
atendimento e classificação do paciente vítima de TCE é importante que se tenham
protocolos, instrumentos e escalas sensíveis e fidedignas implantados na unidade, para
instituir o fluxo desse paciente ao adentrar no hospital de urgência e trauma.

19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Carvalho LFA, Affonseca CA, Guerra SD, Ferreira AR, Goulart EMA. Traumatismo
cranioencefálico grave em crianças e adolescentes. Rev Bras Ter Intensiva 2007; 19 (1).
Disponível em: . Acesso em: 19 de nov. 2010.

Figueiredo JC, Caetano LL, Filho RMMM, Morais SG. Traumatismo Cranioencefálico:
Aspectos Clínicos e Abordagem Fisioterapêutica.

Nomura S. Traumatismo Crânio-Encefálico e Cervical em Pediatria. Disponível em:


Acesso em: 20 de nov. 2010.

Quevedo MJ. Internações em UTI por trauma cranionencefálico (TCE) na cidade de


Porto Alegre. 2009. Disponível em. Acesso em: 21 de nov. 2010.

Souza JWT, Araújo KP, Roberto M, Silva VJ, Oliveira GN. Traumatismo
Cranioencefálico (TCE). 2009. Disponível em:
<http://www.webartigos.com/articles/16707/1/TRAUMATISMO-
CRANIOENCEFALICO-TCE/pagina1.html>. Acesso em: 21 de nov. 2010.

20
ANEXOS

21
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS .................................................................................................... iii
DEDICATÓRIA .............................................................................................................. iv
PENSAMENTO ............................................................................................................... v
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 6
TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO (TCE) ........................................................ 7
TCE - Definição ............................................................................................................ 7
Epidemiologia ............................................................................................................... 7
SINTOMAS DE TRAUMATISMO CRÂNIOENCEFÁLICO ....................................... 8
Causas ........................................................................................................................... 8
Sintomas de PIC aumentada ......................................................................................... 9
Sintomas a longo prazo ............................................................................................... 10
Estado Vegetativo ....................................................................................................... 10
TIPOS DE TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO ........................................................... 11
Tipos Comuns De Trauma Cranioencefálico .............................................................. 11
Concussão................................................................................................................ 11
Contusões encefálicas ............................................................................................. 11
Lesão axonal difusa ................................................................................................. 12
Hematomas .............................................................................................................. 12
Contusões cerebrais subjacentes ............................................................................. 12
Fraturas cranianas .................................................................................................... 13
CLASSIFICAÇÃO DO TCE ......................................................................................... 14
Escala de Coma de Glasgow (GCS) ........................................................................... 14
Classificação ............................................................................................................... 15
Mecanismo, morfologia anatômica ou gravidade ....................................................... 16
Lesão Encefálica Primária E Secundária .................................................................... 16
Quadro Clínico ............................................................................................................ 17
TRATAMENTO DA TCE ............................................................................................. 18
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 20
ANEXOS ........................................................................................................................ 21

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