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Anamnese pela visão da

Nutricional Funcional
Gabriel de Carvalho
Nutricionista Funcional e Farmacêutico Bioquímico
Presidente de Honra do IBNF
Introdutor da Nutrição Funcional no Brasil em 1999
Sistemática do Atendimento em
Nutrição Clínica Funcional

Objetivos
–Entenda o objetivo do paciente – Qual o desejo?
–Compreensão do processo da Nutrição Funcional
–Motivação: motivar para a ação
–Adesão do paciente ao tratamento
–Encaminhar a resolução / recuperação / melhora do quadro clínico
2
Princípios da Nutrição Funcional
1. Individualidade Bioquímica
Meio ambiente único vs genética única =

2. Centrada no Paciente
3. Interconexões em Teia de fatores fisiológicos
4. Equilíbrio dinâmico de fatores internos e externos
5. Saúde como uma Vitalidade Positiva
3
A Matriz da Nutrição Funcional

Assimilação Defesa e reparo

Antecedentes
Integridade Mental Emocional
Estrutural Energia
Gatilhos Espiritual

Comunicação Biotransformação
Mediadores e e eliminação
Perpetuadores Transporte

Sono e Exercício e Nutrição e Estresse Relações /


relaxamento movimento hidratação Resiliência Equipe4
Ponto de Vista Funcional

Antecedentes
Gatilhos
Mediadores
Condições
5
A Matriz da Nutrição Funcional
- História familiar (morbidade/
longevidade)
- História pessoal (morbidade, hábitos)
- Infância: tempo de gestação, parto,
Antecedentes amamentação
- Saúde e doenças na infância
- Traumas físicos / emocionais
- Qual a genética?
- Reação a medicamentos, cafeína
Obesidade: história de dietas / profissionais
consultados – uso de medicamentos
- Tipo de trabalho: exposições tóxicas
6
História da doença / queixa principal:
- Quando começou?
- O que ocorreu nos 6 meses anteriores ao
início do problema?
Gatilhos - Estresse profissional, familiar, divórcio,
mudança de cidade, plantões, internações,
medicamentos – anticoncepcionais
- Alergenos alimentares e ambientais
- Toxinas: intestinais, mentais, metais,
poluentes, agrotóxicos, alimentares…
- Espécies Reativas
- Dietas loucas, emagrecimento rápido,
falta / excesso de macro/ micronutrientes
7
A Matriz da Nutrição Funcional

Carência nutricional
Depleção Treg - Polarização Th2/
Th1
Inflamação: citocinas, quimiocinas,
linfocinas, eicosanoides
Histamina
Estresse oxidativo
Desequilíbrio hormonal /
neurotransmissores
Mediadores e
Traumas
Perpetuadores 8
Preenchimento do
1o. Passo:
Questionário de Rastreamento Metabólico

Preenchido antes de iniciar consulta,


orientado individualmente pelo
profissional ou auxiliar
9
10
11
12
13
14
15
16
Objetivos do Questionário de
Rastreamento Metabólico

1 - Mostra um diferencial na abordagem

2 - Interesse no indivíduo como um todo

3 - Quantifica o(s) problema(s)


17
Objetivos do Questionário de
Rastreamento Metabólico
4 – Subjetivo =
escrito a próprio punho =
valor pessoal
18
Objetivos do Questionário de
Rastreamento Metabólico

5 – Evita o esquecimento do relato de sinais e


sintomas

6 – Economiza tempo da consulta


19
Objetivos do Questionário de
Rastreamento Metabólico

7 – auxilia no diagnóstico correto, avaliando os diferentes sistemas


corporais envolvidos

Ex.: alergias, intoxicações crônicas, gravidade da


patologia
20
Objetivos do Questionário de
Rastreamento Metabólico

8 – Propicia rápido acompanhamento da evolução clínica


9 – Pacientes esquecem o que melhorou e fixam-se no que
ainda não está bom, principalmente quando a queixa
principal ainda não foi resolvida
21
Objetivos do Questionário de
Rastreamento Metabólico

10 – diferencial da Nutrição
Funcional!!!
22
2o Passo
Qual o motivo que lhe trouxe a consulta?
O que precisamos saber:
suas principais queixas
suas prioridades em melhorar
= objetivo do paciente
= motivação para buscar o resultado 23
Associar esta queixa as demais, relatadas no QRM
perceber se há uma causa em comum, que as relaciona
Se possível, mostrar ao paciente as
“zonas de pontuação” e suas associações

ex.: queixas no GI e no mental / emocional 24


Explorar o histórico de cada uma das queixas
–pelo menos das principais = antecedentes
–Quando começou?
–Como começou
• o que ocorreu – gatilho?
–Horário(s) de agravamento dos sintomas 25
• Relação com alimentos / refeições
• Como era sua saúde antes?
• “O que ocorreu na sua vida (mudanças na
alimentação / estilo de vida / trabalho / família) nos
6-12 meses que antecederam o início do problema?

(gatilho fundamental) 26
Outros Questionários
Questionário de Sono

28
Questionário de
Hiperpermeabilidade
Intestinal

29
Questionário de Fungos
e Candidíase

30
Questionário
Funcional para
Avaliação da
Detoxificação
31
Questionário de
Avaliação do Eixo HPA

32
Questionário de
Neurotransmissores

33
Questionário de
Saúde Emocional

34
3º. Detalhes da Anamnese
• Antecedentes paternos / maternos?
• Ideia dos genes...
• Antecedentes pessoais
• Tempo de gestação
• Ganho de peso da mãe na gestação
• Tipo de parto
• Alergias e desfechos metabólicos
• Tempo de amamentação
• Alergias e desfechos metabólicos
• Tem alergias a medicamentos /perfumes /produtos químicos /metais
/tecidos/insetos / alimentos 35
• Saúde na infância - Patologias apresentadas
Testes de alergia realizados, tipo e resultados

• Tem cirurgias / acidentes


• Alimentos que não gosta
• Alimentos que adora!
• Exames bioquímicos e de imagem pregressos
Outras queixas e condições clínicas, detalhar e anotar tudo!
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• Sono – qualidade? Acorda restaurado?
• Hora de dormir, despertar, bebidas energizantes
• Insônia inicial, Intermediária, acordar prematuro, Número de
horas de sono
• Mastigação? Líquido com as refeições?
• Estômago
• Velocidade de digestão? Má digestão? Azia? Refluxo? Dor?
• Intestino
• Forma das fezes? Distensão abdominal? Flatulência
• Tipo 1 – comum em alergias
37
Que perguntas
podemos fazer aos
pacientes com
suspeita de
Sensibilidade ao
Trigo Não celíaca?

38
1- Você sofreu de alergia alimentar na infância?
Se sim: como diagnóstico foi feito?
Desafio DCPC? Desafio aberto? Testes de IgE?
Comentário:
História de alergia alimentar na infância é mais frequente
em pacientes com STNC que em pacientes com SII
39
2. Se você não sabe se sofreu de
alergia alimentar ou não:
Você mudou o tipo de leite na infância?
Você teve história de “intolerância ao leite” na infância?
Você teve problemas no período do desmame?

Comentário:
Se sim: sugerem possível hipersensibilidade a proteína do
leite de vaca na infância, ou ao trigo, ou a múltiplos alimentos40
3 - Sofreu de constipação crônica deste a infância?
(Em pacientes com SII onde domina constipação)

Comentário:
Constipação crônica, com má resposta a laxantes, na
infância, é um sinal frequentemente não reconhecido
41
de hipersensibilidade alimentar
4 - Sofreu (ou sofre) de rinite alérgica ou conjuntivite
ou asma ou dermatite atópica?
Comentário:
História prévia ou coexistência de doenças
atópicas ↑ a probabilidade de STNC ou
múltiplas hipersensibilidades alimentares 42
5 – Sofreu de eritema umbilical
(ou na região periumbilical, com ou sem secreção)
na infância, ou ainda hoje?
Comentário:
Dermatite nesta região pode ser um sinal de alergia
alimentar
43
6 – Sofreu de eritema perianal
(ou anal) na infância, ou está sofrendo hoje?

Comentário:
Dermatite nesta região pode ser um
sinal de alergia alimentar
44
Resumo das manifestações da
reação ao glúten / trigo em
seres humanos
45
Sintomas:
1. 68% dor abdominal
2. 40% eczema ou erupção
3. 35% cefaleia
4. 34% confusão mental
5. 33% cansaço
6. 33% diarreia
7. 22% depressão
8. 20% anemia
9. 20% “formigamento” nas pernas, braços ou dedos
10.11% dor articular
46
11.distúrbios de atenção
12.hiperatividade
13.perda de peso
14.eritema
15.aftas crônicas
16.distensão abdominal
17.flatulência
47
Sintomas de pacientes com Sensibilidade ao Trigo Não Celíaca

18.Menstruação em baixo ou alto volume


19.Fissuras Anais
20.Evacuação com sangue
21.Cistite intersticial
22.Inchaço nos olhos ao acordar
23.Pelos encravados
24.Alteração do padrão de sono
25.Alterações de humor
26.Perda de equilíbrio
27.Ganho de peso
28.Constipação intestinal
29.Perda de equilíbrio 48
30.Síndrome do Intestino Irritável
31.Dor e desconforto abdominal
32.Desordens pancreáticas
33.Linfoma
34.Neuropatia
35.Autismo
36.Esquizofrenia
37.Infertilidade
38.Doença Inflamatória intestinal
39.Distúrbios Musculares
40.Osteopenia e osteoporose 49
4º.
Mostrar Matriz da Nutrição Funcional

Identifica
– como enxergamos o problema
– como procuraremos resolvê-lo
– suas possíveis causas e conseqüências = repercussão global
no organismo
50
A Matriz da Nutrição Funcional
Assimilação Defesa e reparo

Antecedentes
Mental Emocional
Integridade
Estrutural Energia

Gatilhos Espiritual

Biotransformação
Comunicação e eliminação
Mediadores e
Perpetuadores
Transporte

Sono e Estresse
Exercício e Nutrição e Relações /
relaxamento movimento hidratação Resiliênci
Equipe 51
a
Matriz
da
Nutrição
Funcional

52
5º. Passo:
conhecer a alimentação do nosso paciente

Inquérito recordatório de 24h;


habitual
53
Perguntar ao paciente:

1. O que tu achas da tua alimentação?


2. O que tu achas que está errado?
3. O que tu achas que está correto?
54
Objetivo

1. Saber o grau de consciência alimentar /


informação sobre alimentação
2. Mostrar a ele que tu sabes muito mais
do que ele: valorização do teu trabalho!
55
6º. Passo - Correlação de sinais
e sintomas clínicos com
deficiências/excesso de macro e
micronutrientes
Baseado em softwares de análise;
e/ou em tabelas de sinais e sintomas, estruturadas a
partir da bibliografia disponível para consulta 56
Queixas “menores” e sua
correlação a alimentação / nutrição

Por quê ansiedade? Irritabilidade?


Por quê cabelos caem?
Por quê constipação? Irregularidade intestinal?
Cefaléia, ansiedade e insônia?
Por quê cefaléia? Cansaço?
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Queixas “menores” e sua
correlação a alimentação / nutrição

Por quê unhas onduladas? Quebradiças?


Estriadas? Desfolham?
Estriadas
Falta de ferro / anemia
Carência de complexo B e magnésio
Hipotireoidismo
Deficiência de hormônio do crescimento
58
Cansaço/energia/disposição
Diferenciação:
mitocondrial, sono, adrenal ou outro...
- Mitocondrial: sintomas musculares, cerebrais, esgotamento
pós estresse, ptose, alt espermograma
- Adrenal: hora do dia, “preciso de café para despertar”,
hipotensão (postural tb), melhora com sal, sódio sérico
menor
- Sono: “meu sono não é reparador”, durmo fácil durante o dia,
durmo em qualquer lugar, uso de estimulantes ao longo do
dia 59
7o. Passo:
Recomendações Nutricionais

• Pertinentes ao momento do indivíduo


• Iniciar a correção alimentar
–passo não pode ser maior do que a perna
• Educação nutricional funcional, baseado em:
–Histórico familiar
–Histórico pessoal
–Sinais e sintomas
–Deficiências desequilíbrios da alimentação atual
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8o. Solicitação da
Avaliação Bioquímica Laboratorial
Individualizando e precisando a prescrição
nutricional
61
1. Cientificidade
2. Credibilidade = paciente tem mais confiança
em nossa conduta e orientações
3. Análise do ótimo vs referência “normal”
62
4. Ajuste adequado dos suplementos
nutricionais (usados se necessário)
5. Avalia realmente o que está chegando a
circulação/ célula
63
9º. Solicitação do
Diário de Registro Alimentar - 3 dias

Cálculo realizado em software para avaliação


macro e micronutricional da alimentação
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Por quês “funcionais”?

Correlação sinais e sintomas vs. ingestão


Correlação bioquímica vs. ingestão
Mais parâmetros a serem detalhados na orientação /
educação alimentar, justificando as medidas

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Para o nutricionista:

Por quêsalgo
Conhecer “funcionais”?
mais sobre fontes de micronutrientes!
 Conhecer o perfil micronutricional de sua região / seus
clientes!
 Impacto da escolha alimentar na ingestão nutricional
(ex.: Arroz branco vs. Arroz integral E B6, magnésio)
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Como fazer seu paciente aderir ao
tratamento?
1. Não existe consulta, existe tratamento
2. Escute o seu paciente – ele sabe a origem do problema
a. Perguntar origem dos problemas, queixas
3. Ouvir atentamente, ouvir com o coração, ser empático
4. Explicar o que é a Nutrição Funcional e seu plano de ação, mostrar as lâminas do
IBNF
5. Solicitar exames (sangue, urina, genético, fezes, biorressoancia), solicitar o
preenchimento de questionários, avaliação física – enfim conhecer o paciente
para poder personalizar o ttmento
6. Não entregar dieta!
7. CONHECIMENTO e EMPATIA
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Devo entregar plano alimentar na
primeira consulta?

• não: quanto menos melhor: paciente deve perceber que está em


um TRATAMENTO e não em uma consulta. Devemos quebrar este
hábito cultural, arraigado. Valoriza a atuação profissional.
• sim: podemos entregar sugestões de melhoras em pontos que o
paciente precisa trabalhar, evoluir, melhorar, como um roteiro
amplo de condutas abertas, onde o paciente precisará ser pro
ativo, precisará colocar sua intenção para o crescimento e
desenvolvimento pessoal
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