Olá,

Eu sou o Fabrício Degrandis,

Nutricionista e Profissional
de Educação Física.

Já atuei com milhares

pacientes nas mais diversas
áreas, principalmente dentro
da Nutrição Esportiva, na qual
sou professor e ministro
cursos nas modalidades
online e presencial. Saiba
mais sobre meu trabalho no
meu Instagram:
@nutrifabriciodegrandis.

Um abraço
e boa
leitura!

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 02

Sumário
Para começo de conversa .....................................................................................................
04

O que compõe o Gasto Energético Total...................................................................... 07

2.1 Um pouco mais sobre os componentes da atividade física...................... 09

2.2 Para compreender melhor........................................................................................11

Fórmulas disponíveis para estimar

Taxa Metabólica de Repouso (TMR)................................................................................12
3.1. Fórmulas para paciente Esportista Amador ou Profissional....................13

Método Track..............................................................................................................................15
4.1 Passo a passo para calcular o Gasto
Energético Total, a partir do Método Track .............................................................16
4.2 Sugestão para realizar o Diário Alimentar.......................................................... 18

Outras sugestões de Fórmulas........................................................................................... 19

5.1 Para pacientes eutróficos...........................................................................................

20

5.2 Para pacientes com sobrepeso e obesidade....................................................21

5.3 Para pacientes com baixo percentual de gordura.......................................... 21

Exemplos clínicos .....................................................................................................................

22

Considerações finais ...............................................................................................................

31

Referências.....................................................................................................................................
33

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 03

0 começo de
para

con-
versa
Para começo
de conversa
Todas as atividades celulares do
organismo humano necessitam de
energia. O ganho de energia vem
principalmente dos macronutrientes,
ou seja, proteínas, lipídeos e
carboidratos. Nesse contexto, a saída
de energia do nosso corpo deve ser
semelhante à entrada para manter o
peso estável. Essa atividade é
chamada de homeostase energética.

Abaixo, detalhamos como ocorre

esse processo:
Para compreender a entrada de
energia, basta lembrarmos dos
fatores de conversão criados por
Wilburn Atwater:
1 g de lipídeo tem 9 kcal;
1 g de carboidrato tem 4 kcal;
1 g de proteína tem 4 kcal;
A partir desse modelo, podemos
calcular a quantidade de energia
ingerida em uma dieta. Cada
quilocaloria consumida por meio
desses macronutrientes resulta em
energia para o corpo. Já a saída, ou
seja, o gasto energético é afetado por
diversos fatores: tipo de exercício
físico realizado, sono, estresse,
hormônios que afetam o gasto
energético, doenças, genética,
medicamentos e temperatura do
ambiente.
Em resumo, todas as mudanças do
tecido muscular esquelético e tecido
adiposo envolvem gasto e consumo
energético. Desse modo, percebemos
a importância dos cálculos
energéticos na formulação de dietas.
Tais cálculos estimam quanto o
indivíduo gasta de energia e, desse
modo, definem o quanto ele deveria
ingerir ao longo do dia conforme seu
objetivo, podendo ser um balanço
energético negativo, positivo ou
neutro.

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 05

De maneira geral, neste e-book trabalharemos com
3 possibilidades práticas para cálculos energéticos:

1
Gasto Energético Total (GET)

=
Taxa Metabólica de Repouso (TMR)
x Fator de Atividade Física (FA)

Gasto Energético Total (GET)

=
2
Taxa Metabólica de Repouso (TMR)
x Fator de Atividade Física (FA) +
Equivalentes Metabólicos (MET’S)
referente ao exercício para
indivíduos esportistas,
principalmente.

3
Método de Track

=
Esse método tem como objetivo ser
uma alternativa às fórmulas e presume
boa aplicação na prática clínica.

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 06

O que
0
compõe o
gasto
energé-
tico
total?
O que compõe
o gasto energético
total?
Após estudos realizados ao longo dos
anos, temos a compreensão de que o
gasto energético humano se divide
entre os seguintes componentes:
Gasto Energético Basal ou
Taxa Metabólica Basal / Gasto
Energético de Repouso;
Efeito Térmico dos Alimentos;
Atividade Física.
De maneira geral, a Taxa Metabólica
Basal (TMB) ocupa, na soma do gasto
energético total, cerca de 60 a 70%
das calorias, o Gasto com Atividade
Física de 15 a 30% e o Efeito Térmico
dos Alimentos pode variar de 8 a 15%
usualmente.
Atenção: precisamos entender
que as fórmulas disponíveis para
calcular o gasto energético são
ESTIMATIVAS e, por isso, podem
ser variáveis.
Gastos Energéticos: o que precisamos saber?
Abaixo, explicamos, brevemente,
cada um desses componentes:
Gasto Energético Basal ou Taxa
Metabólica Basal/ Gasto
Energético de Repouso:
O Gasto Energético Basal está
relacionado a quantas calorias o
nosso corpo necessita para
manter-se vivo. Pela dificuldade em
sua mensuração, utilizamos para
análise o Gasto Energético de
Repouso. Portanto, as fórmulas atuais
costumam utilizar, de maneira mais
frequente, a nomenclatura TMR (Taxa
Metabólica de Repouso) ou GER
(Gasto Energético de Repouso).
Efeito Térmico dos Alimentos
(ETA) ou Termogênese
Induzida pela Dieta (TID):
Este componente está relacionado
ao gasto para digerir, absorver e
armazenar nutrientes provenientes da
alimentação. O Efeito Térmico dos
Alimentos representa cerca de 10%
do Gasto Energético Total (GET). Por
consequência, a mudança na
08
distribuição de macronutrientes
implica numa mudança na
termogênese induzida pela dieta.
Esse efeito é medido por métodos que
envolvem de moderado a alto custo e
complexidade (Câmara Metabólica;
Confinamento; Diluição de Isótopos e
Câmara Respiratória).
Atividade Física:
A atividade física está relacionada a
qualquer movimento que exceda a
Taxa Metabólica Basal. As pesquisas
mais atuais costumam subdividir o
componente de “Atividade Física’’ em
dois:
i. Termogênese da atividade sem
exercício: este componente é
um dos que recebe maior
atenção na literatura, uma vez
que apresenta uma variação
muito grande entre indivíduos e
é mais difícil de mensurar.
Compreende atividades de
lazer, ocupação e atividades
cotidianas, como, por exemplo,
varrer a casa.
ii. Termogênese da atividade em
exercício: este componente
engloba atividades pré-programadas,
como, por exemplo, 1 hora de
musculação ou 5 horas de ciclismo.
Gastos Energéticos: o que precisamos saber?
2.1 Um pouco
mais sobre os
componentes da
atividade física
Considerando as atividades
habituais e o exercício físico,
podemos aprofundar a análise a
partir dos seguintes pontos:
Nível de Atividade Física
(NAF): Utilizado para
determinar quantidade e
intensidade do nível de
atividade física habitual do ser
humano. O Nível de Atividade
Física é a proporção entre o
Gasto Energético Total diário
(GET) pelo Gasto Energético
de Repouso (GER), ou seja: NAF
= GET/GER.
Este valor ficará, no máximo, entre 2 e
2,4 (Westerterp, 2018). A OMS
classifica em 3 categorias básicas:
Estilo de Vida Sedentário
(1,40-1,69): indivíduos que têm
ocupações que não exigem
muito esforço físico. Não fazem
exercícios regularmente e
passam a maior parte do lazer
em pé ou sentados.
Estilo de Vida Ativo ou
Moderadamente Ativo (1,70
-1,99): Indivíduos que, por
09
vezes, podem ter estilos de vida Estilo de vida vigorosamente
parecidos com pouco ativos com ativo (2,00 - 2,40): São
tarefas rotineiras, mas que indivíduos que despendem
despendem um tempo do seu dia com muito do seu dia com
exercícios físicos (normalmente uma atividades vigorosas e até
hora com intensidade moderada a mesmo com a adição de
intensa). exercícios físicos extenuantes.

Vale ressaltar que encontramos diferentes médias de FA na literatura. Aqui

utilizaremos o proposto por Cunningham em 1991:

NAF MULTIPLICADOR

Sedentário (pouco ou nenhum exercício) 1,2

Levemente ativo (cerca de 30 minutos de atividade

1,375
física em intensidade moderada, 1 a 3 dias/semana).

Moderadamente ativo (45 minutos de atividade

física em intensidade moderada, 3 a 5 dias/semana). 1,55

Muito ativo (treino de 1 hora, 6 a 7 dias/semana). 1,725

Extremamente ativo (treinamento muito árduo

1,9
incluindo musculação pesada 2 a 3 vezes/semana).

*Múltiplos de AF propostos por Cunningham (1980)

**Os múltiplos propostos por Cunningham são menores que os propostos pela OMS e menos espaçados.

Antes de terminar: Como estimar o

gasto de atividades com os MET’s do peso do indivíduo;

A forma de estimarmos o gasto de

energia com exercícios físicos se dá por do tempo da atividade em horas;
meio dos Equivalentes Metabólicos
(MET’s). O valor fornecido em METs
está classificado por 1 hora de do valor do MET referente a
exercício, sendo assim, temos que ter atividade ou exercício selecionado.
cuidado com valores menores ou
maiores que essa quantidade de
tempo. Para estimativa do gasto A tabela com os METS pode ser
referente à atividade, precisamos: encontrada aqui

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 10

2.2 Para
compreender
melhor
Para demonstrar o que vimos até o
momento, trazemos um exemplo:

Queremos saber através dos MET’s,

qual o gasto energético aproximado
de um adulto de 75 kg no golfe (MET
do golfe = 4,8). Sendo que ele pratica
o esporte durante 30 minutos.

Para isso, consideramos a fórmula:

KCAL = MET x PESO (KG) x TEMPO DE EXERCÍCIO EM HORAS

(Ainsworth et al., 2011)

No nosso exemplo:
4,8 x 75 x 0,5 = 180 kcal.
Este sujeito gasta, aproximadamente,
180 kcal no tempo referido na
atividade selecionada.

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 11

0
Fórmulas
disponíveis
para estimar
Taxa Meta-
bólica de
Repouso
(TMR)
(TMR)
Fórmulas disponíveis
para estimar
Taxa Metabólica de
Repouso (TMR)
É preciso atentar que as fórmulas um sujeito. Sendo assim, compilamos
para calcular a Taxa Metabólica de as fórmulas de uma forma que facilite
Repouso (TMR) são estimativas e a aplicabilidade do uso em cada
foram criadas para populações população considerando o estudo de
específicas. Elas são utilizadas para origem e validações posteriores.
estimar as calorias de manutenção de

3.1. Fórmulas para paciente Esportista

Amador ou Profissional:
Referência da fórmula Fórmula realizada

Homens = 662 – 9.53 x (idade em anos) + NAF x

[15.91 x peso corporal (kg) + 539.6 x altura (m)]
IOM - Cálculo do GET
diretamente Mulheres = 354 – 6,91 x (idade em anos) + NAF x
[9,36 x peso corporal (kg) + 726 x altura (m)]

NAF**

CUNNINGHAM (1980) *
TMR*** = 500 + 22 x Massa Livre de Gordura (kg)
Cálculo da TMR

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 13

 Referência da fórmula Fórmula realizada

CUNNINGHAM (1991) *
Cálculo da TMR

Esta é a mesma equação de TMR*** = 370 + 21,6 x Massa Livre de Gordura (kg)
KatchMacardle (que foi
baseada em Cunningham em
1991), pode ser utilizada para
uma ampla gama de peso e
idade.

OWEN
TMR*** = 50.4 + (21 × P)
Cálculo da TMR

*Para o paciente esportista, podemos utilizar a ideia de cotidiano do sujeito e associar com o cálculo
dos MET’s para modalidade específica. Já para o multiplicador de Atividade Física ou Fator de
Atividade Física sugerimos a utilização do FA proposto por Cunningham.

**NAF = Nível de Atividade Física 1.0 (HOMENS) e 1.0 (MULHERES) para Sedentário, atividades
diárias de casa, andar até o ônibus; 1,11 (HOMENS) e 1,12 (MULHERES) para Baixa atividade,
atividades diárias mais 30-60 minutos de atividade moderada (ex: caminhada de 5 a 7 quilômetros);
1,25 (HOMENS) e 1,27 (MULHERES) para Ativo, atividades diárias mais 60 minutos de atividade
moderada; 1,48 (HOMENS) e 1,45 (MULHERES) para Muito Ativo, atividade diárias mais no mínimo
60 minutos de atividade moderada, mais um adicional de 60 minutos de atividade intensa ou 120
minutos de atividade moderada.

***TMR = Taxa Metabólica de Repouso; P = Peso em KG; A = altura em M;

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 14

0
Método
Track
Método Track
Primeiramente, vale ressaltar que,
muitas vezes, a aplicação das
fórmulas demonstradas até aqui é
restrita à confiabilidade do método
que pode sofrer muitas variações
conforme individualidade. Com a
população brasileira, por exemplo, a
literatura mostra que equações como
as da OMS podem superestimar o
GET de adultos saudáveis (OLIVEIRA
et al., 2008). Sendo assim, foi
implementado o Método Track. Esse
método tem como objetivo ser uma
alternativa a isso e presume boa
aplicação na prática clínica.
A partir desse cálculo, podemos
descobrir o total de calorias para a
manutenção de peso de um indivíduo.
Na sequência, compreenderemos
como esse método ocorre na prática.

4.1 Passo a passo para calcular o

Gasto Energético Total, a partir do
Método Track

Passo I
Durante 20 dias, oriente o paciente a manter normalmente sua rotina
com relação à comida e à Atividade Física. Faça o track das calorias
consumidas (que pode ser feito no Dietbox, por meio do Recordatório
Alimentar, conforme o Diário que o paciente preencher) e rastreie a
média consumida.

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 16

 Passo II
Oriente o paciente a se pesar todos os dias pela manhã, se
possível, com as mesmas condições (vestimentas,
esvaziamento gástrico, etc.).

Passo III
Compare o peso médio dos primeiros 10 dias com o peso
médio os últimos 10 dias.

Se o paciente
Se ganhou peso: Se perdeu peso: manteve o peso:

Provável que Provável que

Provável que tenha consumido
tenha
tenha sido as calorias de
consumido
consumido mais manutenção.
menos calorias
calorias do que Assim, você já terá
do que as
as calorias de uma ideia de
calorias de
manutenção. como proceder a
manutenção.
partir daqui.

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 17

4.2 Sugestão para realizar
o diário alimentar
O Diário Alimentar pode ser feito de
diversas formas, inclusive pelo
Dietbox. Dependendo do caso do
paciente, é possível a orientação de
pesagem dos alimentos. O paciente
pode detalhar desta forma:

Refeição Horário Observações

Suco de laranja (200 ml);

1 banana média; 8h Sentiu fome às 12h.
2 colheres de sopa de aveia;
2 ovos.

1 concha de feijão;
Não contabilizou vegetais, mas tentou
3 colheres de sopa de arroz
12h atingir metade do prato.
branco cozido;
Lombo suíno: frito com 2 colheres de
120 gramas de lombo suíno;
sopa de óleo de soja.
Suco de uva (300 ml).

Meio abacate;
1 scoop de whey; 17h
250 ml de leite integral.

2 sanduiches (4 fatias de pão);

100 gramas de frango
grelhado; 21h Observação: Pão Nutrella 100%
2 fatias de queijo; integral
2 colheres de sopa de
requeijão.

O nutricionista pode se basear nos Partindo da hipótese que o paciente

registros exemplificados acima para
contabilizar as calorias que esse
paciente já vem consumindo.
No caso dessa dieta, as calorias totais
são de aproximadamente 2400 kcal.
vem mantendo o peso, é muito
provável que essas calorias se
estabeleçam como as calorias de
manutenção dele.

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 18

0
Outras
sugestões de
fórmulas
Outras sugestões
de fórmulas
5.1 Para pacientes Eutróficos
Fórmulas de OXFORD e OMS

Sexo Idade OXFORD OMS

10 - 18 18,4 x P + 581 17,686 x P + 658,2

18 - 30 16 x P + 545 15,057 x P + 692,2

Homem
30 - 60 14,2 x P + 593 11,472 x P + 873,1

Acima de 60 13,5 x P + 514 11,711 x P + 587,7

10 - 18 11,1 X P + 761 13,384 x P + 692,6

Mulher 18 - 30 13,1 x P + 558 14,818 x P + 486,6

30 - 60 9,74 x P + 694 8,126 x P + 845,6

P = Peso em kg; TMR = Taxa Metabólica de Repouso em kcal por dia.

Ainda é preciso: Multiplicar pelo Fator

de Atividade Física proposto pela Variação de 2,00-2,40 para um
própria OMS: estilo de vida vigorosamente ativo.

Variação de 1,40-1,69 para um

estilo de vida sedentário ou
pouco ativo.

Variação de 1,70-1,99 para estilos

de vida ativos ou moderadamente
ativos.

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 20

5.2 Para pacientes com Sobrepeso
e Obesidade
Fórmulas de Mifflin St Jeor (1990)

Sexo Fórmula

Homens TMR = (9,99 x P) + (6,25 x A) – (4,92 x I) + 5

Mulheres TMR = (9,99 x P) + (6,25 x A) – (4,92 x I) -161

TMR = Taxa Metabólica de Repouso; P = Peso em kg; A = Altura em centímetros; I = Idade em Anos.

Para o FA relacionado a Mifflin St Jeor e Owen, sugerimos o mesmo proposto

por Cuninghan.

5.3 Para pacientes com baixo

percentual de gordura
Referência da Fórmula Fórmula

Tinsley et al. (2019) Tinsley et al. (2019)

TMR = 24,8 x PC + 10 TMR = 25,9 x MLG + 284

Cunningham (1991) TMR = 370 + 21,6 x Massa Livre de Gordura (kg)

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 21

0
Exemplos
Clíni-
cos
Exemplos Clínicos
Exemplo 1

Sujeito esportista amador, sexo 3° passo: Faça o cálculo do Gasto

masculino, 30 anos, 1,75 de altura, 80 Energético do exercício físico
kg e 15% de gordura (logo, tem 12 kg
de gordura. 80 -12 = 68 kg de Massa MET’s: KCAL = MET x PESO (KG) x TEMPO
DE EXERCÍCIO EM HORAS
Livre de Gordura ou Massa Magra).
Pesquise o
Pratica Tênis 1 hora por dia, além de MET referente Tabela de MET´s
atividades rotineiras do trabalho. ao tênis no site:
Atua como advogado, costuma ir a pé
até o trabalho - o que dá cerca de 40 MET do Tênis: 7,3
minutos.
Gasto Energético do Exercício Físico = MET x
1° passo: Escolha a fórmula que será PESO (KG) x TEMPO DE EXERCÍCIO EM
utilizada para cálculo da Taxa HORAS
Metabólica em Repouso.
Gasto Energético do Exercício Físico = 7,3 x
80 x 1 = 584 kcal
SUGESTÃO:
Fórmula: Cunningham, 1991 4° passo: Calcule o
TMR = 370 + 21,6 x Massa Livre de Gasto Energético
Gordura (kg) Total dos dias com
TMR = 370 + 21,6 X 68
exercício físico
TMR = 1838,8

2° passo: Faça o cálculo do Gasto

Energético Total em dias sem
exercício físico
GET = 2850
SUGESTÃO: + 584 = 3434
Aplicação do GET = (TMR x FA) + MET’s Kcal por dia
(do tênis, neste caso) aproxima-
GET = 1838,8 x 1,55 (FA referente a damente é o que
Cunningham) + MET’s este esportista
GET = 2850 + MET’s amador, em teoria,
terá de calorias de
manutenção.

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 23

 Exemplo 2

Sujeito do sexo feminino, 1,60 m, 60

kg, 40 anos. Pratica corrida amadora,
cerca de 60 minutos por dia e
trabalha como professora.

1° passo: Escolha a fórmula que será

utilizada para cálculo da Taxa
Metabólica em Repouso.

SUGESTÃO:
Fórmula do IOM
(IOM) = 354 – 6,91 x (idade em anos)
+ NAF x [9,36 x peso corporal (kg) +
726 x altura (m)]

NAF = 1,27 (MULHERES) para Ativo,

atividades diárias mais 60 minutos de
atividade moderada

IOM = 354 – 6,91 x (idade em anos) +

NAF x [9,36 x peso corporal (kg) + 726
x altura (m)]

2° passo: Faça o cálculo do Gasto

Energético Total.

Mulheres = 354 – 276,4 +1,27 x [9,36 x

60 + 726 x 1,60]

Mulheres = 77,6 +1,27 x [561,6 + 1161,6]

Mulheres = 77,6 +1,27 x 1723,2

Mulheres = 77,6 + 2188

GET = 2266 Kcal aproximadamente

são as calorias de manutenção deste
exemplo.

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 24

 Exemplo 3

Paciente homem, 18 anos, 1,70 m de

altura, 75 kg. Trabalha como Personal
Trainer e corre 6 vezes por semana.
Não soube especificar intensidade da
corrida nem volume, mas acredita
ficar em torno de 1 hora.

1° passo: Escolha a fórmula que será

utilizada para cálculo da Taxa
Metabólica em Repouso.

SUGESTÃO:
fórmula TMR: OMS

OMS = 15,057 x P + 692,2

TMR = 1821,5

2° passo: Faça o cálculo do Gasto

Energético Total.

GET = TMR x FA

GET = 1821,5 x 1,85 (Ponto médio

para sujeito moderadamente ativo
pela OMS)

GET = 3370 Kcal

aproximadamente são as calorias
de manutenção diária deste
exemplo.

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 25

 Exemplo 3

Segunda opção de fórmula: GET = 3129 Kcal aproximadamente

Fórmula de Owen
TMR = 879 + (10.2 × P)
TMR = 879 + (10,2 x 75)
TMR = 879 + 765 = 1644
GET = TMR x FA *
são as calorias de manutenção deste
exemplo.
*NAF (Nível de Atividade Física): 1,25
(HOMENS) para Ativo, atividades diárias
mais 60 minutos de atividade moderada

*Para FA eu sugiro a utilização do

proposto por Cunningham

GET = 1644 x 1,725 (FA proposto por

Cunningham que melhor se encaixa
nesta situação).

GET = 2834 Kcal aproximadamente

são as calorias de manutenção deste
exemplo.

Terceira opção de fórmula:

Fórmula de IOM

GET = 662 – 9.53 x (idade em anos) +

NAF* x [15.91 x peso corporal (kg) +
539.6 x altura (m)]

GET = 662 – 9.53 x (idade em anos) +

NAF* x [15.91 x peso corporal (kg) +
539.6 x altura (m)]

GET = 662 – 9.53 x (18) + 1,25 x [15.91

x 75 + 539.6 x 1,70]

GET=662 – 171,54 + 1,25* x (1193,25 +

917,32)

490,5 +1,25 x (2110,6)

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 26

 Exemplo 4

Mulher com 106 kg, 1,60, 37 anos.

Alega possuir um contador de passos
no celular que acusou cerca de 6 mil
passos (levemente ativa).

1° passo: Escolha a fórmula que será

utilizada para cálculo da Taxa
Metabólica em Repouso.

SUGESTÃO:
Fórmula Mifflin St Jeor e Owen

TMR = (9,99 x P) + (6,25 x A) –

(4,92 x I) -161

TMR = (9,99 x 106) + (6,25 x

160) – (4,92 x 37) -161

TMR = 1059 + 1000 – 182 -161

TMR = 1716

2° passo: Faça o cálculo do Gasto

Energético Total.

GET = TMR x FA

GET = 1716 x 1,375 (FA de Cunningham

para levemente ativo)

GET = 2360 kcal por dia,

aproximadamente, são as calorias de
manutenção.

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 27

 Exemplo 5

Indivíduo do sexo masculino, 115 kg,

1,70 de altura, 45 anos. Inativo maior
parte do dia e trabalha como
representante comercial.

1° passo: Escolha a fórmula que será

utilizada para cálculo da Taxa
Metabólica em Repouso.

SUGESTÃO:
Fórmula: Mifflin St Jeor e Owen

TMR = (9,99 x P) + (6,25 x A) –

(4,92 x I) + 5

TMR = (9,99 x 115) + (6,25 x

170) – (4,92 x 45) + 5

TMR = 1149 + 1024,2 – 221,4 + 5

TMR = 1957

2° passo: Faça o cálculo do Gasto

Energético Total.

GET = TMR x FA

GET = 1957 x 1,375 (FA de

Cunningham para levemente ativo)

GET = 2691 kcal por dia,

aproximadamente, são as
calorias de manutenção.

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 28

 Exemplo 6

Homem com 80 kg. 10% de gordura

(logo, tem 72 kg de MLG ou Massa
Livre de Gordura ou Massa Magra).
Pratica musculação todos os dias,
cerca de 50 minutos por dia. Trabalha
como nutricionista.

1° passo: Escolha a fórmula que será

utilizada para cálculo da Taxa
Metabólica em Repouso.

SUGESTÃO:
Tinsley 2019 com MLG já que
temos acesso a este dado.

TMR = 25,9 x MLG + 284

TMR = 25,9 x 72 + 284

TMR = 2149

2° passo: Defina o Fator de Atividade

Física

GET = TMR x FA

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 29

 Exemplo 6

Fique atento: Um FA previamente proposto por alguns pesquisadores da área é este:

CARACTERÍSTICAS FA

Sedentário: Treina de 3 a 6 vezes por semana com

pesos. Exemplo: Trabalha em escritório e, fora os 1,3
treinos, tem baixíssimo nível de atividade física.

Ligeiramente ativo: Treina de 3 a 6 vezes por semana

com pesos. Exemplo: Trabalha em escritório e 1,5
caminha - mesmo nos dias de treino.

Moderadamente ativo: Treina de 3 a 6 vezes por

semana com pesos. Exemplo: Trabalha como carteiro 1,7
e joga padel ocasionalmente.

Muito ativo: Treina de 3 a 6 vezes por semana com

pesos. Exemplo: Trabalha como personal e caminha 1,9
ativamente - mesmo nos dias de treino.

No caso acima, é possível utilizar o 1. Fórmula de Tinsley com Peso

FA = 1.5. Corporal

3° passo: Faça o cálculo do Gasto TMR = 24,8 x PC + 10

Energético Total
TMR = 24,8 x 80 + 10
GET = 2149 x 1,5
GET = 3223 kcal por dia, TMR = 1994 Kcal
aproximadamente, são as calorias de
manutenção. 2. Fórmula de Cunningham

TMR = 370 + 21,6 x Massa Livre de

Outras opções de fórmulas
Gordura (kg)

Quando utilizamos fórmulas como TMR = 370 + 21,6 x 72

Tinsley ou Cunningham, a TMR fica
muito próxima. TMR = 1926 Kcal

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 30

0
Considerações
Finais
Considerações
Finais
A partir do material apresentado até
aqui, é possível perceber a
importância que existe em
compreender o funcionamento dos
Gastos Energéticos no corpo humano.
Como Nutricionistas, entender esse
processo e buscar as melhores
estratégias para cada caso é uma
tarefa fundamental.
Além disso, podemos observar o
quanto o conhecimento relacionado
aos cálculos dos gastos energéticos é
essencial, porém, mais do que isso, é
imprescindível estar atento as
especificidades de cada paciente
para encontrar o melhor caminho
para seu acompanhamento.
Por fim, importante recordar que o
que importa é nos aprofundarmos
nessa temática para compreendê-la.
A partir disso, os cálculos em si e seus
resultados numéricos são base para
nossa tomada de decisão em
conjunto com o paciente.

Para saber mais sobre o

funcionamento
e ferramentas do software,
acesse aqui.

Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 32

Referências
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Gastos Energéticos: o que precisamos saber? 34

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