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ENFERMAGEM À MULHER NA
CONTEMPORANEIDADE
Todo o conteúdo apresentado neste livro, inclusive correção ortográfica e
gramatical, é de responsabilidade do(s) autor(es).
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-
-SemDerivações 4.0 Internacional.
Conselho Editorial
CUIDADO CLÍNICO DE
ENFERMAGEM À MULHER NA
CONTEMPORANEIDADE
Edição 1
Belém-PA
RFB Editora
2022
© 2022 Edição brasileira
by RFB Editora
© 2022 Texto
by Autor
Todos os direitos reservados
RFB Editora
CNPJ: 39.242.488/0001-07
www.rfbeditora.com
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91 98885-7730
Av. Governador José Malcher, nº 153, Sala 12, Nazaré, Belém-PA, CEP 66035065
Editor-Chefe Bibliotecária
Prof. Dr. Ednilson Souza Janaina Karina Alves Trigo Ramos
Capa Produtor editorial
Thamires dos Santos Ferreira Nazareno Da Luz
Revisão de texto
Adriana Ábia da Costa Camacho
https://doi.org/10.46898/rfb.9786558894049
Catalogação na publicação
Elaborada por RFB Editora
C966
Cuidado clínico de enfermagem à mulher na contemporaneidade / José Gerfeson
Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de
Sousa (Organizadores). – Belém: RFB, 2022.
Livro em PDF
152 p.
150 p.
ISBN: 978-65-5889-404-9
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049
1. Enfermagem. I. Alves, José Gerfeson. II. Pereira, Emanuelly Vieira. III. Fialho,
Ana Virgínia de Melo. IV. Sousa, Leilane Barbosa de (Organizadores). V. Título.
CDD 610.7
I. Enfermagem.
SUMÁRIO
PREFÁCIO...............................................................................................................................11
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................13
SOBRE OS ORGANIZADORES........................................................................................14
SOBRE OS AUTORES..........................................................................................................16
CAPÍTULO 1
PERCEPÇÃO DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM ACERCA DA PROMOÇÃO
DA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA.........................................................................25
Isadora Gomes Mendes
Ana Lourdes de Freitas Almeida
Vanessa Silva Gaspar
Morgânica da Silva
Valéria de Oliveira Lourenço
Jameson Moreira Belém
Emanuelly Vieira Pereira
Ana Virgínia de Melo Fialho
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049.1
CAPÍTULO 2
O PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE À GESTAÇÃO DE ALTO RISCO NA AS-
SISTÊNCIA PRÉ-NATAL....................................................................................................39
Leticia Cristina Matos Costa
Maira Lima Paiva
Nayara Santana Brito
Luana Silva de Sousa
Christian Raphael Fernandes Almeida
Dafne Paiva Rodrigues
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049.2
CAPÍTULO 3
COVID-19 E O ESTRESSE OCUPACIONAL VIVENCIADO PELOS PROFISSIO-
NAIS DE SAÚDE NO CONTEXTO DAS MATERNIDADES.....................................49
Luana Silva de Sousa
Nayara Santana Brito
Roberta Meneses Oliveira
Érika da Silva Bandeira
Jéssica Cunha Brandão
Saiwori de Jesus Silva Bezerra dos Anjos
Germana Pinheiro Correia Lima Sousa
Dafne Paiva Rodrigues
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049.3
CAPÍTULO 4
USO DA TERAPIA PELA ARTE NA GESTAÇÃO EM CONTEXTO HOSPITALAR:
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.......................................................................................63
Daianny Cristina de Almeida Silva
Antonia Sheila da Silva Costa
Saiwori de Jesus Silva Bezerra dos Anjos
Antonio Rodrigues Ferreira Júnior
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049.4
CAPÍTULO 5
EFEITOS DA AROMATERAPIA COM ÓLEO ESSENCIAL DE LAVANDA DU-
RANTE O TRABALHO DE PARTO..................................................................................73
Pedro Vitor Mendes Santos
Conceição de Maria Aguiar Barros Moura
Rafaela Ferreira Vilanova
Ana Carla Marques da Costa
Ravena de Sousa Alencar Ferreira
Laura Pinto Torres de Melo
Herla Maria Furtado Jorge
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049.5
CAPÍTULO 6
CONTRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM PARA PROMOÇÃO DO
ALEITAMENTO MATERNO: REVISÃO INTEGRATIVA..........................................85
Maria Ivaneide Feitosa Rodrigues
Saiwori de Jesus Silva Bezerra dos Anjos
Francisco Wellington Dourado Júnior
Vitória Lídia Pereira Sousa
Magda Fabiana de Amaral Pereira Lima
Daianny Cristina de Almeida Silva
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049.6
CAPÍTULO 7
VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NA ASSISTÊNCIA EM MATERNIDADE PÚBLI-
CA.......................................................................................................................................99
José Gerfeson Alves
Midiã Souza Barbosa
Ana Beatriz Alves de Oliveira
Ana Karoline Alves da Silva
Herika Bruna Santos Bezerra
Gyllyandeson de Araújo Delmondes
Emanuelly Vieira Pereira
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049.7
CAPÍTULO 8
VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO PARTO CESÁREO..................................................111
José Gerfeson Alves
Midiã Souza Barbosa
Ana Beatriz Alves de Oliveira
Ana Karoline Alves da Silva
Herika Bruna Santos Bezerra
Gyllyandeson de Araújo Delmondes
Emanuelly Vieira Pereira
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049.8
CAPÍTULO 9
VULNERABILIDADE EM SAÚDE DE MULHERES NEGRAS NO CONTEXTO DA
VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA..............................................................................................125
Carolina Grigolato Viola
Emanuelly Vieira Pereira
Letícia Lopes Dorneles
Anicheriene Gomes de Oliveira
Ana Paula Caixe Soares de Oliveira
Maria José Clapis
Marislei Sanches Panobianco
Mônica Maria de Jesus Silva
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049.9
CAPÍTULO 10
CARTILHA EDUCATIVA PARA ORIENTAÇÃO NO CICLO GRAVÍDICO-PUER-
PERAL EM TEMPOS DE COVID-19...............................................................................137
Germana Pinheiro Correia Lima
Luana Silva de Sousa
Rhanna Emanuela Fontenele Lima de Carvalho
Bruna Karen Cavalcante Fernandes
Beatriz Viana da Silva
Nayara Santana Brito
Raphaele Maria Almeida Silva
Luana Sousa de Carvalho
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049.10
ÍNDICE REMISSIVO..........................................................................................................150
PREFÁCIO
O Cuidado Clínico à Mulher na Contemporaneidade envolve temáticas rela-
cionadas ao ciclo gravídico-puerperal, o papel do enfermeiro na gestação de alto risco
e na promoção ao aleitamento materno, o trabalho do enfermeiro e o estresse ocupa-
cional no contexto da pandemia de COVID-19, a violência obstétrica, as competências
em saúde sexual e reprodutiva na formação do enfermeiro e ainda práticas exitosas
com o uso da aromaterapia e da arte na gestação.
A iniciativa do Grupo de Pesquisa Saúde da Mulher e Enfermagem (GRU-
PESME/UECE) e do Grupo de Pesquisa Promoção da Saúde Sexual e Reprodutiva
(PROSSER/UNILAB) de construir este livro com registros de resultados de pesquisas,
relatos de experiências de ensino e de aprendizagem e da prática assistencial na área
de Saúde da Mulher surgiu como estratégia para o acesso aos leitores de temáticas
contemporâneas, algumas recentes como as relacionadas ao contexto da pandemia da
COVID-19 e outras mais antigas que merecem nosso olhar atento, tais como a violência
que ainda permeia as práticas da enfermagem obstétrica.
O leitor poderá ainda desfrutar da diversidade metodológica além da qualida-
de das análises e das construções teóricas. Possibilitando a aproximação de cada uma
das temáticas ofertadas pelos dez capítulos.
Para finalizar, neste livro, as temáticas selecionadas foram pensadas e discuti-
das com o intuito de instigar a reflexão sobre a prática e auxiliar o leitor na discussão
da atuação da enfermagem em Saúde da Mulher, desde a formação até a evolução das
ações do cuidado clínico do enfermeiro.
Espero que a leitura seja proveitosa e que favoreça a transformação da prática
assistencial.
SOBRE OS ORGANIZADORES
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CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
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José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
SOBRE OS AUTORES
Ana Beatriz Alves de Oliveira
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José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
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José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
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José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
Morgânica da Silva
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CAPÍTULO 1
PERCEPÇÃO DE ACADÊMICOS DE
ENFERMAGEM ACERCA DA PROMOÇÃO
DA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049.1
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
INTRODUÇÃO
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MÉTODO
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José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
Após autorização das IES foi solicitada em cada coordenação de curso a lista
de discentes matriculados no último semestre da graduação. A URCA Campus Avan-
çado de Iguatu disponibilizou uma lista com 57 alunos, a UECE concedeu uma lista
com 6 discentes, URCA campus Pimenta e UVA cada uma com 35 alunos. Assim cons-
tituiu a população de 133 acadêmicos regularmente matriculados no curso de gradua-
ção em Enfermagem das IES no último semestre.
Na lista enviada pela coordenação da UECE constava o e-mail dos discentes.
Em relação a URCA - campus Iguatu, a lista fornecia além dos e-mails, os contatos dos
acadêmicos. Já a URCA - campus Pimenta não disponibilizou os e-mails, o contato
disponibilizado foi o do líder de turma, e por meio dele, foram solicitados os telefo-
nes dos acadêmicos citados na lista disponibilizada pela coordenação. Diante disso, o
contato com discentes dessas IES se deu através do aplicativo whatsapp®️. A UVA dis-
ponibilizou apenas o e-mail dos discentes, o contato ocorreu apenas através do e-mail
disponibilizado.
Quanto à abordagem dos discentes da URCA - campus Pimenta foi disponi-
bilizado pelo líder de turma 13 contatos, sendo todos abordados, um recusou após o
convite, um aceitou participar do estudo e os outros 11 discentes foram excluídos por
não confirmarem a data para a realização de entrevista no período de até sete dias após
o contato para agendamento.
Da URCA - campus Iguatu, 23 alunos foram abordados, cinco participaram do
pré-teste, sendo que 4 foram através de entrevista e uma foi por meio do google forms,
um recusou após o convite, um foi excluído por não confirmar a data para a realização
de entrevista no período de até sete dias após o contato para agendamento e, 16 entre-
vistas e transcrições foram realizadas.
Na abordagem da UECE, dos seis nomes disponibilizados, apenas uma en-
trevista foi realizada, os outros 05 foram excluídos pelo critério: discentes que não
confirmaram a data para a realização de entrevista no período de até sete dias após
o contato para agendamento. Por fim, dos 35 nomes e contatos disponibilizados pela
UVA, nenhum respondeu o e-mail com o convite, sendo os 35 excluídos pelo critério:
discentes que não confirmaram a data para a realização de entrevista no período de até
sete dias após o contato para agendamento.
Diante dos dados levantados, foi abordado o total de 77 alunos e 52 discentes
foram excluídos por não confirmarem a data para a realização da entrevista no período
de até sete dias após o contato para o agendamento. Nessas circunstâncias, a amostra
final do estudo foi os 18 discentes que participaram da entrevista.
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tiva, que se destaca como um método de pesquisa qualitativa capaz de gerar conheci-
mento confiável e significativo no âmbito das pesquisas em enfermagem.
A pesquisa seguiu os preceitos éticos contidos na Resolução nº. 466 de dezem-
bro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) que trata de pesquisa com seres
humanos (BRASIL, 2012). Os participantes foram esclarecidos sobre os objetivos do
estudo e as implicações de sua participação, mediante assinatura do TCLE e TCPE em
duas vias de igual teor, recebendo garantia de anonimato e possibilidade de desistên-
cia a qualquer momento. Este estudo foi aprovado na Plataforma Brasil do CEP da
UECE com parecer número: 5.036.283 e CAAE: 46717321.60000.5534.
RESULTADOS
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CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
“Quanto a promoção da sexual e reprodutiva ela deve ser aplicada principalmente, tanto na
atenção primária quanto nas escolas o que também cabe a educação sexual dos jovens, por que
o jovem está inserido nessa questão de não ter vivência e nem experiência e às vezes eles não
têm acesso a informação correta desse assunto”(EI16).
‘’Eu entendo como ações que são desenvolvidas para tanto evitar gravidez na adolescência
ou gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis e essas ações existem de várias
formas, né? Principalmente na atenção primária para eles podem ser desenvolvidas de muitas
formas e tem uma importância extrema [...] Isso acaba refletindo muito nas pessoas, na co-
munidade, que a gente vê muitos casos de gravidez na adolescência, muitos casos de gravidez
não planejada [...]. (EI03).
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CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
HIV, das hepatites e também promover o diagnóstico precoce através dos testes rápidos, atra-
vés da busca ativa.” (EU13).
“[...] é promover a saúde das pessoas e no âmbito da sexualidade. É a forma de orientação
para evitar problemas de saúde como doenças sexualmente transmissíveis e outros problemas
nessa parte da sexualidade [...]” (EI17).
“Promover a saúde sexual e reprodutiva é onde devem ser feitas ações que possam assegurar
os direitos sexuais e reprodutivos dos indivíduos para que eles possam ter uma vida sexual
prazerosa e segura e para que possam ter informações sobre a sexualidade e também a preven-
ção de doenças sexualmente transmissíveis [...]”. (EI2).
“[...] tem a questão da pessoa que procura o serviço para entender sua sexualidade particular
e tem a questão da sexualidade como um todo social. As pessoas tem que procurar entender o
que é sexualidade e não ter vergonha de tirar suas dúvidas tanto na questão de gênero, como
também da sua intimidade”.(EI18).
“[...] a gente tentava implementar para essa mulher[...] a gente orientava e ela se conhecer e
conhecer seu corpo, pra ela se tocar e são coisas que não são ditas na consulta das mulheres
são mulheres que você vê que já estão na menopausa e nunca teve um profissional que con-
versasse com ela sobre ampliar o que seria a sexualidade.[...]” (E112).
DISCUSSÃO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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LIMA, A.C.S; ALVES, M.J.H; PEREIRA, E.V et al. Gênero e sexualidade na formação de
enfermeiros no ensino superior público brasileiro: estudo documental. Revista de En-
fermagem do Centro-Oeste Mineiro, 11: e3877, 2011. DOI: 10.19175/recom.v11i0.3877
SEHNEM, D.G. et al. Saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes: percepções dos
profissionais em enfermagem. Av. enferm. v. 37, n.3, p.343-352, 2019. DOI: 10.15446/
av.enferm.v37n3.78933
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CAPÍTULO 2
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INTRODUÇÃO
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do feto (OMS, 2009). Dentre os fatores que podem interferir na saúde gestacional estão
questões biológicas, sociais e econômicas — como a idade, anormalidades estruturais,
peso, presença de condições crônicas, condições ambientais desfavoráveis, conflitos
familiares, dentre outros. Salienta-se que é importante enfatizar a individualidade e as
características singulares de cada gestante durante todo o processo gravídico-puerpe-
ral (BRASIL, 2012).
Na Atenção Pré-Natal de Alto Risco (PNAR), o Ministério da Saúde (MS) pre-
coniza o atendimento da gestante pela equipe multidisciplinar, incluindo o profissio-
nal enfermeiro. Dentre as ações do enfermeiro em uma equipe multidisciplinar, desta-
ca-se a Consulta de Enfermagem (CE). Durante o pré-natal, a consulta de enfermagem
permite identificar os problemas reais e potenciais da gestante, e a partir disso elaborar
o planejamento das ações e cuidados necessários para favorecer uma gestação sem
intercorrências (BRASIL, 2012).
Deve-se enfatizar que a classificação da gravidez de risco pode ocorrer a qual-
quer momento ao longo do curso gestacional, ou, durante o trabalho de parto, e, para
isso, é essencial a vigilância em todas as consultas de enfermagem realizadas no perío-
do pré-natal e durante a etapa do trabalho de parto para reavaliar os potenciais riscos
e uma possível reclassificação do risco da gravidez, caso haja a necessidade (BRASIL,
2012).
Nessa consulta é importante que o profissional de enfermagem atue de modo
acolhedor, sendo sensível a compreender as reais necessidades e dúvidas da gestante,
e, dessa forma, promover a autonomia para a mulher exercer de forma ativa todo o
período da sua gestação. A gravidez pode ser uma experiência marcante na vida da
mulher, e, no caso da gravidez de alto risco, essa experiência pode ser acompanhada
de sentimentos negativos e incertezas, portanto a prestação do serviço desde o pré-na-
tal deve ser de qualidade e de forma humanizada visando o bem-estar físico e mental
da mulher (SOUZA et al., 2019).
Posto isso, um dos principais objetivos do acompanhamento é fortalecer esse
empoderamento das gestantes, e para isso, a equipe deve realizar ações educacionais
para apoiá-las na condução de sua própria condição, fornecendo orientações de forma
objetiva e clara para a paciente possuir autoconhecimento e tornar-se capaz de avaliar
sua respectiva situação de saúde, definir estratégias e metas para o cuidado, além de
estabelecer mudanças comportamentais em relação aos hábitos de vida e fortalecer a
rede de apoio no ambiente familiar (BRASIL, 2012).
A consulta de enfermagem durante o acompanhamento pré-natal é o momen-
to em que se reafirma a singularidade da mulher e inicia-se o processo de compartilha-
mento das responsabilidades com a pactuação das metas (BRASIL, 2012). Assim, este
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MÉTODO
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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BRASIL. Ministério da Saúde. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº
7498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da enferma-
gem, e dá outras providências. Diário Oficial da União da República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, 25 jun. 1986e.
ERRICO, L.S.P. et al. The work of nurses in high-risk prenatal care from the perspec-
tive of basic human needs. Rev. bras. enferm., v.71, (sup. 3), p.1257-64, 2018. DOI:
10.1590/0034-7167-2017-0328
GUIMARÃES, W.S. et al. Access to prenatal care and quality of care in the Family
Health Strategy: infrastructure, care, and management. Cad. Saúde Pública (Online).,
n.5, v.34, 2018.DOI: 10.1590/0102-311X00110417
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CAPÍTULO 3
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049.3
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INTRODUÇÃO
MÉTODO
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Excerpta Medica DataBASE (Embase), Science Citation Index Expanded (Web of Science)
e SciVerseScopus. A escolha das bases e bibliotecas deu-se em função da abrangência e
relevância científica.
Realizou-se uma busca inicial pelos descritores não controlados e os contro-
lados, que incluíram: Medical Subject Headings (MeSH), Descritores em Ciências da
Saúde (DeCS) e o vocabulário controlado utilizado para indexar o conteúdo da Emba-
se (EMTREE), buscando os termos correspondentes aos conceitos implicados na pes-
quisa, a partir da estratégia PICo os descritores utilizados foram aqueles relacionados
à: profissionais de saúde que atuam em unidades de obstetrícia; COVID-19; e estresse
no trabalho. Assim, os termos foram intercruzados utilizando o operador booleano
“OR”, e inter-relacionados entre os quatro componentes da estratégia PICo, usando o
operador booleano “AND”.
A busca nas bases de dados considerou os campos título, resumo e assunto (all
fieds). A ferramenta “filtros” não foi utilizada. Foi realizado o uso do gerenciador de
referência EndNote Web®️.
Definiram-se como critérios de inclusão: artigos originais disponíveis na ínte-
gra; publicados em português, inglês, espanhol e que respondessem à questão nortea-
dora da pesquisa, sem delimitação do ano de publicação. Foram excluídos os artigos
duplicados e os que não contemplaram o objetivo do estudo.
Em seguida a identificação dos artigos, os estudos foram submetidos a um
processo de triagem, que incluiu a leitura dos títulos e resumos por dois revisores in-
dependentes, posteriormente a leitura do texto completo daqueles selecionados, e por
fim, os revisores se reuniram para analisar as possíveis divergências, e então chegaram
à amostra final dos estudos incluídos.
Após essa seleção, o texto completo dos estudos selecionados foi recuperado e
avaliado. Os dados dos manuscritos selecionados foram extraídos por meio do instru-
mento de coleta de dados organizado de acordo com: título, autores/ano, periódico,
desenho/amostra/país, objetivos e nível de evidência.
O processo de seleção dos artigos foi realizado e ilustrado de acordo com o
Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-Analyses (PRISMA), como mos-
tra a Figura 1.
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José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
Por fim, a análise das publicações incluídas na revisão abarcou a síntese des-
critiva dos estudos e a distribuição dos mesmos em categorias, de acordo com as va-
riáveis de interesse da pesquisa.
RESULTADOS
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Já um estudo feito com 377 parteiras e enfermeiras turcas, revelou que a pre-
valência de depressão foi de 31,8%, com risco significativamente maior em parteiras
com menos de 35 anos e que trabalhavam 49 horas ou mais por semana (YORUK;
GULER, 2021). Enfermeiros mais jovens e com maior jornada de trabalho tenderam a
apresentar níveis mais elevados de Burnout (ZHANG et al., 2020). A ideação suicida e
o esgotamento profissional também foram associados a idades mais jovens (AL-HU-
MADI et al., 2020).
Outro ponto que chama atenção é que profissionais da saúde do sexo femini-
no apresentam maior estresse agudo, sintomas de intrusão e evitação em comparação
com homens (BIZRI et al., 2021). Médicas relataram menos equilíbrio entre trabalho e
vida pessoal e mais Burnout (AL-HUMADI et al., 2020). Além disso, as profissionais da
saúde mulheres que eram internas e/ou residentes eram mais propensas a ter maior
estresse e sofrer de depressão e ansiedade (KANNAMPALLIL et al., 2020).
Dentre os fatores preditores positivos para o estresse no trabalho, destacam-
-se: ter filhos, medo de infecção, do local de trabalho, da transmissão de infecção para
a família, dimensionamento de pessoal, conflitos interpessoais e falta de apoio da equi-
pe. Treinamento para COVID-19, disponibilidade de EPI, nível de escolaridade e aten-
ção da administração hospitalar foram fatores preditores negativos para o estresse dos
enfermeiros (HENDY et al., 2021).
Percebe-se, então, que a especialidade de Ginecologia e Obstetrícia pode ter
mais distúrbios do sono, o que, por si só, já interfere negativamente para sintomas de
estresse no trabalho e esgotamento profissional.
Esta categoria aborda as estratégias mais utilizadas e/ou abordadas nos estu-
dos acerca do maior reconhecimento e do enfrentamento do estresse no trabalho.
As estratégias de mitigação devem ter como alvo todos os níveis da força de
trabalho da área de saúde, incluindo o pessoal da linha de frente e fora dela, e de-
veriam ser ensinadas durante e entre as pandemias para reduzir o início e os efeitos
do esgotamento como uma prioridade contínua em sustentar os esforços de cuidado
ao paciente (BENJAMIN et al, 2020). Ademais, os gerentes de enfermagem precisam
prestar muito mais atenção ao profissional de saúde e projetar o programa de enfrenta-
mento em longo prazo, com planos preventivos, redução do trabalho por turnos, bus-
ca das fontes de estresse e das estratégias de mitigação do esgotamento profissional
(HOSEINABADI et al., 2020).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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VID-19 outbreak.Sleep Medicine: X. v. 2, n. 100017, maio, 2020. DOI:10.1016/j.slee-
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60
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
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José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
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CAPÍTULO 4
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049.4
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
INTRODUÇÃO
64
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
MÉTODO
65
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
RESULTADOS E DISCUSSÕES
66
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
67
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
68
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nas suas mais variadas formas de apresentação, a arte tem se mostrado como
um bem essencial na caracterização da qualidade de vida dos indivíduos, que desde o
primórdio dos tempos a utiliza como um elo com o universo à sua volta. Ela propor-
ciona impactos positivos na saúde dos indivíduos, podendo gerar benefícios físicos,
emocionais e mentais, além de aliviar a ansiedade e diminuir a percepção de dor.
A utilização de técnicas de pintura sobre o ventre materno foi capaz de propor-
cionar uma maior vinculação entre profissionais e gestantes, garantiu a visualização
69
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
das posições assumidas pelo bebê no ambiente intrautero além de promover o relaxa-
mento e diminuição da ansiedade gerada pela espera e pelo ambiente intra-hospitalar.
A arte gestacional entra como mais uma atuação do enfermeiro e da equipe de
enfermagem na promoção do bem-estar materno e humanização do cuidado durante
o ciclo gravídico puerperal, ressalta-se com a experiência vivenciada, a importância do
aprimoramento do uso da arte como ferramenta do cuidado, garantindo dessa manei-
ra, uma melhor vivência das internações precoces, bem como da internação hospitalar
durante a gestação.
REFERÊNCIAS
70
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
RIBEIRO, J. P. et al. Arte da pintura no ventre materno: experiências vividas por aca-
dêmicas de enfermagem. Rev Enferm UFPI. 2019. Jul-Sep;8(3):83-7. Piauí. Disponível
em: https://revistas.ufpi.br/index.php/reufpi/article/download/8423/pdf Acesso
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71
CAPÍTULO 5
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049.5
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
INTRODUÇÃO
O saber tradicional e popular sempre foi usado como base nas práticas que
proporcionem bem-estar, cuidado e cura. Empiricamente, esses cuida-
dos passaram por longos períodos de tempo, em diversas culturas e civilizações, até
que pudessem servir como base para o desenvolvimento da chamada Medicina Alter-
nativa.
As primeiras recomendações pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
aconteceram em 1978 com a criação do Programa de Medicina Tradicional durante
a primeira Conferência Internacional de Assistência Primária em Saúde (Alma Ata)
realizada na Rússia (TELESI, 2016). Este programa tinha como escopo o incentivo para
a promoção de políticas públicas que estimulassem o uso destas práticas, bem como
o desenvolvimento de estudos que pudessem construir evidências científicas para a
base empírica já existente.
No Brasil, as primeiras discussões foram pautadas durante a oitava Confe-
rência Nacional de Saúde realizada em 1986, marcada pela forte presença popular e
caráter democrático, ganhando força após a criação do Sistema Único de Saúde (SUS),
através da Constituição Federal de 1988 (TESSER; SOUSA; NASCIMENTO, 2018).
A fim de organizar, uniformizar e ampliar o acesso, o Ministério da Saúde (MS)
lança em 2015 a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC)
no âmbito do SUS, que são técnicas que utilizam recursos terapêuticos baseados em
conhecimentos tradicionais, voltados para prevenir, tratar ou amenizar diversas doen-
ças físicas e mentais. Os atendimentos iniciam na Atenção Básica (AB), principal porta
de entrada para o serviço público de saúde (BRASIL, 2006; BRASIL, 2018).
Estão disponíveis, de acordo com o Ministério da Saúde, 29 procedimentos de
PICS à população, atualmente presente em 4323 municípios brasileiros, distribuídos
pelos 27 estados e Distrito Federal e todas as capitais brasileiras (CARVALHO; GUER-
RA, 2019).
Dentre as PICS, destaca-se a utilização dos óleos essenciais, que são métodos
amplamente utilizados e podem ser aplicados de diversas formas, desde massagens na
planta dos pés até inalações, como o uso da aromaterapia no cuidado às mulheres du-
rante o ciclo gravídico-puerperal, que são importantes exemplos de tecnologias leves
e leves-duras, na perspectiva da integralidade (SILVA, 2019).
Tendo como função não só a diminuição da percepção dolorosa, mas também
redução dos níveis de ansiedade e estresse torna-se uma ferramenta valiosa durante
o trabalho de parto (OSÓRIO; JÚNIOR; NICOLAU, 2014). A aromaterapia dispõe de
74
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
uma vasta opção de essências, extratos e substâncias que podem ser utilizadas. Um
estudo de revisão que avaliou o uso de óleos essenciais no trabalho de parto e parto
destacou a essência de lavanda (PAVIANI; TRIGUEIRO; GESSNER, 2019).
A relevância destas práticas consiste em uma valiosa ferramenta na assistên-
cia do enfermeiro obstetra e demais profissionais que prestam assistência ao parto,
atuando como um Método Não Farmacológico (MNF) para alívio da dor. Diante do
exposto, objetivou-se avaliar os efeitos do óleo essencial de lavanda durante o trabalho
de parto, buscando na literatura nacional e internacional evidências que endossem ou
concretizem essa hipótese.
MÉTODO
75
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
76
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
Figura 1. Fluxograma do processo de seleção dos estudos para a revisão sistemática - Caxias, MA,
Figura 1. Fluxograma do processo de seleção dos estudos para a revisão sistemática - Caxias, MA, Bra-
sil, 2022.
Brasil, 2022.
Aplicação dos filtros nas bases elencadas:
3ª fase: Avaliação dos
dados Sem delimitação de tempo
(Artigos selecionados Estudos advindo de pesquisas clínicas
após filtragem)
ϳ ϰ ϳ ϯ
Fonte: Autor.
RESULTADOS
77
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
As bases de dados com maior prevalência foi: BVS, com 40% dos estudos se-
lecionados, seguida por todas as demais citadas, uma vez que todas representam 20%
dos artigos. Em relação ao ano de publicação, houve uma variação de 2007, 2014, 2015,
2016, 2018, sem predomínio de um ano específico, já que todos apresentaram 20%. No
que se refere ao periódico de publicação, todos foram internacionais. O idioma das
publicações foi prevalentemente a língua inglesa com 100%. No que diz respeito à
procedência dos artigos, a maior parte 40 % é proveniente do Irã. Acerca do delinea-
mento das pesquisas, 100% são de estudos clínicos randomizados, com classificação
de evidências 1B: 100%; e grau de recomendação A: 100%. O quadro 2 apresenta os
títulos dos artigos, delineamento, grau de recomendação, nível de evidência, objetivo
principal e principais resultados.
78
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
Quadro 2 - Síntese de estudos incluídos na revisão, publicados no período de 2007 a 2018, Caxias- MA,
Quadro 2 - Síntese de estudos incluídos na revisão, publicados no período de 2007 a 2018, Caxias- MA,
2022.
2022.
79
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
during
childbirth
among
primigravida
s
primiparous
women
labor: a
randomized
controlled
trial Arch
Gynecol
Fonte: autor.
80
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
DISCUSSÃO
81
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
tempo de cada fase do trabalho de parto (TP). Foi utilizado um nível de confiança de
99%. Participaram do estudo apenas primíparas, após a 36ª semana com 3-4 cm de
dilatação. Foram excluídas as que tinham problemas respiratórios como asma, aler-
gias ou as que evoluíram para cesárea ou qualquer analgesia medicamentosa. Utilizou
como base a escala visual analógica (EVA), repetindo a avaliação nos primeiros 30 e 60
minutos após a intervenção. O estudo comprovou a efetividade da utilização do OE
na redução da percepção dolorosa no TP, mas não teve efeito na duração do TP e no
Apgar do recém-nascido.
A pesquisa realizada na Itália entre 01 de maio e 31 de dezembro de 2003 ava-
liou tanto nulíparas quando multíparas, sendo 513 participantes, com os critérios de
inclusão e exclusão semelhante ao estudo anterior. Nessa pesquisa foi utilizado mais
de um OE, os autores não fazem diferenciação dos OE quanto aos efeitos separada-
mente, entretanto listam a essência de lavanda como a mais utilizada, apresentando
efetividade apenas com as nulíparas, divergindo do estudo acima, e não com multípa-
ras (BURNS et al., 2007).
Outra pesquisa foi desenvolvida na índia, que avaliou apenas nulíparas, com
quatro ou mais centímetros de dilatação cervical e gestação maior que 36 semanas. As
mulheres foram divididas em dois grupos quanto à diminuição do limiar doloroso e
da duração do TP, no qual obteve êxito nos dois parâmetros, uma vez que diminuiu a
percepção dolorosa e a duração do trabalho de parto, divergindo do artigo 1, que não
mostrou efeito na duração do TP (JANULA; MAHIPAL, 2015).
Os mesmos autores avaliaram no período de setembro de 2011 a janeiro 2012,
em um hospital do Irã, a duração das fases do trabalho de parto com 120 primíparas.
Corroborando com os dados encontrados no estudo de Kaviani et al (2014), demons-
trou efeito na severidade da dor, porém não houve impacto significativo na duração
do TP (JANULA; MAHIPAL, 2015; 2016).
O último artigo analisou 104 primigestas, na Tailândia, entre 37 semanas e 41
semanas de gestação, com apresentação cefálica, foram excluídas as que apresentaram
restrição e complicações relacionadas à gestação. Também utilizou no estudo mais de
um OE, não fazendo detalhamento de cada efeito, porém publicou como resultado a
recomendação e a evidência da efetividade do uso de óleos associados ao TP, sem efei-
tos graves associados ao uso dos mesmos (TANVISUT; TRAISRISILP; TONGSONG,
2018).
82
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
83
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
OSÓRIO, S. B.; JÚNIOR, L.G. S.; NICOLAU, A. I.O.. Avaliação da efetividade de méto-
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Ciências da Saúde, [S.l.], v. 31, n. 1, p. 61-73, ago. 2019.
84
CAPÍTULO 6
CONTRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE
ENFERMAGEM PARA PROMOÇÃO DO
ALEITAMENTO MATERNO: REVISÃO
INTEGRATIVA
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049.6
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
INTRODUÇÃO
86
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
MÉTODO
87
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
RESULTADOS
Dos 3071 estudos encontrados, 94 foram eleitos para análise do resumo; des-
ses, apenas 22 atenderam a questão de pesquisa, sendo 01 em espanhol, 01 em inglês
e 20 em português.
No que concerne ao ano de publicação, prevaleceram pesquisas que datavam
do ano de 2018 (n=5) e 2019 (n=5) da amostra total, seguido do ano de 2017 (n=4). Os
anos de 2015 e 2016 foram encontrados a mesma quantidade de estudos (n=03). Por
fim, os dois estudos restantes foram publicados em 2020. A seleção dos artigos foi
realizada a partir da pergunta norteadora que possibilitou a organização dos estudos
de forma categórica e objetiva, logo, foram estruturados em um quadro explicativo
(Quadro1).
Quadro 1–1
Quadro Distribuição dos dos
– Distribuição estudos segundo
estudos título,
segundo autores
título, e país.
autores Fortaleza-CE,
e país. Brasil,
Fortaleza-CE, 2021. 2021.
Brasil,
89
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
Quadro 2 – Distribuição dos estudos de acordo com o objetivo, método e conclusão. Fortaleza-CE, Brasil,
Quadro 2 – Distribuição dos estudos de acordo com o objetivo, método e conclusão. Fortaleza-CE, Bra-
2021. sil, 2021.
ID OBJETIVO MÉTODO CONCLUSÃO
01 Compreender o processo de Estudo de campo A orientação profissional
amamentação de mulheres descritivo e qualitativo, adequada apresentou efeito
primíparas após o parto. por meio de entrevistas positivo na prevenção de
semiestruturadas com traumas mamilares.
nove puérperas
primíparas de uma UBS.
02 Avaliar e comparar o Estudo transversal com O desempenho dos profissionais
conhecimento e a qualidade aplicação de questionário ficou abaixo do esperado,
do manejo da amamentação com 269 profissionais, comprovando a necessidade de
entre os profissionais que com avaliação por meio capacitação.
atuam nas ESF e nas UBS. de escores e comparação
de médias.
03 Determinar o nível de vínculo Estudo transversal O vínculo apresentou um nível
da equipe de enfermagem ao analítico com 62 regular. Concluiu-se que devem
curso de apoio a enfermeiros usando ser adotadas novas estratégias
amamentação. estatísticas descritivas e para aumento deste nível.
testes não paramétricos.
04 Avaliar a autoeficácia Estudo transversal com As mulheres tiveram elevada
materna em amamentar no 132 puérperas e aplicação autoeficácia em amamentar e foi
puerpério imediato. de um formulário com sugerido o acompanhamento por
dados sociodemográficos um enfermeiro para efetivo
e obstétricos. apoio na amamentação.
05 Identificar os principais Estudo descritivo, Observou-se que os problemas
problemas das mulheres no exploratório transversal mais comuns estão relacionados
puerpério encontrados nas com abordagem ao cuidado com o bebê,
consultas de enfermagem e qualitativa. Realizado em aleitamento, estado emocional e
gerar um fluxograma de um hospital privado com suporte familiar.
atendimento. 114 mulheres.
06 Analisar a associação das Estudo longitudinal e É evidente que altos escores de
médias dos escores da quantitativo. Foram autoeficácia estão diretamente
Breastfeeding Self-Efficacy-scale realizadas quatro coletas relacionados ao maior tempo de
(Short-form) de mulheres no de dados com 50 aleitamento materno.
pré-natal e no pós-parto com mulheres com mais de 30
o tipo de aleitamento semanas gestacionais.
materno.
07 Avaliar o conhecimento de Estudo descritivo, As puérperas apresentaram
puérperas acerca da realizado em uma baixo nível de conhecimento
amamentação. maternidade com 323 acerca da amamentação.
puérperas internadas.
08 Verificar a associação entre Estudo transversal em 15 Verificou-se que a capacitação
capacitação em aleitamento hospitais com mais de 100 contribui para o aprimoramento
materno e conhecimentos, partos/ano com 215 de conhecimentos, habilidades e
habilidades e práticas profissionais. práticas em AM, fundamentais à
profissionais. assistência materno-infantil.
09 Analisar o conhecimento de Estudo qualitativo, As enfermeiras utilizam como
enfermeiras sobre as exploratório, descritivo, estratégia as ações de educação
vantagens da amamentação desenvolvido com oito em saúde e a visita puerperal e
para a família e descrever a enfermeiras. domiciliar, ressaltando as
forma de inserção desta nas tentativas e dificuldades de
ações de saúde relacionadas à alcance familiar.
amamentação.
10 Identificar os problemas Estudo quantitativo, A educação em saúde no pré-
mamários de puérperas exploratório, com natal e pós-parto oportunizou a
90
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
91
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
DISCUSSÃO
92
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
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José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
CONSIDERAÇÕES FINAIS
94
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano. MS: Rio
de Janeiro, 2015. Disponível em: http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas/
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José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
MENDES, S. C. et al. Fatores relacionados com uma menor duração total do aleitamento
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81232018245.13772017.
96
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
97
CAPÍTULO 7
VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NA
ASSISTÊNCIA EM MATERNIDADE
PÚBLICA
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049.7
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
INTRODUÇÃO
100
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
MÉTODO
101
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
e o erro padrão de 5%. A amostragem foi do tipo aleatório simples e a coleta foi reali-
zada em dias alternados por colaboradores previamente capacitados.
Foram abordadas 129 puérperas. A amostra foi composta por 58 puérperas
que pariram na referida instituição. Como critérios de exclusão utilizou-se: realizar
preenchimento incompleto dos instrumentos de coleta de dados (n=16), idade infe-
rior a 20 anos (n=16), puerpério imediato (n=15), condições de saúde apresentadas no
momento da coleta que impossibilitaram o preenchimento dos instrumentos (n=13) e
analfabetas (n=11), totalizando 71 puérperas excluídas.
Para coleta de dados utilizou-se um formulário de elaboração própria que
apresentava as variáveis: cidade e zona de residência, estado civil, religião, orientação
sexual, número de parceiro/a(s) sexual(is), idade da primeira relação sexual, número
de partos, tipo(s) de parto(s) anterior(es) e número de aborto(s) e um questionário de
avaliação de violência no parto, validado por Palma e Donelli (2017), o qual contin-
ha variáveis sociodemográficas (nível socioeconômico, escolaridade e renda familiar),
questões de caráter clínico (tipo de parto, idade gestacional do parto, local e data do
parto, número de gestações e abortos anteriores, complicações durante a gestação e/
ou parto, e profissional que assistiu o parto) (PALMA; DONELLI, 2017). Esse último
estudo fora desenvolvido para ser aplicado online, sendo a aplicação neste estudo rea-
lizada de forma direta.
As participantes foram esclarecidas sobre os objetivos do estudo, leram e as-
sinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido e o Termo de Consentimento
Pós-esclarecido, participando voluntariamente da pesquisa.
Os dados foram tabulados utilizando o programa Microsoft® Office Excel ver-
são 2007 por dois pesquisadores de modo a permitir a dupla conferência. O agrupa-
mento, organização e processamento dos dados foram feitos utilizando-se o programa
estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS Inc., Chicago, Estados Unidos),
versão 25.0. Utilizou-se a estatística descritiva de frequência (absoluta e relativa), me-
didas de tendência central (valores máximos e mínimos, média) e desvio padrão.
Os dados foram apresentados em tabelas elaboradas no Microsoft® Office Word
versão 2007, analisados de forma descritiva-interpretativa e discutidos conforme a li-
teratura pertinente.
Este estudo constitui recorte de dados obtidos pela realização do Projeto de
Iniciação Científica “Violência obstétrica no trabalho de parto e parto institucionalizado”. A
pesquisa foi aprovada com parecer n° 3.148.107/2019 emitido pelo Comitê de Ética e
Pesquisa da Universidade Regional do Cariri (URCA).
102
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
RESULTADOS
103
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
104
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
VARIÁVEL N %
Durante o trabalho de parto
Foi impossibilitada de caminhar 06 10,3
Foi impossibilitada de procurar posições mais confortáveis segundo as suas
06 10,3
necessidades
Não se aplica 46 79,4
Durante o trabalho e parto foram realizados os seguintes procedimentos
médicos sem consentimento*
Enema 01 1,7
Tricotomia 02 3,4
Uso de ocitocina 03 5,2
Toque vaginais repetitivos 05 8,6
Toques vaginais realizados por diferentes pessoas 01 1,7
Proibição para ingerir alimentos ou bebidas 04 6,9
Rompimento artificial da bolsa 06 10,3
Apertaram ou subiram na sua barriga para “ajudar” o bebê a nascer 03 5,2
Episiotomia 00 0,0
Cesárea 07 12,1
Corte imediato no cordão umbilical 07 12,1
Durante o PERÍODO “EXPULSIVO”, ou seja, no momento de fazer força
para o bebê nascer, você
Fui privada da possibilidade de adotar a postura mais confortável para você
03 5,2
realizar os puxos (fazer força)
Teve “puxos digeridos” pelo profissional de saúde, ou seja, ele dizia a
05 8,6
frequência e o modo como você devia fazer força, sem respeitar seu ritmo
Não se aplica 50 86,2
Relembrando sua CESÁREA*
Começaram a cortar o seu abdômen, sem esperar a anestesia “fazer efeito” 02 3,4
Apertaram ou subiram na sua barriga para “ajudar” o bebê a nascer 04 6,9
Presença de conversas paralelas entre os profissionais sobre outros assuntos 03 5,2
Manter suas mãos amarradas, impedindo que tocasse seu bebê 04 6,9
Realizaram procedimentos sem seu consentimento 105 ou sem explicar por que 02 3,4
eram necessários
Relembrando o MOMENTO LOGO APÓS O NASCIMENTO*
Corte imediato no cordão umbilical 07 12,1
Durante o PERÍODO “EXPULSIVO”, ou seja, no momento de fazer força
para o bebê nascer, você
Fui privada da possibilidade de adotar a postura mais confortável para você
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane
03 Barbosa5,2de Sousa
realizar os puxos (fazer força)
Teve “puxos digeridos” pelo profissional de saúde, ou seja, ele dizia a
05 8,6
frequência e o modo como você devia fazer força, sem respeitar seu ritmo
Não se aplica 50 86,2
Relembrando sua CESÁREA*
Começaram a cortar o seu abdômen, sem esperar a anestesia “fazer efeito” 02 3,4
Apertaram ou subiram na sua barriga para “ajudar” o bebê a nascer 04 6,9
Presença de conversas paralelas entre os profissionais sobre outros assuntos 03 5,2
Manter suas mãos amarradas, impedindo que tocasse seu bebê 04 6,9
Realizaram procedimentos sem seu consentimento ou sem explicar por que 02 3,4
eram necessários
Relembrando o MOMENTO LOGO APÓS O NASCIMENTO*
Teve o contato com seu bebê adiado, para que o profissional realizasse 08 13,8
procedimentos desnecessários ou que poderiam esperar
Teve o seu bebê levado imediatamente para a sala de procedimentos, sem 02 3,4
que nenhum profissional lhe explicasse o que estava acontecendo com ele
*Algumas participantes que não passaram pela situação ou informaram mais de uma resposta.
n=58 participantes.
Fonte: Pesquisa direta.
Com base na tabela 04, verificam-se os seguintes tipos de violência: violência
física (n=40, 68,9%), violência moral (n=34, 58,5%), violência sexual (n=07, 12%), vio-
lência psicológica e verbal (n=03, 5,8%).
Na amostra em estudo, sobressaem-se as seguintes práticas: 12,1% (n=07) re-
lataram parto cesárea e 12,1% (n=07) corte imediato do cordão umbilical sem consen-
timento, 10,3% (n=06) tiveram sua mobilidade e ou adoção de posições confortáveis
restritas.
Evidenciaram-se práticas que impossibilitaram o contato pele a pele precoce
recomendado na primeira hora de vida, visto que 13,8% (n=10) das mulheres tiveram
o contato com o bebê adiado para que o profissional realizasse procedimentos “desne-
cessários” ou que poderiam esperar para ser realizado posteriormente, e 6,9% (n=04)
mantinham as mãos amarradas sendo impedidas de tocar o bebê.
Dentre as intervenções direcionadas erroneamente a “acelerar” o trabalho de
parto verificou-se que 8,6% (n=05) referiram “puxos” dirigidos por profissionais de
saúde, sem respeitar o ritmo da mulher, 6,9% (n=04) relataram que os profissionais
realizaram manobra de Kristeller para “ajudar” o bebê a nascer.
A tabela 04 expõe dados referentes a sentimentos e situações vivenciadas pelas
participantes durante o trabalho de parto e parto.
106
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
DISCUSSÃO
107
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
CONSIDERAÇÕES FINAIS
108
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
REFERÊNCIAS
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LANSKY, S. et al. Obstetric violence: influences of the Senses of Birth exhibition issue
in brazil: origins, definitions, impacts on maternal health, and proposals for its pre-
109
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
110
CAPÍTULO 8
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049.8
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
INTRODUÇÃO
D urante a gravidez, a mulher planeja como será sua nova rotina de vida
a partir do parto, visto que esse é considerado um evento do ciclo vital
feminino que reverbera em (re)adaptação tanto em aspectos da vida cotidiana como
nos aspectos psicossociais e funções fisiológicas (SOUZA et al., 2018).
O parto pode ser realizado de forma natural, no qual a mulher entra em tra-
balho de parto espontaneamente, ou por cesariana, que constitui em procedimento
cirúrgico, invasivo e intervencionista a ser realizado mediante indicações pautadas em
evidências científicas (VICENTE; LIMA; LIMA, 2017).
Até o final do século XIX o parto tratava-se de um evento familiar de âmbito
domiciliar realizado por parteiras em que a mulher era protagonista do processo. Com
a institucionalização do parto em ambiente hospitalar e a oferta de assistência por
profissionais da área da saúde, emergiram intervenções desnecessárias culminando na
medicalização do parto e nascimento (FILGUEIRAS; FARIA, 2019).
Salienta-se que a assistência obstétrica deve ser humanizada desde o pré-natal,
onde a mulher estabelece vínculo com os profissionais pré-natalistas, expressa senti-
mentos e anseios, e planejam juntos a escolha da via de parto. Apesar da realização de
cesáreas sem indicação de presença de riscos à saúde materna e fetal, faz-se necessário
orientar e respeitar a escolha da mulher em relação ao tipo de parto (SOUZA et al.,
2018).
A realidade do cuidado obstétrico no Brasil é marcada por uma assistência
com intervenções cirúrgicas exorbitantes, e que muitas vezes reverberam em humilha-
ção e desrespeito ao corpo feminino (ZANARDO et al., 2017), sendo a gestação vista
como um processo inseguro que necessita de intervenções médicas para o nascimento
e garantia da vida da mãe e do filho (BRANDT et al., 2018).
A cesariana constitui procedimento cirúrgico que na rotina dos serviços de
saúde ocorre predominantemente de forma eletiva. Essa realidade, que deveria ser
considerada somente quando necessária, em virtude de complicações na progressão
do trabalho de parto vaginal ou complicações para a mãe ou o bebê que o impossibi-
litem, repercute na epidemia dessa técnica no país, tendo em vista sua naturalização
e frequência de realização (GUEDES, 2018). O crescente número de cesáreas desne-
cessárias no país indica o aumento da violência obstétrica (ZANARDO et al., 2017),
pois na maioria das vezes a mulher não apresenta fatores de risco que justifiquem sua
realização (GUEDES, 2018).
112
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
O parto cesáreo associa-se a eventos indesejáveis para a mãe e seu filho, como
complicações no sistema respiratório, nascimento de neonatos prematuros, com bai-
xo peso, além de elevada incidência de infecções maternas e perinatais. No entanto,
essa tem sido a via de parto de escolha predominante tanto pela gestante como pelos
profissionais da saúde, justificada por ser um procedimento que não demanda muito
tempo e associado pela mulher a redução do medo e dor quando comparado ao parto
normal (OLIVEIRA; PENNA, 2018). Além disso, a realização de parto cesárea anterior
e a presença de complicações maternas como hipertensão arterial, diabetes mellitus e
depressão durante a gestação aumentam a chance de realização de cesariana nos ser-
viços públicos de saúde (OLIVEIRA et al., 2016).
Considerando a necessidade de assistência humanizada à parturiente, com
vistas a garantir direitos assistenciais, sexuais e reprodutivos, e autonomia, de modo a
contribuir para que a mulher vivencie um parto seguro e prazeroso mesmo na iminên-
cia de parto cesárea, objetivou-se identificar condutas relacionadas à violência obsté-
trica realizadas por profissionais de saúde durante o parto cesáreo.
MÉTODO
113
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
RESULTADOS
114
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
115
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
Tabela 01 – Condutas realizadas por profissionais de saúde durante a assistência obstetra. Iguatu-CE,
Tabela 01 – Condutas realizadas por profissionais de saúde durante a assistência obstetra. Iguatu-CE,
2019. 2019.
VARIÁVEL N %
Durante o trabalho de parto
Foi impossibilitada de caminhar 01 04
Foi impossibilitada de procurar posições mais confortáveis segundo as suas
01 04
necessidades
Não se aplica 23 92
Durante o trabalho e parto foram realizados os seguintes procedimentos
médicos sem consentimento*
Enema 01 04
Tricotomia 01 04
Uso de ocitocina 00 00
Toque vaginais repetitivos 02 08
Toques vaginais realizados por diferentes pessoas 01 04
Proibição para ingerir alimentos ou bebidas 02 08
Rompimento artificial da bolsa 01 04
Apertaram ou subiram na sua barriga para “ajudar” o bebê a nascer 01 04
Episiotomia 00 00
Cesárea 04 16
Corte imediato no cordão umbilical 01 04
Durante o PERÍODO “EXPULSIVO”, ou seja, no momento de fazer força
para o bebê nascer, você
Fui privada da possibilidade de adotar a postura mais confortável para
01 04
você realizar os puxos (fazer força)
Teve “puxos digeridos” pelo profissional de saúde, ou seja, ele dizia a
01 04
frequência e o modo como você devia fazer força, sem respeitar seu ritmo
Não se aplica 23 92
Relembrando sua CESÁREA*
Começaram a cortar o seu abdômen, sem esperar a anestesia “fazer efeito” 02 08
Apertaram ou subiram na sua barriga para “ajudar” o bebê a nascer 03 12
Presença de conversas paralelas entre os profissionais sobre outros 03 12
assuntos
Manter suas mãos amarradas, impedindo que tocasse seu bebê 02 08
Realizaram procedimentos sem seu consentimento ou sem explicar por que 01 04
eram necessários
Relembrando o MOMENTO LOGO APÓS O NASCIMENTO*
Teve o contato com seu bebê adiado, para que o profissional realizasse 04 16
procedimentos desnecessários ou que poderiam esperar
Teve o seu bebê levado imediatamente para a sala de procedimentos, sem 02 08
que nenhum profissional lhe explicasse o que estava acontecendo com ele
*Algumas participantes que não passaram pela situação ou informaram mais de uma resposta.
n=25 participantes.
Fonte: Pesquisa direta.
Com base na tabela 01, apresenta-se a prevalência das seguintes práticas: rea-
lização de cesárea sem o consentimento da parturiente (16%); teve o contato com seu
bebê adiado, para que o profissional realizasse procedimentos desnecessários ou que
poderiam esperar (16%); durante a cesárea, apertaram ou subiram na barriga para
ajudar o bebê a nascer, o que caracteriza a manobra de Kristeller (12%); presença de
conversas paralelas sobre outros assuntos (12%); toques vaginais repetitivos (8%);
proibição para ingerir alimentos ou bebidas (8%); começaram a cortar o abdômen sem
esperar a anestesia fazer efeito (8%); mantinham as mãos amarradas sendo impedidas
de tocar o bebê (8%); tiveram o seu bebê levado imediatamente para a sala de proce-
116
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
dimentos, sem que nenhum profissional lhe explicasse o que estava acontecendo com
ele (8%).
O quadro abaixo (QUADRO 01) contém as informações inerentes a sentimen-
tos e situações vivenciadas pelas participantes durante o trabalho de parto e parto.
Quadro 01– Situações vivenciadas por parturientes durante atendimentos ofertados por profissionais
QUADRO 01 – Situações vivenciadas por parturientes durante atendimentos ofertados por profissio-
de saúde. IGUATU, 2019. nais de saúde. IGUATU, 2019.
VARIÁVEL NÃO SIM NÃO
RESPONDEU
N % N % N %
Sentiu-se ameaçada 56 96,6 02 3,4 0 0
Gritaram com você 57 98,3 01 1,7 0 0
Mandaram você parar de gritar 53 91,4 03 5,2 02 3,4
Fizeram piada com o seu 01 1,6
54 93,1 03 5,2
comportamento
Criticaram você por seus lamentos ou 00 00
57 98,3 01 1,7
choros de dor
Fizeram comentários irônicos em tom 00 00
56 96,6 02 3,4
de deboche
Chamaram você por algum apelido 00 00
56 96,6 02 3,4
desagradável
Impediram a presença de 00 00
55 94,8 03 5,2
acompanhante
n=25 participantes.
Fonte: Pesquisa direta.
Verifica-se no quadro 01, a presença dos seguintes tipos de violência: violência
psicológica e verbal (68%), violência institucional (8%), violência moral (8%). Sendo as-
sim, têm-se prevalência maior para sentir-se inferior, vulnerável, insegura (24%); sen-
tir-se exposta e sem privacidade (16%) e não receber respostas ou recebê-las mal (12%).
Os dados expostos, apontaram baixos índices de violência obstétrica, porém
constata-se que essas práticas abusivas ainda são corriqueiras nas maternidades.
DISCUSSÃO
O Brasil passa por uma verdadeira “epidemia” de cesarianas por ser o se-
gundo país no mundo com maior taxa dessas operações. Essas representam uma taxa
atual de 55% do total de partos. Na década de 1970 essa taxa era de 4%, o que eviden-
cia aumento significativo em sua realização. Essas taxas são preocupantes quando se
considera que o preconizado pela comunidade médica internacional desde 1985 é a
ocorrência de cesáreas entre 10% e 15% (BRASIL, 2016; OMS, 2015; ANS, 2016).
A realização de cesáreas sem evidências científicas que a indiquem como a
melhor via de parto, constitui uma forma de violência obstétrica (ZANARDO et al.,
2017; JARDIM; MODENA, 2018; SENS; STAMM, 2019). Nesse sentido, para monito-
ramento e avaliação das taxas de cesáreas foi desenvolvida por Michael Robson, em
117
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
118
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
complexo e, como tal, acarreta riscos imediatos e em longo prazo, podendo inclusive
não trazer qualquer benefício quando não indicada adequadamente (OMS, 2015).
Durante a realização do parto cesárea algumas complicações podem ocorrer
pela dificuldade da parturiente em manter o posicionamento corporal adequado, em
flexionar adequadamente a coluna devido ao volume abdominal aumentado, hipo-
tensão arterial, cefaleia pós-punção dural e lesões de nervos (OLIVEIRA; LOUZADA;
JORGE, 2015; BISINOTTO et al., 2017).
Quando realizada em situações de emergência, a cesariana está associada a
uma maior taxa de complicações maternas como hematomas, infecção, sangramen-
to, lesão de órgãos internos, perinatais como a prematuridade, e consequentemente
aumento da morbimortalidade materna e neonatal (QUINTANA, 2017). A prematuri-
dade é responsável por 75% da mortalidade neonatal e para aqueles que sobrevivem
constitui fator de risco para deficiência neurológica (BUGES, 2020).
Logo, o cuidado humanizado mostra-se essencial. Este se inicia quando a equi-
pe multiprofissional se prepara para a humanização do parto, é capaz de estabele-
cer uma relação de respeito ao ser humano e aos seus direitos essenciais e manter-se
vinculado com as pacientes e familiares (ANDRADE; RODRIGUES; SILVA, 2019). A
cesárea humanizada possui como foco de cuidado à mulher, respeitando seus direitos
humanos em todos os momentos (GARCIA; TALAVERA, 2020).
Os primeiros 60 minutos de vida do bebê após o nascimento, intitulado de
Golden hour ou Hora de ouro, refere-se ao período onde são executadas intervenções
para diminuir complicações neonatais e facilitar a adaptação à vida extrauterina. Nes-
se período, o contato pele a pele e a amamentação na primeira hora de vida são prá-
ticas imprescindíveis para o estabelecimento da vinculação e prolongar a duração do
aleitamento materno (ARRUDA et al., 2018). Salienta-se a importância de garantir es-
ses cuidados após o parto cesárea, com vistas à humanização na assistência ofertada.
O combate à violência obstétrica depende de uma mudança significativa no
modelo de assistência obstétrica vigente no Brasil, assegurando os direitos humanos e
a realização da prática baseada em evidências, por sua vez essas precisam ser fomen-
tadas no processo de formação dos profissionais de saúde (SADECK, 2020).
Os resultados de Nery e Lucena (2019) e Galvão et al. (2019) corroboram com
os achados deste estudo, nos quais se verificaram variados tipos de violências obstétri-
cas praticadas com alta frequência nos serviços obstétricos. Enema, tricotomia, posição
litotômica, impedimento da movimentação e ausência de privacidade, episiotomia, o
uso indiscriminado de ocitocina, a manobra de Kristeller, parto cesárea sem indicação
respaldada pela ciência e os tipos de violência física, verbal e psicológica.
119
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
CONSIDERAÇÕES FINAIS
120
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
REFERÊNCIAS
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10.1590/1806-93042017000300009
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CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
VICENTE, A.C.; LIMA, A.K.B.S.; LIMA, C.B. Parto cesáreo e parto normal: uma abor-
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ZANARDO, G.L.P. et al. Violência obstétrica no Brasil: uma revisão narrativa. Psicol.
soc. (Online), v. 29, [S.n.], p.e155043, 2017. DOI: 10.1590/1807-0310/2017v29155043
123
CAPÍTULO 9
VULNERABILIDADE EM SAÚDE DE
MULHERES NEGRAS NO CONTEXTO DA
VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049.9
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INTRODUÇÃO
126
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
DESENVOLVIMENTO
Vale ressaltar que, durante três séculos, a escravidão esteve eminente no nosso
país. A desvalorização do negro nesta época, devido as suas peculiaridades físicas e
culturais, eram a justificativa da soberania branca. A inferioridade do negro neste pe-
ríodo era algo irrefutável, e por isso, o racismo era gerado e propagado indiscrimina-
damente devido regimento social da época (BARBOSA et al., 2021; LIMA; VALA, 2004;
BATISTA; MONTEIRO; MEDEIROS, 2013).
Sendo assim, o cenário da desigualdade no Brasil entre negros e brancos
abrange distintos espaços sociais. Os indicadores sociais como nível de escolaridade,
renda, ingresso na saúde e serviços sociais são os piores entre a população negra, bem
como as condições contingentes de moradia, renda, além de ocuparem as posições de
trabalho mais insignificantes (LIMA; PIMENTEL; LYRA, 2021). Entretanto, apesar da
clara discrepância, o racismo ainda é oculto para a sociedade, e informações como esta,
são compreendidas como resultado da desigualdade econômica e não racial.
O racismo institucional pode ser presenciado dentro dos serviços de saúde,
como a limitação do acesso à saúde pela comunidade negra, dentre outras distinções
significativas no manejo às doenças mais prevalentes na população negra, quando
comparadas aos brancos, a saber, anemia falciforme, miomas uterinos, alto índice de
diabetes gestacional, maior predisposição à hipertensão arterial, além de um surgi-
mento mais precoce do câncer de mama (BATISTA, 2021). Destaca-se que, um dos
princípios básicos do SUS é a equidade, sendo assim, os serviços de saúde têm por
responsabilidade fornecer recursos terapêuticos pertinentes e singulares, com intuito
de diminuir as vulnerabilidades sociais, que, para a comunidade negra, a saber, são
provocadas pelo sistema histórico de exclusão social, política, econômica e cultural
que foi subjugada (CURI; RIBEIRO; MARRA, 2020).
Segundo o Ministério da Saúde, as vulnerabilidades que acometem a popu-
lação negra, bem como as desigualdades são as altas taxas de mortalidade materna e
infantil, os óbitos precoces, maior predomínio de doenças crônicas e infecciosas e altos
índices de violência; além disso, identifica que o racismo experienciado pela popula-
ção negra recai negativamente nos indicadores descritos acima, implicando no ingres-
so dessa comunidade aos serviços de saúde gratuitos (OLIVEIRA; KUBIAK, 2019).
Como exemplo de vulnerabilidade em saúde relacionada às mulheres, vale
ressaltar a violência obstétrica.
127
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
128
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
129
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
130
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
131
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
vividas pelas mulheres negras no âmbito do SUS e que potencializam reflexões que
se fazem necessárias em um país que ainda perduram desigualdades raciais no acesso
aos serviços de saúde que deveriam ser de forma integral e qualificada, considerando
as diferentes necessidades de saúde da população (BATISTA, 2021; CURI; RIBEIRO;
MARRA, 2020).
Os direitos à vida, à liberdade e segurança pessoal, a níveis adequados de saú-
de, à proteção a sua maternidade e a sua não discriminação, deveriam ser assegurados
a todas as mulheres, sem distinção. Elas deveriam ter acesso fácil a uma assistência hu-
manizada e qualificada, sem qualquer tipo de distinção ou preconceito por profissio-
nais de saúde. Contudo, é evidente que esta não é a realidade das gestantes negras do
Brasil, fazendo-se necessário expor as desigualdades e os processos de violência e vio-
lação de direitos nos quais as mulheres negras são submetidas, a fim de que medidas
sejam tomadas para que se tenha mudanças culturais nos modelos de atenção e gestão
da saúde que permeiam as situações apresentadas (CURI; RIBEIRO; MARRA, 2020).
Discutir a violência obstétrica também como violência de raça e gênero a luz
dos princípios universais dos direitos humanos, sexuais e reprodutivos, nos permite
conhecer os determinantes da vulnerabilidade de saúde da mulher negra, bem como a
necessidade de qualificação da assistência, acesso e equidade prestada à essas mulhe-
res no período gravídico-puerperal (BATISTA, 2021).
Espera-se que este estudo fomente discussões sobre a necessidade de cons-
cientizar os profissionais de saúde sob o enfoque étnico-racial, com vistas a mitigar/
eliminar disparidades durante o cuidado obstétrico, reduzir formas discriminatórias
e violentas de assistir e intervir, e melhorar o acesso e a equidade na atenção, a fim de
minimizar as desigualdades raciais e o racismo institucional existentes nos serviços de
saúde.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
132
CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
REFERÊNCIAS
BATISTA, L.E.; MONTEIRO, R.B.; MEDEIROS, R,A. Iniquidades raciais e saúde: o ci-
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CAPÍTULO 10
DOI: 10.46898/rfb.9786558894049.10
José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
INTRODUÇÃO
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CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
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CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
MÉTODO
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José Gerfeson Alves, Emanuelly Vieira Pereira, Ana Virgínia de Melo Fialho, Leilane Barbosa de Sousa
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Fonte: Autoras.
Levantamento do conteúdo
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CUIDADO CLÍNICO DE ENFERMAGEM À MULHER NA CONTEMPORANEIDADE
Seleção do conteúdo
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Fonte: Autoras.
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mente os domínios da cartilha usando recursos como negritos e mudança da cor da le-
tra para facilitar a ação desejada e estimular a lembrança do leitor quanto ao conteúdo.
As ideias foram organizadas no texto, na mesma sequência em que o públi-
co-alvo irá vivenciá-la, além disso, atentou-se para as cores, utilizando-as com cautela
para não deixar a cartilha visualmente poluída. A mensagem principal e o público-al-
vo foram mostrados na capa, a fim de que a gestante pudesse perceber a mensagem
principal a partir de sua visualização (MOREIRA; NÓBREGA; SILVA, 2003).
A Cartilha Educativa foi composta por 60 páginas na primeira versão. Todas
as páginas foram organizadas sequencialmente, a numeração passou a ser registrada a
partir da sessão de apresentação da cartilha.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DOAK, C.C.; DOAK, L.G.; ROOT, J.H. Teaching patients with low literacy kills. Phi-
ladelphia: J. B. Lippincott, 1996.
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DOI: 10.1590/S0104-11692012000100014
SARTI, T.S. et al. Qual o papel da Atenção Primária à Saúde diante da pandemia pro-
vocada pela COVID-19? Epidemiol. Serv. Saude, v. 29, n.2, p.e2020166, 2020. DOI:
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SOUZA, N.A. et al. Perfil epidemiológico das gestantes atendidas na consulta de pré-
natal de uma unidade básica de saúde em São Luís-MA. Rev. Ciênc. Saúde, v. 5, n.1,
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ÍNDICE REMISSIVO
A Pré-Natal 28, 29, 30, 31, 32, 33, 57, 59, 74, 79, 80, 81,
94, 98, 104, 116, 117, 119, 120, 121, 124, 125,
Aleitamento 74, 75, 76, 77, 80, 81, 82, 83, 84, 105 126, 127, 133, 134
Amamentação 74, 77, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 105, 106,
129, 133 S
Saúde 14, 15, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 28, 29,
B 31, 32, 33, 35, 38, 39, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48,
52, 57, 62, 69, 72, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 86, 87,
Brasil 14, 15, 18, 22, 23, 24, 28, 29, 31, 32, 34, 52, 54, 88, 91, 92, 94, 96, 98, 99, 101, 102, 103, 104, 105,
57, 59, 62, 69, 71, 75, 82, 103, 107, 115, 116, 117, 106, 107, 108, 112, 113, 114, 115, 116, 117, 118,
120, 125, 134 119, 120, 121, 124, 125, 126, 127, 128, 132, 134,
Burnout 43, 46, 49, 50 135
C V
Cesárea 70, 91, 92, 93, 99, 101, 102, 104, 105, 107, 108 Violência 86, 87, 88, 92, 93, 94, 95, 98, 99, 100, 103,
104, 105, 106, 107, 108, 112, 113, 114, 115, 117,
Covid-19 37, 38, 39, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 123, 118, 119, 120, 121
124, 125, 126, 127, 128, 129, 132, 133, 134, 135
E
Enfermagem 14, 15, 18, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 29, 30,
31, 32, 33, 34, 40, 46, 53, 55, 57, 58, 59, 75, 76,
83, 84, 96, 105, 107, 124, 126
Estudos 23, 39, 40, 42, 43, 46, 48, 62, 64, 65, 66, 67, 68,
69, 71, 75, 76, 77, 82, 87, 95, 106, 115, 117, 124
G
Gravidez 19, 28, 29, 30, 32, 33, 52, 57, 69, 98, 115, 116,
117, 133
M
Mulher 18, 20, 21, 24, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 52, 53, 54,
55, 57, 75, 79, 80, 81, 82, 83, 86, 87, 91, 92, 93,
94, 95, 98, 99, 101, 105, 106, 112, 114, 115, 116,
118, 119, 120, 125, 126, 127, 132, 133, 134
O
Obstétrica 31, 32, 33, 48, 53, 54, 57, 86, 87, 88, 90, 91,
93, 94, 95, 96, 98, 99, 100, 101, 103, 104, 105,
106, 107, 108, 109, 112, 113, 114, 115, 117, 118,
119, 120, 121
P
Parto 29, 31, 32, 34, 35, 38, 44, 45, 53, 54, 55, 57, 62,
63, 69, 70, 71, 72, 74, 79, 81, 86, 87, 88, 90, 91,
92, 93, 94, 95, 96, 98, 99, 100, 101, 102, 103, 104,
105, 106, 107, 108, 109, 112, 114, 115, 116, 117,
118, 119, 120, 121, 129, 133
Pesquisa 15, 17, 18, 24, 39, 40, 41, 44, 53, 63, 64, 65, 66,
70, 74, 75, 76, 82, 88, 100, 103, 121, 127
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